Patrimônio em risco: cosmologias ancestrais e ação climática

Bruno Amaral de Andrade, Sandoval dos Santos Amparo e Luana Cristina da Silva Campos

Esta sessão propõe uma virada decolonial no debate sobre patrimônio amefricano e emergência climática, focando nas cosmologias e práticas de resistência de comunidades tradicionais. Questionamos modelos hegemônicos de adaptação, que esvaziam seu potencial político de insurgência contra o racismo ambiental e a desordem histórica que consolida a segregação socioespacial.

Comunidades como a Aldeia Guató, a nação Mebengokré, Terreiros de Candomblé e Quilombos, apesar de expostos e vulneráveis, demonstram que a resiliência emerge de epistemologias radicalmente situadas, intrínsecas à sua memória e a forma como constroem e habitam. Buscamos abordagens de uma diversidade de sítios e comunidades tradicionais no Brasil e na América Latina que revelem caminhos para o mapeamento de valores culturais (cartografias, oralidade), avaliação de riscos (impactos e ameaças) e planos de ação climática (estratégias, políticas).

Esta sessão convida a uma transformação radical, sobre o papel do patrimônio (bio)cultural no combate aos extremos climáticos (caos) e o devir de habitar o Cosmos (ordem). Mais do que “incluir” saberes tradicionais em modelos arquitetônicos ou urbanísticos vigentes, almejamos uma reorganização completa da adaptação. Que formas de governança espiritual climática emergem da integração de saberes ancestrais e práticas comunitárias? Como as cosmopercepções dos povos tradicionais podem se traduzir em cidades mais justas, inclusivas e resilientes? Como a ação climática pode ser reimaginada a partir da ética do cuidado, reciprocidade e justiça pela permanência no território?

Apresentações:

Las memorias del agua de Iquitos. Caso Moronacocha
Moisés Porras

Espacio comunitario para la comunidad Huarpe de Aguas Verdes: Territorio fragmentado, saberes en resistencia y acción climática desde la arquitectura comunitária
Mauricio Vellio e Martín Ezequiel López

Quem paga a conta do clima? A governança espiritual afro-brasileira entremundos – Morro da Pedra de Oxóssi e a Rodovia BR 030
Maria Alice Pereira da Silva, Fernanda Viegas Reichardt, Sandra Akemi Shimada Kishi, Bruno Amaral de Andrade e Celso Almeida da Silva Cunha

Em busca da Terra sem Males: uma proposta de intervenção projetual a partir do patrimônio cultural indígena Guarani Mbyá
Ana Helena Leichtweis

Maré de luta: a re-existência no patrimônio quilombola para adaptação climática
Liane Monteiro dos Santos e Thiago Assunção dos Santos

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Agradecemos a todas e todos que participaram e visitaram a 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, de 18 de setembro a 19 de outubro de 2025

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.