Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil
O pavilhão da AzulPitanga nasce do contraste entre o rigor da produção industrial e a delicadeza do gesto manual. Sua estrutura é definida por um grid modular de 1×1 metro, que se repete até conformar um espaço de 4×4 metros, sustentado por pilares de vergalhão de aço com 2,10 metros de altura. Essa malha regular, de caráter industrial e racional, serve de suporte para planos de fibras de bananeira trançadas artesanalmente, que percorrem a estrutura em diferentes direções. As tramas variam em densidade e opacidade, filtrando a luz, marcando percursos e criando superfícies permeáveis que dão textura viva ao espaço.
A espacialidade se organiza a partir de uma dualidade não convencional: o perímetro coberto conforma um “fora” sombreado e protegido, enquanto o centro, descoberto, revela o vazio como “dentro”, aberto à luz e à visão expandida. No coração do pavilhão, um relógio mecânico de torre introduz a dimensão do tempo. Movido à corda, ele precisa ser acionado periodicamente durante a exposição. Assim, marca o tempo industrial, o tempo da natureza e o tempo da artesania — tempos que aqui se encontram em uma mesma trama espacial.
A fibra que reveste o pavilhão é produzida pela Fibrarte, associação de artesãs de Missão Velha (CE) – oitavo maior produtor de bananas do Brasil. A Fibrarte transforma o que seria resíduo da bananeira em matéria-prima. O relógio mecânico foi instalado por Geraldo Freire, da Metalúrgica Freire, em Juazeiro do Norte, referência na produção e manutenção de relógios e sinos de torre.