Arquitetura em três tempos: centro de visitantes banco dos cajuais – aquasis

Rede Arquitetos e Aquasis

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Um dos grandes impactos da crise ambiental é a extinção de espécies animais. Trabalhar para manter e preservar a fauna, em especial a que está ameaçada, é um dos principais desafios que se colocam na atualidade se quisermos seguir coexistindo com a natureza. É nesse sentido que se visualiza a relevância da atuação da ONG Aquasis – Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos – por agir na preservação de espécies animais do nordeste brasileiro ameaçadas de extinção, com foco na biodiversidade do Ceará.

Em atividade há mais de 30 anos, a ONG possui uma sede localizada na praia de Picos, em Icapuí, no litoral leste cearense. Em 2020, a partir da demanda da instituição por espaços para visitação e divulgação do conhecimento sobre a conservação ambiental na região, começamos a trabalhar no projeto do Centro de Visitantes Banco dos Cajuais. Com orçamento e cronograma limitados, em meio à pandemia da COVID-19, o desafio de pensar esse projeto acabou sendo algo que até hoje faz parte da nossa prática. Até agora, já foram construídos dois blocos: o primeiro (2020-2021) destinado a exposições, um pavilhão mais fechado; o segundo (2023-2024), mais aberto, para reunir grupos maiores e dar suporte de infraestrutura de banheiro para o complexo. Além dos blocos, os fluxos internos do terreno e o muro de acesso também foram repensados no projeto.

Outras estruturas para o conjunto ainda estão em desenvolvimento e com possibilidade de execução futura. Ou seja, este foi, e tem sido, um projeto pensado ao longo do tempo, e mais do que apresentar os espaços que vêm sendo projetados e construídos desde então, propomos apresentar esse projeto em três tempos.

O primeiro tempo – construção – parte da sua leitura por etapas. Assim, para além de uma composição de elementos isolados, o projeto é pensado como um sistema que, em suas fases, possui uma lógica pavilhonar composta de nichos que se adequam e adaptam às especificidades de cada momento e programa. O segundo tempo é o da luz, da qual tiramos partido como elemento compositivo: seja pela inversão entre os volumes brancos e claros que escondem pequenas aberturas durante o dia que somem à noite, dando lugar a pequenos feixes de luz artificial, seja pela posição estratégica de aberturas como o vazio quadrado no segundo edifício do conjunto, que permite a entrada de uma luz que marca a passagem do dia no espaço interno, ou mesmo nas empenas brancas que servem de anteparo para a sombra irregular da vegetação do entorno. Por fim, considerar o tempo na arquitetura é considerar sua dimensão de uso e apropriação. Assim, os espaços criados são imbuídos de amplitude e indeterminação, permitindo que as mais diversas atividades aconteçam. Acompanhar as apropriações desses espaços e aprender com elas faz com que o projeto adquira um caráter de incompletude, não finalizado na entrega da obra, mas continuando a existir e resistir, potencializando seus usos e apropriações, inclusive as mais imprevistas e improváveis.

TOUR VIRTUAL DA 14ª BIAsp 

A 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, Extremos: Arquiteturas para um mundo quente, se expandiu para além do espaço físico e agora pode ser visitada de qualquer lugar! 

O tour virtual propõe uma nova leitura da exposição, que ocorreu de 18 de setembro a 19 de outubro na Oca no Parque Ibirapuera, permitindo percursos de forma fluida, livre e intuitiva entre os ambientes. Durante a visita estão disponíveis os conteúdos curatoriais, imagens em alta definição e detalhes que aprofundam a compreensão espacial e conceitual das obras. 

A plataforma amplia o acesso, preserva a memória da Bienal e cria novas formas de vivenciar a arquitetura. 

Visite aqui a 14ª BIAsp!  

Explore no seu próprio ritmo, revisite percursos e aprofunde experiências. 

Em breve o tour virtual estará disponível no site do IABsp (Instituto de Arquitetos do Brasil – dep. São Paulo)