Primeiro Tempo (duração: 45 minutos)
Domingo 28 de Setembro, 11h
De uma certa maneira podemos dizer que a evolução da cidade de São Paulo está fortemente ligada ao uso que foi feito das várzeas de seus rios, de local para jogar futebol, a local de saneamento, a áreas habitadas, com avenidas do fundo vale e zonas ocupadas. Alguns bairros de São Paulo e da periferias são totalmente construídos na várzea e por isso é fundamental falar sobre o que significa habitar e ocupar essas áreas, ainda mais em tempos de mudanças climáticas.
O futebol da várzea, agora conhecido como futebol amador, era inicialmente praticado na várzea. Terras onde os rios se expandem quando carregam muita água. Jogar futebol numa várzea significava ter uma relação temporal com a água. Você só podia jogar quando não tinha muita água.
Estamos acostumados a fazer uma distinção entre áreas onde há sempre água, como rios, lagos, e áreas onde não vemos água, e então colocamos casas para morar. O homem tentou tornar essa distinção entre água e terra, fixa e permanente. Desenhando-a em mapas e colocando muros ao redor de rios, represas, para que a água não saia do espaço que o homem decidiu que é dela, para que a agua não invada o espaço que o homem habita. Mas vemos constantemente que a água escapa, não pode ser contida.
Esta oficina é um convite a conversar sobre como você quer coexistir com a água na cidade de São Paulo, jogando futebol de várzea.
Usaremos apenas uma metade do campo, um so’ gol. Sem goleiro.
Os participantes começam em círculo e com o passar do tempo, com o jogo, se espalham pelo campo. No início a bola está no centro do círculo. Quem quer começar a falar, a dar a sua opinião, vai e pega a bola. Quem concorda e quer continuar a fala pede a bola e se alguém quiser dizer algo diferente ou contrário, a rouba o intercepta o passe.
Pode ser que durante esse processo duas ou mais equipes -grupos de pessoas com ideias semelhantes- se formem naturalmente.
Marcar um gol, nesse processo, torna-se uma forma de marcar um ponto-chave na discussão para quem fala (ou seu grupo).
Vagas: Mínimo 10 participantes – máximo 22 participantes
Inscrições:
As inscrições devem ser feitas pelo e-mail: alessio.mazzaro@polito.it
Enviar: Nome e telefone de contato
Todos são bem vindos a participar.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
Inscrições até 26 de setembro
A oficina será gravada (audio e video).