Árvores e Justiça Térmica

Lucas Gobatti, Gabriela Alves, Rodrigo F. Iacovini

A Justiça Térmica é um conceito emergente que busca compreender e enfrentar os riscos gerados pelo calor nas cidades, articulando dimensões ecológicas, tecnológicas e sociais. O aumento das ondas de calor, agravado pela urbanização densa e pela desigual distribuição da vegetação, não afeta todos da mesma maneira: populações periféricas e grupos historicamente marginalizados estão em maior vulnerabilidade. Por isso, discutir a Justiça Térmica implica também falar de Justiça Ambiental, da forma como o direito ao conforto térmico e ao abrigo se distribui no espaço urbano, e de como as políticas públicas podem garantir equidade diante da crise climática.

O painel propõe um diálogo a partir de experiências do Norte e do Sul Global, explorando como árvores e vegetação urbana podem atuar como infraestrutura viva para mitigar o calor e fortalecer a equidade socioespacial. Para isso, partimos de quatro dimensões fundamentais da justiça: distributiva, que trata da justa alocação de recursos e benefícios como sombra e conforto; de reconhecimento, que exige atenção aos grupos historicamente invisibilizados nas decisões urbanas; de capacidades, que considera não apenas a provisão de bens, mas as condições concretas para que indivíduos e comunidades possam viver e prosperar; e procedimental, que reforça a importância da participação e de processos inclusivos na tomada de decisão.

O painel contará com três pesquisadores convidados: Lucas Gobatti, Engenheiro-Arquiteto pela POLI-USP e FAU-USP, estudante de doutorado no MIT Senseable City Lab (Estados Unidos) e ETH Zürich (Suíça), e pesquisador em clima urbano e infraestrutura verde-azul, com trabalhos que integram modelagem climática, justiça socioambiental e políticas públicas. Gabriela Alves, Cientista Social pela UNIFESP e Urbanista Social pelo Insper, Co-fundadora e Diretora do Instituto Perifa Sustentável, atua com inovação social, justiça racial e ambiental, transição energética justa e desenvolvimento comunitário em territórios periféricos. Rodrigo F. Iacovini, Doutor em Planejamento Urbano e Regional pela FAUUSP e graduado em Direito pela UFC, é Diretor Executivo do Instituto Pólis, onde Coordena a Escola da Cidadania, é parte do Comitê Gestor do Programa Cidades Verdes Resilientes do Governo Federal, além de atuar como consultor para organizações da sociedade civil em processos de planejamento estratégico e avaliação institucional.

Ao reunir perspectivas interdisciplinares e trajetórias diversas, o painel busca ampliar a compreensão da Justiça Térmica como um campo de ação e reflexão que conecta o direito à cidade com a urgência climática, contribuindo para práticas urbanas mais inclusivas e resilientes.

Gratuito
Inscrições:


As inscrições devem ser feitas aqui.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (18.10)

10h – mesa Agir para a adaptação climática a partir do Poder Público

10h – oficina Maratona de design para comunicar cidades justas, resilientes e de baixo carbono

14h – mesa Alcançando a descarbonização e a resiliência no ambiente construído

15h – Lançamento Livro Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis – Natureza, inovação e justiça socioambiental

16h – Lançamento da Publicação do II Seminário Emergência Climática e Cidade

18h30 – Sessão de Encerramento + Premiação do Concurso Internacional de Escolas da 14ª BIAsp 

AMANHÃ (19.10)

16h – Deixe a água fluir…Uma homenagem para o arquiteto Kongjiang Yu e para os cinegrafistas Luiz Ferraz e Rubens Crispim 

17h – atividade Panorama Urgente! Visita ao projeto Panorama Lab no Jardim Panorama 

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

A Bienal está aberta até 19 de outubro!

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.