Implantação do projeto: Suíça
Desenvolvimento do projeto: Suíça

As intervenções de recomposição, iniciadas em 1994 e ainda em curso, referem-se às ruínas de abrigos para pessoas e animais construídos em pedra seca nos pastos alpinos de Sceru, Giumello, Quarnei, Luzzone e Piora, e nos Alpes do cantão do Ticino, a mais de 2000 metros de altitude na Suíça. As recomposições consistem concretamente no recolhimento das pedras dentro da parede perimetral das ruínas destes edifícios abandonados desde os anos 1950.

Hoje, a construção de novos edifícios nesses locais de alto valor em paisagem natural é permitida apenas para obras de interesse público, como infraestruturas hidrelétricas, estradas florestais, captações de água, abrigos contra avalanches, refúgios alpinos, etc. Os particulares podem fazer a manutenção dos edifícios existentes, respeitando sua função original. Apenas em casos raros é permitida a sua conversão em casas de férias.

Nas recomposições, a componente funcional e privada do edifício, cuja manutenção implicaria uma obra de reconstrução, é anulada através da criação de um volume compacto e sem espaços utilizáveis. Pelo contrário, o valor público do edifício, entendido como presença geométrica de referência na paisagem, é integralmente restaurado. Também o espaço circundante, uma vez limpo dos escombros, recupera o seu valor original.

As recomposições são realizadas numa base voluntária. Participam amigos, estudantes, familiares e colegas. A população local e os proprietários das ruínas recompostas apreciam o idealismo e a eficácia deste trabalho, que tem um impacto nas realidades a que estão afetivamente ligados.

As recomposições devolvem um sentido às pastagens abandonadas. Representam o epílogo de uma civilização que sobreviveu no Ticino até ao advento da modernidade. Fatores como sustentabilidade, simplicidade, durabilidade, participação, idealismo, coerência e beleza garantem a qualidade das intervenções ao longo do tempo, mas acima de tudo consolidam a presença de valores positivos na sociedade.

Os Envolvimentos promoveram uma abertura de diálogo com movimentos sociais e territórios diversos, convergindo na exposição da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontece de 18 de setembro a 19 de outubro, na OCA, no Parque Ibirapuera. Arquitetos e lideranças das aldeias, dos terreiros, das ribeiras e das periferias investigaram juntos arquiteturas para habitar um mundo quente em debates que aprofundaram as ideias centrais da exposição.

Foram convidados para dialogar atores envolvidos em projetos realizados em diversas territorialidades e contextos que elaboram questões como o convívio com as águas e inundações, a salvaguarda do patrimônio, a proteção e o manejo sustentável da floresta, a agricultura urbana, os mecanismos de viabilização de modos de vida de baixo impacto ambiental e o reconhecimento da natureza como sujeito de direitos. São modos de habitar, construir, perceber, participar e transformar o território.

4º Envolvimento – Agir no pós-desastre

O quarto encontro discute a preservação de memórias e patrimônios no pós-desastre, valorizando também o reconhecimento espiritual. Reflete sobre como ações humanas geram desastres e aprofundam desigualdades.

Convidados:

Comunal
Cidade do México, México

Fundado por Mariana Ordóñez Grajales e Jesica Amescua Carrera, Comunal concebe a arquitetura como um processo social colaborativo, vivo, aberto e em constante evolução, com os moradores como o centro das decisões. Em comunidades atingidas por terremotos, furacões e inundações, o escritório vem facilitando e acompanhando processos sociais de reconstrução, não apenas de moradias, mas também de cadeias produtivas locais e vínculos comunitários.

Ewésh Yawalapiti Waurá
Associação Terra Indígena Xingu
Território Indígena do Xingu, MT, Brasil

Advogado graduado pela UFMT e diretor executivo da Associação Terra Indígena Xingu (ATIX). A ATIX atua na defesa dos direitos indígenas, proteção do território e valorização das culturas tradicionais do Xingu. Ewésh, junto ao povo Waujá, vem atuando na defesa da gruta de Kamukuwaká, território sagrado dos povos alto-xinguanos e patrimônio do Iphan que sofreu depredações e recebeu uma réplica, atualmente instalada dentro da aldeia Ulupuwene.

Luis Octavio de Faria e Silva
Frente Ilê Odé Ibualamo
São Paulo, SP, Brasil

Professor adjunto de arquitetura e urbanismo na Universidade São Judas Tadeu e pesquisador do Instituto Anima, com doutorado e mestrado pela FAUUSP. Atua em temas como urbanismo, habitação e arquitetura ecológica. Em 2022, denunciou a demolição do terreiro de candomblé Ilê Asé Odé Ibualamo, em Carapicuíba, realizada sem diálogo com a comunidade, para a canalização do Córrego do Cadaval.

Autoria das imagens:

Imagem 1 – Gustavo Caboco – Baixe a imagem aqui

Imagem 2 – Estúdio Guanabara – Baixe a imagem aqui

ENVOLVIMENTOS

FICHA TÉCNICA

Curadoria e mediação: Marcella Arruda e Marina Frúgoli

Produção: Julia Delmondes

Estagiários: Matheus de Sousa e Yasmin Guerra

Registros Gráficos: Estúdio Guanabara e Gustavo Caboco

Os Envolvimentos promoveram uma abertura de diálogo com movimentos sociais e territórios diversos, convergindo na exposição da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontece de 18 de setembro a 19 de outubro, na OCA, no Parque Ibirapuera. Arquitetos e lideranças das aldeias, dos terreiros, das ribeiras e das periferias investigaram juntos arquiteturas para habitar um mundo quente em debates que aprofundaram as ideias centrais da exposição.

Foram convidados para dialogar atores envolvidos em projetos realizados em diversas territorialidades e contextos que elaboram questões como o convívio com as águas e inundações, a salvaguarda do patrimônio, a proteção e o manejo sustentável da floresta, a agricultura urbana, os mecanismos de viabilização de modos de vida de baixo impacto ambiental e o reconhecimento da natureza como sujeito de direitos. São modos de habitar, construir, perceber, participar e transformar o território.

Convidados:

Jean Ferreira
Belém, PA

De Belém do Pará, do bairro do Jurunas. É co-fundador do Gueto Hub e da COP das Baixadas, co-curador de programas públicos da 2ª Bienal das Amazônias e ativista pelo acesso à cultura, memória e ao debate climático para as periferias.

Jerá Guarani
São Paulo, SP

Jera Guarani, liderança da aldeia Kalipety, na TI Tenonde Porã, no extremo Sul de São Paulo. Formada em Pedagogia, atua como Agente Ambiental, promovendo a recuperação de sementes tradicionais, de áreas degradadas e de florestas na terra indígena.

Mãe Carmem de Oxalá
Guaíba, RS

Mãe Carmen de Oxalá, ialorixá gaúcha. É vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul e compõe a Executiva da Comissão Nacional de Pontos de Cultura – CNPDC. É atuante no combate à intolerância religiosa e formada em Psicologia.

Marcele Oliveira
Rio de Janeiro, RJ

Produtora, comunicadora e ativista climática, integrou a Agenda Realengo 2030 e é diretora executiva do Perifalab. Pesquisa Justiça Climática e Racismo Ambiental vinculado às pautas de ocupação dos espaços públicos e direito à cidade, com o foco em cultura e clima.

Anthropogenic land-use changes, driven by rapid urban expansion and rising population pressures, have significantly exacerbated climate change, intensifying the urban heat island effect (UHI) and raising levels of airborne pollutants. Global forests, indispensable carbon sinks that sequester up to approximately 7.6 gigatons of CO₂ annually, play a vital role in moderating local microclimates through evapotranspiration, wind, and albedo modulation, enhancing thermal comfort, improving air quality, and supporting ecological and human well-being. However, their extensive decline throughout the Anthropocene has substantially heightened urban vulnerability to a spectrum of environmental and climatic stressors. This study employs a comparative framework utilizing Geographic Information Systems (GIS) and advanced computational fluid dynamics (CFD) modeling to assess the efficacy of reforestation and forest structural designs in reducing land surface temperature (LST), augmenting evapotranspiration, and generating localized ‘urban cool islands’. Supporting integrative climate adaptation strategies that alleviate climate-driven heat stress while fostering urban resilience and ecological integrity.

Apresentações:

From point to network: designing Turin’s future through its rivers
Jowita Aleksandra Tabak e Riccardo Ronzani

Cidades, infraestrutura e adaptação às mudanças do clima (CIAM Clima)
Renato Luiz Sobral Anelli e Ana Paula Koury

Revaloración del paisaje industrial para la regeneración urbana de la ciudad de Tumán, 2023
Aurora Isabel Marchena Tafur

Biohortos como estratégia para reduzir o estresse térmico em climas desérticos é possível?: Caso da Portada de Manchay II, Peru
Loyde Vieira de Abreu Harbich, Jose Pajuelo, Perola Felipette Brocaneli e Andre Luiz Nery Figueiredo

Urban microclimates: thermal constructs of socio-environmental imprints
Mariami Maghlakelidze

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

A sessão temática propõe discutir experiências e estratégias metodológicas na elaboração e implementação de instrumentos de planejamento popular voltados à promoção da justiça socioambiental e climática em territórios populares, a exemplo dos planos comunitários de redução de riscos e adaptação climática e dos planos de bairro – instrumentos que atuam com diferentes escalas, a partir de processos participativos. A sessão abordará a urgência de soluções integradas para enfrentamento dos desafios climáticos, que articulem o conhecimento técnico e os saberes locais, e que envolvam ativamente as comunidades em todas as etapas do processo para fortalecer sua autonomia e a construção da capacidade de resposta coletiva diante de eventos climáticos extremos. Serão apresentados avanços e desafios dessas iniciativas, valorizando tanto os aprendizados metodológicos quanto os impactos práticos nos territórios. O debate reunirá especialistas diversos (pesquisadores, gestores públicos, urbanistas, representantes de movimentos sociais, universidades e organizações da sociedade civil) combinando apresentações estruturadas com diálogos abertos.

Apresentações:

Planejamento comunitário em Fortaleza, Ceará (Brasil): Territórios vulneráveis, práticas locais e resiliência
André Araújo Almeida

Retratos das enchentes, 2025
Laryssa Nunes dos Santos

A participação popular na elaboração do Plano Municipal de Redução de Riscos: os desafios e as potencialidades em Itaquaquecetuba, SP
Alexandra Martins Silva, Ana Paula Leal Pinheiro Cruz, Luiz Antonio Bongiovanni e Talita Gantus-Oliveira

Planejamento comunitário participativo de rotas de evacuação: cartografia social para redução de riscos em desastres hidrológicos e climáticos
Talita Gantus-Oliveira, Henrique Candido de Oliveira, Alexandra Martins Silva, Ana Paula Leal Pinheiro Cruz e Luiz Antonio Bongiovanni

Quem imagina o futuro? Planejamento popular na cooperação internacional para adaptação climática das ilhas de Porto Alegre
Raquel Hädrich Silva, Amanda Kovalczuk, Camila Kuhn e Julia Boff

Gratuito

Inscrições

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A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Diante das urgências climáticas e sociais do Antropoceno, está sessão propõe repensar o papel do arquiteto como agente de transformação territorial e incorporador de futuros. Mais do que projetar edifícios, trata-se de atuar com responsabilidade política e ética sobre o solo urbano, articulando projeto, incorporação, justiça espacial e regeneração. A partir de práticas que cruzam arquitetura, urbanismo, ativismo e desenvolvimento imobiliário, buscamos reunir trabalhos teóricos e práticos que expressem essa atuação: habitação social liderada por arquitetos, ocupações regenerativas, retrofit sustentável, novas metodologias de impacto social e abordagens que integrem estética, ecologia e viabilidade. Busca estimular assim a reflexão crítica sobre a autonomia profissional frente a modelos concentradores, às possibilidades de mediar conflitos, de atuar com inovação e de regenerar ecossistemas urbanos. Um convite a pensar e discutir novos imaginários e horizontes, com responsabilidade e potência criativa para regenerar o que (e para quem) é possível (e para além do possível).

Apresentações:

Katahirine: novos Oikos para reflorestar o imaginário
Luciana de Paula Santos

Landscapes of transition: urban regeneration and new ecologies in deactivated areas
Karla Cavallari, Alessandro Tessari e Alessandro Massarente

Todo território é uma invenção: memória, patrimônio e o imaginário da floresta
Laura Benevides

Hybrid economies / ecologies: countering territorial violence in the Bekaa
Carla Aramouny e Sandra Frem

Um papel em branco: arquitetos como incorporadores de futuros
Evelyne da Nóbrega Albuquerque, Paulo Almeida e Ricardo Avelino Dantas Filho

Gratuito

Inscrições

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A sessão convida trabalhos que analisem criticamente como instrumentos de planejamento urbano, territorial e habitacional têm (ou não) contribuído para enfrentar os desafios da crise climática em territórios vulneráveis. Interessa-nos explorar a articulação — ou sua ausência — entre planos diretores, políticas habitacionais e estratégias de adaptação, especialmente em contextos marcados por desigualdades socioespaciais, ocupações em áreas ambientalmente sensíveis e ausência de infraestrutura. Partimos do reconhecimento de que esses territórios são os mais expostos aos impactos dos eventos extremos e, ao mesmo tempo, os menos contemplados por políticas públicas eficazes.

A partir do conceito de resiliência urbana — entendido como capacidade de adaptação, transformação e reorganização diante de crises contínuas — buscamos contribuições que questionem os limites do planejamento tradicional e proponham alternativas integradas, justas e transformadoras. Serão valorizadas experiências e análises que articulem o direito à moradia, a justiça climática e a reestruturação territorial, ampliando o escopo das políticas públicas para além da mitigação de riscos.

Apresentações:

Riscos da mensuração de riscos
Renata Maria Pinto Moreira

Cartas geotécnicas de suscetibilidade de risco e de aptidão de urbanização, como instrumentos de prevenção e gestão de risco de desastres no contexto de mudanças climáticas
Nicole Pavaneli Oomura e Edson Quirino dos Santos

El plan maestro de ordenamiento territorial y diseño urbano como movilizador de visiones comunes, proyectos y financiamiento específico. El caso del piloto GEF Humedales Costeros Rocuant-Andalién
Nelly Paulina

Política urbana e crise climática em Fortaleza: um olhar sobre assentamentos precários em margens fluviais
José Almir Farias e Mariana Araújo de Oliveira

Riscos e vulnerabilidades associados às emergências climáticas. Impactos e doenças de veiculação hídrica
James Miyamoto

Gratuito

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Esta sessão propõe uma virada decolonial no debate sobre patrimônio amefricano e emergência climática, focando nas cosmologias e práticas de resistência de comunidades tradicionais. Questionamos modelos hegemônicos de adaptação, que esvaziam seu potencial político de insurgência contra o racismo ambiental e a desordem histórica que consolida a segregação socioespacial.

Comunidades como a Aldeia Guató, a nação Mebengokré, Terreiros de Candomblé e Quilombos, apesar de expostos e vulneráveis, demonstram que a resiliência emerge de epistemologias radicalmente situadas, intrínsecas à sua memória e a forma como constroem e habitam. Buscamos abordagens de uma diversidade de sítios e comunidades tradicionais no Brasil e na América Latina que revelem caminhos para o mapeamento de valores culturais (cartografias, oralidade), avaliação de riscos (impactos e ameaças) e planos de ação climática (estratégias, políticas).

Esta sessão convida a uma transformação radical, sobre o papel do patrimônio (bio)cultural no combate aos extremos climáticos (caos) e o devir de habitar o Cosmos (ordem). Mais do que “incluir” saberes tradicionais em modelos arquitetônicos ou urbanísticos vigentes, almejamos uma reorganização completa da adaptação. Que formas de governança espiritual climática emergem da integração de saberes ancestrais e práticas comunitárias? Como as cosmopercepções dos povos tradicionais podem se traduzir em cidades mais justas, inclusivas e resilientes? Como a ação climática pode ser reimaginada a partir da ética do cuidado, reciprocidade e justiça pela permanência no território?

Apresentações:

Las memorias del agua de Iquitos. Caso Moronacocha
Moisés Porras

Espacio comunitario para la comunidad Huarpe de Aguas Verdes: Territorio fragmentado, saberes en resistencia y acción climática desde la arquitectura comunitária
Mauricio Vellio e Martín Ezequiel López

Quem paga a conta do clima? A governança espiritual afro-brasileira entremundos – Morro da Pedra de Oxóssi e a Rodovia BR 030
Maria Alice Pereira da Silva, Fernanda Viegas Reichardt, Sandra Akemi Shimada Kishi, Bruno Amaral de Andrade e Celso Almeida da Silva Cunha

Em busca da Terra sem Males: uma proposta de intervenção projetual a partir do patrimônio cultural indígena Guarani Mbyá
Ana Helena Leichtweis

Maré de luta: a re-existência no patrimônio quilombola para adaptação climática
Liane Monteiro dos Santos e Thiago Assunção dos Santos

Gratuito

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No desenho federativo brasileiro, o sucesso de implementação da ação climática na ponta depende da coordenação entre atores de diferentes níveis. Isso envolve traçar objetivos climáticos, fortalecer capacidades e criar instrumentos que estejam alinhados à variedade dos contextos regionais, municipais e territoriais e que considerem o impacto do clima sobre quadros históricos de desigualdades e vulnerabilidades socioespaciais que se explicitam nos desafios de transporte, moradia, gestão de resíduos, entre outros temas.

Esse exercício exige aproximar diferentes interlocutores. A proposta é organizar um debate e uma oficina ao longo de um período, congregando: (i) representantes do governo federal (pasta de cidades e meio ambiente), (ii) organizações que têm trabalhado o tema do federalismo climático brasileiro, como a FNP, ABM, GIZ, C40, ICLEI, WRI e o próprio Instituto ZeroCem, (iii) membros da academia que tem desenvolvido pesquisas sobre o tema, como a FGV, e (iv) movimentos socioambientais com perspectivas locais.

Apresentações:

A gestão do uso e ocupação do solo na Bacia da Guarapiranga: conflitos, fiscalização e desafios diante das mudanças climáticas
Carlos Alberto Pinheiro de Souza

Desafios e inovações do planejamento das cidades brasileiras em contexto de emergência climática
Renata Maria Pinto Moreira, Angélica Benatti Alvim, Andresa Ledo Marques e Luciana Varanda

Planejamento urbano ambiental: a articulação entre o Programa Mananciais, o Plano Diretor Estratégico de São Paulo (PDE) e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
Viviane Manzione Rubio, Thiago Ferraz do Amaral, Caio Albuquerque Escaleira e Luana Siqueira Bernardes

Campo em disputa: o avanço dos empreendimentos eólicos e o Direito à Moradia no Quilombo de Macambira (RN)
Rani Priscila Sousa, Jéssica Bittencourt Bezerra, Maria Dulce Picanço Bentes Sobrinha e João Marcos de Almeida Lopes

Vamos colocar nos territórios, a cultura na agenda e a assistência técnica nos canteiros de obras
Claudia Teresa Pereira Pires

Gratuito

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A emergência climática impõe novos paradigmas à arquitetura, que precisa conciliar sustentabilidade, inovação e impacto social. A mesa “Arquitetura Contemporânea e Emergência Climática” parte da premissa de que público e privado se entrelaçam na responsabilidade ambiental. O trabalho da KAAN Architecten busca criar edifícios que impactem positivamente pessoas e natureza, integrando materiais sustentáveis, adaptação climática e valorização cultural. Reutilizamos estruturas existentes, promovemos densificação urbana com pavimentos ativos e construímos espaços valorizados pela comunidade. Durante a sessão, Renata Gilio, Vincent Panhujsen e Marco Peixe apresentarão exemplos concretos organizados em cinco temas: baixo carbono, integração comunitária, reutilização de estruturas, densificação urbana e reflexão sobre mudanças regulatórias. Os exemplos apresentados serão: Biblioteca Lagoa do Sino da UFSCar em Buri/SP, Strijp S – Matchbox em Eindhoven (Países Baixos), Tribunal de Nancy (França), Utopia – Biblioteca e Academia de Artes em Aalst (Bélgica), Tribunal de Amsterdam (Países Baixos), Ecomuseu do Parque Orla Piratininga em Niterói/RJ, NBB National Bank (Bélgica), FAMA – Fábrica de Arte Marcos Amaro em Itu/SP e Lumière em Rotterdam (Países Baixos).

Apresentações:

Construir com terra estabilizada: a importância do sul global para o uso da terra na construção
Rodrigo Amaral do Prado Rocha

Bairros solares e arquitetura climática: estratégias urbanas integradas para um mundo quente
Ricardo Calabrese

¿Qué puede un museo en el borde?
Maria Eugenia Cordero

Mudanças climáticas e a Agenda ESG: políticas públicas como vetores de resiliência e redução da vulnerabilidade?
Marcio Valério Effgen

Entre o trovão e a terra: arquitetura para a justiça climática no Parque Pedra de Xangô – Salvador, Bahia
Fernanda Viegas Reichardt, Sandra Akemi Shimada Kishi, Bruno Amaral de Andrade, Celso Almeida da Silva Cunha e Maria Alice Pereira da Silva

Gratuito

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A sessão propõe discutir as múltiplas formas de produção e transformação da habitação social em territórios populares, com foco nas desigualdades socioambientais e nos impactos das mudanças climáticas. Serão reunidos estudos que analisem tanto a ação do Estado — cuja produção habitacional em larga escala frequentemente gerou espaços insustentáveis e vulneráveis — quanto às iniciativas autônomas da população. A proposta contempla pesquisas sobre políticas públicas, conflitos territoriais, estratégias de adaptação e participação social, com atenção especial às experiências de grupos sociais e politicamente marginalizados, como mulheres, pessoas idosas e população racializada. Ao promover o intercâmbio entre perspectivas diversas, a sessão busca contribuir para o debate crítico sobre justiça climática e o direito à moradia, enfatizando o papel estratégico que o tecido habitacional desempenha na discussão ao agravar ou mitigar a crise climática.

Apresentações:

Territórios populares, inovação administrativa e justiça climática: lições das Prefeituras Democráticas e Populares no planejamento urbano brasileiro
Pedro Freire de Oliveira Rossi

Carnaval e emergência climática: tudo que brilha quer circular
Juliana Lisboa Santana

Microplanejamento como crítica espacial: possibilidades e limites em territórios periféricos de São Paulo
Leonardo Pires Luiz e Mariana Wilderom

Justiça socioespacial no planejamento urbano participativo: estratégias e desafios no Projeto Arquipélago (Porto Alegre/RS)
Amanda Kovalczuk, Julia Boff, Camila Mabel Kuhn e Raquel Hädrich Silva

Moradia precária e a precariedade da política de moradia
Maria Isabel Imbrunito e Patrícia Rodrigues Samora

Gratuito

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As pesquisas em mudanças climáticas partem de observações dos fenômenos ambientais e, fundamentalmente, estão baseadas em dados científicos medidos em sítios específicos, indicados em mapeamentos prévios como pontos de interesse especial. O conjunto dessas informações se transforma em conteúdo científico nas mais diferentes áreas de conhecimento, inclusive na arquitetura e no urbanismo. Nossa proposta é destacar a importância do trabalho de campo, como monitoramento da situação climática. Consideramos o monitoramento baseado em metodologias cruzadas. Por consequência, como desdobramento deste conhecimento específico, destacamos as etapas envolvidas nesses processos de pesquisa: o desenvolvimento de dispositivos, sensores; a coleta de dados; as análises posteriores; modelos de dados e propostas baseadas no monitoramento prévio. Pensar o desenvolvimento sustentável engloba a transdisciplinaridade e o trabalho coletivo, sem o qual urbanistas não se aproximariam da complexidade ambiental enfrentada hoje. Convidamos ao debate sobre o monitoramento como parte de uma contribuição consistente e transversal as urgências planetárias.

Apresentações:

A contribuição do monitoramento da Alameda de Talca para o Estudo de Bacia do Río Claro
Sílvia Maciel Sávio Chataignier, Carlos Esse e Rodrigo Santander

O Experimento em Mundo Real (EMR) de Natal
Jean Leite Tavares

Monitoramento microclimático a partir de dados abertos: um estudo de caso no Complexo da Maré (RJ)
Carolina Hartmann Galeazzi

Variabilidade climática e tendências de temperatura, precipitação e radiação solar nos Estados de São Paulo e Rio Grande do Norte: análise temporal e implicações regionais
Camila Fernanda Aparecida Silva e Márcia Akemi Yamasoe

As pesquisas em mudanças climáticas partem de observações dos fenômenos ambientais
Rodrigo Mendes de Souza

Possibilidades e contradições dos instrumentos urbanísticos e ambientais para o enfrentamento da crise climática em Natal-RN
Sarah de Andrade e Andrade, Ruth Maria da Costa Ataíde, Venerando Eustáquio Amaro e Larissa Nóbrega Sousa

Gratuito

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As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Formado em 2008, o Grupo ][ Fresta é formado por quatro arquitetos e uma socióloga [Anita Freire, Carolina Sacconi, Luan Carone ,Otávio Sasseron e Tais Freire], atuando em projetos arquitetônicos e socioculturais. O produto final é a arquitetura e, para esta materializar- se, há sempre um trabalho interdisciplinar de investigação e envolvimento por meio de processos participativos com a comunidade local para qual o projeto será destinado. Assim como nos projetos desenvolvidos para as comunidades de Heliópolis (SP), do Rio Pequeno (SP), dos povos Guarani e Tupi da TI Tenondé Porã (SP), da TI Tupiniquim Guarani (ES), das comunidades pesqueiras da RESEX Canavieiras (BA), de Novo Airão (AM) ou de Marujá, Ilha do Cardoso (SP), o Grupo Fresta busca um novo olhar sobre o existente, busca canalizar a potencialidade de seu contexto para então concretizar na arquitetura aquela matéria-prima inicial: a identidade de seu lugar e de seus habitantes, e assim revelar e formalizar sua cultura em edificações.

Os projetos na Terra Indígena Tupiniquim Guarani, no município de Aracruz, ao norte do estado do Espírito Santo, foram elaborados a partir de um trabalho de consultoria técnica e projetos de arquitetura, elaborado no âmbito de um Plano Básico Ambiental.
A partir de processos participativos realizados em sete aldeias indígenas, três da etnia Tupiniquim e quatro da etnia Guarani Mbya, compactuou-se como seriam os programas para o desenvolvimento dos projetos de arquitetura. Buscou-se, nesse momento, uma melhor compreensão da arquitetura e da cultura de cada comunidade, buscando compreender em campo, as formas de habitar, os usos, as necessidades e o contexto social e ambiental como um todo.

Desta forma, a partir da realização das oficinas participativas, foram elaborados quatro projetos para o povo Guarani: alojamentos na aldeia Piraqueaçu, uma cozinha comunitária na aldeia Olho D’Água, um centro comunitário na aldeia Três Palmeiras, uma farmácia natural na aldeia Boa Esperança, e quatro projetos para o povo Tupiniquim: uma cozinha industrial na aldeia Areal, uma cozinha industrial na aldeia Irajá e, por fim, uma casa de mulheres e um galpão agrícola na aldeia Pau Brasil. Importante ressaltar que nestes projetos, os materiais, os usos, as necessidades e eventualmente as formas e distribuições espaciais foram discutidas e decididas pelos próprios indígenas.

O objetivo buscado com os projetos foi propor construções que atendessem aos usos propostos e respeitassem a cultura de cada comunidade. O uso de técnicas e materiais tradicionais, assim como o baixo custo das construções e da manutenção dos edifícios foram também preocupação constante do desenvolvimento dos projetos. Todas as construções adotaram sistemas construtivos sustentáveis de baixo impacto ambiental e tiveram como premissa a utilização de sistemas ecológicos de tratamento de esgoto (círculo de bananeira para águas cinzas e bacias de evapotranspiração para águas negras).

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

As paisagens das aldeias mẽbêngôkre estão em transformação, como registraram antropólogos ao longo do último século. Em 2015, os arquitetos do Estúdio Guanabara foram convidados a lidar com essa dinâmica diante da demanda por novas casas não indígenas em 21 aldeias Mẽbêngôkre. O desenvolvimento dessas novas kikré – casas, na língua deste povo – estendeu-se até 2018. Nesse processo, foi realizado um extenso levantamento de diversas aldeias, que revelou não apenas os diferentes arranjos das povoações, mas também a diversidade de suas construções: paredes de pau-a-pique, madeira ou alvenaria, e coberturas de palha, zinco ou cerâmica.

Nos anos seguintes ao Projeto Kikré, outras iniciativas foram desenvolvidas: a Casa do Pajé, uma nova edificação para uma prática ancestral, o xamanismo; e a Casa de Turismo, uma forma ancestral reinterpretada para uma nova prática. Essas experiências vêm levantando questões sobre a preservação das tradições construtivas, o impacto ambiental e a adoção de técnicas externas à cultura mẽbêngôkre. Também suscitam reflexões sobre metodologias de projeto de arquitetura em contextos indígenas e, sobretudo, à autonomia de escolha desse povo em relação à construção de seus próprios espaços. Ao deslocar as ideias de tradição e identidade cultural como algo fixado no passado, os Mẽbêngôkre revelam a dimensão dinâmica de sua cultura, atualizando, inventando e reinventando seus espaços de vida.

Esta apresentação integra uma pesquisa de doutorado em andamento no PROURB-FAU/UFRJ, realizada por Luísa Bogossian.

Implantação do projeto: México
Desenvolvimento do projeto: México

O projeto consiste em um grande telhado em dente de serra que abriga uma quadra, ginásio e serviços coletivos, tornando-se a peça central do complexo esportivo. Do lado de fora, uma série de campos de futebol e quadras de basquete, além de uma pista de atletismo, skatepark e parquinhos, criam uma infraestrutura de qualidade que permite aos residentes expandir suas oportunidades e, assim, reduzir o deslocamento. O edifício consiste em duas partes: uma cobertura metálica leve que permite a entrada de luz e ar natural, e um piso térreo com escadas de concreto, passarelas e paredes de tijolos que abrigam serviços coletivos. Projetado sob as considerações de um clima extremo em uma área desértica, cria espaços abertos que, além de permitir iluminação e ventilação naturais em todas as áreas, proporcionam um local seguro para os usuários realizarem diversas atividades físicas. O uso de materiais simples enfatiza a baixa manutenção e alta durabilidade, gerando ao mesmo tempo várias texturas e dando um senso de identidade. O edifício permanece aberto em todos os momentos e incentiva várias formas de conectar instalações esportivas, zonas de lazer circundantes e serviços comunitários. Como parte do Programa de Melhoria Urbana do Governo Federal (SEDATU), juntamente com os outros seis projetos que Fernanda construiu nas cidades fronteiriças de Sonora, este projeto fortalece o senso de pertencimento entre os habitantes. As paredes de tijolos aparentes e os materiais expostos estabelecem um diálogo entre a arquitetura e a paisagem, deixando à comunidade local um terreno fértil para um projeto em andamento, aberto à contínua transformação e à participação coletiva.

Implantação do projeto: Brasil, Bolívia
Desenvolvimento do projeto: Brasil, Bolívia

Forest Gens é um projeto de cartografia crítica que revela a extensão das transformações antropogênicas na Amazônia. Utilizando técnicas avançadas de mapeamento no contexto amazônico, o projeto torna visíveis as múltiplas camadas que compõem a região. Desde a pegada das sociedades atuais até manipulações territoriais que datam de séculos atrás, o mapeamento apresenta a Amazônia como uma paisagem complexa e moldada pelo ser humano, e não como uma floresta homogênea e intocada.

O trabalho retrata o território amazônico em múltiplas escalas, destacando como a interação entre a geografia e as intervenções humanas — passadas e presentes — permite desenvolver hipóteses sobre a ocupação da região. O foco em dados recentes obtidos por imagens de sensoriamento remoto na região de Cotoca, na Bolívia, revela vestígios arqueológicos de antigas formas de urbanismo tropical de baixa densidade. Da mesma forma, um sistema de sítios interconectados de terras pretas de índio — resíduos orgânicos da ocupação humana usados para estimar o tamanho e a duração dos assentamentos antigos — sugere uma manipulação prolongada do ambiente amazônico por sociedades humanas.

Em conjunto, essas visualizações contribuem para ampliar a consciência sobre os rastros que nossas formas de nos relacionar com essa paisagem deixaram ao longo da história, alterando profundamente os limites entre natureza e sociedade nesse ambiente. Espera-se que o trabalho contribua para o crescente debate sobre como nossas sociedades podem reinventar a relação entre urbanização e preservação da natureza, e imaginar futuros radicalmente novos — e menos antropocêntricos — para a Amazônia.

Autoria
Concepção: POLES | Political Ecology of Space
Colaboração: AO | Architects Office
Equipe:
Gabriel Kozlowski (Direção)
Miguel Darcy
Carol Passos
Thiago Engers
Chiara Scotoni
Pesquisa Arqueológica na Bolívia (Direção):
Heiko Prümers
Carla Jaimes Betancourt

Agradecemos a todas e todos que participaram e visitaram a 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, de 18 de setembro a 19 de outubro de 2025

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.