Casa Catimbau

AzulPitanga

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Em meio à caatinga, a Casa Catimbau propõe uma arquitetura fragmentada, organizada ao redor do fogo, em diálogo com o tempo da terra e o modo de viver da moradora. Construída com taipa de pilão e madeira reaproveitada, materializa um pensamento fronteiriço, onde arquitetura e paisagem são continuidade.

Contexto

Localizada no município de Buíque, interior de Pernambuco, a casa se insere no Parque Nacional do Catimbau — a segunda maior unidade de conservação arqueológica do Brasil, e uma das áreas mais representativas da caatinga. O terreno, de topografia plana e solo arenoso, integra uma paisagem aberta, de vegetação rasteira e horizontes largos, marcada por formações rochosas e clima semiárido, com chuvas escassas e intensas.

Projeto

O projeto parte desse contexto para propor uma arquitetura em diálogo direto com o território. Composta por quatro blocos autônomos organizados ao redor de um pátio, a casa propõe uma forma de habitar descentralizada, que valoriza o estar ao ar livre. A taipa de pilão, feita com a terra local, dá forma às paredes. A madeira, proveniente do reaproveitamento de um antigo galpão da região, estrutura coberturas leves e ventiladas.

A Casa Catimbau responde às condições do sertão com soluções construtivas simples, eficazes e integradas ao território. A arquitetura atua como mediadora entre clima, solo e modos de viver — não para domesticar a paisagem, mas para coexistir com ela.

Conforto térmico passivo

A taipa de pilão garante isolamento térmico eficiente. O arranjo fragmentado dos blocos permite ventilação cruzada, enquanto as coberturas ventiladas facilitam o escape do ar quente acumulado.

Eficiência hídrica e reaproveitamento

A casa opera fora de redes públicas. Todo o ciclo da água é tratado localmente: vala de infiltração para a pia da cozinha; bacia de evapotranspiração para as bacias sanitárias; ciclo de bananeiras para pias e ralos. Esses sistemas ecológicos promovem o uso consciente da água, reciclam nutrientes e evitam a contaminação do solo.

Construção de baixo impacto e capacitação local

Além de empregar materiais de baixo carbono, a obra também ativou saberes. A técnica da taipa de pilão era desconhecida na região, o que motivou a realização de uma capacitação prática, promovendo a autonomia da mão de obra e fortalecendo a cultura construtiva do território.

Mais do que uma casa eficiente, a Casa Pátio é também espaço de aprendizado. Uma arquitetura que se constrói junto com o lugar, climática por origem, e não por tendência.

AzulPitanga

O AzulPitanga, fundado em 2018, surgiu da associação dos arquitetos André Moraes e Carolina Mapurunga, formados pela FAU UFPE. Atuante na área de projetos de arquitetura nas mais variadas escalas. Reconhecido pela inventividade, pela experimentação com técnicas construtivas tradicionais e pela produção de projetos contemporâneos de natureza autóctone. Ganhadores dos prêmios IAB 2021, 2023 e 2024.

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (18.10)

10h – mesa Agir para a adaptação climática a partir do Poder Público

10h – oficina Maratona de design para comunicar cidades justas, resilientes e de baixo carbono

14h – mesa Alcançando a descarbonização e a resiliência no ambiente construído

15h – Lançamento Livro Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis – Natureza, inovação e justiça socioambiental

16h – Lançamento da Publicação do II Seminário Emergência Climática e Cidade

18h30 – Sessão de Encerramento + Premiação do Concurso Internacional de Escolas da 14ª BIAsp 

AMANHÃ (19.10)

16h – Deixe a água fluir…Uma homenagem para o arquiteto Kongjiang Yu e para os cinegrafistas Luiz Ferraz e Rubens Crispim 

17h – atividade Panorama Urgente! Visita ao projeto Panorama Lab no Jardim Panorama 

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

A Bienal está aberta até 19 de outubro!

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.