Matrizes verdes: (re)significar a cidade existente

Centro Universitário Senac - Bacharelado de Arquitetura e Urbanismo

Desenvolvimento do projeto: Brasil

Como transformar a cidade existente? Como podemos projetar metamorfoses urgentes a partir de estruturas urbanas já construídas?

Os terminais de transporte metropolitanos são infraestruturas fundamentais no recebimento e redistribuição dos fluxos da população garantindo o deslocamento diário de milhões de pessoas entre as zonas de centralidades com zonas mais periféricas nas bordas da metrópole. Estas estruturas representam lugares onde a população transcorre um tempo significativo da própria jornada, convivendo em espaços inóspitos, áridos onde tudo é mercadoria!!
Embora sejam essenciais para a mobilidade da população, os terminais são construções de concreto e malhas metálicas em solo impermeável, cicatrizes significativas no tecido urbano. Muitas vezes, isolados e sem relação com os elementos urbanos existentes recebem os usuários sem função de acolhimento. Ao contrário, esta rede em condições climáticas extremas potencializa condições de risco e alagamento e fica ilhada do restante da cidade.

Diante desse contexto, a proposta “Matrizes Verdes” revela um ensaio projetual a partir da (re)significação urbana dos terminais de transporte e suas potencialidades: antes pontos de passagem, e agora, além da sua função modal, passam a operar como espaços de permanência e transformação ecológica e sobrevivência.
As matrizes trazem a natureza como o agente semeador e a fonte de recomposição ambiental e potencializador dos terminais de transportes e seus entornos. Os espaços urbanos degradados e subutilizados no entorno são incluídos no sistema da matriz e transformados em áreas permeáveis com captação, retenção e reaproveitamento de águas das chuvas; reflorestando com vegetação nativa; promovendo diminuição das altas temperaturas. Frutifica-se, então, dentro e fora das matrizes, ambientes de produção cultural, alimentação saudável e gratuita e acolhimento de pessoas em vulnerabilidade social.

À Matriz Barra Funda, foi dada à sua capacidade de alimentar, produzindo hortas urbanas junto ao Parque da Água Branca. Já na Matriz Luz, devido ao seu valor histórico e relação com os equipamentos culturais, foi dada à sua potencialidade de produção cultural. Por fim, a Matriz Brás, em respeito ao presença, sempre crescente, de imigrantes na cidade, foi atribuído o significado de acolhimento, em conexão com o museu dos imigrantes. Isso é abrigo e serviços para quem for chegar e partir, ou a qualquer pessoa que se encontre em uma situação vulnerável, longe do seu país.
Neste recorte urbano a ressignificação dos terminais em matrizes verdes promove a ampliação das funções públicos como práticas culturais, áreas de convívio, alimentação saudável e cuidado, oferta de serviços básicos (água potável e banheiros públicos) para o bem-estar coletivo e a construção de cidades mais justas e inclusivas.

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (10.10)

14h30 – mesa Periferia Sem Risco no contexto de mudanças climáticas

16h – mesa Conhecer para Transformar: Planos Comunitários de Redução de Risco e Adaptação Climática

18h30 – mesa Adaptação inclusiva: Soluções Baseadas na Natureza nas Periferias

9h – Oficina desenho: a arquitetura de Oscar Niemeyer no Parque Ibirapuera e o desafio climático

NOS PRÓXIMOS DIAS (11 a 14.10)

ATENÇÃO a mesa Palmas: Há 36 anos, a capital ecológica do Tocantins que seria realizada no dia 11.10 | 19h foi cancelada.

11.10 e 12.10 | 9h – oficina Inventa(rio) Fronteiras: Jogando por cidades multiespécies

11.10 | 10h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 11h – mesa Aprendendo a habitar o antropoceno: a crise da arquitetura

11.10 | 14h – mesa Architecture for Learning and Civic Use

11.10 | 15h – mesa Culture and Public Architecture

11.10 – 15h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 16h – mesa Reconnecting with Nature & Circular Design

11.10 | 17h – mesa Architecture of Belonging: Interpreting Heritage Through Place

12.10 | 10h – mesa Vivência: Refúgios Climáticos e Espaços Públicos Naturalizados, com Ecobairro

12.10 | 10h30 – mesa Infâncias e Clima: Justiça Climática em Territórios Vulneráveis

12.10 | 10h30 – Oficina de Birutas com o Coletivo Flutua 

12.10 | 15h – mesa Fazer muito com pouco: arquiteturas para um planeta em transição com Esteban Benavides do escritório Al Borde

12.10 | 16h30 – mesa Terra – construindo um futuro sustentável e democrático 

12.10 | 17h45 – mesa Presença francesa na Bienal e exibição do filme AJAP – Álbuns de Jovens Arquitetos e Paisagistas

13.10 – atividade Ação Pantanal no IABsp

14.10 | 10h – mesa Panorama Urgente! O espaço como ato de permanência

14.10 | 18h – Lançamento do Guia “Educação Baseada na Natureza”

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

E tem muito mais até 19 de outubro!

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.