Cinema, arquitetura e sociedade: registros de um mundo quente

Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  4

HEYARI

Ficção, curta-metragem, 20 minutos
Ano: 2025
País: Brasil
Direção: Daniel Velasco Leão
Produção: Punktu Filmes e Filmes Feito Faca

Sinopse

Heyari (em yanomami “espalhar fumaça para fazer adoecer colocando feitiço no fogo”)
narra o colapso climático em um conjunto habitacional, com a participação de moradores
no elenco e na produção. Anciãs solitárias morrem em decorrência do calor. O
ex-garimpeiro Viktor tem sua casa tomada pelo mar e retorna ao apartamento que fora de
sua mãe. Joana, uma devota negacionista, se recusa a fugir com seu filho para a serra.
Juntos, Viktor e Joana se veem cada vez mais sozinhos em um mundo ameaçador, sem
eletricidade, comunicação e alimentos. Joana se transforma no que teme: uma invasora de
apartamentos, questionando sua fé, enquanto aguarda o retorno de seu filho.


RUA DO PESCADOR nº6

Documentário, longa-metragem, 70 minutos
Ano: 2025
País: Brasil
Direção: Bárbara Paz
Produção: Lança Filmes

Sinopse

À medida que as águas das enchentes no Rio Grande do Sul vão baixando, as memórias de muitas vidas emergem, trazendo a certeza de que, a partir de agora, nada mais será o mesmo. Uma pequena equipe de técnicos do audiovisual gaúcho, alguns dos quais também foram afetados pela tragédia e ainda estão sem um lar para retornar, saíram em busca de histórias. Em busca de memórias ‘após o fim’.
Chegaram à Rua dos Pescadores no 6 e encontraram uma comunidade ribeirinha
fortemente impactada pelas enchentes. Esta comunidade, agora buscando reafirmar sua essência, seu pertencimento e amor por esta ilha, agora está coberta de areia.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

Fique atento, três atividades acontecem antes da abertura da Bienal:

13/09 – atividade associada | oficina Terra em trama (foto ao lado);
15/09 – oficina Imaginando arquiteturas para um mundo quente – módulo 1 (inscrições até 13/09);
17/09 – dois filmes da 1ª sessão da Mostra Cinema, arquitetura e sociedade: Registros de um mundo quente.

(A programação ainda está em processo de inclusão no site; em breve ela estará completa)