Nova sede do Greenpeace Brasil

Projeto: Lucas Durães e João Pedro Facury. Colaboração: Diandra Noemí e José Henrique Paiva

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Margeado pela varanda pública do Edifício Copan — uma calçada suspensa no Centro Histórico de São Paulo —, o projeto da Nova Sede do Greenpeace Brasil se apresenta como uma vitrine da instituição para a maior cidade da América Latina.

A mudança para o centro de São Paulo — em um edifício histórico e simbólico — reflete a postura sustentável da organização. O novo endereço aproveita a abundância de infraestrutura urbana presente no centro ligada à mobilidade urbana e à acessibilidade de serviços. Tais atitudes colaboram para economia de recursos e melhor aproveitamento de tempo e energia daqueles envolvidos no ecossistema do Greenpeace.

Sua inserção privilegiada se alia à arquitetura para convidar os habitantes da metrópole ao usufruto de um espaço amplamente acessível, de materialidade peculiar e de relevância cultural ímpar. Mobiliários convidativos permitem uma apropriação ampla do avarandado, que se estende como continuidade da calçada. A partir dele, o programa é graduado em escala de privacidade: da Warehouse às salas Multiuso e Curinga até o Escritório Coletivo. Seus acessos e funcionamentos são independentes em relação ao restante do programa, podendo se abrir ao público sempre que necessário.

Os amplos ambientes, permeados por divisórias móveis — como cortinas e portas de correr — possibilitam múltiplas apropriações pela fácil reconfiguração. Essa flexibilidade permite a adaptação para usos ainda não previstos, aumentando, com isso, a vida útil do espaço. A organização dos fluxos em torno de um eixo infraestrutural central confere maior liberdade de apropriação, flexibilizando a integração entre ambientes de trabalho e reduzindo conflitos provocados por atividades simultâneas divergentes.

O espaço valoriza a história arquitetônica do local. Durante a obra, revelou-se uma imponente claraboia, até então ocultada pelo forro e tamponada por concreto. Os desenhos originais de Niemeyer confirmavam sua concepção, destinada a iluminar o ponto mais profundo do espaço, desprovido de janelas. Sua reabertura inundou o escritório de luz natural e orientou a disposição das mesas coletivas. Assim, a valorização histórica se harmoniza às demandas atuais, evidenciando uma arquitetura conscientemente silenciosa, voltada a intervenções infraestruturais que garantem a robustez para uma ocupação longeva e ambientalmente responsável.

A concepção do projeto foi conduzida por dois escritórios parceiros. O guaja.cc é um estúdio criativo interdisciplinar, originado de um dos primeiros espaços coworking do Brasil, que acumula mais de uma década de experiência em projeto, implementação, branding e gestão de espaços corporativos, culturais e A&B. A Facury é um escritório multidisciplinar que atua em duas frentes autônomas e complementares: arquitetura e gestão de processos. A partir da combinação dessas expertises, desenvolve projetos que alinham sensibilidade e rigor técnico, atentos à realidade do canteiro e às demandas dos clientes.

Fique atento, três atividades acontecem antes da abertura da Bienal:

13/09 – atividade associada | oficina Terra em trama (foto ao lado);
15/09 – oficina Imaginando arquiteturas para um mundo quente – módulo 1 (inscrições até 13/09);
17/09 – dois filmes da 1ª sessão da Mostra Cinema, arquitetura e sociedade: Registros de um mundo quente.

(A programação ainda está em processo de inclusão no site; em breve ela estará completa)