As propostas da Oficina deverão buscar novas maneiras de enfrentar as questões referentes à adaptação e atenuação das mudanças climáticas, através do projeto interdisciplinar, associando alunos universitários e jovens diplomados, pesquisadores e professores dos dois paises. Por interdisciplinaridade entendemos associar arquitetos, urbanistas, paisagistas, geografos, engenheiros, ambientalistas, artistas e designers. As propostas deverão responder às questões do clima, dos materiais, da economia de energia, da reciclagem, da proteção da água, da biodiversidade e da paisagem natural da floresta.
Para isso pretendemos associar, desde as primeiras intenções de projeto,ou seja, dentro do proprio processo de concepção, a ciência e tecnologia das diferentes disciplinas com os saberes das populações indígenas e quilombolas, atraves da integração, valorização e interpretação no projeto dos modos de implantação e construtivos ancestrais.
O objetivo a longo prazo é de realizar protótipos em diferentes situações urbanas atraves de exercicios de projeto, criando exemplos de possiveis futuros mais sustentáveis, sensibilizando populações locais, responsáveis, jovens profissionais, pesquisadores e escolas.
O primeiro workshop com estudantes franceses e brasileiros será realizado em 2026 no terreno de 36 ha da reserva « Fruta do Lobo » em Bananal, onde já foram plantadas 70.000 arvores nativas da Mata Atlântica em lugar do pasto pela Fundação SOS Mata Atlântica.
A RPPN realiza desde 2023 diferentes eventos com as escolas locais com plantios, pedagogia ambiental e intervenções artisticas por artistas convidados cada ano.
O tema do workshop de arquiterura será o turismo « ecologico » dentro do perimetro da RPPN. Os alunos deverão imaginar equipamentos e estruturas imersas na jovem floresta para acolher pesquisadores, observadores da biodiversidade, estudantes, assim com um espaço coletivo para grupos, debates, conferências e pesquisas ligadas às questões relacionando clima, resiliência da construção, preservação da natureza, ancestralidade e arte.
Durante a Oficina da Bienal os convidados franceses e brasileiros serão solicitados para pensarem juntos a estrutura do workshop no terreno da Fruta do Lobo e sua replicação futura, em termos de métodologia, para outras situações.
A produção final da Oficina seria uma obra coletiva propondo uma maneira de organizar e conduzir o processo de projeto territorial e arquitetônico num mundo mais quente, à partir da fabricação de uma linguagem em comun entre o mundo da cultura indigena e tradicional e o mundo do saber cientifico.
França :
Jérémie Bedel, arquiteto urbanista, diretor da agência Studio Mundis (Paris), professor de teorias e praticas do projeto arquitetônico e urbano no International Terra Institute, associado ao projeto Fruta do Lobo.
Michel Hoessler, agência TER, paisagista urbanista, Prêmio Paisagem 2007, Grande Prêmio de Urbanismo 2018 (França).
Sophie Moreau, arquiteta, diretora de Ação Estratégica, Direção de Pesquisa e Inovação no CSTB (Centre technique et scientifique du bâtiment) Paris.
Boris Weliachew, arquiteto e engenheiro civil, especialista em riscos, principalmente deslizamentos de terrenos e gestão da água, Doutor em arquitetura e professor na Escola de Arquitetura Paris Val de Seine
Laurent Salomon, Doutor em arquitetura, Chevalier de l’ordre des Arts et Lettres, Chevalier de l’ordre des Palmes Académiques, Presidente honorifico da Sociedade Francesa dos Arquitetos, membro da Academia de Arquitetura Paris.
Mauricio Guillermo Corba Barreto Arquiteto e pesquisador, Doutor em Arquitetura, formado na Colombia, Mexico, Brasil e França. Especializado em habitat rural e em construção em terra, associa concepção, pesquisa e formação em projetos de desenvolvimento na Africa Subsaariana. Trabalha na Escola Nacional Superior de Arquitectura de Grenoble, Laboratório do Instituto CRATerre.
Brasil:
Sérgio Marques, Arquiteto e Urbanista (FAU/UniRitter, 1984). Sócio MooMAA com projetos de arquitetura e urbanismo na área do meio ambiente. Professor Associado Depto. Arquitetura / PROPAR / UFRGS. Coordenador do DOCOMOMO Sul Núcleo RS. Integrante do grupo Plano Coletivo, vencedor do projetos e curadoria para o Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza (2025).
Sandoval Amparo dos Santos, mestrado em arquitetura e urbanismo, Doutorado em geografia, professor de Geografia na Universidade do Pará, foi geografo da Funai. Diretor do filme “O pranto de Poinkarah” selecionado para o Festival Internacional de Cinema de Pila, Argentina.
Mryxore Kayapo indigena da aldeia Las Casas, sul do Pará, Arquiteto e Mestre dos Saberes Ancestrais, colaborador do Ob-Ter, Observatorio Interdisciplinar de Politicas Publicas, Movimentos Sociais e Territorialidades do sul do Estado do Pará.
Jucimar Ipaikire Rondon, Arquiteto e urbanista, indigena Kura-Bakairi, construtor e colaborador em pesquisas sobre arquitetura indigena em Mato Grosso.
José Henrique Penido Monteiro, Engenheiro mecânico de produção (PUC-RIO), atualmente engenheiro especializado na COMLURB (Rio de Janeiro), onde se destacou por liderar projetos estratégicos como o tratamento de residuos da Unidade de Biometanização no Ecoparque do Caju (RJ). Foi Subsecretário de Estado do Meio Ambiente RJ, é consultor OPAS, PNUD, GIZ, Banco Mundial e BID.
Helena Ayoub, Arquiteta, professora e Doutora FAU-USP, Departamento de Projeto ,grupo de disciplinas de Projeto de Edificações, diretora técnica de Helena Ayoub Silva& Arquitetos Associados
Convidados especiais que participarão da oficina :
Sérgio Magalhães, Arquiteto doutor em urbanismo, professor de Urbanismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ
Nivaldo de Andrade, Arquiteto urbanista, vice presidente das Américas para a UIA
Ana Altberg, Arquiteta PUC Rio, mestre FAU-USP, estudio no Rio de Janeiro, co-autora do livro “8 Reações para o Depois” e projeto Casa na Bocaina premiado pelo IAB-SP.
José Afonso Botura Portocarrero, Arquiteto em Cuiabá, autor de “Tecnologia indigena em Mato Grosso”, secretário do Meio Ambiente, Prefeitura de Cuiabá
Claudia Macedo, Vice-presidenta do Instituto Biosfera IBIOS
Diego Igawa, Biologo, representando a Fundação SOS Mata Atlântica, coordenador de projetos no programa de Areas Protegidas.
Ana Fernandes Xavier, representando a Fundação Florestal de São Paulo.
Dia 7 : Experiências positivas: debate de 17h às 18h com Sérgio Marques, arquiteto UFRGS, Michel Hoessler paisagista FR, Mauricio Corba arquiteto – laboratorio CRAterre FR, Mryxore Kayapo, arquiteto indigena do sul do Pará
Dia 8 : Primeiras propostas : Debate de 17h às 18h com Helena Ayoub arquiteta FAUUSP, Sandoval Amparo geografo Universidade do Pará, Boris Weliachew, arquiteto/engenheiro FR, José H. Penido, engenheiro COMLUR RJ
Dia 9 : Proposta final: debate de 17h às 18h30 com Jucimar Ipaykire, arquiteto e urbanista indigena BR, Laurent Salomon arquiteto FR e Jérémie Bedel arquiteto FR
Concepção da Oficina : arquitetos Cristina Garcez e Jérémie Bedel, com a colaboração de Sérgio Magalhães et Nivaldo de Andrade
Organização : Cristina Garcez e André Cid Nogueira Alves, equipe RPPN Fruta do Lobo
Patrocinio : Associação Guarambá « le réveil de la forêt Mata Atlantica » – Paris
Apoio : Fundação SOS Mata Atlântica, Fundação Florestal de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, ONE TREE PLANTED (USA), Instituto IBIOS, CSTB (Centro cientifico e de Pesquisa sobre Construções, Paris)
Gratuito
A oficina é fechada para os participantes convidados.