13ª

Ministério do turismo, secretaria especial da cultura e belgo bekaert arames apresentam

Jardim Colombo
(pesquisa realizada pelo cocurador Pedro Smith)

Jardim Colombo - Vila Sonia, São Paulo - SP

Jd. Colombo e o Projeto Fazendinhando

Dentro do Jd. Colombo, uma comunidade na zona sul de São Paulo com alta vulnerabilidade social, há um projeto maravilhoso que pude acompanhar um pouco: um antigo lixão foi transformado em parque: o Parque Fazendinhando, encabeçado pela moradora local e arquiteta Ester Carro. 

Ester Carro conta, brevemente, sobre o histórico do local e a luta de apropriação coletiva do espaço que, com muito esforço, se tornou uma área de convívio e aprendizado coletivo, notadamente para moradores do Jd. Colombo.

A seguir, vídeo feito por Ester Carro, para a 13ª BIA: 

Ester também nos apresentou algumas fotos deste processo de transformação: primeiramente, os mutirões iniciais:

 

 

E, posteriormente, o projeto proposto em 3D e alguns registros da situação atual, depois de muita luta: 

(Transcrição do vídeo de Ester Carro – Jd. Colombo)

Meu nome é Ester, sou presidente do Fazendinhando, um instituto de transformação territorial, cultural e social, e estou aqui para apresentar para vocês um dos nós da Bienal: a Fazendinha, dentro do Jd. Colombo.

Ela recebeu esse nome, foi assim apelidada pelos moradores, de forma carinhosa, porque há uns 16, 17 anos era como se fosse uma fazendinha. O seu Chico amava, cuidava, zelava, protegia esta área, um dos poucos espaços livres existentes da comunidade. Ali ele cultivava, plantava, criava animais, as crianças corriam de um lado para o outro. As famílias também podiam consumir o que ali era produzido.

Mas aí, infelizmente, o cenário mudou. O seu Chico ficou doente e não tinha mais condições físicas de cuidar e de seguir com as atividades na Fazendinha. O espaço acabou se tornando um lugar isolado, um ponto escuro, esquecido, se tornando um grande depósito de lixo, com animais peçonhentos. As pessoas já não podiam estar e ficar lá, prejudicando inclusive a saúde dos moradores da comunidade. Era uma situação muito delicada e complicada.

No final de 2017, começamos uma mobilização. E a partir da junção, da união de mãos de dentro e de fora da comunidade, inspirados no projeto do Parque Sitiê, na favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, começamos a transformar, a revitalizar, a resgatar a essência, as memórias daquele lugar. E, paralelo a isso, também começamos a realizar atividades recreativas, educativas, socioambientais, culturais, com o intuito de mostrar para a comunidade que o espaço é deles, que eles precisam estar, preservar, cuidar da Fazendinha também. 

Bom, na Bienal Internacional de Arquitetura deste ano (2022), vocês poderão acompanhar este e tantos outros nós como este. Além disso, acompanharão nossa resistência, nossa luta e nossa resiliência. E entenderão que é possível, que nós, juntos, podemos fazer acontecer, que podemos propor estas mudanças também. Bom, é isso, muito obrigada! Nos acompanhem! Tchau, tchau!