Habitação de interesse social: as moradias anfíbias na Amazônia

Bianca Cuvello, Romano Veloso

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Bianca Cuvello, arquiteta e urbanista formada pela Universidade Federal do Amazonas, natural de Manaus, compreende que o desenvolvimento urbano da capital amazonense está intrinsecamente condicionado ao meio natural, em especial à extensa bacia hidrográfica que caracteriza a região. No entanto, a urbanização acelerada tem intensificado o fenômeno da periferização, gerando desafios complexos relacionados à inclusão social e ao acesso à moradia digna. A segregação espacial, nesse contexto, empurra populações de baixa renda para áreas onde a infraestrutura é precária e insuficiente.

Diante desse cenário, a proposta de habitações anfíbias surge como alternativa capaz de mitigar tais problemas, promovendo uma integração mais equilibrada entre os moradores e as áreas de várzea e alagadiças. A arquitetura anfíbia, concebida para se implantar sobre as águas, busca aliar sustentabilidade e inovação tecnológica a soluções construtivas adaptadas ao entorno, combinando duas tipologias estruturais fundamentais: a palafítica e a flutuante.

Essa estratégia reafirma os limites e potencialidades impostos pelos condicionantes naturais da Amazônia, ao mesmo tempo em que possibilita a ocupação de espaços urbanos historicamente negligenciados e pouco adensados. Além disso, a proposta dialoga com as questões sociais e habitacionais da cidade a partir de diretrizes projetuais alinhadas aos 5 pontos para uma arquitetura na Amazônia (Cereto, 2024). Trata-se, portanto, do objetivo de refletir sobre soluções habitacionais que não apenas respondam às especificidades ambientais de Manaus, mas que também promovam a integração social das populações marginalizadas ao tecido urbano consolidado.

Assim, a tipologia de habitações anfíbias pretende assegurar funcionalidade e eficiência, incorporando equipamentos adequados e sistemas construtivos coerentes com as restrições econômicas locais, especialmente em um contexto marcado pela escassez de recursos.

TOUR VIRTUAL DA 14ª BIAsp 

A 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, Extremos: Arquiteturas para um mundo quente, se expandiu para além do espaço físico e agora pode ser visitada de qualquer lugar! 

O tour virtual propõe uma nova leitura da exposição, que ocorreu de 18 de setembro a 19 de outubro na Oca no Parque Ibirapuera, permitindo percursos de forma fluida, livre e intuitiva entre os ambientes. Durante a visita estão disponíveis os conteúdos curatoriais, imagens em alta definição e detalhes que aprofundam a compreensão espacial e conceitual das obras. 

A plataforma amplia o acesso, preserva a memória da Bienal e cria novas formas de vivenciar a arquitetura. 

Visite aqui a 14ª BIAsp!  

Explore no seu próprio ritmo, revisite percursos e aprofunde experiências. 

Em breve o tour virtual estará disponível no site do IABsp (Instituto de Arquitetos do Brasil – dep. São Paulo)