13ª

Ministério do turismo, secretaria especial da cultura e belgo bekaert arames apresentam

Sede da Escola de Samba Vai-Vai
(pesquisa realizada pela cocuradora Louise Lenate)

Bixiga, São Paulo - SP, 04002-010

Entorno da antiga quadra do Vai-Vai, recentemente demolida. Recorte do Google Maps, 2022.

A Vai-Vai é uma das protagonistas da memória do samba em São Paulo. Os relatos dão conta de que o grupo se formou entre vizinhos e amigos sambistas que acompanhavam o jogo do time de futebol Cai-Cai, na várzea do Rio Saracura, próximos à Rua Rocha e Rua Una. O endereço que abrigava seus instrumentos foi o de uma casa de um diretor na Rua 14 de Julho. Ao longo da década de 1920, a “Turma do Cae-Cae” atraiu a atenção e o incômodo da população do bairro do Bixiga, que, após repetir cotidianamente o pedido de “Vai embora” por conta das confusões provocadas, deu origem ao trocadilho “Turma do “Vae-Vae”. Em 1930 o grupo se oficializou como “Cordão Carnavalesco e Esportivo Vae-Vae” e poucos anos depois passou a competir em desfiles oficiais. Ao longo da transformação do carnaval num espetáculo midiático televiso, o Cordão resistiu a ter de se enquadrar nos moldes institucionalizados do evento, até que em 1972 se conformou como o “Grêmio Recreativo Cultural e Social Escola de Samba Vai-Vai”. Ao longo destas décadas, a escola se consagrou como a maior da cidade, conquistando dezenas de títulos e atraindo milhares de pessoas que transformam seus ensaios em atividades de lazer, que envolvem atividades comerciais e de serviços em sua vizinhança, apesar dos conflitos por excesso de ruído e interrupções do tráfego viário. O sucesso da vida social do bairro e a proximidade com o centro da cidade inevitavelmente atrairia o interesse de empreendimentos imobiliários, que se aproveitam da proximidade com os eixos de transporte. A tendência de gentrificação da região se agravou em 2015, após o anúncio da construção da Estação 14 Bis, da futura Linha Laranja do Metrô, quando a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos requisitou o terreno à Prefeitura de São Paulo, oferecendo em troca outra área para sediar a quadra da Escola. Após seis anos de atraso e indefinição, a demolição dos espaços da Escola foi iniciada em julho de 2021, ainda antes da expedição dos alvarás para construção. Somente em setembro do mesmo ano a Escola anunciou que enfim deixaria as esquinas da Rua São Vicente com a garantia da construção de outro edifício com soluções acústicas para abrigar os eventos na Rua Almirante Marques Leão.

https://www.vaivai.com.br/

https://ligasp.com.br/escolas/vai-vai/