Mudanças do clima e as vivências e saberes no espaço local: um Experimento de Mundo Real em Ponta Negra, Natal/RN

Pesquisadores: Judith, Jean, Thallysson, Ricardo, Roney

Resumo:

A pesquisa propõe o desenvolvimento e implementação de uma estratégia integrada de monitoramento sistemático da qualidade do ar urbano na cidade de Natal-RN. A metodologia baseia-se na instalação de equipamentos padrão e de baixo custo, capazes de registrar dados de poluentes atmosféricos, tais como material particulado fino (PM2,5 e PM10). A organização do trabalho contempla a aquisição, calibração e operação contínua desses sensores, além da estruturação de uma rede de monitoramento distribuída estrategicamente em pontos críticos da malha urbana, com ênfase em áreas de maior vulnerabilidade social e maior fluxo veicular. 

O projeto adota uma abordagem transdisciplinar, integrando conhecimentos oriundos da física atmosférica, modelagem ambiental, saúde pública e Engenharia Sanitária e Ambiental. Essa articulação interdisciplinar é fundamental para compreender a dinâmica dos poluentes em escala urbana, suas fontes, dispersão e os efeitos diretos e indiretos sobre a saúde da população. A modelagem matemática e computacional dos dados coletados permite simular cenários futuros e subsidiar ações de controle e mitigação de emissões, especialmente em função de mudanças no uso e ocupação do solo, crescimento urbano e políticas de mobilidade. 

Entre os principais desafios urbanos enfrentados pelo projeto, destacam-se: (1) a ausência de uma cultura consolidada de monitoramento da qualidade do ar em escala municipal; (2) a dificuldade de incorporação desses dados em políticas públicas efetivas de controle de emissões atmosféricas e planejamento urbano; e (3) a carência de envolvimento comunitário em ações voltadas à sustentabilidade ambiental. Neste sentido, uma das metas do projeto é estabelecer uma cultura local de monitoramento ambiental participativo, com estratégias futuras de envolvimento da comunidade, escolas e instituições públicas e privadas. 

Do ponto de vista da sustentabilidade, o projeto aborda diretamente três pilares fundamentais: cidades sustentáveis, meio ambiente e saúde pública. Ao promover um monitoramento acessível e contínuo da qualidade do ar, espera-se produzir evidências que sustentem políticas públicas mais inclusivas e eficazes, contribuindo para a redução da exposição a poluentes e seus impactos sobre doenças respiratórias, cardiovasculares e neurodegenerativas, especialmente em populações mais sensíveis. 

O experimento se relaciona diretamente com a cidade ao propor a criação de uma lógica territorial de monitoramento ambiental, utilizando os dados obtidos para subsidiar a tomada de decisão por parte do poder público e da sociedade civil. Os resultados poderão indicar zonas críticas de poluição, períodos de maior risco à 

saúde e potenciais soluções baseadas na natureza ou em infraestrutura verde para mitigação da poluição atmosférica e sonora. 

Por fim, o projeto também visa formar uma base científica robusta, passível de replicação em outras cidades brasileiras de médio porte, e fomentar a formação de estudantes em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável urbano. Ao articular ciência, tecnologia e participação cidadã, busca-se consolidar um modelo de cidade mais resiliente, saudável e ambientalmente equilibrada, alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente os ODS 3 (Saúde e Bem-Estar), 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis) e 13 (Ação contra a Mudança Global do Clima).

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (09.10)

9h – oficina Arquitetos e engenheiros face aos desafios climáticos

14h – Fórum SP 25 Sessão Temática 5. Promover moradia digna e justiça climática

15h – Mini-oficinas de Biomateriais no Lab Vivo

16h – Fórum SP 25 Sessão Temática 6. Governar com inclusão, participação e controle social

17h – Mini-oficinas de Biomateriais no Lab Vivo

17h30 – sessão 6 da mostra Cinema, arquitetura e sociedade: registros de um mundo quente na Cinemateca

18h – Fórum SP 25 Painel 3: Governança, Representação e Participação Social 

NOS PRÓXIMOS DIAS (10 a 14.10)

10.10 | 14h30 – mesa Periferia Sem Risco no contexto de mudanças climáticas

10.10 | 16h – mesa Conhecer para Transformar: Planos Comunitários de Redução de Risco e Adaptação Climática

10.10 | 18h30 – mesa Adaptação inclusiva: Soluções Baseadas na Natureza nas Periferias

10.10 e 12.10 | 9h – Oficina desenho: a arquitetura de Oscar Niemeyer no Parque Ibirapuera e o desafio climático

11.10 e 12.10 | 9h – oficina Inventa(rio) Fronteiras: Jogando por cidades multiespécies

11.10 | 10h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 11h – mesa Aprendendo a habitar o antropoceno: a crise da arquitetura

11.10 | 14h – mesa Architecture for Learning and Civic Use

11.10 | 15h – mesa Culture and Public Architecture

11.10 – 15h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 16h – mesa Reconnecting with Nature & Circular Design

11.10 | 17h – mesa Architecture of Belonging: Interpreting Heritage Through Place

11.10 | 19h – Palmas: Há 36 anos, a capital ecológica do Tocantins

12.10 | 10h – mesa Vivência: Refúgios Climáticos e Espaços Públicos Naturalizados, com Ecobairro

12.10 | 10h30 – mesa Infâncias e Clima: Justiça Climática em Territórios Vulneráveis

12.10 | 10h30 – Oficina de Birutas com o Coletivo Flutua 

12.10 | 15h – mesa Fazer muito com pouco: arquiteturas para um planeta em transição com Esteban Benavides do escritório Al Borde

12.10 | 16h30 – mesa Terra – construindo um futuro sustentável e democrático 

12.10 | 18h – mesa Viver Com – Pavilhão da França na Bienal de Veneza e AJAP – Álbuns de Jovens Arquitetos e Paisagistas

13.10 – atividade Ação Pantanal no IABsp

14.10 | 10h – mesa Panorama Urgente! O espaço como ato de permanência

14.10 | 18h – Lançamento do Guia “Educação Baseada na Natureza”

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

E tem muito mais até 19 de outubro!

(Atividades e projetos ainda estão em processo de inclusão; em breve o site estará completo)

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.