Nhemboaty – Encontro de Mundos

Rafael Vilela & Comissão Guarani Yvyrupá

A comunidade Guarani Mbyá preserva sua espiritualidade e língua na menor terra indígena do Brasil, cercada pela megalópole de São Paulo. Em 1500, durante a invasão portuguesa, os Guarani habitavam vastos territórios desde o litoral brasileiro até o Paraguai. Suas prósperas aldeias prosperavam com a agricultura e a pecuária. Ao longo dos séculos, eles foram desalojados, escravizados e catequizados, contribuindo para a ascensão de São Paulo como centro comercial. Hoje, essa comunidade representa um microcosmo da crise climática global. Em meio a 22 milhões de pessoas, eles protegem um dos últimos remanescentes de floresta tropical da região, incluindo o Pico do Jaraguá, com 400 hectares. Apesar de estarem restritos a apenas 1,8 hectares de território reconhecido, eles mantêm práticas agrícolas ancestrais e protegem a biodiversidade, resistindo à degradação ambiental. Em comparação, as terras indígenas no Brasil perderam apenas 1% da vegetação nativa em 30 anos, contra 20,6% em áreas privadas. 

No centro de sua prática espiritual está o cachimbo Petynguá, feito da árvore araucária, ameaçada de extinção, conectando o passado, o presente e o futuro. Essa fumaça sagrada, que se eleva da interseção entre a floresta e a expansão urbana, simboliza sua ancestralidade ininterrupta e um apelo para repensar o impacto ambiental da vida urbana. 

Nhemboaty é o resultado de 5 anos de encontros entre o fotógrafo Rafael Vilela e os moradores da Terra Indígena Jaraguá. A exposição acontece dentro da Aldeia Pindomirim, uma experiência imersiva no Nhanderekó, o modo de vida Guarani. Durante uma tarde, os visitantes poderão experimentar a comida tradicional desse povo, caminhar pelo território, escutar suas palavras e seus cantos, visitar espaços sagrados e expositivos. A atividade acontece em parceria com a Bienal de Arquitetura de Sao Paulo e a Agência Autônoma e trará também uma mostra de curtas do projeto Imagining the Forest, com filmes de Nadeem Alkarimi, Qadir Jhatial e Sadqain Riaz (Bienal de Karachi, Paquistão), e Eelyn Lee (Richmond Arts & Ideas Festival, Reino Unido). 

Essa pesquisa teve o importante apoio e financiamento de Catchlight, National Geographic Society e British Council.

Por se tratar de um território sagrado, a experiencia na aldeia terá entrada limitada a um número de 40 pessoas. 
Está atividade é fechada para participantes convidados.

Fique atento, três atividades acontecem antes da abertura da Bienal:

13/09 – atividade associada | oficina Terra em trama (foto ao lado);
15/09 – oficina Imaginando arquiteturas para um mundo quente – módulo 1 (inscrições até 13/09);
17/09 – dois filmes da 1ª sessão da Mostra Cinema, arquitetura e sociedade: Registros de um mundo quente.

(A programação ainda está em processo de inclusão no site; em breve ela estará completa)