The fluid territory: notes from the edge of the city

Boston Architectural College

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: EUA

Estudante: Rodrigo Gallardo

The Fluid Territory explora a cidade além dos mapas, aquela que existe na memória, na experiência e nas histórias não contadas de seus habitantes. Em Vargem Grande, periferia de São Paulo, essa diferença se torna evidente: os mapas a mostram como um fragmento urbano em meio à floresta, mas a vida cotidiana revela outra realidade, marcada pela precariedade da habitação, pela falta de acolhimento das escolas e por um território vivido entre o medo e o esquecimento da natureza.

O projeto surge do diálogo com os moradores e da presença dos Guarani, reconhecendo que o território é compartilhado entre diferentes mundos: os jurua, que chegaram em busca de moradia, e o povo originário, cuja visão de mundo oferece outras formas de habitar. Em vez de impor respostas fechadas, as intervenções propõem condições abertas, capazes de acolher a diversidade de vozes e necessidades.

Na escola, corredores estreitos e salas quentes de metal dão lugar a espaços de encontro, onde o conhecimento circula além dos muros. Nas casas, o que antes era instabilidade se transforma em estruturas que fortalecem a permanência e a dignidade de seus moradores. A floresta, até então temida e distante, é reconectada por trilhas e percursos que convidam ao uso, ao convívio e à memória coletiva.

O trabalho não busca soluções definitivas, mas abrir possibilidades. Trata-se de pensar a arquitetura como um instrumento de escuta, capaz de fazer emergir aquilo que já existe de forma latente: a força da comunidade, a memória partilhada e a coexistência entre diferentes modos de vida. Se toda cidade é um palimpsesto de histórias sobrepostas, aqui o gesto arquitetônico não é apagar, mas revelar.

Mais do que construir edifícios, trata-se de construir condições para que novos caminhos possam ser abertos, caminhos em que a escola, a casa e a floresta deixam de ser fragmentos isolados para se tornarem parte de uma mesma trama coletiva.

Agradecemos a todas e todos que participaram e visitaram a 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, de 18 de setembro a 19 de outubro de 2025

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.