Entre margens: uma cidade em camadas

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Estudantes: Caroline Jahn, Fabiane Calistro, Guilherme Staub, Yan Kruchin

Entre Margens: uma cidade em camadas é um projeto que busca reconciliar Porto Alegre com o Lago Guaíba, ressignificando um de seus maiores símbolos de separação: o Muro da Mauá. Porto Alegre sempre foi moldada por sua relação com a água — uma presença que, ao longo do tempo, tornou-se tanto identidade quanto desafio. O Guaíba, antes espaço de encontro e lazer, hoje é também limite físico e simbólico, marcado por enchentes que expõem a vulnerabilidade da infraestrutura urbana frente às mudanças climáticas.

Erguido como barreira contra as cheias, o muro acabou por afastar a cidade de sua orla, transformando o contato com a água em ausência. Ao tentar conter o rio, a cidade conteve a si mesma, relegando o lago a um pano de fundo inacessível. A proposta parte do reconhecimento dessa ruptura e busca transformá-la em oportunidade: reconfigura o muro não como barreira, mas como linha de costura entre o natural e o construído, entre passado e futuro.

O projeto redesenha essa borda rígida como espaço de encontro, circulação e permanência. Um passeio elevado conecta o Centro Histórico ao Cais Mauá, devolvendo protagonismo ao pedestre e oferecendo espaços de lazer, contemplação e mobilidade ativa. Faixas verdes e ciclovias percorrem o traçado, auxiliando na drenagem urbana e trazendo conforto ambiental, enquanto os galpões do cais são reativados como polos culturais, gastronômicos e comunitários.

Sua materialidade reforça esses princípios: uma estrutura leve e sustentável, em madeira engenheirada e módulos pré-fabricados, com soluções de infraestrutura verde – como jardins de chuva, pavimentos permeáveis e vegetação nativa – ampliando a resiliência urbana diante de eventos extremos.

Entre Margens não apaga a história: reconhece as camadas da cidade, suas fronteiras e contradições. O Muro da Mauá permanece — mas agora, é chão. É caminho. É cidade.

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (10.10)

14h30 – mesa Periferia Sem Risco no contexto de mudanças climáticas

16h – mesa Conhecer para Transformar: Planos Comunitários de Redução de Risco e Adaptação Climática

18h30 – mesa Adaptação inclusiva: Soluções Baseadas na Natureza nas Periferias

9h – Oficina desenho: a arquitetura de Oscar Niemeyer no Parque Ibirapuera e o desafio climático

NOS PRÓXIMOS DIAS (11 a 14.10)

ATENÇÃO a mesa Palmas: Há 36 anos, a capital ecológica do Tocantins que seria realizada no dia 11.10 | 19h foi cancelada.

11.10 e 12.10 | 9h – oficina Inventa(rio) Fronteiras: Jogando por cidades multiespécies

11.10 | 10h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 11h – mesa Aprendendo a habitar o antropoceno: a crise da arquitetura

11.10 | 14h – mesa Architecture for Learning and Civic Use

11.10 | 15h – mesa Culture and Public Architecture

11.10 – 15h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 16h – mesa Reconnecting with Nature & Circular Design

11.10 | 17h – mesa Architecture of Belonging: Interpreting Heritage Through Place

12.10 | 10h – mesa Vivência: Refúgios Climáticos e Espaços Públicos Naturalizados, com Ecobairro

12.10 | 10h30 – mesa Infâncias e Clima: Justiça Climática em Territórios Vulneráveis

12.10 | 10h30 – Oficina de Birutas com o Coletivo Flutua 

12.10 | 15h – mesa Fazer muito com pouco: arquiteturas para um planeta em transição com Esteban Benavides do escritório Al Borde

12.10 | 16h30 – mesa Terra – construindo um futuro sustentável e democrático 

12.10 | 17h45 – mesa Presença francesa na Bienal e exibição do filme AJAP – Álbuns de Jovens Arquitetos e Paisagistas

13.10 – atividade Ação Pantanal no IABsp

14.10 | 10h – mesa Panorama Urgente! O espaço como ato de permanência

14.10 | 18h – Lançamento do Guia “Educação Baseada na Natureza”

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

E tem muito mais até 19 de outubro!

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.