Galeria Yayoi Kusama

Fernando Maculan (MACh Arquitetos), Maria Paz (Rizoma Arquitetura)

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A Galeria Yayoi Kusama abriga duas instalações da artista no Inhotim: “I am here but nothing” e “Aftermath of obliteration of eternity”. As obras são conhecidas por atrair uma grande quantidade de pessoas que, inevitavelmente, formam longas filas de espera. Dessa maneira, o projeto de arquitetura deve responder não só ao abrigo das obras de arte, mas à criação de um espaço protegido para o tempo de espera e para a preparação do público à experiência única proporcionada pelas instalações.
A solução proposta para a cobertura de sombreamento segue um princípio de utilização mínima de elementos estruturais, com uma sucessão de cabos de aço dispostos paralelamente, conectando o ponto mais alto próximo à crista do talude de corte do terreno ao ponto mais baixo, na extremidade oposta do platô. Essas linhas, com uma curvatura sutil, reconstroem metaforicamente o perfil original do terreno, na forma mais natural possível. O projeto procura reconhecer o terreno, que sofreu intervenção prévia para criação do platô e também os taludes que o envolvem, ajustando-se à topografia dada. A cobertura tensionada visa a ativar a espacialidade gerada pelo corte.
Em composição com uma tela metálica flexível é criada uma ampla superfície de suporte para o crescimento de uma vegetação trepadeira, a espécie Congea tomentosa, exótica e introduzida no Brasil na década de 60 por Burle Marx. A escolha desta planta deve-se a uma série de fatores: sua densidade, que favorece o sombreamento e certa retenção de água de chuvas; a ótima adaptação ao clima brasileiro, sem demandar cuidados especiais; e por seus evidentes atributos estéticos. A congeia atribuirá a noção de tempo e de transformação contínua ao projeto, alternando a coloração de sua inflorescência em tons de branco, rosa, lilás e cinza.
Sob a cobertura, o espaço abre-se horizontalmente para o jardim, por um lado, e eleva-se na direção da galeria, cujo desenho é definido por um plano vertical de chapas de aço patinável que atravessa toda a extensão entre os taludes laterais. Dessa maneira, a arquitetura não se caracteriza como um volume solto, mas sim como uma intervenção topográfica diretamente relacionada à configuração do terreno.
Ao longo das filas, cujo percurso é definido pelos diferentes materiais do piso – brita fina e lajotas de concreto – são criados pequenos largos com bancos de madeira, como um convite à permanência daqueles que visitam a galeria ou que estão apenas desfrutando da ambiência e da vista.
Visto por cima, como uma intervenção de cor na paisagem, o projeto conecta dois momentos da vegetação existente – a mata espontânea e o jardim planejado – e parece ocultar um mundo mágico a ser descoberto pelos visitantes do parque.

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (14.10)

10h – mesa Panorama Urgente! O espaço como ato de permanência

15h – Mini-oficinas de Biomateriais no Lab Vivo

17h – Mini-oficinas de Biomateriais no Lab Vivo

18h – Lançamento do Guia “Educação Baseada na Natureza”

NOS PRÓXIMOS DIAS (15 a 19.10)

15.10 | 10h – Por uma Adaptação Antirracista

15.10 | 14h – oficina senseBox:bike : bicicletas e dados com tecnologias abertas

15.10 | 15h – Encontros acadêmicos: Escola da Cidade conversa com os curadores

15.10 | 15h – oficina Ateliê sustentável: jóias e acessórios de plástico reciclado no Lab Vivo

15.10 | 18h – Assessorias técnicas a comunidades na Bahia

15.10 | 20h – atividade Carrinho Cine Fluxo na Ocupação Mauá

16.10 | 10h – Fórum de Presidentes CAU/SP

16.10 | 15h – Mini-oficinas de Biomateriais no Lab Vivo

16.10 | 17h – Mini-oficinas de Biomateriais no Lab Vivo

16.10 | 18h – mesa Reviver o Centro com Eduardo Paes (Prefeito do Rio de Janeiro e presidente da Frente Nacional dos Prefeitos), Alê Youssef (ex-Secretário de Cultura de São Paulo), Marta Moreira (sócia do escritório MMBB) 

16.10 – atividade Panorama Urgente! Visita ao Complexo Paraisópolis

17.10 | 10h – mesa Ciência Cidadã na Adaptação Climática

17.10 | 14h – mesa Mulheres Negras pelo Clima: fortalecendo as periferias urbanas 

17.10 | 15h30 – mesa Ação e justiça climática territorial

17.10 | 18h – mesa Periferia Viva

18.10 | 10h – mesa Agir para a adaptação climática a partir do Poder Público

18.10 | 10h – oficina Maratona de design para comunicar cidades justas, resilientes e de baixo carbono

18.10 | 14h – mesa Alcançando a descarbonização e a resiliência no ambiente construído

18.10 | 15h – Lançamento Livro Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis – Natureza, inovação e justiça socioambiental

18.10 | 16h – Lançamento da Publicação do II Seminário Emergência Climática e Cidade

18.10 | 18h – Sessão de Encerramento da 14ª BIAsp  –  Caminhos para o futuro

18.10 | 19h30 – Premiação do Concurso Internacional de Escolas na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura 

19.10 | 17h – atividade Panorama Urgente! Visita ao projeto Panorama Lab no Jardim Panorama 

19.10 – HOMENAGEM AO ARQUITETO KONGJIAN YU

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

A Bienal está aberta até 19 de outubro!

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.