Anexo Caiçara

Ribasmarçal Arquitetura e Urbanismo - Marcelo Ribas Marçal

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Localizado no litoral de São Paulo, o estudo foi encomendado por um cliente que mantém um pequeno estaleiro na região, dedicado à reforma de barcos de pesca em madeira. A demanda era por uma cobertura ventilada capaz de abrigar pranchas de surfe e canoas fora de uso, ferramentas de paisagismo e servir, eventualmente, como espaço de apoio para encontros e reuniões informais.

O desenho se apoia no conhecimento técnico e na mão de obra local, que se encarrega não apenas da montagem da cobertura, mas da própria concepção e execução das peças em madeira. Boa parte do material utilizado é proveniente do estoque de madeira de reuso do próprio estaleiro, com destaque para elementos que já trazem consigo marcas de cortes anteriores, tempo e maresia.

A estrutura é formada por pórticos treliçados em madeira serrada, montados com técnicas similares às empregadas em cascos de embarcação. Estes pórticos se apoiam sobre sapatas de concreto, que em alguns pontos emergem do solo para garantir a estabilidade do conjunto. As treliças avançam para sustentar telhas metálicas galvanizadas, dispostas com espaçamento regular que permite a entrada de luz natural e favorece a ventilação cruzada, ao mesmo tempo em que assegura proteção contra chuvas.

O acabamento das peças é feito com óleo natural pigmentado, aplicado em camadas finas com pano e pincel, um método artesanal que contribui para a preservação da madeira em ambientes úmidos e salinos, sem criar barreiras impermeáveis ou comprometer a leitura de sua textura original.

A implantação respeita o piso já existente no terreno, reorganizando sua ocupação sem descaracterizá-lo. O projeto se articula como desdobramento direto da rotina de trabalho do contratante e sua família, integrando o conhecimento da carpintaria naval ao campo da arquitetura. Ao estabelecer essa ponte, a construção revela a potência de soluções simples e bem executadas, enraizadas no “saber-fazer” local e nas especificidades do território em que se insere.

Fique atento, três atividades acontecem antes da abertura da Bienal:

13/09 – atividade associada | oficina Terra em trama (foto ao lado);
15/09 – oficina Imaginando arquiteturas para um mundo quente – módulo 1 (inscrições até 13/09);
17/09 – dois filmes da 1ª sessão da Mostra Cinema, arquitetura e sociedade: Registros de um mundo quente.

(A programação ainda está em processo de inclusão no site; em breve ela estará completa)