Domo Pompeia – T03

Turma 03 da Pós Graduação “Arquitetura em Madeira” do Núcleo da Madeira/ IPT

Desenvolvimento do projeto: Brasil

O DOMO POMPEIA é fruto de um exercício acadêmico e experimental conduzido pela Turma lll da Pós-Graduação “Arquitetura em Madeira: Projeto e Tecnologia” do Núcleo da Madeira em parceria com o IPT.

O projeto nasceu do desafio de criar uma estrutura desmontável, leve e manualmente construída, tendo a madeira como matéria principal da criação. Um domus não foi a primeira proposta, mas a geometria circular ganhou estabilidade nos protótipos elaborados e acabou surgindo uma evolução de processos. A proposta envolveu desde o desenho inicial, passando pelo estudo estrutural, até a execução integral da obra pelos próprios estudantes, em um processo coletivo de intensa experimentação.

A escolha pela execução manual não foi apenas uma limitação prática, mas sobretudo uma decisão pedagógica e conceitual. Cada encaixe, cada corte e cada junção do domus foi realizado sem o uso de maquinário industrial, permitindo que os participantes se reconectassem com o entendimento físico do material. Essa imersão direta possibilitou um aprendizado singular sobre a resistência, a plasticidade e o comportamento da madeira diante de diferentes esforços estruturais.

Vista de cima, a estrutura revela sua geometria radial, ripas de madeira partem de um núcleo central e se distribuem até o perímetro, formando um padrão que combina simetria e organicidade. As linhas sugerem um movimento espiralado, próximo às formas encontradas na natureza, como pétalas ou nervuras de folhas. Essa lógica construtiva garante o equilíbrio das forças, em que cada elemento trabalha em compressão e flexão, sustentado pelo todo. O domo, nesse enquadramento, se mostra não apenas como um objeto arquitetônico, mas também como um diagrama vivo da relação entre a forma e o caminho das forças.

O DOMO POMPEIA se estabelece, assim, como um experimento construído: um espaço em que teoria e prática se fundem, criando um espaço de estar e contemplação. Ele evidencia o potencial da madeira como elemento estrutural em sistemas modulares, explorando conexões precisas que garantem estabilidade ao mesmo tempo em que revelam uma estética de leveza e organicidade.

O nome foi dado em homenagem ao arquiteto Prof. Dr.Roberto Alfredo Pompeia, falecido precocemente em 2024, responsável pela disciplina de “Conceitos Estruturais em Madeira: Forma”, do curso de Arquitetura em Madeira. O curso é uma parceria entre o IPT e o Núcleo de Referência em Tecnologia da Madeira, e tem entre seus objetivos difundir o uso deste nobre material, sustentável e renovável, na construção civil.

A realização do projeto reforça a importância da experimentação no ensino da arquitetura e da engenharia de madeira. Mais do que uma obra, o domus é resultado de um processo coletivo que valoriza a manualidade, a cooperação e a investigação técnica. Ao ocupar fisicamente o espaço, o DOMO POMPEIA materializa o encontro entre tradição construtiva e pesquisa contemporânea, tendo a madeira como matéria para o futuro.

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (10.10)

14h30 – mesa Periferia Sem Risco no contexto de mudanças climáticas

16h – mesa Conhecer para Transformar: Planos Comunitários de Redução de Risco e Adaptação Climática

18h30 – mesa Adaptação inclusiva: Soluções Baseadas na Natureza nas Periferias

9h – Oficina desenho: a arquitetura de Oscar Niemeyer no Parque Ibirapuera e o desafio climático

NOS PRÓXIMOS DIAS (11 a 14.10)

ATENÇÃO a mesa Palmas: Há 36 anos, a capital ecológica do Tocantins que seria realizada no dia 11.10 | 19h foi cancelada.

11.10 e 12.10 | 9h – oficina Inventa(rio) Fronteiras: Jogando por cidades multiespécies

11.10 | 10h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 11h – mesa Aprendendo a habitar o antropoceno: a crise da arquitetura

11.10 | 14h – mesa Architecture for Learning and Civic Use

11.10 | 15h – mesa Culture and Public Architecture

11.10 – 15h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 16h – mesa Reconnecting with Nature & Circular Design

11.10 | 17h – mesa Architecture of Belonging: Interpreting Heritage Through Place

12.10 | 10h – mesa Vivência: Refúgios Climáticos e Espaços Públicos Naturalizados, com Ecobairro

12.10 | 10h30 – mesa Infâncias e Clima: Justiça Climática em Territórios Vulneráveis

12.10 | 10h30 – Oficina de Birutas com o Coletivo Flutua 

12.10 | 15h – mesa Fazer muito com pouco: arquiteturas para um planeta em transição com Esteban Benavides do escritório Al Borde

12.10 | 16h30 – mesa Terra – construindo um futuro sustentável e democrático 

12.10 | 17h45 – mesa Presença francesa na Bienal e exibição do filme AJAP – Álbuns de Jovens Arquitetos e Paisagistas

13.10 – atividade Ação Pantanal no IABsp

14.10 | 10h – mesa Panorama Urgente! O espaço como ato de permanência

14.10 | 18h – Lançamento do Guia “Educação Baseada na Natureza”

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

E tem muito mais até 19 de outubro!

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.