Terra em trama

Estúdio Fronteira / DAU-UFPR – Coord. Marina Oba

Comunidades Indígenas apresentam seus territórios ancestrais em primeira pessoa. Narram situações em que a TERRA é intencionalmente colocada em TRAMA. O barro no entremeado de taquara construindo paredes e definindo espaços; a geografia na urdidura das cartografias constituindo argumentos e delineando divisas; o verbo na tessitura das narrativas engendrando estratégias e traçando rumos. O conjunto de mapas produzidos crítica, coletiva e colaborativamente reúne enredos de Territórios Indígenas e tocam diferentes etnias, perspectivas, biomas e formas de agenciamento vivenciadas no Estado do Paraná e em suas vizinhanças.

Em busca de alternativa às experiências de documentação coloniais, que ao longo dos séculos forjaram – e seguem forjando – um universo originário exotizado e anacrônico, TERRA EM TRAMA ensaia a autorrepresentação específica na abordagem de um dos temas cruciais da luta Indígena: Territórios em disputa. São descritos na precisão acadêmica e anotados na precisão ancestral, de forma a constituir auto-retratos cartográficos. Os mapas discorrem sobre a presença e as relações entre Comunidades e seus Territórios implementando procedimentos das tradições oral e material Indígenas de sobreposição de camadas, aproveitamento inventivo e diversidade de expressões.
As pranchas anotadas apoiam-se em estrutura expositiva que, de forma similar, toma forma a partir da interação com os saberes tradicionais de construtores indígenas, sendo suporte para a transmissão de conhecimentos diversos pela prática construtiva. Traz em si o argumento de que estruturas expositivas, espaços livres, edifícios, cidades, florestas são fundamentalmente políticos e ferramentas cruciais para adiarmos tantos fins de tantos mundos.

Estúdio Fronteira – projeto de extensão universitária coordenado pela arquiteta e professora Marina Oba dentro do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPR. Tem como objetivo o desenvolvimento de registros e orientações engajados com modos de produção de espaço não hegemônicos. Contempla o desenvolvimento de levantamentos técnicos e diagnósticos de conjuntos arquitetônicos e recortes urbanos e rurais, com ênfase nas apropriações e manifestações humanas, bem como a composição de orientações de manejo e de estruturação territorial.

+Retomada Kaingang de Kógunh Jãmã, Parque do Mate (Campo Largo), Retomada Kaingang de Rán Krī Tupē Jamã, Cristo de Purunã (São Luís do Purunã), Aldeia Urbana de Kakané Porã (Curitiba), Retomada Multiétnica Tekoa Ywy Dju, Território Sagrado (Piraquara), Tekoa Kuaray Haxá (Antonina), Tekoa Tupã Nhe’e Kretã (Morretes), Tekoa Kuaray Guatá Porã, Terra Indígena Cerco Grande (Guaraqueçaba), Tekoa Pindoty e Tekoa Takuaty, Terra Indígena Ilha da Cotinga (Paranaguá), Terra Indígena Rio d’Areia (Inácio Martins), + colaborações independentes.

Este projeto tem o patrocínio da Copel, por meio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura | PROFICE da Secretaria de Estado da Cultura | Governo do Estado do Paraná.

A atividade começará às 8h e será encerrada após o fechamento da estrutura, previsto para 16h.
É possível participar da atividade em qualquer horário durante o seu desenvolvimento.

Local da atividade

Museu das Culturas Indígenas, Rua Dona Germaine Burchard, 451 – Água Branca, São Paulo

Inscrições

Não é necessário realizar inscrição para participar da atividade.

Para receber um certificado de participação é necessário preencher o formulário até dia 12.09 (8h de atividades formativas, pela UFPR).

Fique atento, três atividades acontecem antes da abertura da Bienal:

13/09 – atividade associada | oficina Terra em trama (foto ao lado);
15/09 – oficina Imaginando arquiteturas para um mundo quente – módulo 1 (inscrições até 13/09);
17/09 – dois filmes da 1ª sessão da Mostra Cinema, arquitetura e sociedade: Registros de um mundo quente.

(A programação ainda está em processo de inclusão no site; em breve ela estará completa)