Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil
Imaginar um artefato efêmero. Arquitetônico, sim, mas fugaz. Um corpo erguido no tempo, um espaço suspenso entre extremos — onde o meio ambiente deixa de ser apenas cenário e passa a ser personagem.
O que está em jogo? Quais acordos urgem ser firmados para que a vida prossiga neste mundo que ainda conhecemos?
Como trazer à mesa palavras simples, mas pesadas de sentido: generosidade, empatia, comprometimento, respeito e um norte comum?
Como reatar os laços com a natureza? Como permitir que o feito pelo homem se curve à força do natural?
Para isso, desenhamos símbolos. Imaginamos um espaço concêntrico, que convida ao centro, que atrai.
Um interior contido, íntimo, proporções que abraçam, limites que espelham.
Mas não espelhos nítidos — reflexos borrados, difusos, onde as faces se perdem e as presenças se misturam. Uma sugestão de que não estamos sós. De que o outro nos habita.
Há dois acessos. Duas portas. Duas travessias possíveis.
Ambas interrompidas. Ambas apontando para lados de um mesmo todo.
Um espaço dividido — simétrico e espelhado.
Ao centro, uma mesa. Barreira e ponto de encontro. Convite à conversa. Lugar de disputa.
Sobre ela, repousa uma natureza contida, controlada.
Ela será pauta. Ela será prova.
Acima, um céu artificial. A cúpula do Palácio das Artes, aonde a luz não vem do sol, mas de uma vontade construída.
Essa natureza, presa no tempo desse artefato, provoca. Resiste. Depende.
Quem cuidará dela? De que lado virá a responsabilidade?
O que está em risco neste recinto? O que se negocia nesta sala?