Produção de biocerâmicas a partir de resíduos de conchas para o ambiente construído

Heidi Jalkh

Pavilhão da Oca | 1º andar | Lab Vivo

O workshop explorará o potencial de biomateriais marinhos , a partir do projeto CONQ, desenvolvido por Heidi Jalkh e Angie Dub. Inspirada na natureza, esta solução investiga como materiais como as conchas marinhas — podem transformar resíduos em biocerâmica em temperatura ambiente. Essas biocerâmicas figuram como alternativa sustentável para sistemas de revestimento de fachadas de edifícios, monomateriais projetados sob medida para alcançar uma variedade de propriedades mecânicas e estéticas. Ao mesmo tempo, os participantes são convidados a refletir sobre os impactos ambientais e sociais do uso de resíduos como recurso, destacando o potencial dos biomateriais de origem marinha no design regenerativo e na economia circular local.

Todos os anos, mais de 10 milhões de toneladas de conchas — principalmente de ostras, vieiras e mexilhões — são descartadas como resíduo. Este projeto investiga como os recursos de origem marinha, frequentemente negligenciados como subprodutos, podem servir de base para a experimentação material na arquitetura, no design, no artesanato e na ciência. Ele destaca práticas materiais inovadoras que redefinem a relação entre o ambiente construído e os ecossistemas que o sustentam.

Abrangendo múltiplas escalas — desde edifícios e elementos construtivos até cadeias de valor material— o projeto examina como o design pode fomentar novas interdependências entre materiais, construção e sistemas ecológicos.

No centro desta investigação está a pesquisa colaborativa da arquiteta ambiental Angie Dub e da designer experimental Heidi Jalkh, que vêm transformando conchas descartadas em um material sustentável para o ambiente construído. Ao combinar conchas trituradas com biopolímeros à base de algas, elas produzem uma biocerâmica sem uso de calor, composta inteiramente de biomassa marinha. Esta pesquisa baseada na prática repensa as cadeias de valor biorregionais, explorando o potencial dos resíduos marinhos dentro de territórios urbanos como Buenos Aires e Berlim, cidades onde as designers estão sediadas.

Por meio de protótipos, matérias-primas, componentes moldados e amostras de teste desenvolvidas durante a fase de pesquisa, o projeto oferece uma exploração detalhada da transformação do material — da concha ao produto final.

CONQ apresenta um sistema construtivo modular emergente, ilustrando o potencial de aplicação dessa biocerâmica à base de conchas e apontando para futuras trajetórias de pesquisa. Além disso, as amostras de materiais revelam a diversidade de cores e acabamentos que emergem naturalmente de diferentes espécies de conchas, demonstrando a variabilidade inerente do material e o equilíbrio do design entre desempenho mecânico e versatilidade estética.

O projeto enfatiza a urgência de uma transição das práticas extrativistas para economias regenerativas e circulares. Em vez de considerar os recursos naturais como elementos inertes e meramente extraíveis, propõe uma abordagem dinâmica e sistêmica, que reconhece as profundas interconexões entre materiais, edificações e os ecossistemas que os sustentam.

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