Memorial Brumadinho

Gustavo Penna Arquitetos Associados

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O Memorial Brumadinho é um espaço de memória e resistência, construído no local do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), para homenagear as 272 vítimas da maior tragédia humanitária do país. Resultado da mobilização histórica dos familiares, reunidos na Avabrum, o memorial nasceu do desejo de salvaguardar os segmentos corporais das vítimas e de ressignificar o território marcado pela lama, transformando-o em um lugar de reflexão, aprendizado e transformação. Aberto ao público em 2025, é gerido pela Fundação Memorial de Brumadinho, criada em 2023 para conduzir sua gestão e fomentar projetos de pesquisa e educação sobre memória, meio ambiente, direito, arquitetura e história.

O projeto, assinado pelo arquiteto Gustavo Penna e sua equipe da Gustavo Penna Arquitetos Associados (GPAA), propõe um percurso simbólico e sensível que parte de um pavilhão de entrada em concreto pigmentado com rejeito da mineração. Suas formas angulosas e fragmentadas remetem ao choque do rompimento, enquanto feixes de luz atravessam as frestas e, todos os anos no exato horário da tragédia, iluminam uma drusa de cristais em homenagem às “joias”, como os familiares chamam seus entes queridos.

A partir dali, a fenda, um corte de 230 metros no solo, conduz o visitante ao epicentro do desastre. As paredes exibem os nomes das vítimas, emergindo um a um ao longo do caminho. No ponto central, a escultura suspensa conhecida como “cabeça que chora” verte lágrimas sobre o concreto e leva a água, símbolo de memória e purificação, até o espelho d’água junto ao mirante. Ao redor, um bosque com 272 ipês-amarelos floresce como sinal de vida e continuidade.

Os espaços Memória e Testemunho, concebidos em diálogo com os familiares, guardam objetos pessoais, registros da tragédia e os segmentos corporais das vítimas, acolhidos com dignidade e profundo respeito. Para Carlos Antônio Leite Brandão, o memorial é uma “fortaleza da dor”, cujas frestas de luz rompem a penumbra e transformam o silêncio em presença. Já Milton Hatoum descreve o memorial como um gesto civilizador, capaz de “dar forma estética à tragédia” e de convocar as novas gerações a olhar criticamente para o passado com atenção ao futuro.

O Memorial Brumadinho assume a tarefa de manter viva a memória e de afirmar a dignidade das vítimas, recusando o esquecimento e reafirmando o direito à memória como fundamento da vida coletiva.

TOUR VIRTUAL DA 14ª BIAsp 

A 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, Extremos: Arquiteturas para um mundo quente, se expandiu para além do espaço físico e agora pode ser visitada de qualquer lugar! 

O tour virtual propõe uma nova leitura da exposição, que ocorreu de 18 de setembro a 19 de outubro na Oca no Parque Ibirapuera, permitindo percursos de forma fluida, livre e intuitiva entre os ambientes. Durante a visita estão disponíveis os conteúdos curatoriais, imagens em alta definição e detalhes que aprofundam a compreensão espacial e conceitual das obras. 

A plataforma amplia o acesso, preserva a memória da Bienal e cria novas formas de vivenciar a arquitetura. 

Visite aqui a 14ª BIAsp!  

Explore no seu próprio ritmo, revisite percursos e aprofunde experiências. 

Em breve o tour virtual estará disponível no site do IABsp (Instituto de Arquitetos do Brasil – dep. São Paulo)