São Paulo: cidade dilúvio

Universidade Presbiteriana Mackenzie | Fau+D

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Pensar em extremos nos possibilita agir em rompantes de alguma radicalidade, justamente porque entende que essa ação pode ser carregada de dois movimentos: o de reparação por meio da reflexão do que podia e poderá ser; e o de avanço, como um devir, nascido da revolta do que jamais deverá ser feito novamente.

Ser uma cidade de linhas d’águas pode ser um importante exercício de reparo, não apenas na reparação do significado das coisas, mas na busca do que foi perdido, dilacerado, arrancado, mutilado e, muitas vezes, sequer imaginado.

Se a cidade da garoa, em um curto arco de tempo, se transformou em uma cidade do dilúvio – que arrasta os mais fracos para longe dela – a reparação que convocamos visa a aproximação tanto com os processos de pertencimento pela conscientização da população em relação aos seus direitos como cidadãos, quanto com os instrumentos de resistência para a constituição da possibilidade de uma vida comum. Aproximações que nos fazem apostar em ir de encontro com os problemas para, a partir deles, pensar quais os lugares, elementos e processos contribuem com efetiva e concreta transformação.

O trabalho São Paulo: Cidade Dilúvio pretende dar tessitura ao exercício do projeto de arquitetura e urbano, a partir de indissociável relação entre seus produtos e processos, dando-lhe espessura e, assim, alocando-o aproximado à compreensão dos fenômenos sociais, vindo também dos fenômenos naturais. Para isso, aposta-se nas linhas que abrem e re-velam: os 65 viadutos, tratados por nós como grampos – costuras para transpor a grande fenda-rio da cidade que vivemos – se apresentam como possibilidades múltiplas para reconhecermos caminhos de confluência. Há aqui um entendendimento de que estar em fluxo contínuo e inacabado é condição e (con)formação da própria existência para quem é fluxo. Descoberta de territórios férteis e cheios de impulso transformador.

Esses grampos que esgarçam, na mesma medida que reparam seus extremados movimentos, nos apresentam espaços de possibilidade de usos público e comum a procura de novas águas, respeitando suas particularidades, no lugar de espaços sbutilizados, em aproximação de baixios de infraestruturas e coberturas de construções existentes. Aguas que possam, elas, retornar a construção de paisagens para a vida.

A proposta vê a cidade, enfim, como rio e espaços como dilúvios para, quem sabe, lutar por transbordamentos de vida, vindos de chãos cheios de vida trazida da água, cujo objetivo é o desencadeamento da articulação política de reinvenção de, enfim, outros tempos.

O trabalho foi desenvolvido pelos alunos Tomas Lee Guidotti, Pedro Toni, Diogo da Silva, Fernando Tetsuo, Stephany Araújo, Renata, Tomita, Ana Paula Ramos, Yasmin Negri, Fernanda Vieira, Isabela Tunes, Júlia Pacheco, Leonardo Ferreira, Giovana Gare, em conversas com os professores da Fau Mackenzie Antonio Fabiano, Amaral, Catherine Otondo, Renata Coradin, Luiz Backheuser, Ricardo Ramos, Viviane Rubio.

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (20/09):

9h – oficina Ensaio para o Depois. Construir como mediação: diálogos e trocas materiais

10h – Café da manhã com curadores e expositores

14h – debate Reuso: experiências europeias

15h – debate Experiências de Niterói: Parque Orla Piratininga – Soluções baseadas na Natureza, e Caminho Niemeyer

16h30 – debate Mobilidade urbana: planejamento e participação

18h30 – debate Circular juntos na escala da metrópole: a experiência de Paris

E tem muito mais até 19 de outubro!

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

(Atividades e projetos ainda estão em processo de inclusão; em breve o site estará completo)