Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil
O interesse por novos materiais tem orientado a pesquisa e a prática do Estúdio RAIN, que desde 2019 se dedica à investigação da resina vegetal derivada do óleo de mamona.
Na fase inicial, o estúdio concentrou-se na experimentação do biomaterial, buscando expandir seu uso além da aplicação tradicional como verniz em camadas finas. O objetivo era possibilitar a moldagem de grandes volumes do material. Dessa etapa, resultaram filtros de luz em tom âmbar — a cor natural da resina. Posteriormente, a pureza do material foi desafiada pela introdução de ar durante o processo de catalisação do material. O aumento de bolhas conferiu à resina um aspecto esbranquiçado e translúcido, possibilitando o desenvolvimento de membranas espumadas de formas orgânicas, usadas como difusores de luz.
A série Rícino C apresenta um terceiro avanço nessa pesquisa. Nela, o polímero vegetal é combinado com agregados naturais para criar materiais compostos. Elementos orgânicos e minerais — como flores, frutas, raízes, algas, sementes e rochas — são incorporados à resina, resultando em superfícies com diferentes texturas, densidades e tonalidades, que podem ser aplicadas a distintas funções.
Em meio a essa pluralidade, a presença do grânulo é o fator unificador. Ele concentra a informação intrínseca do material, definindo suas características visuais e técnicas. O grânulo, porém, não existe de forma isolada: sua essência se manifesta no acúmulo — seja dispersando-se e colorindo a resina, seja sedimentando-se e conferindo dureza e opacidade.
Explorando as novas possibilidades, foi criada uma coleção de linhas ortogonais que evidenciam o caráter enigmático do material. Volumes robustos e silenciosos, quase monolíticos, se articulam entre si por meio de encaixes visíveis, revelando conexões. A série Rícino C expressa a natureza orgânica do polímero vegetal e sua capacidade de transformação, destacando a versatilidade e a beleza do material.