Um jardim como semente de mundo

Estúdio Gustavo Utrabo

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Como em uma coleção, em que objetos são selecionados e conservados, os fragmentos de uma construção existente – concreto, aço, alumínio, vidro – são preservados e reagregados. A forma ordenada é dissolvida para ser reelaborada a partir de seus escombros. Neste rearranjo, as frações de matérias colecionadas saltam daquilo que antes era apenas opacidade, tornando-se centelhas reveladas pela luz – por seus reflexos e por suas aberturas.

A coleção de fragmentos é acumulada em placas de concreto branco, e delimitam o jardim como um microcosmo. Dentro dele, um invólucro suspenso dos mesmos fragmentos conformam um lugar outro, onde encontram abrigo os espaços para escritório, galeria e suíte.

Uma escada, um pilar de madeira e uma obra de arte constituem os apoios da estrutura que suspende o invólucro em meio ao jardim. Lajes e vigas de madeira e aço conformam os pisos e funcionam como suporte para os elementos da fachada. O equilíbrio do conjunto é dado por um jogo preciso de pesos e trações irregularmente distribuídos. Sobre ele, dois planos horizontais conformam um pequeno pavilhão, que atravessa o limite virtual entre o novo e o existente.

Formas orgânicas dialogam com o caráter amorfo da luz, constituindo volumes diáfanos, que perfuram os pisos e organizam o espaço interno da nova proposta.

Transparentes e atmosféricos, esses corpos de luz trazem para dentro a presença do exterior, com todo o espectro oscilante de seus tons. De modo singular, parecem desorientar a percepção de interior e exterior, confundindo construído e não construído, e tornando latente a experiência de habitar um jardim. Um contraponto essencial para a casa ao lado – uma reforma de Ruy Ohtake dos anos 2000.

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (18.10)

10h – mesa Agir para a adaptação climática a partir do Poder Público

10h – oficina Maratona de design para comunicar cidades justas, resilientes e de baixo carbono

14h – mesa Alcançando a descarbonização e a resiliência no ambiente construído

15h – Lançamento Livro Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis – Natureza, inovação e justiça socioambiental

16h – Lançamento da Publicação do II Seminário Emergência Climática e Cidade

18h30 – Sessão de Encerramento + Premiação do Concurso Internacional de Escolas da 14ª BIAsp 

AMANHÃ (19.10)

16h – Deixe a água fluir…Uma homenagem para o arquiteto Kongjiang Yu e para os cinegrafistas Luiz Ferraz e Rubens Crispim 

17h – atividade Panorama Urgente! Visita ao projeto Panorama Lab no Jardim Panorama 

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

A Bienal está aberta até 19 de outubro!

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.