Implantação do projeto: Itália
Desenvolvimento do projeto: Itália
Estudantes do curso Learning from Abroad 2025: Andrea Moscatelli, Carmen Cicia, Chiara Di Cesare, Enrico Maria Corvese Ester Teresa Castillo Anis, Flavia Montegiglio, Francesco Di Gennaro, Gabriele Petrucco, Gianmarco Ottaviani, Hanna Helm, Leonardo Brustolon, Nina Signolet e Valentina Martucci
Vivemos uma crise climática sem precedentes. Apesar do Acordo de Paris de 2015, o mundo falhou em reduzir suas emissões. O ano de 2023 bateu recordes, e 2024 confirma uma tendência ainda mais alarmante. Climatologistas admitem que suas previsões foram otimistas: o limite de 1,5°C, previsto para 2030, já foi superado. A relação entre emissões de carbono, aumento da temperatura e elevação dos oceanos é hoje incontestável.
Neste contexto crítico, a disciplina Learning from Abroad da Universidade Roma Tre, propõe uma reflexão projetual urgente, reconhecendo o desafio desta geração de arquitetos, chamada a atuar num cenário de incertezas e mudanças aceleradas. O projeto L’Architettura Inevitabile enfrenta o imprevisível: não sabemos o futuro nível do mar, o efeito nas cadeias produtivas, infraestrutura e migração climática, com impactos territoriais em escala planetária.
Algumas cidades terão recursos para conter o mar, mas não a maioria É hora de abandonar a ideia de dominar a natureza: a água é mais forte e antiga que nós. Devemos aprender a conviver com ela e reinterpretar os territórios com inteligência.
Os alunos trabalharam o tema a partir de um caso específico, a Isola Sacra, no litoral romano. Assumiu-se o cenário de elevação do nível do mar em 2 metros — extremo, mas cada vez mais plausível. Em conjunto, eles estudaram a história e as características do local. Em seguida, organizados em subgrupos, desenvolveram projetos arquitetônicos integrados, sem perder de vista decisões coletivas. As escalas regional, local e arquitetônica caminharam juntas — como deve ser.
Este trabalho apresenta um Masterplan coletivo composto por cinco projetos distintos, porém intimamente integrados. Cada um enfrenta a água de modo único: um centro cultural que se transforma com as marés; um hospital sobre palafitas; casas flutuantes e escola que se elevam com a água; um centro esportivo que integra a água como paisagem; e um complexo arqueológico que inclui a transformação do território em seu discurso.
Em todos, o tempo e a água são protagonistas.
Por fim, um último projeto ainda permanece como embrião para uma futura reflexão: o parque arqueológico do futuro. Uma área mais densa da Isola Sacra, que será tomada pela água e pela vegetação, será transformada numa ruína visitável, monumento ao nosso tempo e às contradições da ocupação territorial.
Vale lembrar: trata-se de um exercício de poucos meses, com alta complexidade, do território ao edifício. Nem o Masterplan, nem os projetos se pretendem finais. Mesmo sem o tempo, a profundidade e a interdisciplinaridade que o tema exige, os alunos lançaram-se num desafio doloroso, mas urgente. O projeto dos alunos Andrea Moscatelli, Carmen Cicia, Chiara Di Cesare, Enrico Maria Corvese Ester Teresa Castillo Anis, Flavia Montegiglio, Francesco Di Gennaro, Gabriele Petrucco, Gianmarco Ottaviani, Hanna Helm, Leonardo Brustolon, Nina Signolet e Valentina Martucci pode ser entendido em maior detalhe aqui: https://acesse.one/tQjaH