Project implementation: Brazil
Project development: Brazil
A Operação Urbana Consorciada Regenera Dilúvio busca integrar desenvolvimento urbano, sustentabilidade ambiental e infraestrutura, considerando os impactos dos eventos climáticos recentes em Porto Alegre. Trata-se de um plano com horizonte de 25 anos e que teve como centro a implantação de um parque linear nas margens do Arroio Dilúvio, afluente do Guaíba, em Porto Alegre/RS.
A elaboração do projeto responde à demanda da Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (SMAMUS) de Porto Alegre, que acompanha e contribui com os estudos. O trabalho foi desenvolvido por consórcio formado pelas empresas Profill Engenharia e Ambiente, Consult Engenharia e Avaliações e Pezco Economics, com coordenação geral do arquiteto e urbanista Marcelo Ignatios e coordenação do projeto urbanístico do arquiteto e urbanista Marlon Rubio Longo.
A estruturação da OUC foi explorada por múltiplas frentes de trabalho, abrangendo estudos urbanísticos, ambientais, de mobilidade urbana, econômicos, sociais e demográficos, jurídicos e um plano de comunicação do processo, para discussão pública. O projeto endereça soluções para as questões de drenagem e saneamento, com a distribuição de áreas verdes e o encaminhamento da água pluvial, melhoria da mobilidade em múltiplas escalas, além de novos equipamentos, urbanização de assentamentos precários e produção de habitação de interesse social.
O parque linear foi estruturado como um corredor ambiental urbano, integrado a um sistema de áreas verdes e infraestruturas de drenagem, de maneira a promover a recomposição da arborização das margens, o incentivo aos usos nas quadras lindeiras e a conexão entre praças e fragmentos de vegetação pré-existentes. A implantação desses dispositivos é territorialmente abrangente, de maneira a distribuir a reservação e ampliar a infiltração no solo, combinando infraestruturas tradicionais (redes cinzas), com soluções baseadas na natureza (redes verdes e azuis).
A OUC Regenera Dilúvio prevê a possibilidade de um adensamento distribuído no território que, em um cenário otimista, alcançaria em 25 anos cerca de 60 mil moradores adicionais em empreendimentos verticais novos. O crescimento e a atração de novos empregos são potencializados pelas melhorias de infraestrutura e ambientais para a área, em parte financiadas pela comercialização de Certificados de Potencial Adicional de Construção. Com expectativas de arrecadação de R$ 1,46 bilhão em valores atuais, os títulos correspondem a cerca de 4 milhões de m² de novas áreas construídas, obtidas por meio do adensamento de 65 ha de terrenos.
Além do programa de investimentos previstos, que soma cerca de R$ 1,76 bilhão até 2050 e conta com outras fontes de recursos, foram previstas estratégias de incentivo para criação e fortalecimento das centralidades no território, consolidando um novo eixo de concentração do adensamento e desenvolvimento urbano de Porto Alegre.