Reconquistar os rios e conviver com as águas: a cura da cidade de São Paulo

Centro Universitário Armando Alvares Penteado

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Equipe de estudantes do Centro Universitário Armando Alvares Penteado (FAAP) 

Reconquistar os rios e conviver com as águas: a cura da cidade de São Paulo é um projeto que parte do reconhecimento da origem da cidade. São Paulo nasceu dos rios — Tamanduateí, Anhangabaú, Tietê — que estruturaram a ocupação inicial e eram lugares de encontro, abrigo e troca. Com a modernização, a lógica urbana impôs-se contra a natureza. O Plano de Avenidas de Prestes Maia, nos anos 1930, corroborou com esse afastamento ao canalizar cursos d’água, impermeabilizar margens e transformar rios em vias de drenagem, invisibilizados sob o asfalto. O resultado é uma cidade que vive hoje os efeitos de sua negação: enchentes recorrentes, ilhas de calor, colapso ambiental. Nossa proposta parte de um gesto radical: rasgar a cidade para devolver espaço aos rios. Essa imagem não é apenas poética, mas estratégica. Não se trata de voltar ao passado, mas de recuperar a sabedoria esquecida: a natureza não é obstáculo, mas caminho. A reconquista das águas é o antídoto contra um modelo de “desenvolvimento” que insiste em sufocar o território. O projeto se ancora em três locais simbólicos e complementares, que funcionam como exemplos replicáveis para toda a metrópole: o Parque do Morro Grande, o Córrego do Água Preta e o rio Tietê. Neles, propomos a restituição do curso natural dos rios e córregos, permitindo que voltem a correr livres. Suas margens passam a ser zonas de proteção e convivência, com ampliação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) de forma proporcional aos estudos de risco de alagamento. Essa estratégia transforma os parques lineares em sistemas vivos de drenagem urbana, funcionando como wetlands capazes de reverter enchentes e, ao mesmo tempo, oferecendo espaços públicos de qualidade. A infraestrutura verde é essencial. Espécies nativas reconstroem a mata ciliar, filtram a água e garantem equilíbrio ecológico. Os corredores verdes conectam diferentes áreas da cidade, promovendo biodiversidade e sombra em um território marcado pelo excesso de concreto. Assim, drenagem, lazer, saúde ambiental e memória cultural convergem em um mesmo espaço. Nosso projeto nasce desse desejo coletivo: reimaginar São Paulo a partir de suas águas. Ao devolver voz aos rios, devolvemos o respiro à cidade. É um convite a pensar uma metrópole em que infraestrutura e ecossistema não sejam opostos, mas aliados. Rasgar o asfalto, deixar a água correr e abrir caminhos verdes é mais do que gesto utópico: é estratégia de sobrevivência para um mundo quente.

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (20/09):

9h – oficina Ensaio para o Depois. Construir como mediação: diálogos e trocas materiais

10h – Café da manhã com curadores e expositores

14h – debate Reuso: experiências europeias

15h – debate Experiências de Niterói: Parque Orla Piratininga – Soluções baseadas na Natureza, e Caminho Niemeyer

16h30 – debate Mobilidade urbana: planejamento e participação

18h30 – debate Circular juntos na escala da metrópole: a experiência de Paris

E tem muito mais até 19 de outubro!

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

(Atividades e projetos ainda estão em processo de inclusão; em breve o site estará completo)