Ecoparque Itaipu: Reciclar a história

AP Arquitetos. André Prevedello e Tais Mendes

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A cidade de Foz do Iguaçu, emancipada em 1914, registra em seu tecido urbano cicatrizes da história do Brasil. A construção da usina de Itaipu marca o território, sendo sua ocupação em área, maior que a atual mancha urbana da cidade. O terreno a ser ocupado pelo Ecoparque faz parte deste processo de ocupação e ressignificação urbana. Processo contínuo, tortuoso, mas que se revela com uma visão de futuro extremamente necessária frente ao colapso ambiental que já enfrentamos como sociedade.

A construção da usina se inicia em 1974, em meio à ditadura militar. Como modo de minimizar o impacto ambiental, foram reservadas áreas na cidade com funções diversas. O atual terreno foi um antigo espaço de viveiros de mudas para reflorestamento ao redor da represa. Ainda que parece especulação, caso esta área não tivesse sido reservada para tal fim, provavelmente teia sido engolida pela dispersão da cidade, pois hoje, o perímetro do local já se encontra adensado. Aqui é revelado um tortuoso processo de reciclagem da história: sem Itaipu não haveria alagamento para a represa, sem represa não haveria a necessidade de viveiros de novas mudas, sem a necessidade de reflorestamento não haveria esta reserva vegetada urbana, que resulta agora em um novo parque para a cidade. Como afirmado por Eduardo Galeano a mais de 50 anos, “na história dos homens cada ato de destruição encontra sua resposta, cedo ou tarde, num ato de criação” (Galeano, 1978: p. 396).

André Prevedello é arquiteto e pesquisador. Diretor AP Arquitetos em 2010 (www.aparquitetos.com.br) com projetos e prêmios no Brasil, América do Sul e Europa. Graduado e Mestre pela Universidade Federal do Paraná, pós-graduado em artes híbridas pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Desenvolve pesquisa de doutorado com bolsa de estudos pela Universidade Lusófona de Lisboa. É pesquisador SOS Climate Waterfront H2020-MSCA-RISE-2018, programa Horizon da União europeia 2022 com pesquisas desenvolvidas em Portugal, Grécia e Suécia. Professor de Teoria e História. Possui os prêmios IAB-PR 2021 e IAB-SC 2021, BUILD – Sustainable Building Awards England, Best Spatial Architecture Design Studio e Prêmio IAB MS 2023. Ainda o 1º lugar Eco Parque Itaipu, 1º lugar Requalificação Salão Nobre e Teatro UFCSPA, 1º lugar Câmara Municipal de Pelotas, 1° lugar Colinas Cooperativa Cascavel, 1° lugar Concurso Seminário Internacional de Projeto Salvador, 1° lugar Caixa Econômica – Soluções para habitações de baixo custo, entre outros. Trabalha constantemente em palestras, conferências, críticas e exposições.

Tais Mendes é geóloga formada pela Universidade Federal do Paraná. Gerente de projetos no escritório AP Arquitetos. Com experiência no gerenciamento de projetos de grande complexidade tendo atuado em projetos de hidrelétricas no Brasil, Perú e Guiana. Na AP Arquitetos foi responsável pela gestão de diversos projetos pelo Brasil como a Unidade Sesc Mogi das Cruzes, a nova sede do Batalhão da Polícia Militar de São Paulo, a unidade Balneário Sesc Mato Grosso do Sul, o Teatro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFCSPA), a nova Câmara Municipal de Pelotas, entre outros.

E abrindo o nosso Fórum de Debates, amanhã (19/09) teremos:

13h30 – debate entre China e Brasil no China architecture exhibition day

18h – conferência de abertura com Kongjian Yu (China), criador do conceito de Cidades esponja

E tem muito mais! Oficinas, atividades, palestras, exposição. Participe! É tudo gratuito

(A programação e os projetos ainda estão em processo de inclusão no site; em breve estará completo)