Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil
Em um planeta que confronta os seus limites perante eventos climáticos extremos, a arquitetura e o urbanismo são chamados a uma revisão profunda do seu papel. Mais do que refletir, é necessário elaborar propostas radicais e soluções concretas. É nesta fronteira que a cidade do Rio de Janeiro se inscreve como um laboratório vivo que forja os alicerces de um novo pacto entre urbano e natural — onde a cidadania se entrelaça com a preservação e a integração da natureza no tecido urbano.
A participação da cidade do Rio de Janeiro na 14ª Bienal é a celebração do diálogo entre o urbano e o natural, que resulta em soluções urbanas únicas e inclusivas, pavimentando o caminho para uma tradição urbana carioca contemporânea. A cidade apresenta um portfólio de intervenções que traduzem em realidade os eixos curatoriais da Bienal, demonstrando que é possível conciliar resiliência climática com justiça social. Em uma estratégia multifacetada, o Rio segue na missão de se reinstituir como cidade-floresta a partir de um reflorestamento urbano manifesto em diversas as escalas, da vitalidade das hortas comunitárias e quintais produtivos à grandiosidade dos parques urbanos e à reconexão com suas florestas.
Extensa, topograficamente dramática e socialmente plural, o Rio de Janeiro — uma cidade-mundo — encarna o dilema central do nosso século: orquestrar uma transição socioecológica justa em meio a complexidades incontornáveis. Sua complexidade, inerente a um centro urbano de relevância mundial, amplifica tensões e potencialidades, exigindo operações em múltiplas escalas — do macro ao micro — sob o imperativo de integrar justiça social, planejamento urbano e ação climática.
O Rio de Janeiro, portanto, não vem à Bienal apenas para exibir projetos, mas para compartilhar um modelo de gestão urbana que entende a cidade como um ecossistema integrado. Apresentamos um conjunto de respostas que nascem do chão urbano da cidade e também da terra úmida da floresta, na firme convicção de que a arquitetura que precisamos para o futuro já está sendo construída, hoje, nas encostas, nas várzeas e no asfalto da capital fluminense.