Implantação do projeto: Argentina e Alemanha
Desenvolvimento do projeto: Argentina e Alemanha
Todos os anos, mais de 10 milhões de toneladas de conchas marinhas—principalmente de ostras, mariscos, vieiras e mexilhões—são descartadas como lixo. Este projeto explora como recursos de origem marinha, frequentemente negligenciados como subprodutos, podem servir como base para a experimentação material na arquitetura, design, artesanato e ciência. Ele destaca práticas inovadoras com materiais que redefinem a relação entre o ambiente construído e os ecossistemas que o sustentam.
Abrangendo múltiplas escalas—de edifícios e elementos construtivos a cadeias de valor de materiais—o projeto examina como o design pode fomentar novas interdependências entre materiais, construção e sistemas ecológicos.
No centro desta exploração está a pesquisa colaborativa da arquiteta ambiental Angie Dub e da designer experimental Heidi Jalkh, que estão transformando conchas descartadas em um material sustentável para o ambiente construído. Ao combinar conchas trituradas com biopolímeros à base de algas, elas produzem uma biocerâmica que não requer calor, composta inteiramente de biomassa marinha. Esta pesquisa baseada na prática repensa as cadeias de valor bioregiomais, explorando o potencial dos resíduos de alimentos marinhos em territórios urbanos como Buenos Aires e Berlim, onde as designers estão baseadas.
Através de protótipos, matérias-primas, componentes moldados e amostras de teste desenvolvidos durante a fase de pesquisa, o projeto fornece uma exploração aprofundada da transformação do material, de concha para ladrilho.
A CONQ apresenta um sistema de construção modular emergente, ilustrando o potencial de aplicação desta biocerâmica à base de concha e apontando para futuras trajetórias de pesquisa. Além disso, as amostras de materiais mostram as diversas cores e acabamentos que surgem naturalmente de diferentes espécies de conchas, demonstrando a variabilidade inerente do material e o equilíbrio do design entre desempenho mecânico e versatilidade estética.
O projeto ressalta a urgência da transição de práticas extrativistas de materiais para economias regenerativas e circulares. Em vez de ver matérias-primas como recursos inertes e extraíveis, ele propõe uma abordagem sistêmica e dinâmica, uma que reconhece as profundas interconexões entre materiais, edifícios e os ecossistemas que os sustentam.