Infraestrutura e ambiente construído: o caso de Aquidauana e Anastácio

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Estudantes: Bianca Purkott Cezar, Lívia Tinoco da S. Furtado, Pedro A. de Jesus, Rodrigo M. de Souza

A produção do espaço é um processo condicionado aos meios de produção. É possível conceber o espaço como o conjunto de sistemas de objetos e sistemas de ações. Adotando a visão do materialismo histórico, sistema de objetos é sinônimo de um conjunto de forças produtivas, enquanto sistema de ações é o conjunto das relações sociais de produção. O próprio “descobrimento” do Brasil é consequência direta da necessidade de expansão enfrentada pelo desenvolvimento do capitalismo mercantil europeu. O espaço construído brasileiro surge a partir das capitanias hereditárias e das expedições que visavam a captura de mão de obra indígena. Foram das rotas feitas durante as monções pelos rios do interior brasileiro e, mais tarde, das estações de estradas de ferro, que se expandiram nossas cidades. O avanço da dinâmica econômica dos países da América do Sul para o exterior é um dos fatores que levou à formação de uniões aduaneiras e de blocos de organizações intergovernamentais, como a União das Nações Sul Americanas (Unasul). A partir da organização da Unasul, surgiu a Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul Americana (IIRSA), cujo planejamento estabeleceu uma série de conselhos, entre eles o Conselho Sul Americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN). Essa iniciativa resultou em diversos projetos de infraestrutura para o transporte de mercadorias entre os países membros, a planificação da infraestrutura e a conectividade regional. Entre os projetos desenvolvidos está a melhoria do trecho ferroviário brasileiro entre Santos (SP) e Corumbá (MS). A reativação desse trecho oferece a oportunidade de repensar seu impacto no território e como utilizar as infraestruturas de transporte a favor de um desenvolvimento que impacte positivamente a população dos municípios que são atravessados por elas. Entre os municípios cruzados pela Malha Oeste, Aquidauana chama a atenção pela proximidade com a área urbana de Anastácio. Inicialmente, a ocupação do espaço das duas cidades deu-se pela margem esquerda do rio Aquidauana, atual Anastácio. Quando a ferrovia Noroeste do Brasil foi construída na margem direita, atual Aquidauana, a presença da estação ferroviária desencadeou o rápido crescimento e aglomeração nesta margem, resultando em rivalidades e na divisão territorial. A reativação da Malha Oeste apresenta uma segunda chance para tratar a ferrovia e a hidrovia, pois lidar com a ferrovia que acompanha o traçado do rio significa também o dever lidar com o próprio rio, a água urbana, o saneamento básico ambiental e os resíduos sólidos urbanos. Essa abordagem é crucial para ambas as cidades, que sofrem com grandes inundações periodicamente, precisando adotar um modelo resiliente ao agravamento da crise climática. Discute-se aqui uma das possibilidades de desdobramento no ambiente das cidades Aquidauana e Anastácio, desde sua relação com a ferrovia, com a água e com o manejo de resíduos sólidos.

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (10.10)

14h30 – mesa Periferia Sem Risco no contexto de mudanças climáticas

16h – mesa Conhecer para Transformar: Planos Comunitários de Redução de Risco e Adaptação Climática

18h30 – mesa Adaptação inclusiva: Soluções Baseadas na Natureza nas Periferias

9h – Oficina desenho: a arquitetura de Oscar Niemeyer no Parque Ibirapuera e o desafio climático

NOS PRÓXIMOS DIAS (11 a 14.10)

ATENÇÃO a mesa Palmas: Há 36 anos, a capital ecológica do Tocantins que seria realizada no dia 11.10 | 19h foi cancelada.

11.10 e 12.10 | 9h – oficina Inventa(rio) Fronteiras: Jogando por cidades multiespécies

11.10 | 10h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 11h – mesa Aprendendo a habitar o antropoceno: a crise da arquitetura

11.10 | 14h – mesa Architecture for Learning and Civic Use

11.10 | 15h – mesa Culture and Public Architecture

11.10 – 15h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 16h – mesa Reconnecting with Nature & Circular Design

11.10 | 17h – mesa Architecture of Belonging: Interpreting Heritage Through Place

12.10 | 10h – mesa Vivência: Refúgios Climáticos e Espaços Públicos Naturalizados, com Ecobairro

12.10 | 10h30 – mesa Infâncias e Clima: Justiça Climática em Territórios Vulneráveis

12.10 | 10h30 – Oficina de Birutas com o Coletivo Flutua 

12.10 | 15h – mesa Fazer muito com pouco: arquiteturas para um planeta em transição com Esteban Benavides do escritório Al Borde

12.10 | 16h30 – mesa Terra – construindo um futuro sustentável e democrático 

12.10 | 17h45 – mesa Presença francesa na Bienal e exibição do filme AJAP – Álbuns de Jovens Arquitetos e Paisagistas

13.10 – atividade Ação Pantanal no IABsp

14.10 | 10h – mesa Panorama Urgente! O espaço como ato de permanência

14.10 | 18h – Lançamento do Guia “Educação Baseada na Natureza”

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

E tem muito mais até 19 de outubro!

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.