Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil
A proposta expositiva prevê discutir a possibilidade da construção em larga escala com elementos pré-fabricados em terra e palha para um caminho de construção sustentável realizável, de modo facilitado.
A ideia da reprodução seriada do artefato que, não por isso, traduz-se em sistemas industrializados de produção.
Ao contrário, olhamos para o popular e o trabalho do artífice, ou seja, a reprodutibilidade segundo o gesto manual com suas virtudes específicas.
Terra e palha: materialidades domésticas da cultura humana, são recursos construtivos abundantes nos territórios e, somados, conformam um amálgama oportuno para a arquitetura capaz de autoestruturar blocos pré-fabricados.
Segundo o último Censo do IBGE, de 2022, em 87,9% dos domicílios do Brasil o material das paredes externas era alvenaria ou taipa com revestimento, 7,2% era alvenaria sem revestimento e 4,1% em madeira para construção. Essa materialidade é, portanto, um dos maiores recursos construtivos disponíveis no País.
Apresentamos o ensaio de um sistema construtivo para paredes portantes em taipa de pilão leve, de modo a contribuir no desenvolvimento da técnica e suas aplicações: um bloco de dimensões 30x30x20cm, de 30kg de peso e capacidade de carga de pressão simples de 8400kg a 15000kg (14 a 25kg/cm²).
Diferentemente das experiências em pré-fabricação de taipa de pilão estrangeiras, sobretudo a austríaca, sob o comando do engenheiro Martin Rauch, as qual há um apelo por eficiência mecanizada em peças de grandes dimensões, buscou-se aqui uma aproximação conceitual com a pesquisa do arquiteto brasileiro João Filgueiras Lima, na qual toda peça deve ser dimensionada para ser carregada pelas mãos de quem atua no canteiro de obras.