+Pescador+Meio+Pescado+

Universidade do Estado de Santa Catarina

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

 Equipe multidisciplinar em Arquitetura e Urbanismo e Biologia da UDESC

Laguna nasceu da água e nela sempre encontrou fundamento. Os sambaquis espalhados pela paisagem testemunham a relação ancestral dos povos originários com os corpos hídricos, marcada por escuta e cuidado. A colonização europeia impôs outra lógica: a da dominação e do apagamento. As fontes naturais, antes audíveis na paisagem, foram canalizadas, vendidas em chafarizes e cindidas por torneiras. Hoje, permanecem esquecidas a poucas quadras de onde distribuidoras comercializam águas engarrafadas provenientes de longe.

A urbanização também reforçou desigualdades. Enquanto a elite ocupava a planície central, os pescadores eram empurrados para além dos morros, fundando vilas pesqueiras sobre aterros, vulneráveis à elevação do nível do mar.
A lagoa de Santo Antônio dos Anjos representa a convergência de águas límpidas das nascentes e, ao mesmo tempo, hoje também retém a carga poluente de 26 municípios trazida pela vazão do Rio Tubarão.

Apesar da desconfiguração do modo originário de habitar o território, ainda é possível testemunhar o vínculo local com a água. Os sarilhos personificam a manutenção desse elo: são estruturas erguidas sobre as águas para guardar barcos, uma espécie de extensão da casa que ultrapassa o limite das margens.

+PESCADOR+MEIO+PESCADO+ nasce desse conflito. A pesquisa parte das caixas de peixe como objeto de cadeia operatória, revela como os pescadores nunca compuseram o âmago da história da cidade enquanto traduz sua importância como interlocutor da paisagem existente. A proposta eleva esse sujeito à figura central e se propõe a pensar as relações que o circundam.

O projeto reativa as três fontes, reconstituindo uma malha hídrica que costura os diferentes elementos de um ciclo complexo. A rede permite a irrigação de hortas urbanas, o abastecimento de restaurantes populares e a sua distribuição em torneiras públicas. Antes de desembocar por completo na lagoa, a água se direciona a uma piscina coletiva.

Os sedimentos do assoreamento da lagoa são usados para formar as chinampas, estruturas de cultivo sobre as águas, expandindo as possibilidades de cultivo, enquanto em seus canais, camarão é produzido de forma orgânica.

A pesquisa busca possibilitar que os diversos elementos de um ciclo complexo se reforcem mutuamente e se sustentem, como em redes vivas, qualquer estímulo se propaga como efeito dominó.

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (10.10)

14h30 – mesa Periferia Sem Risco no contexto de mudanças climáticas

16h – mesa Conhecer para Transformar: Planos Comunitários de Redução de Risco e Adaptação Climática

18h30 – mesa Adaptação inclusiva: Soluções Baseadas na Natureza nas Periferias

9h – Oficina desenho: a arquitetura de Oscar Niemeyer no Parque Ibirapuera e o desafio climático

NOS PRÓXIMOS DIAS (11 a 14.10)

ATENÇÃO a mesa Palmas: Há 36 anos, a capital ecológica do Tocantins que seria realizada no dia 11.10 | 19h foi cancelada.

11.10 e 12.10 | 9h – oficina Inventa(rio) Fronteiras: Jogando por cidades multiespécies

11.10 | 10h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 11h – mesa Aprendendo a habitar o antropoceno: a crise da arquitetura

11.10 | 14h – mesa Architecture for Learning and Civic Use

11.10 | 15h – mesa Culture and Public Architecture

11.10 – 15h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 16h – mesa Reconnecting with Nature & Circular Design

11.10 | 17h – mesa Architecture of Belonging: Interpreting Heritage Through Place

12.10 | 10h – mesa Vivência: Refúgios Climáticos e Espaços Públicos Naturalizados, com Ecobairro

12.10 | 10h30 – mesa Infâncias e Clima: Justiça Climática em Territórios Vulneráveis

12.10 | 10h30 – Oficina de Birutas com o Coletivo Flutua 

12.10 | 15h – mesa Fazer muito com pouco: arquiteturas para um planeta em transição com Esteban Benavides do escritório Al Borde

12.10 | 16h30 – mesa Terra – construindo um futuro sustentável e democrático 

12.10 | 17h45 – mesa Presença francesa na Bienal e exibição do filme AJAP – Álbuns de Jovens Arquitetos e Paisagistas

13.10 – atividade Ação Pantanal no IABsp

14.10 | 10h – mesa Panorama Urgente! O espaço como ato de permanência

14.10 | 18h – Lançamento do Guia “Educação Baseada na Natureza”

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

E tem muito mais até 19 de outubro!

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.