Transitório e mutante: A Arena de Handebol e Golbol Rio2016 e Escolas Olímpicas Municipais

Ana Paula Polizzo, Gustavo Martins, Geraldo Lopes, Gilson Santos e José Raymundo Gomes

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A Arena de Handebol, também conhecida como Arena do Futuro, foi resultado de uma concorrência pública que tinha como premissa o desafio de transformar um dos edifícios dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro em quatro escolas municipais após o evento. A proposta vencedora, desenvolvida pelo consórcio Rio Projetos 2016, um grupo multidisciplinar de escritórios de arquitetura e engenharia – composto pelas empresas Lopes Santos & Ferreira Gomes Arquitetos, Oficina de Arquitetos, MBM Serviços de Engenharia e DW Engenharia – buscava estar em consonância com as premissas pré-definidas, buscando flexibilidade, mutabilidade e adaptabilidade, reforçando em sua solução, a consciência de seu compromisso futuro.

O projeto para a Arena Olímpica e Escolas Municipais se estabelece a partir de cinco metas principais: (1) Organização Metodológica Construtiva; (2) Definição dos Sistemas Estruturais Principais; (3) Planejamento e Definição dos Materiais, (4) Componentes e Conteúdo de ambos os edifícios; e por fim, (5) Processo de Reuso e Destino (Descarte).

O formato para jogos abrigou 12.000 espectadores com área total construída de 32.240m². Já os edifícios escolares, fruto do desmonte e reaproveitamento de elementos construtivos da Arena, ocupam cada um 6500m² e atualmente acolhem perto de 500 alunos do ensino fundamental municipal.

Apesar do planejamento realizado, entre 2017 e 2021, a Arena não foi desmontada conforme o previsto, nem seus componentes foram armazenados de maneira adequada devido às prioridades no planejamento do Município. No entanto, a partir de 2022, o legado olímpico ganhou novamente prioridade, e ao menos, 25% dos componentes totais da Arena Olímpica foram reutilizados na construção das quatro Escolas Municipais. Além disso, outros 50% foram recondicionados para reciclagem e reutilização em diversas áreas e instituições da cidade do Rio de Janeiro, como arquibancadas, cadeiras e componentes das grandes estruturas de aço. Outros 25% foram descartados.

Ainda que desenvolvido a partir de um projeto-modelo, cada uma das escolas teve sua implantação ajustada de acordo com as especificidades de cada sítio. Três destas escolas (GET José Mauro de Vasconcelos em Bangu, GET Emiliano Galdino em Santa Cruz e GET Nelcy Noronha em Campo Grande) foram implantadas em substituição a escolas municipais já existentes (escolas transitórias de argamassa armada projetadas pelo arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, na década de 1980, sendo o GET Mestre Diego Braga em Rio das Pedras, a única escola completamente nova.

Fique atento, três atividades acontecem antes da abertura da Bienal:

13/09 – atividade associada | oficina Terra em trama (foto ao lado);
15/09 – oficina Imaginando arquiteturas para um mundo quente – módulo 1 (inscrições até 13/09);
17/09 – dois filmes da 1ª sessão da Mostra Cinema, arquitetura e sociedade: Registros de um mundo quente.

(A programação ainda está em processo de inclusão no site; em breve ela estará completa)