Cinema, arquitetura e sociedade: registros de um mundo quente

Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

————

Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

————

SESSÃO  1

QUEBRANTE

Documentário, curta-metragem, 23 minutos
Ano: 2024
País: Brasil
Direção: Janaina Wagner
Produção: Janaina Wagner

Sinopse

Um contra-feitiço, QUEBRANTE percorre as ruínas da Rodovia Transamazônica BR-230 e sua fantasmagoria, retratando suas pedras e seus fantasmas. Situado na pequena cidade de Rurópolis (PA) – a primeira a ser construída na Rodovia para servir de base aos trabalhadores que a construíram – QUEBRANTE acompanha Dona Erismar, conhecida na região como “A Mulher das Cavernas”. Professora aposentada do Ensino Fundamental, Dona Erismar foi a responsável pela descoberta das cavernas da região: entrava nos buracos escuros e desconhecidos até seus fins, apenas com uma vela nas mãos e um isqueiro amarrado na calça – caso a chama se apagasse. Uma conversa entre as pedras e a lua, QUEBRANTE é livremente inspirado no projeto de Robert Smithson, THE TRULY UNDERGROUND CINEMA (1971) e no filme THE VERY EYE OF THE NIGHT (1958) de Maya Deren.


IRACEMA: UMA TRANSA AMAZÔNICA

Documentário/ ficção, longa-metragem, 90 minutos
Ano: 1974
País: Brasil
Direção: Jorge Bodanzky, Orlando Senna
Produção: Stopfilm

Sinopse

Em 1970, um motorista de caminhão, sulista, em Belém do Pará, durante as festas do Círio de Nazaré, conhece Iracema, uma jovem índia prostituída. Dá-lhe uma carona, deixando-a num lugarejo no meio da estrada. A viagem, como todo o filme, serve como pretexto para que sejam mostrados problemas da região – desmatamento, más condições de trabalho e saúde, venda de camponeses em confronto com a fantasiosa propaganda institucional.

————

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

Fique atento, três atividades acontecem antes da abertura da Bienal:

13/09 – atividade associada | oficina Terra em trama (foto ao lado);
15/09 – oficina Imaginando arquiteturas para um mundo quente – módulo 1 (inscrições até 13/09);
17/09 – dois filmes da 1ª sessão da Mostra Cinema, arquitetura e sociedade: Registros de um mundo quente.

(A programação ainda está em processo de inclusão no site; em breve ela estará completa)