Projeto Japan House São Paulo – Kayabuki

Ikuya Sagara, Kusakanmuri

Desenvolvimento do projeto: Brasil

IKUYA SAGARA, KUSAKANMURI
生まれながらにして、還るところが約束されている
Desde o nascimento existe um lugar prometido ao qual se deve retornar
construção de junco, bambu e corda de sisal

Ikuya Sagara (1980) nasceu em Kōbe, situada na província de Hyogo, onde vive e trabalha. Sagara é um artesão de kayabuki (tradicionais telhados de casas japonesas feitos comumente de palha), e seu trabalho consiste em fazer, preservar, ensinar e divulgar a arte de construir com palha.

Existem registros de telhados desse tipo descritos nos dois livros mais antigos da história do Japão, Kojiki e Nihon Shoki, ambos compilados no século VIII, o que demonstra sua longa história. Nos anos 1960, foram registradas mais de 5 milhões de construções que utilizavam palha no Japão. Contudo, em 2010 esse número havia se reduzido para 100 mil, um alerta para mudanças em métodos construtivos e utilização de outros materiais, como os metais. A diminuição desse tipo de construção dificulta a perpetuação de uma técnica tradicional. Com menos demanda, o trabalho dos artesãos vai se tornando escasso, assim como o interesse de jovens em aprender o ofício, impactando uma cadeia cultural e social.

A região em que Sagara vive conserva 700 exemplares desses telhados tradicionais, o que o impulsiona a manter seu trabalho ao mesmo tempo que busca maneiras de promover e explorar as possibilidades dessas plantas e seus benefícios. Esses telhados garantem grande conforto térmico, com boa insolação e ventilação; são resistentes à água; podem ser feitos das matérias-primas que estiverem disponíveis no momento ou que sejam típicas de determinado local, e todos os elementos que compõem sua estrutura são biodegradáveis: palha, bambu e corda. Tradicionalmente, o arroz tem prevalência nessas construções, por ter sua história atrelada ao desenvolvimento da cultura japonesa, além de ser um exemplo do uso maximizado de um recurso: sua palha, a casca e o farelo têm diversas finalidades no artesanato e na indústria, além de o cereal ser usado em cerimônias de cunho espiritual.

A construção aqui apresentada foi desenvolvida especialmente para a exposição Princípios japoneses: design e recursos, da Japan House São Paulo. O artesão se baseou em abrigos ancestrais japoneses e utilizou o junco, espécie cultivada em abundância no município paulista de Registro, como forma de minimizar impactos ambientais ao fazer uso de uma matéria-prima já disponível. Ele explora as técnicas e a artesania japonesas ao mesmo tempo que reflete sobre a necessidade de ciclos responsáveis. Observando o entorno, ele percebe como as experiências e necessidades de uma pessoa ou de uma comunidade são capazes de estabelecer uma relação sustentável com a natureza, regenerando-a para conservá-la.

TOUR VIRTUAL DA 14ª BIAsp 

A 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, Extremos: Arquiteturas para um mundo quente, se expandiu para além do espaço físico e agora pode ser visitada de qualquer lugar! 

O tour virtual propõe uma nova leitura da exposição, que ocorreu de 18 de setembro a 19 de outubro na Oca no Parque Ibirapuera, permitindo percursos de forma fluida, livre e intuitiva entre os ambientes. Durante a visita estão disponíveis os conteúdos curatoriais, imagens em alta definição e detalhes que aprofundam a compreensão espacial e conceitual das obras. 

A plataforma amplia o acesso, preserva a memória da Bienal e cria novas formas de vivenciar a arquitetura. 

Visite aqui a 14ª BIAsp!  

Explore no seu próprio ritmo, revisite percursos e aprofunde experiências. 

Em breve o tour virtual estará disponível no site do IABsp (Instituto de Arquitetos do Brasil – dep. São Paulo)