
Foto de Militão Augusto de Azevedo, de 1862.
Neste lugar está o Obelisco de Piques, considerado como o monumento mais antigo da cidade. Tanto o obelisco quanto o nome “Largo da Memória são uma homenagem ao Governo Provisório de 1813 e 1814, composto por Bispo D. Mateus de Abreu Pereira, Ouvidor D. Nuno Eugenio de Lossio e pelo Chefe de Esquadra Miguel José de Oliveira Pinto, que construiu a Ponte de Piques, porta de entrada para quem vinha do interior, a qual ficava muito próxima da Ladeira.
Lá era, portanto, um dos polos comerciais de São Paulo. Vendia-se carne e arroz e uma vez por semana era também onde acontecia um leilão de pessoas escravizadas. O leilão começava ao meio-dia, com o soar do sino da Igreja da São Francisco. Mas desde o nascer do sol já reunia pessoas que seriam vendidas e também as que estavam interessadas em comprar.
O Largo era conhecido ainda como “zona de baixa prostituição”, como se diz na bibliografia consultada, “com pretas sentadas em cadeiras nas calçadas”.
Em 1831, tentou-se fechar o acesso do Rio Anhangabaú, muito próximo do local, em direção ao Bixiga, pois era onde muitas pessoas escravizadas se aquilombavam.
Atualmente, o Largo fica muito próximo à Casa Pretahub, “um espaço de economia colaborativa com o cunho econômico e cultural, de difusão e preservação artística da cultura negra permanente”. Saiba mais sobre esse projeto, que também funciona em Cachoeira (BA), em suas redes sociais.
*Texto atualizado, o original está publicado no Caderno de Campo do Coletivo Cartografia Negra.

Recorte do mapa do google maps