Arquipélagos do Rio Mar

Isabella Simões e Pedro Brito

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Arquipélagos do Rio Mar investiga as mudanças ambientais na bacia do Rio Amazonas, no Brasil, com foco na documentação e análise dos arquipélagos fluviais ameaçados a desaperacer devido às alterações climáticas. A pesquisa busca compreender as dinâmicas dessas ilhas, olhando para seus processos e condições específicas como elementos fluidos em meio à floresta tropical. O trabalho organiza uma narrativa gráfica dividida em três escalas de análise, registrando suas transformações desde a dimensão regional até à local, a partir de dois estudos de caso extremos. Estes evidenciam a complexa relação entre os assentamentos humanos e as paisagens do Rio Amazonas, fundamentais como fonte de alimentação, transporte e subsistência.

A primeira abordagem propõe uma análise da “escala territorial”, localizando os arquipélagos no conjunto da paisagem amazônica por meio de mapas, relatórios e notícias. A segunda oferece uma leitura da “escala local”, abordando dois casos: o Arquipélago de Anavilhanas, ameaçado pela seca, e o de Marajó, sob risco de inundação pela elevação do nível do mar, através de cartografias aproximadas e um trabalho de campo. Por fim, a terceira abordagem apresenta a “escala empírica”, revelando as adaptações desenvolvidas por comunidades locais e documentando as indicações físicas das mudanças climáticas por meio de desenhos analíticos, imagens e entrevistas.

O resultado é a organização de um atlas de transformação, criando registros visuais e representações que evidenciam a interdependência entre comunidades e paisagens locais — e como suas dimensões sociopolíticas serão afetadas pelas mudanças climáticas. Dessa forma, tais cenários introduzem uma reflexão sobre a urgência da conservação e adaptação de estruturas sociais enraizadas nesses territórios, trazendo à tona noções de justiça climática, preservação e transição ecológica, e compreendendo esses elementos remanescentes na paisagem como vestígios de uma nova condição socio-climática extrema.

Esse trabalho foi possível através do financiamento da bolsa de pesquisa Penny White Research Fund pelo departamento de Landscape Architecture da Harvard Graduate School of Design.

Agradecemos a todas e todos que participaram e visitaram a 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, de 18 de setembro a 19 de outubro de 2025

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.