No domingo dia 28 de setembro de 2025, o Parque da Jóia, localizado no bairro do Butantã, em São Paulo, será palco do 4º Festival da Jóia, um evento que celebra a regeneração socioambiental, a cultura comunitária e a educação ambiental. Neste ano, o festival integra oficialmente a programação da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, dialogando diretamente com as suas pautas centrais: preservar as florestas e reflorestar cidades e, conviver com as águas.

Organizado pelo coletivo Gente Jóia, formado por moradores e colaboradores locais, o evento reafirma o protagonismo comunitário na transformação do Parque da Jóia — um espaço de 13 mil m² que, no passado, abrigou a antiga Favela Jóia e que, hoje, é referência em reflorestamento urbano, manejo sustentável de águas e práticas de permacultura.

A programação inclui duas inaugurações: a primeira é a Exposição de Design Biomimético, que apresentará ao público protótipos desenvolvidos por estudantes da FAU-USP a partir de soluções inspiradas na natureza. 

A segunda estreia é a do Jogo de Percurso “A Jóia do Parque”. Destinado aos frequentadores cotidianos e também a grupos escolares, propicia ao público, através de um trajeto lúdico e educativo, conhecer a história, as ações regenerativas e a biodiversidade do Parque da Jóia. Trata-se de uma experiência interativa, onde o público será convidado a assumir o papel de detetives da regeneração a fim de desvendar um mistério ecológico. O objetivo do jogo de percurso é despertar a consciência ambiental passeando pela jornada da destruição à restauração, mostrando como é possível transformar áreas degradadas em locais lindos e biodiversos através da união comunitária.

O festival ainda contará com três atrações musicais com artistas da comunidade, uma roda de capoeira, oficinas práticas de permacultura urbana, onde o público terá a oportunidade de ver de perto e entender como funcionam jardins de chuva e farão a compostagem dos resíduos produzidos ao longo do dia de festival. Todas as atividades são abertas ao público e gratuitas. 

Ao longo de todo o dia acontecerá a Feira Agroecológica da Jóia, com comidas saudáveis, artesanatos de produtores locais e com uma gestão cuidadosa dos resíduos sólidos, na direção de um festival lixo zero. Haverá também grafitagem do parque com o colevito Butantãnicas formado por artistas visuais do Butantã que participam de mutirões de grafitti pelo bairro, colorindo as paredes e dando visibilidade para o trabalho produzido por mulheres.

“O Festival da Jóia é mais do que um evento, é a celebração de um território vivo, construído coletivamente. Ao integrar-se à Bienal, reforçamos que o Parque da Jóia é também um espaço de reflexão sobre o futuro das cidades e de inspiração para práticas regenerativas contribuindo não somente com o meio ambiente, mas também com a saúde física e mental da população”, destaca o coletivo Gente Jóia.

O 4º Festival da Jóia conta com o apoio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo e também com o apoio da rede Permacultores Urbanos.

Entrada gratuita

Mais informações: instagram.com/parquedajoia

O 4º Festival da Jóia reafirma o Parque da Jóia como um laboratório vivo de práticas sustentáveis e de fortalecimento comunitário, alinhando arte, design, permacultura e educação ambiental em um espaço que luta pelo reconhecimento como parque urbano municipal.

Ateliescola Acaia é um projeto socioeducativo na Vila Leopoldina que oferece a 250 crianças e jovens, principalmente das comunidades de baixa renda do entorno da Ceagesp, educação gratuita em tempo integral, assistência à saúde e formação para a cidadania. Os alunos podem frequentar desde a educação infantil até o ensino pré-técnico, beneficiando-se de um ambiente que combina teoria e prática, e valoriza a criatividade e a autonomia.

Todos os dias, por volta das 07h30 e das 16h30, as famílias convergem brevemente no portão da Ateliescola Acaia — um lugar marcado pela alegria e pelo cuidado, mas também pelo asfalto, carros estacionados e calor. Nos últimos anos, São Paulo tem enfrentado ondas de calor intensas, impactando desproporcionalmente as comunidades de baixa renda com acesso limitado a infraestruturas adaptativas. As crianças da Acaia habitam e transitam por esses “extremos” diariamente.

Reagindo ao tema urgente do calor extremo na São Paulo urbana, o projeto reúne alunos, pais e educadores para projetar e construir uma estrutura protótipo temporária no limiar da Ateliescola Acaia. Ele envolve diretamente a experiência vivida dos mais afetados — crianças e cuidadores — para ressignificar e transformar a área de entrada da escola em um espaço compartilhado, sombreado e acolhedor de encontro.

Esta intervenção colaborativa parte do conhecimento vernacular e do urbanismo tático, explorando as relações entre justiça climática, transformação urbana e aprendizado intergeracional. A estrutura resultante testará soluções específicas para o local por meio de estratégias de baixa tecnologia, mas também servirá como uma plataforma para a narrativa comunitária.

Tá lá na rua do Acaia é um projeto iniciado pela marceneira Alice Barkhausen (DE), pela designer e produtora cultural Sofia Costa Pinto (BR), pela arquiteta e construtora Maddalena Pornaro (IT) e pela pesquisadora urbana e educadora Licia Soldavini

Programação

De 8 a 18 de Setembro, das 9h às 16h – Workshop de desenho e construção (apenas para os alunos do Ateliescola Acaia)

19 de setembro, das 16h às 19h – Inauguração no Instituto Acaia com música, conversa e comida (aberta a todos)

16h – Música com Cultura na Calçada por: Hilton Hits  

17h – Apresentação dos resultados e conversa coletiva com Zoy Anastassakis (ESDI/UERJ)

18h – Comes e bebes

Instituto Acaia, R. Dr. Avelino Chaves, 159 – Vila Leopoldina, São Paulo – SP, 05318-040

A comunidade Guarani Mbyá preserva sua espiritualidade e língua na menor terra indígena do Brasil, cercada pela megalópole de São Paulo. Em 1500, durante a invasão portuguesa, os Guarani habitavam vastos territórios desde o litoral brasileiro até o Paraguai. Suas prósperas aldeias prosperavam com a agricultura e a pecuária. Ao longo dos séculos, eles foram desalojados, escravizados e catequizados, contribuindo para a ascensão de São Paulo como centro comercial. Hoje, essa comunidade representa um microcosmo da crise climática global. Em meio a 22 milhões de pessoas, eles protegem um dos últimos remanescentes de floresta tropical da região, incluindo o Pico do Jaraguá, com 400 hectares. Apesar de estarem restritos a apenas 1,8 hectares de território reconhecido, eles mantêm práticas agrícolas ancestrais e protegem a biodiversidade, resistindo à degradação ambiental. Em comparação, as terras indígenas no Brasil perderam apenas 1% da vegetação nativa em 30 anos, contra 20,6% em áreas privadas. 

No centro de sua prática espiritual está o cachimbo Petynguá, feito da árvore araucária, ameaçada de extinção, conectando o passado, o presente e o futuro. Essa fumaça sagrada, que se eleva da interseção entre a floresta e a expansão urbana, simboliza sua ancestralidade ininterrupta e um apelo para repensar o impacto ambiental da vida urbana. 

Nhemboaty é o resultado de 5 anos de encontros entre o fotógrafo Rafael Vilela e os moradores da Terra Indígena Jaraguá. A exposição acontece dentro da Aldeia Pindomirim, uma experiência imersiva no Nhanderekó, o modo de vida Guarani. Durante uma tarde, os visitantes poderão experimentar a comida tradicional desse povo, caminhar pelo território, escutar suas palavras e seus cantos, visitar espaços sagrados e expositivos. A atividade acontece em parceria com a Bienal de Arquitetura de Sao Paulo e a Agência Autônoma e trará também uma mostra de curtas do projeto Imagining the Forest, com filmes de Nadeem Alkarimi, Qadir Jhatial e Sadqain Riaz (Bienal de Karachi, Paquistão), e Eelyn Lee (Richmond Arts & Ideas Festival, Reino Unido). 

Essa pesquisa teve o importante apoio e financiamento de Catchlight, National Geographic Society e British Council.

Por se tratar de um território sagrado, a experiencia na aldeia terá entrada limitada a um número de 40 pessoas. 
Está atividade é fechada para participantes convidados.

O primeiro simpósio do re:arc institute em São Paulo propõe uma experiência de investigação sobre valores, práticas e modos de pensar que expressam e cuidam das interconexões de toda a vida, a partir do conceito de arquiteturas do bem-estar planetário.

Ao longo de dois dias, em três atos, o encontro reunirá artistas, pesquisadores e agentes culturais para compartilhar saberes por meio de palestras, apresentações, performances e rodas de conversa. As pessoas convidadas trazem experiências ligadas à coletividade, ecologia, território, design e arquitetura, oferecendo perspectivas que dialogam com a história do espaço e suas interseções entre performance e imaginação revolucionária.

O programa percorrerá práticas espaciais a partir das lentes da reparação e do envolvimento, além de propor uma reorientação da temporalidade com que percebemos e criamos o ambiente construído. As presenças e perspectivas dos participantes entram em diálogo profundo com o espaço, potencializando suas interseções entre performance e imaginação revolucionária.

19 Setembro
17:00-23:00

ATO I: Reparação

Em Diálogo com a Terra

Ailton Krenak & Paulo Tavares

Teat(r)o de Mutirão: Ação Coral: ritos de possessão e transformação

Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona

Reflexões sobre Arquitetura da Reparação

Ana Flávia Magalhães Pinto & Paulo Tavares

20 Setembro
10:00-14:00
ATO II: Enraizamento

Espacialidade e Tempo Espiral: Fala de Abertura

Leda Maria Martins

Temporalidades e Práticas Espaciais: Mesa Redonda

Leda Maria Martins, Mãe Celina de Xangô, Rose Afefé e Maya Quilolo

Moderada por Gabriela de Matos e Audrey Carolini, do Instituto Cambará

20 Setembro
16:00-20:00
ATO III: Envolvimento

Amaro Freitas Y’Y

Envolvimentos: Mesa Redonda

Tainá de Paula, Jerá Guarani e Maria Alice Pereira da Silva

Moderada por Marcella Arruda

Perspectivas sobre Prática

Sem Muros, Palmares Laboratório-Ação, RUÍNA Arquitetura e Grupo ][ Fresta

Empoderamento: Fala de Encerramento

Joice Berth

Mais informações e inscrições no site www.arquiteturasdobemestarplanetario.com

Comunidades Indígenas apresentam seus territórios ancestrais em primeira pessoa. Narram situações em que a TERRA é intencionalmente colocada em TRAMA. O barro no entremeado de taquara construindo paredes e definindo espaços; a geografia na urdidura das cartografias constituindo argumentos e delineando divisas; o verbo na tessitura das narrativas engendrando estratégias e traçando rumos. O conjunto de mapas produzidos crítica, coletiva e colaborativamente reúne enredos de Territórios Indígenas e tocam diferentes etnias, perspectivas, biomas e formas de agenciamento vivenciadas no Estado do Paraná e em suas vizinhanças.

Em busca de alternativa às experiências de documentação coloniais, que ao longo dos séculos forjaram – e seguem forjando – um universo originário exotizado e anacrônico, TERRA EM TRAMA ensaia a autorrepresentação específica na abordagem de um dos temas cruciais da luta Indígena: Territórios em disputa. São descritos na precisão acadêmica e anotados na precisão ancestral, de forma a constituir auto-retratos cartográficos. Os mapas discorrem sobre a presença e as relações entre Comunidades e seus Territórios implementando procedimentos das tradições oral e material Indígenas de sobreposição de camadas, aproveitamento inventivo e diversidade de expressões.
As pranchas anotadas apoiam-se em estrutura expositiva que, de forma similar, toma forma a partir da interação com os saberes tradicionais de construtores indígenas, sendo suporte para a transmissão de conhecimentos diversos pela prática construtiva. Traz em si o argumento de que estruturas expositivas, espaços livres, edifícios, cidades, florestas são fundamentalmente políticos e ferramentas cruciais para adiarmos tantos fins de tantos mundos.

Estúdio Fronteira – projeto de extensão universitária coordenado pela arquiteta e professora Marina Oba dentro do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPR. Tem como objetivo o desenvolvimento de registros e orientações engajados com modos de produção de espaço não hegemônicos. Contempla o desenvolvimento de levantamentos técnicos e diagnósticos de conjuntos arquitetônicos e recortes urbanos e rurais, com ênfase nas apropriações e manifestações humanas, bem como a composição de orientações de manejo e de estruturação territorial.

+Retomada Kaingang de Kógunh Jãmã, Parque do Mate (Campo Largo), Retomada Kaingang de Rán Krī Tupē Jamã, Cristo de Purunã (São Luís do Purunã), Aldeia Urbana de Kakané Porã (Curitiba), Retomada Multiétnica Tekoa Ywy Dju, Território Sagrado (Piraquara), Tekoa Kuaray Haxá (Antonina), Tekoa Tupã Nhe’e Kretã (Morretes), Tekoa Kuaray Guatá Porã, Terra Indígena Cerco Grande (Guaraqueçaba), Tekoa Pindoty e Tekoa Takuaty, Terra Indígena Ilha da Cotinga (Paranaguá), Terra Indígena Rio d’Areia (Inácio Martins), + colaborações independentes.

Este projeto tem o patrocínio da Copel, por meio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura | PROFICE da Secretaria de Estado da Cultura | Governo do Estado do Paraná.

A atividade começará às 8h e será encerrada após o fechamento da estrutura, previsto para 16h.
É possível participar da atividade em qualquer horário durante o seu desenvolvimento.

Local da atividade

Museu das Culturas Indígenas, Rua Dona Germaine Burchard, 451 – Água Branca, São Paulo

Inscrições

Não é necessário realizar inscrição para participar da atividade.

Para receber um certificado de participação é necessário preencher o formulário até dia 12.09 (8h de atividades formativas, pela UFPR).

Fique atento, três atividades acontecem antes da abertura da Bienal:

13/09 – atividade associada | oficina Terra em trama (foto ao lado);
15/09 – oficina Imaginando arquiteturas para um mundo quente – módulo 1 (inscrições até 13/09);
17/09 – dois filmes da 1ª sessão da Mostra Cinema, arquitetura e sociedade: Registros de um mundo quente.

(A programação ainda está em processo de inclusão no site; em breve ela estará completa)