Florencia Sobrero (Córdoba, Argentina, 1990). É arquiteta (2014) pela Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design da Universidade Nacional de Córdoba e mestre em Gênero e Comunicação (2023) pela Universidade Andina Simón Bolívar, sede Equador. É sócia fundadora do escritório de arquitetura Taller General (2017), onde combina design, construção, ativismo e educação para levar adiante sua prática profissional.
A questão de gênero é um ponto de conflito que vivenciamos dia após dia, em um contexto ultra-hegemônico e patriarcal, como é o caso do âmbito do design e da construção. Setor no qual enfrentamos dinâmicas complexas desde os vínculos com clientes, relações com pedreiros, negociações com fornecedores e espaços de ação coletiva, como a construção comunitária. Dinâmicas que estão enraizadas em estereótipos de gênero e construções culturais binárias excludentes, em torno de supostos papéis que mulheres e homens “devem” ocupar na sociedade. Um panorama que nos leva a (re)pensar quem tem a possibilidade de construir?
Desse questionamento surgem as jornadas de construção participativa com perspectiva de gênero: Femingas. O espaço se abre como uma alternativa às mingas (mutirão) de construção, originalmente concebidas no Equador como jornadas de trabalho participativo em que os membros de uma comunidade se reúnem para desenvolver atividades em prol do bem comum, como fazer a manutenção de uma estrada, construir um equipamento comunitário, limpar uma escola, etc.
*minga, é o termo quíchua usado no Equador para se referir ao mutirão