Rio Doce: uma proposta de re/construção pelas águas

Universidade Federal do Espírito Santo

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Departamento de Arquitetura e Urbanismo – UFES. Projetos Especiais II (ARQ 12226). 2025/01

A presente proposta é o resultado parcial da disciplina Projetos Especiais II (ARQ-12226) ofertada pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo (DAU-UFES), sendo a continuidade de estudos e pesquisas acadêmicas de professores e alunos que relacionam a temática das águas com as cidades. A abordagem é a de projeto de arquitetura de infraestruturas urbanas e regionais fluviais e marítimas que busca se aproximar de fundamentos de usos múltiplos das águas e de aproveitamento integral das bacias hidrográficas. O objeto de estudo principal é o Rio Doce – importante bacia da Região Hidrográfica do Sudeste – que possui sua área de contribuição presente nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

Historicamente o vale do Rio Doce foi um eixo de penetração para o continente – como via natural sua navegação era desempenhada em trechos aquáticos que eram complementados por caminhos terrestres nas suas margens. Sucessivas ações antrópicas devastaram as margens fluviais, suprimindo as matas ciliares e assoreando o leito do rio, culminando em 2015 com o rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG) que lançou rejeitos de mineração nos corpos hídricos que contaminaram a bacia do Rio Doce em escala monumental, desde Minas Gerais até o Espírito Santo, uma torrente de lama tóxica alcançou o mar territorial brasileiro com impactos que ainda estão sendo mensurados.

A proposta da hidrovia do Rio Doce compreende os trechos médio e baixo do rio, entre Ipatinga (MG) e Regência (ES), conectando o Vale do Aço aos portos marítimos como um terceiro eixo de transportes que se junta em feixe à Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) e às rodovias das vertentes longitudinais do rio. A hidrovia principal projetada possui 444 km de extensão e desnível hídrico total de 215 m de Ipatinga até a foz, com 35 Barragens de Aproveitamentos Múltiplos (BAM) – 32 novas de baixa queda e 3 existentes transpostas por escadas de eclusas. As novas barragens – com desníveis máximos de 5 m – foram projetadas para se adequar à escala urbana e ambiental do seu entorno, minimizando as áreas alagadas nas margens e reduzindo a classificação de riscos dos barramentos. Além da navegação, as barragens integram as funções de geração de energia a baixo custo, saneamento ambiental, conexão entre as margens, aquicultura/pesca, controle de inundações e combate às secas. Os reservatórios principais serão complementados por lagos de alimentação nos afluentes, constituindo um sistema integrado de infraestruturas de regulagem das vazões ao longo do ano, assim como, de recarga hídrica da bacia. As áreas alagadas também poderão ser usadas em programas públicos de uso sustentável das águas em associações positivas com as comunidades ribeirinhas. A hidrovia ainda abre oportunidades para ações de educação ambiental, recreação, esportes e turismo fluvial ao longo das margens reflorestadas, tornando melhor a convivência da população ribeirinha com as águas.

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (10.10)

14h30 – mesa Periferia Sem Risco no contexto de mudanças climáticas

16h – mesa Conhecer para Transformar: Planos Comunitários de Redução de Risco e Adaptação Climática

18h30 – mesa Adaptação inclusiva: Soluções Baseadas na Natureza nas Periferias

9h – Oficina desenho: a arquitetura de Oscar Niemeyer no Parque Ibirapuera e o desafio climático

NOS PRÓXIMOS DIAS (11 a 14.10)

ATENÇÃO a mesa Palmas: Há 36 anos, a capital ecológica do Tocantins que seria realizada no dia 11.10 | 19h foi cancelada.

11.10 e 12.10 | 9h – oficina Inventa(rio) Fronteiras: Jogando por cidades multiespécies

11.10 | 10h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 11h – mesa Aprendendo a habitar o antropoceno: a crise da arquitetura

11.10 | 14h – mesa Architecture for Learning and Civic Use

11.10 | 15h – mesa Culture and Public Architecture

11.10 – 15h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 16h – mesa Reconnecting with Nature & Circular Design

11.10 | 17h – mesa Architecture of Belonging: Interpreting Heritage Through Place

12.10 | 10h – mesa Vivência: Refúgios Climáticos e Espaços Públicos Naturalizados, com Ecobairro

12.10 | 10h30 – mesa Infâncias e Clima: Justiça Climática em Territórios Vulneráveis

12.10 | 10h30 – Oficina de Birutas com o Coletivo Flutua 

12.10 | 15h – mesa Fazer muito com pouco: arquiteturas para um planeta em transição com Esteban Benavides do escritório Al Borde

12.10 | 16h30 – mesa Terra – construindo um futuro sustentável e democrático 

12.10 | 17h45 – mesa Presença francesa na Bienal e exibição do filme AJAP – Álbuns de Jovens Arquitetos e Paisagistas

13.10 – atividade Ação Pantanal no IABsp

14.10 | 10h – mesa Panorama Urgente! O espaço como ato de permanência

14.10 | 18h – Lançamento do Guia “Educação Baseada na Natureza”

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

E tem muito mais até 19 de outubro!

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.