Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil
KAAN Architecten: Construindo para as Pessoas, a Natureza e as Futuras Gerações
Nosso campo evolui constantemente. A arquitetura assume, cada vez mais, um significado social mais profundo e contribui ativamente para o bem-estar das pessoas e da natureza. Não nos concentramos apenas no projeto de edifícios, mas reconhecemos que cada intervenção impacta diretamente o ecossistema e o clima do nosso planeta. Dessa forma, estamos construindo um futuro no qual a arquitetura faz diferença real tanto para a sociedade quanto para o mundo ao nosso redor.
Um bom edifício exige mais do que habilidade de projeto; requer consciência de sustentabilidade, valor social e impacto ambiental. Nenhum arquiteto pode alcançar isso sozinho — é necessária colaboração, abertura à comunidade e contribuições de especialistas diversos. Avanços em tecnologia de materiais, adaptação climática, sistemas prediais, métodos de construção e história cultural desempenham um papel vital. Igualmente importante é como um edifício é recebido por seus moradores e usuários, pois espaços valorizados e apreciados são preservados e transmitidos, estendendo sua vida útil intrínseca e tornando-os, em última análise, os mais sustentáveis.
Em nossos projetos, buscamos reunir todos esses fatores e fazer escolhas bem fundamentadas. Por outro lado, procuramos valor em edifícios obsoletos, que muitas vezes servem de base para sua transformação em direção ao futuro. Para nós, um bom projeto sempre começa com uma narrativa forte, na qual todos os envolvidos acreditam e na qual cada participante pode oferecer uma contribuição valiosa.
Na 14ª Bienal de Arquitetura de São Paulo, KAAN Architecten apresenta três projetos que exploram a relação entre arquitetura, paisagem e memória: o Eco-Museu e Parque Orla Piratininga, em Niterói; a Fábrica de Arte Marcos Amaro (FAMA), em Itu; e a Biblioteca Lagoa do Sino da UFSCar, em Buri (SP). Diferentes em escala, programa e contexto, os projetos revelam uma mesma postura: compreender a arquitetura como processo contínuo, atento às transformações do território, às heranças culturais e às possibilidades de convivência social.
O Eco-Museu atua como catalisador de regeneração ambiental e inclusão social, funcionando como fórum comunitário, espaço educativo e marco para a valorização da biodiversidade. Essa estrutura é parte do Parque Orla Piratininga, desenvolvido sob liderança da Phytorestore, maior projeto de fitorremediação da América Latina, recuperando 720 mil m² da lagoa por meio de jardins filtrantes e novas áreas públicas.
A intervenção na Fábrica de Arte Marcos Amaro resgata a memória de um patrimônio industrial do início do século XX, tombado pelo CONDEPHAAT, e o transforma em polo cultural dinâmico. O masterplan incorpora o tempo: ruínas e camadas históricas convivem com novas estruturas, preservando autenticidade e nutrindo processos criativos.
Já a Biblioteca Lagoa do Sino da UFSCar, desenvolvida em parceria com a Triptyque, afirma-se como core do campus. Integrando praça, auditório e escritórios, o edifício combina técnicas construtivas tradicionais, como a taipa de pilão, com soluções contemporâneas em madeira. O resultado é um espaço sustentável, permeável e socialmente ativo, que valoriza o conhecimento local e cria identidade comunitária.
Reunidos, os três projetos evidenciam a diversidade e a coerência da prática da KAAN Architecten: da restauração patrimonial à inovação sustentável, da escala territorial à escala cotidiana. Todos reafirmam a convicção de que a arquitetura deve promover encontros, fortalecer vínculos entre pessoas e paisagens e projetar futuros possíveis a partir da escuta atenta do presente. Dessa forma, juntos, estamos construindo uma arquitetura que não é apenas funcional e estética, mas também socialmente valorizada e resistente ao tempo