Nossa Ginga

DOLADOB

Implantação do projeto: Angola
Desenvolvimento do projeto: Angola

Introdução

A cidade de Luanda, capital de Angola, carrega em si uma herança cultural e histórica que a posiciona como uma das principais referências urbanas do continente africano. Contudo, como em muitas outras cidades latino-americanas e africanas, o processo de expansão urbana e descentralização levou ao abandono progressivo do seu núcleo histórico. A Rua Rainha Ginga, outrora conhecida como Rua Salvador Correia e Avenida dos Restauradores, é um desses espaços que representam tanto a riqueza cultural de Luanda como os desafios da sua gestão contemporânea.

A Doladob, atelier de arquitetura, urbanismo e gestão de projetos, tem assumido um papel ativo no desenvolvimento e implementação de projetos de ativação e inovação socio-cultural. Com produções reconhecidas como Axi Luanda e Naxixi Street, a empresa consolidou-se como uma plataforma criativa e transformadora. A partir dessa experiência, surge a proposta de reabilitação e reativação da Rua Rainha Ginga, com especial foco na Praça da Samakaka, considerada o troço modelo da intervenção.

O objetivo central é transformar este eixo vital de Luanda num espaço que una identidade, inovação, sustentabilidade e inclusão. Pretende-se reverter a degradação urbana por meio de soluções arquitetônicas e urbanísticas que empoderem a comunidade local, melhorem a qualidade de vida dos residentes, trabalhadores e visitantes, e criem novas oportunidades econômicas, sociais e culturais.

Contexto histórico e social

A Rua Rainha Ginga é mais do que uma via de circulação. Ela é a artéria principal que, historicamente, conectou o centro administrativo da cidade à zona baixa comercial. Hoje, mesmo em estado de degradação, continua sendo um espaço de grande importância social, econômica e cultural.

No cotidiano, a rua acolhe kitandeiras, jornaleiros, engraxadores, comerciantes formais e informais, estudantes, empresários, funcionários públicos e moradores. É, portanto, um espaço plural, onde diferentes grupos sociais coexistem. Apesar dessa diversidade, a relação predominante entre eles tem sido apenas de caráter financeiro, o que limita a criação de uma identidade comum e a troca de conhecimento e experiências.

A degradação das infraestruturas, a fraca arborização e iluminação, a concentração de resíduos e o desordenamento rodoviário têm contribuído para a exclusão social e para a perda de vitalidade do espaço. Ainda assim, a segurança relativamente estável, a história rica, as praças públicas e a forte presença de jovens constituem fatores positivos que abrem margem para intervenções inovadoras.

Primeiros pilotos e testes

Antes de avançar para a grande escala, a Doladob implementou um subprojeto piloto na Rua Rainha Ginga. Essa primeira experiência consistiu na instalação de novas bancadas estilizadas para a venda de produtos locais e na reorganização de vendedores ambulantes.

Proposta de intervenção

Mobilidade e sustentabilidade

A intervenção pretende transformar a Rua Rainha Ginga num exemplo de mobilidade sustentável. A cidade precisa de mais movimento pedonal para estimular o comércio local, aumentar o convívio social e reduzir os impactos negativos do transporte rodoviário. O encerramento de determinadas ruas para pedonização é um passo fundamental nesse processo.

Conclusão

A reabilitação da Rua Rainha Ginga, com foco inicial na Praça da Samakaka, é mais do que um projeto arquitetônico ou urbanístico. Trata-se de um movimento de transformação social, cultural e econômica para Luanda.

Ao unir identidade histórica, inovação urbanística e sustentabilidade, o projeto pretende não apenas revitalizar o espaço físico, mas também gerar novas formas de interação social, inclusão econômica e valorização cultural.

É uma proposta que equilibra riscos e oportunidades, consciente da complexidade do território, mas firme na convicção de que cidades só podem prosperar quando seus espaços públicos são pensados para as pessoas e pela comunidade.

Investir na Rua Rainha Ginga é investir no futuro de Luanda: um futuro de mobilidade sustentável, integração social, criatividade cultural e desenvolvimento econômico.

E abrindo o nosso Fórum de Debates, amanhã (19/09) teremos:

13h30 – debate entre China e Brasil no China architecture exhibition day

18h – conferência de abertura com Kongjian Yu (China), criador do conceito de Cidades esponja

E tem muito mais! Oficinas, atividades, palestras, exposição. Participe! É tudo gratuito

(A programação e os projetos ainda estão em processo de inclusão no site; em breve estará completo)