Japiim

Tetro Arquitetura

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Precisamos nos reflorestar. Não há separação entre natureza e pessoas. Só existe natureza. A ecologia abrange tudo: humanos, animais, árvores, rios, peixes, chuva, vento e sol. A floresta é o todo, visível e invisível, um vasto organismo inteligente. Neste momento, os genes que compartilhamos com as árvores falam conosco, e podemos sentir sua grandeza. Trata-se de sentir a vida nos outros — em uma montanha, em um pássaro — e se envolver. A presença de outros seres não apenas compõem a paisagem, mas transforma tudo. Ou você ouve a voz de todos os seres que compartilham o planeta, ou declara guerra contra a vida.
A comunidade de Tumbira, antes dependente da extração ilegal de madeira, desmatava a floresta para sobreviver, em um ciclo de subsistência sem evolução. Com programas educacionais e o apoio da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em 2008, compreenderam que a floresta em pé era mais valiosa. Migraram para o ecoturismo e o turismo comunitário, atraindo visitantes do mundo todo. Essa transição trouxe progresso social: construção de escolas, casas, restaurante, sistema de energia solar e Wi-Fi. A FAS apoiou com conscientização, capacitação e investimentos em infraestrutura, fortalecendo a comunidade e seu vínculo com a floresta.
A pergunta que norteia o projeto é: “Como pensar uma arquitetura feita da floresta, para a floresta, que seja parte da floresta?” A resposta veio de dois conceitos fundamentais: o “ninho”, associado à proteção, acolhimento, tranquilidade e família; e o “caminho”, que simboliza a vivência coletiva, as trilhas e a integração humana com o ambiente.
Esses conceitos se traduziram em uma análise profunda do lugar, das pessoas e da cultura local, observando a interação entre vegetação e água nos igapós, os reflexos aquáticos, os labirintos das ilhas e os ninhos de japiins (Cacicus cela). A forma oval e a materialidade resultam dessa leitura, propondo uma inserção sensível e poética no ambiente. Galhos que recobrem as estruturas criam sombreamento natural em uma região de altas temperaturas, ultrapassando frequentemente os 30 °C.
Ao fim de sua vida útil, esses elementos podem retornar ao solo como matéria orgânica, reintegrando-se ao ciclo natural. O projeto também valoriza resíduos de madeira do manejo florestal em pequena escala, antes sem valor comercial, transformando-os em produtos que se alinham aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 1, 8, 12 e 13): erradicação da pobreza, trabalho decente e crescimento econômico, consumo e produção responsáveis, e ação climática.
Assim, a arquitetura proposta não apenas abriga, mas participa do ecossistema, refletindo a vida que pulsa na floresta e reforçando o papel humano como parte indissociável dela.

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (14.10)

10h – mesa Panorama Urgente! O espaço como ato de permanência

15h – Mini-oficinas de Biomateriais no Lab Vivo

17h – Mini-oficinas de Biomateriais no Lab Vivo

18h – Lançamento do Guia “Educação Baseada na Natureza”

NOS PRÓXIMOS DIAS (15 a 19.10)

15.10 | 10h – Por uma Adaptação Antirracista

15.10 | 14h – oficina senseBox:bike : bicicletas e dados com tecnologias abertas

15.10 | 15h – Encontros acadêmicos: Escola da Cidade conversa com os curadores

15.10 | 15h – oficina Ateliê sustentável: jóias e acessórios de plástico reciclado no Lab Vivo

15.10 | 18h – Assessorias técnicas a comunidades na Bahia

15.10 | 20h – atividade Carrinho Cine Fluxo na Ocupação Mauá

16.10 | 10h – Fórum de Presidentes CAU/SP

16.10 | 15h – Mini-oficinas de Biomateriais no Lab Vivo

16.10 | 17h – Mini-oficinas de Biomateriais no Lab Vivo

16.10 | 18h – mesa Reviver o Centro com Eduardo Paes (Prefeito do Rio de Janeiro e presidente da Frente Nacional dos Prefeitos), Alê Youssef (ex-Secretário de Cultura de São Paulo), Marta Moreira (sócia do escritório MMBB) 

16.10 – atividade Panorama Urgente! Visita ao Complexo Paraisópolis

17.10 | 10h – mesa Ciência Cidadã na Adaptação Climática

17.10 | 14h – mesa Mulheres Negras pelo Clima: fortalecendo as periferias urbanas 

17.10 | 15h30 – mesa Ação e justiça climática territorial

17.10 | 18h – mesa Periferia Viva

18.10 | 10h – mesa Agir para a adaptação climática a partir do Poder Público

18.10 | 10h – oficina Maratona de design para comunicar cidades justas, resilientes e de baixo carbono

18.10 | 14h – mesa Alcançando a descarbonização e a resiliência no ambiente construído

18.10 | 15h – Lançamento Livro Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis – Natureza, inovação e justiça socioambiental

18.10 | 16h – Lançamento da Publicação do II Seminário Emergência Climática e Cidade

18.10 | 18h – Sessão de Encerramento da 14ª BIAsp  –  Caminhos para o futuro

18.10 | 19h30 – Premiação do Concurso Internacional de Escolas na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura 

19.10 | 17h – atividade Panorama Urgente! Visita ao projeto Panorama Lab no Jardim Panorama 

19.10 – HOMENAGEM AO ARQUITETO KONGJIAN YU

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

A Bienal está aberta até 19 de outubro!

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.