Desenvolvimento do projeto: Reino Unido
Fachada Respiratória Entrelaçada reimagina a arquitetura como um organismo vivo e adaptativo. Concebido como um sistema autorregulador, ele responde passivamente ao calor, à umidade e à chuva, aproveitando as propriedades higroscópicas da madeira. Sem eletricidade ou componentes mecânicos, seus elementos entrelaçados expandem e contraem com as mudanças atmosféricas, abrindo para ventilar, fechando para proteger e negociando continuamente com o clima circundante.
Em vez de depender de complexidade tecnológica ou controle artificial, o projeto recorre à inteligência intrínseca dos materiais naturais. Inspirada pelas técnicas tradicionais de cestaria, a fachada transforma a capacidade higroscópica inata da madeira em um tecido responsivo. Cada ponto funciona como um poro, apertando ou afrouxando com as mudanças ambientais, criando uma trama viva que respira com seu contexto.
Ao longo da bienal, a instalação permanecerá em movimento. Mudanças sutis na temperatura, umidade e até mesmo a presença de visitantes ativarão a fachada, transformando-a em uma performance lenta de coexistência com as forças naturais.
Em um momento de extremos climáticos e urgência ecológica, a Fachada Respiratória Entrelaçada oferece uma visão alternativa para o ambiente construído. Em vez de sistemas selados e isolados dependentes de infraestruturas intensivas em energia, ela imagina edifícios como membranas porosas — sensíveis, adaptativas e vivas. Esta abordagem bioinspirada propõe uma mudança radical em como projetamos e habitamos o espaço: uma arquitetura que não impõe controle, mas que ouve, sente e evolui em ressonância com os ritmos de seu ambiente.
Agradecimentos:
A Fachada Respiratória Entrelaçada foi desenvolvida por meio do projeto de pesquisa RESPIRE: Passive, Responsive, Variable Porosity Building Skins, financiado por uma bolsa de pesquisa do Leverhulme Trust. Agradecimentos especiais a Natalia Pynirtzi por sua contribuição para este trabalho; e a Oliver Perry e Nathan Hudson pelo suporte técnico. O projeto foi realizado em parceria com o Hub for Biotechnology in the Built Environment (HBBE, www.bbe.ac.uk), financiado pelo fundo Expanding Excellence in England (E3) da Research England.