Implantação do projeto: China
Desenvolvimento do projeto: EUA

Sua Estufa é a Sua Sala de Estar é um dispositivo ambiental que amalgama as funções de estufa, cozinha externa e sala de estar. Ele especula sobre a capacidade de cultivar vegetais e compartilhar alimentos como um ato coletivo para combater extremos ambientais. Projetado para espaços urbanos abandonados e subutilizados, o pavilhão apresenta um conjunto de móveis móveis e operáveis que animam o entorno com racks de cultivo de vegetais, bancadas de cozinha e mesas dobráveis. Quando fechado, funciona como uma estufa que incentiva atividades de cultivo; quando aberto, transforma-se em uma sala de estar ao ar livre que promove novas formas de compartilhamento comunitário na vida urbana.

O pavilhão incorpora um microclima de cuidado que nutre tanto plantas quanto seres humanos. Promove um sistema de agricultura coletiva, no qual solos contaminados de terrenos agrícolas próximos são tratados in situ e armazenados em vasos portáteis projetados para cultivo comunitário e troca de produtos entre membros da comunidade. A água da chuva, coletada e filtrada por meio do reservatório metálico suspenso, circula no pavilhão para atividades de jardinagem e culinária. Graças a táticas espaciais que mitigam os desafios impostos pelo clima extremo em um contexto subtropical — como vãos estratégicos entre painéis que permitem o resfriamento passivo —, a estrutura proporciona um ambiente ideal para as plantas, oferecendo aos visitantes condições equilibradas de ventilação e sombreamento para coabitarem o espaço com plantas e outras espécies.

Office for Roundtable é um coletivo de prática de projeto e pesquisa liderado por Leyuan Li, atualmente sediado em Denver, Colorado, e Guangzhou, China. Seus projetos abrangem um amplo espectro de tipos e escalas na interseção entre o interior e o urbano, explorando espaços e eventos que facilitam o compartilhamento entre diversas comunidades para criar narrativas coletivas. Projetos construídos recentes foram destacados em PLOT, ArchDaily, Designboom, Architect’s Newspaper, Gooood e KoozArch, entre outros. Mais recentemente, o Office for Roundtable recebeu uma Menção Honrosa no AN’s Best of Practice Awards na categoria Architect (New Firm) – Southwest em 2025.

JXY Studio é um estúdio interdisciplinar de arquitetura e arte cofundado por Yue Xu e Jiaxun Xu. Nosso trabalho visa expandir os limites do projeto arquitetônico tradicional e explorar abordagens inovadoras para a construção do espaço e da narrativa por meio de uma gama mais ampla de mídias, envolvendo os campos do design, pesquisa e artes visuais, incorporando imagens, pintura, instalação, fotografia, imagem em movimento e outras formas multimídia. Combinando ampla experiência em criação digital, instalação espacial, reconceitualização artística do espaço e urbanismo inovador, cada projeto do estúdio está ancorado tanto em pesquisa lógica quanto em prática inventiva. Inspirados pela rica herança cultural de Lingnan e pela interseção das culturas oriental e ocidental, usamos essa perspectiva única para alimentar as explorações interdisciplinares de arquitetura e arte.

Desenvolvimento do projeto: Brasil

O DOMO POMPEIA é fruto de um exercício acadêmico e experimental conduzido pela Turma lll da Pós-Graduação “Arquitetura em Madeira: Projeto e Tecnologia” do Núcleo da Madeira em parceria com o IPT.

O projeto nasceu do desafio de criar uma estrutura desmontável, leve e manualmente construída, tendo a madeira como matéria principal da criação. Um domus não foi a primeira proposta, mas a geometria circular ganhou estabilidade nos protótipos elaborados e acabou surgindo uma evolução de processos. A proposta envolveu desde o desenho inicial, passando pelo estudo estrutural, até a execução integral da obra pelos próprios estudantes, em um processo coletivo de intensa experimentação.

A escolha pela execução manual não foi apenas uma limitação prática, mas sobretudo uma decisão pedagógica e conceitual. Cada encaixe, cada corte e cada junção do domus foi realizado sem o uso de maquinário industrial, permitindo que os participantes se reconectassem com o entendimento físico do material. Essa imersão direta possibilitou um aprendizado singular sobre a resistência, a plasticidade e o comportamento da madeira diante de diferentes esforços estruturais.

Vista de cima, a estrutura revela sua geometria radial, ripas de madeira partem de um núcleo central e se distribuem até o perímetro, formando um padrão que combina simetria e organicidade. As linhas sugerem um movimento espiralado, próximo às formas encontradas na natureza, como pétalas ou nervuras de folhas. Essa lógica construtiva garante o equilíbrio das forças, em que cada elemento trabalha em compressão e flexão, sustentado pelo todo. O domo, nesse enquadramento, se mostra não apenas como um objeto arquitetônico, mas também como um diagrama vivo da relação entre a forma e o caminho das forças.

O DOMO POMPEIA se estabelece, assim, como um experimento construído: um espaço em que teoria e prática se fundem, criando um espaço de estar e contemplação. Ele evidencia o potencial da madeira como elemento estrutural em sistemas modulares, explorando conexões precisas que garantem estabilidade ao mesmo tempo em que revelam uma estética de leveza e organicidade.

O nome foi dado em homenagem ao arquiteto Prof. Dr.Roberto Alfredo Pompeia, falecido precocemente em 2024, responsável pela disciplina de “Conceitos Estruturais em Madeira: Forma”, do curso de Arquitetura em Madeira. O curso é uma parceria entre o IPT e o Núcleo de Referência em Tecnologia da Madeira, e tem entre seus objetivos difundir o uso deste nobre material, sustentável e renovável, na construção civil.

A realização do projeto reforça a importância da experimentação no ensino da arquitetura e da engenharia de madeira. Mais do que uma obra, o domus é resultado de um processo coletivo que valoriza a manualidade, a cooperação e a investigação técnica. Ao ocupar fisicamente o espaço, o DOMO POMPEIA materializa o encontro entre tradição construtiva e pesquisa contemporânea, tendo a madeira como matéria para o futuro.

Desenvolvimento do projeto: Brasil

Como trabalho final de conclusão de curso, a segunda turma da pós-graduação “Arquitetura em Madeira: Projeto e Tecnologia” do Núcleo da Madeira, em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), desenvolveu um protótipo de estrutura geodésica, nomeado como “Carmodésica”.

Com o intuito de desenvolver um pavilhão leve e funcional, buscou-se criar uma estrutura simples, porém eficiente, capaz de vencer grandes vãos com o uso de peças pequenas e modulares, conectadas entre si. A proposta partiu da ideia de que essas peças pudessem ser fabricadas de maneira racional, permitindo fácil montagem, desmontagem e transporte, otimizando os recursos disponíveis.

O trabalho surgiu como uma forma de aprofundar o estudo sobre os sistemas construtivos modulares em madeira, com ênfase no uso de geometrias triangulares. Foram produzidas 135 lâminas curvas de madeira, coladas e prensadas em molde específico, que deram forma a 45 módulos triangulares. Essas unidades estruturais são conectadas por 55 peças metálicas especialmente projetadas e usinadas para o projeto, com furos oblongos que permitem pequenos ajustes de ângulo e favorecem a flexibilidade e adaptação da estrutura como um todo.

As lâminas utilizadas são finas e flexíveis, porém resistentes, e sua colagem em múltiplas camadas resulta em elementos autoportantes com curvaturas precisas. A combinação entre madeira engenheirada e conexões metálicas oferece um equilíbrio entre resistência, leveza e adaptabilidade.

O estudo desenvolvido pela turma buscou explorar ao máximo as possibilidades construtivas da madeira laminada colada, propondo formas que desafiam o convencional e valorizam o uso racional dos materiais. A proposta investigou também como a flexibilidade e a modulação permitem variadas configurações espaciais e estéticas.

Este exercício permitiu a criação de diferentes possibilidades de pavilhões geodésicos a partir de uma única estrutura base, que pode ser montada em forma côncava ou convexa, conforme a demanda de uso e contexto do espaço. Com isso, favorece-se a criação de ambientes únicos e inovadores, baseados em princípios geométricos e estruturais sólidos, com forte apelo arquitetônico e experimental.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A primeira turma da Pós Graduação do Núcleo da Madeira, em parceria com o IPT, foi formada por arquitetos, engenheiros e designers interessados numa proposta pioneira de expandir o conhecimento da madeira aplicada à construção civil brasileira, buscando assim corrigir uma falha significativa na formação dos profissionais do mercado brasileiro. O Projeto Integrado de conclusão do curso foi proposto aos alunos na forma de um trabalho coletivo de aplicação dos conceitos discutidos durante o curso, como o conhecimento do material e das tecnologias, logística de montagem, experimentação geométrica e estética da forma, dimensionamento, entre outros, além de permitir que os alunos tomassem contato real com o processo e as implicações das decisões de projeto. O Protótipo Experimental foi desenvolvido com o intuito de produzir um pequeno pavilhão que pudesse ser montado elementos modulares pré-fabricados de madeira. O pórtico tri articulado é construído em chapas de compensado de 30 mm, cortados em CNC, colados e aparafusados formando um conjunto único de pilar e viga que suporta os painéis de cobertura, produzidos com peças de mercado de 12×5 cm e chapas de compensado 12 mm. A conexão metálica da base em aço galvanizado a fogo suporta, além do pórtico, a estrutura do piso onde se apoiam painéis de deck de madeira nativa produzidos em fábrica. O conjunto projetado a partir de módulos de 2,40 m permite a repetição do pórtico e a adequação da área do pavilhão em função do espaço disponível para sua expansão. A equipe formada pelos alunos e professores do curso trabalhou na marcenaria do IPT, com auxílio do técnico responsável, para produzir as peças do protótipo. Apenas a usinagem dos pórticos foi feita externamente. Entender a complexidade e a dificuldade das soluções adotadas e utilizar a criatividade para encontrar soluções viáveis foram parte do desafio de produzir todos os elementos de forma a permitir uma montagem fácil e rápida no canteiro. O desenvolvimento do projeto e a produção do protótipo contaram com o apoio das empresas parceiras: Indusparquet, Rothoblaas, Immergrum, Montana Química, Osawa, Antoni Compensados, IBF, Amarante Madeiras, Formtap, Módulo Sequência, Mado Esquadrias, Omintrade.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Módulo Tecnoíndia

Trata-se de um de projeto relacionado às áreas de arquitetura e engenharia civil, especificamente no campo das habitações de baixo custo e/ou habitações de emergência.

A construção de habitações de baixo custo com qualidade é uma questão que afeta milhares de famílias no Brasil. Os governos federal, estaduais e municipais, em seus programas de habitação, inclusive para os povos indígenas, utilizam de técnicas construtivas que em sua grande maioria, com raras exceções, adotam o uso de casas de alvenaria em tijolos cerâmicos ou blocos, resultando em longos prazos de execução e desperdício de materiais entre outros. O projeto apresentado utiliza a madeira como matéria prima; via de regra os agentes públicos financeiros, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, não financiam casas de madeira. O fundamento do sistema apresentado busca responder à demanda dos povos indígenas por habitação na sociedade contemporânea, estabelecendo um desenho capaz de ser entendido como desenho cultural uma vez que é referenciado nos desenhos das casas indígenas tradicionais. O sistema é modular, podendo também atender as situações de emergência, constituindo-se em uma alternativa de rápida execução, durabilidade e baixo custo de manutenção.

O projeto apresentado utiliza da madeira como matéria prima pelas qualidades do material, destacando o atributo de ser totalmente sustentável, pois que pode ser reposto no ambiente.

O sistema possui característica inovadora ao desenvolver todo o projeto referenciado no estudo das casas dos povos indígenas, onde a cobertura e as paredes de vedação constituem uma mesma estrutura definindo o próprio desenho da casa, configurada através do corte ogival tradicional das habitações indígenas. Nas casas urbanas convencionais, parede e cobertura constituem elementos separados.

O sistema apresentado estabelece o desenho de uma peça módulo de madeira, recortada a partir de tábuas com bitolas comerciais. O posicionamento das peças obedece a uma sequência que dá forma a um arco do tipo ogival, onde as duas partes do arco são montadas de modo a que cada parte seja constituída de cinco peças módulos, executadas em sequência.

Duas peças módulos são ligadas com outras duas usando uma peça módulo posicionada entre elas. A outra parte do arco ogival é construída da mesma forma e são ligadas as duas partes pela cumeeira. Todo o processo de ligação se faz através de parafusos.
Protótipo Módulo Tecnoíndia

O projeto do protótipo Módulo Tecnoíndia parte do desenho das tradicionais casas indígenas brasileiras, incorporando também as experiências do arquiteto francês Philibert D´Lorme (1514-1570).
Busca aliar o modo de construir das casas indígenas com as necessidades da sociedade contemporânea.

A partir de uma única peça módulo, que se justapõe, é constituído o pórtico ogival comum às casas indígenas.
Conjuntos de peças, ligadas através de parafusos e dispostas lado a lado, formam o pórtico estrutural que será repetido a cada 1,25 metros.

O Módulo Tecnoíndia é inovador e sustentável. A madeira utilizada demonstra atenção e respeito pelas tecnologias ancestrais. O desenho é simples e sofisticado. A estrutura modular permite montagem e desmontagem.

No domingo dia 28 de setembro de 2025, o Parque da Jóia, localizado no bairro do Butantã, em São Paulo, será palco do 4º Festival da Jóia, um evento que celebra a regeneração socioambiental, a cultura comunitária e a educação ambiental. Neste ano, o festival integra oficialmente a programação da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, dialogando diretamente com as suas pautas centrais: preservar as florestas e reflorestar cidades e, conviver com as águas.

Organizado pelo coletivo Gente Jóia, formado por moradores e colaboradores locais, o evento reafirma o protagonismo comunitário na transformação do Parque da Jóia — um espaço de 13 mil m² que, no passado, abrigou a antiga Favela Jóia e que, hoje, é referência em reflorestamento urbano, manejo sustentável de águas e práticas de permacultura.

A programação inclui duas inaugurações: a primeira é a Exposição de Design Biomimético, que apresentará ao público protótipos desenvolvidos por estudantes da FAU-USP a partir de soluções inspiradas na natureza. 

A segunda estreia é a do Jogo de Percurso “A Jóia do Parque”. Destinado aos frequentadores cotidianos e também a grupos escolares, propicia ao público, através de um trajeto lúdico e educativo, conhecer a história, as ações regenerativas e a biodiversidade do Parque da Jóia. Trata-se de uma experiência interativa, onde o público será convidado a assumir o papel de detetives da regeneração a fim de desvendar um mistério ecológico. O objetivo do jogo de percurso é despertar a consciência ambiental passeando pela jornada da destruição à restauração, mostrando como é possível transformar áreas degradadas em locais lindos e biodiversos através da união comunitária.

O festival ainda contará com três atrações musicais com artistas da comunidade, uma roda de capoeira, oficinas práticas de permacultura urbana, onde o público terá a oportunidade de ver de perto e entender como funcionam jardins de chuva e farão a compostagem dos resíduos produzidos ao longo do dia de festival. Todas as atividades são abertas ao público e gratuitas. 

Ao longo de todo o dia acontecerá a Feira Agroecológica da Jóia, com comidas saudáveis, artesanatos de produtores locais e com uma gestão cuidadosa dos resíduos sólidos, na direção de um festival lixo zero. Haverá também grafitagem do parque com o colevito Butantãnicas formado por artistas visuais do Butantã que participam de mutirões de grafitti pelo bairro, colorindo as paredes e dando visibilidade para o trabalho produzido por mulheres.

“O Festival da Jóia é mais do que um evento, é a celebração de um território vivo, construído coletivamente. Ao integrar-se à Bienal, reforçamos que o Parque da Jóia é também um espaço de reflexão sobre o futuro das cidades e de inspiração para práticas regenerativas contribuindo não somente com o meio ambiente, mas também com a saúde física e mental da população”, destaca o coletivo Gente Jóia.

O 4º Festival da Jóia conta com o apoio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo e também com o apoio da rede Permacultores Urbanos.

Entrada gratuita

Mais informações: instagram.com/parquedajoia

O 4º Festival da Jóia reafirma o Parque da Jóia como um laboratório vivo de práticas sustentáveis e de fortalecimento comunitário, alinhando arte, design, permacultura e educação ambiental em um espaço que luta pelo reconhecimento como parque urbano municipal.

O CLIMATIVA, composto por duas grandes etapas, viabiliza uma abordagem transversal na administração pública municipal para construção participativa e autônoma do PAC. Esse método traz para a construção de respostas ao enfrentamento da crise climática a população que invariavelmente é atingida pelas consequências dos eventos extremos.

Durante a etapa de avaliação de riscos, dados de caracterização do território, eventos danosos, projeções climáticas, políticas públicas, infraestrutura e uso do solo são analisados para verificar uma indicação inicial de riscos climáticos. Posteriormente são feitas outras duas leituras de riscos climáticos territoriais, por meio de oficinas participativas. Um primeiro conjunto de oficinas busca entender a situação pelo olhar dos técnicos que atuam junto a administração municipal e, um segundo conjunto, pela voz da população. O resultado da primeira etapa é uma avaliação de risco climático construída coletivamente, a partir da qual se faz recomendação de ações climáticas pertinentes àquele contexto. Esse primeiro filtro das ações é levado para priorização da população e, na sequência, para o detalhamento técnico e redação do PAC.

Recomenda-se que o processo seja iniciado a partir da prefeitura municipal, ente responsável pela implementação e monitoramento do PAC. Contudo a condução dos trabalhos de elaboração do PAC é feita por um grupo gestor composto por técnicos municipais e representantes da sociedade civil. Além de dar maior legitimidade ao PAC, essa parceria se mostra essencial para ampliação da visão sobre os desafios municipais a crise climática questão, expandido o repertório de respostas possíveis para aquele território.

Vagas: 25

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

Será dada prioridade para servidores públicos e pessoas com atuação profissional em cidades de pequeno e médio porte.

As inscrições estarão abertas até 24 de setembro de 2025.

A Agricultura Urbana e Periurbana é uma das estratégias para conter o avanço da expansão urbana, sendo uma atividade econômica compatível com a natureza. Nesse contexto, a cadeia produtiva das ornamentais é muito relevante na Zona Rural Sul de São Paulo, territorial e economicamente. Por isso o Programa Sampa+Rural tem feito um trabalho focado inovador no apoio à transição agroecológica destes cultivos, com assistência técnica e extensão rural, num piloto envolvendo 20 agricultores. O que implica na adoção de práticas conservacionistas, intensificação de tratos biológicos através do uso de bioinsumos sólidos e líquidos, cobertura constante do solo e principalmente a eliminação do uso de herbicidas e/ou outras práticas que danifiquem a permeabilidade dos solos.

Convidamos profissionais do paisagismo a contribuir para uma cidade mais verde e sustentável, junto a produtores rurais e agentes públicos da Prefeitura de São Paulo (SMDET e SVMA). Queremos entender as necessidades de compras desse mercado e possibilidades de apoio nesse caminho para sustentabilidade, como a inclusão de espécies nativas e incentivo à produção local e sustentável. A atividade busca incentivar o diálogo entre esses atores, visando construir uma conscientização e maturidade do mercado em relação à importância do modo de produção agroecológico no município, para que essas iniciativas possam ser valorizadas e potencializadas. Além de trazer para o debate a questão das espécies nativas, que são pesquisadas e cultivadas pela SVMA no Viveiro Manequinho Lopes, e que poderiam ser produzidas nos locais de agricultura, gerando benefícios ecossitêmicos para a cidade. Entendemos que, quanto mais espaço este tipo de produção ganhar, maior pode ser a adesão dos demais produtores convencionais rumo a uma cidade mais saudável para todas as formas de vida. No âmbito da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura, propomos este encontro buscando estabelecer conexões na construção de um manejo sustentável apropriado para a região, que possa colaborar e impactar toda a cidade ambiental e economicamente.

Venha fazer parte dessa construção de inovação e solução baseada na natureza frente às mudanças climáticas!

25/09 – 13h às 17h

13h às 15h – visita ao Viveiro Manequinho Lopes (Umapaz/SVMA) para conhecer espécies nativas ornamentais cultivadas pela Prefeitura.

15h às 17h – roda de conversa com arquitetas(os) paisagistas, agricultoras(es) e agentes municipais: “Por uma cadeia produtiva sustentável de plantas ornamentais na cidade de São Paulo”, Umapaz.

Público-alvo: profissionais do paisagismo, produtores de ornamentais, agentes públicos

Vagas: 50

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

Florencia Sobrero (Córdoba, Argentina, 1990). É arquiteta (2014) pela Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design da Universidade Nacional de Córdoba e mestre em Gênero e Comunicação (2023) pela Universidade Andina Simón Bolívar, sede Equador. É sócia fundadora do escritório de arquitetura Taller General (2017), onde combina design, construção, ativismo e educação para levar adiante sua prática profissional.

A questão de gênero é um ponto de conflito que vivenciamos dia após dia, em um contexto ultra-hegemônico e patriarcal, como é o caso do âmbito do design e da construção. Setor no qual enfrentamos dinâmicas complexas desde os vínculos com clientes, relações com pedreiros, negociações com fornecedores e espaços de ação coletiva, como a construção comunitária. Dinâmicas que estão enraizadas em estereótipos de gênero e construções culturais binárias excludentes, em torno de supostos papéis que mulheres e homens “devem” ocupar na sociedade. Um panorama que nos leva a (re)pensar quem tem a possibilidade de construir?

Desse questionamento surgem as jornadas de construção participativa com perspectiva de gênero: Femingas. O espaço se abre como uma alternativa às mingas (mutirão) de construção, originalmente concebidas no Equador como jornadas de trabalho participativo em que os membros de uma comunidade se reúnem para desenvolver atividades em prol do bem comum, como fazer a manutenção de uma estrada, construir um equipamento comunitário, limpar uma escola, etc.

*minga, é o termo quíchua usado no Equador para se referir ao mutirão

Em breve mais informações.

Debate entre China e Brasil com autoridades e arquitetos brasileiros e chineses

Em breve mais informações.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Após uma palestra interativa conduzida pelos arquitetos e urbanistas José Bueno e Riciane Pombo, convidaremos os participantes para uma caminhada guiada pelo Parque para compreender a formação do Lago do Ibirapuera pela Bacia do Rio Sapateiro com o suporte do Audio Guia “Aguas do Ibirapuera” produzido em parceria com o Museu de Arte Moderna em 2022

Rios e Ruas foi criado em 2010 pelo arquiteto e urbanista social José Bueno e o geógrafo Luiz de Campos Jr para transformar a percepção de milhões de brasileiros a respeito da realidade sofrida de rios e riachos confinados vivos sob o tecido urbano das cidades. Tem por missão promover e inspirar múltiplas ações para estimular a descoberta, o reconhecimento e o desejo de rios saneados e regenerados nas cidades brasileiras.

Mais do que um projeto de educação socioambiental, Rios e Ruas integra arte, ciência e cultura de uma forma única, tendo inspirado e realizado centenas de ações ao longo de sua trajetória de 15 anos de existência. Essas ações já impactaram milhares de pessoas, seja por meio de expedições pela cidade, mostras culturais e artísticas, publicações, documentários, palestras inspiradoras ou como tema central em inúmeras matérias na imprensa.

Riciane Pombo é arquiteta e urbanista fundadora da Guajava Arquitetura da Paisagem e Urbanismo. Especialista em projetos de arquitetura e planejamento ambiental e urbano, como parques, praças e restauração de rios, sistemas de drenagem para bacias hidrográficas aplicando princípios de infraestrutura verde e Soluções Baseadas na Natureza – SBN. Desenvolvimento de materiais técnicos e didáticos sobre SBN apoiando a formulação de politicas publicas para este tema em âmbito nacional e internacional.

Vagas: 50

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da Oficina, no local, desde que haja vagas disponíveis.

E se a vegetação proliferasse em nossas cidades, transformando-as em verdadeiras florestas ricas em flora? Quais seriam os ecossistemas urbanos resultantes? The Green Dip, um projeto de pesquisa em andamento conduzido por The Why Factory na Universidade de Tecnologia de Delft, é um manifesto visual que especula sobre soluções de esverdeamento para cidades e imagina estratégias arquitetônicas para incorporar vegetação em edifícios.

O Green Dip envisions uma floresta urbana mundial — de Pequim a Singapura, Dubai, Moscou, Kinshasa, Paris, Nova York ou São Paulo. Ele sugere um banco de dados de espécies de plantas para designers incorporarem facilmente em seus edifícios e sonha com um software para auxiliar nesse processo.

O Green Dip adota uma perspectiva global, entendendo que diferentes climas proporcionam ambientes específicos para espécies nativas prosperarem. Ele apresenta um método para calcular benefícios ambientais e estimar os impactos planetários do esverdeamento em nossas cidades.

Em meio à emergência climática, The Green Dip é um manifesto para reintroduzir a natureza em nossos lares e transformar nossa relação com o meio ambiente. Ele demonstra que a agricultura, a silvicultura e a produção orgânica podem catalisar abordagens alternativas à urbanização.

O Green Dip é a primeira parte de uma trilogia de publicações focada na integração da natureza e da cidade. Será sucedido por BiodiverCity, que examinará a integração da fauna no ambiente construído, e Biotopia, dedicado a projetar inteiramente com a natureza.

Assim como todas as outras publicações anteriores de The Why Factory, The Green Dip é feito de trabalho estudantil — não científico. Este livro é o resultado de especulação de design com fins educacionais.

Estamos ficando sem tempo. Independentemente das preposições que escolhermos, é hora de projetar com, para e como a natureza.

Sobre os autores

Winy Maas
Winy Maas é o Diretor de The Why Factory e Sócio Fundador e Arquiteto Principal da MVRDV. Ele recebeu aclamação internacional por sua ampla gama de projetos de planejamento urbano e construção, em todas as tipologias e escalas. Na The Why Factory da TU Delft,
Maas desafia os limites dos padrões estabelecidos para produzir soluções que reimaginam como vivemos, trabalhamos e nos divertimos. Além de seu dedicado papel de liderança na MVRDV e professorado na TU Delft e em outros lugares, Maas é amplamente publicado, está ativamente engajado no avanço da profissão de design e integra inúmeros conselhos e júris.

“Eu defendo cidades mais densas, mais verdes, mais atraentes e habitáveis, com uma abordagem de design que se concentra em ideias inovadoras e sustentáveis ​​definidas pelo usuário para o ambiente construído, independentemente da tipologia ou escala.” – Maas

Javier Arpa Fernández
Javier Arpa Fernández é professor, pesquisador, autor e curador de arquitetura e urbanismo. Tendo concluído um Mestrado em Ciências em Arquitetura na Universidade de Tecnologia de Delft, Javier é especializado na disseminação da prática de arquitetura e urbanismo. Javier foi o Coordenador de Pesquisa e Educação de The Why Factory e o Curador de Programas Públicos da Faculdade de Arquitetura da TU Delft. Javier dá palestras públicas e participa de colóquios em todo o mundo. Javier foi professor na University of Pennsylvania, Crítico de Design na Harvard GSD, Professor Adjunto na Columbia GSAPP, Professor Visitante na ENSA-Belleville e na ENSA-Versailles. Foi Editor Adjunto da Domus Magazine e Editor Sênior do grupo de pesquisa a+t. É coautor da série “Density”, “Hybrids”, “Civilities”, “In Common” e “Strategy” da a+t, e do volume “The Public Chance”.
Foi curador da exposição Paris Habitat, sobre um século de habitação social em Paris, realizada em 2015 no Pavillon de l’Arsenal em Paris, e autor da monografia “Paris Habitat: One Hundred Years of City, One Hundred Years of Life”.

Adrien Ravon
Adrien Ravon é arquiteto e acadêmico. Em setembro de 2011, ele se juntou à The Why Factory na Faculdade de Arquitetura e Ambiente Construído da TU Delft. Ele participou de projetos de pesquisa e educação, foi responsável pela produção de ferramentas de design digital e colaborou ativamente na disseminação pública de ideias sobre a cidade do futuro. Ele coescreveu as publicações da Future Cities Series de The Why Factory: Barba, Life in a Fully Adaptable Environment (2015), Copy Paste, the Badass Copy Guide (2017), PoroCity, Opening up Solidity (2018), Le Grand Puzzle, Manifesta 13 Marseille (2020), (w)Ego, Dream Homes in Density (2022).
Colaborou com inúmeras instituições internacionais, incluindo ETH (Zurique), KTH (Estocolmo), GSAPP (Nova York), IAAC (Barcelona), Centre Pompidou (Paris), Dutch Design Week (Eindhoven), Manifesta 13 (Marselha) e Mori Art Museum (Tóquio).
Adrien trabalhou como arquiteto e consultor para empresas na Argentina, França e Holanda.

Gratuito

Não é necessário se inscrever

Debate com Eva Pfannes e Sylvain Hartenberg (Ooze – Holanda/Índia), Kareena Kochery e Samidha Patil (urbz – Índia), Éric Daniel Lacombe (França) e Claudia Visoni (mediação).

Em breve mais informações.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas pelo formulário que será disponibilizado em breve.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Mesa redonda para discussão de documentos produzidos.

Em breve mais informações.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas pelo formulário que será disponibilizado em breve.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Debate com Pierre Emmanuel Becherand, Madeleine Houbart, Marc Barani (Vencedores do Prêmio Grand Paris Express) e Renata Falzoni (mediação)

Em breve mais informações.

Gratuito

Inscrições

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A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Debate com Thomaz Richez, Luiz Cortez (Metrô), Sérgio Avelleda (Observatório de Mobilidade Sustentável do Insper)

Em breve mais informações.

Gratuito

Inscrições

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A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

O Parque Orla Piratininga – POP representa um marco no urbanismo e na gestão ambiental no Brasil, configurando-se como um parque público urbano e, ao mesmo tempo, como um laboratório vivo de sustentabilidade. Sua concepção inovadora se fundamenta na adoção de Soluções baseadas na Natureza (SbN), estratégia que alia infraestrutura verde à restauração ecológica para auxiliar na recuperação da Lagoa de Piratininga.
Para isso, foram implantados três grandes sistemas de alagados construídos, capazes de filtrar naturalmente a água recebida das bacias urbanas do Rio Cafubá, do Rio Arrozal e do Rio Jacaré. Esses sistemas ocupam uma área de cerca de 35.000 m² distribuídos em dois quilômetros lineares ao longo da Lagoa, tratam as águas provenientes dos principais rios contribuintes, além do escoamento superficial e da drenagem dos bairros, reduzindo o aporte de sedimentos e poluentes no corpo hídrico e promovendo a recuperação gradual da qualidade ambiental da Lagoa.

Associada a essa solução, há ainda a recuperação de conectores de Mata Atlântica em áreas úmidas do entorno, que reforçam a conectividade ecológica, ampliam os habitats para a fauna local e fortalecem os serviços ecossistêmicos prestados à população.
Além da restauração ambiental, o parque também foi concebido como um espaço de integração social e cultural. O Centro Ecocultural, um equipamento voltado para a educação ambiental e atividades culturais, buscando sensibilizar a população para a importância da preservação.

O Parque inclui ainda ciclovias, píeres para pesca e contemplação, áreas de lazer e centros esportivos, constituindo uma infraestrutura multifuncional que promove saúde, mobilidade, turismo e qualidade de vida.

O objetivo geral do POP é ambicioso: recuperar sistemas ambientais e requalificar o entorno da Lagoa de Piratininga, valorizando o patrimônio paisagístico e promovendo a sustentabilidade urbana. Entre seus objetivos específicos, estão a reversão do processo de degradação ambiental da Lagoa; a aplicação prática das SbN para o tratamento das águas; estímulo à biodiversidade, preservação da flora e fauna nativas. Mais do que uma obra pública, o POP é exemplo concreto de que é possível conciliar infraestrutura urbana, recuperação ambiental e inclusão social. Com sua implantação, a área que era de exclusão socioambiental, transformou-se em um contexto de justiça ambiental. Sua existência reforça a necessidade de pensar a cidade de forma integrada, com um processo de gestão pública baseada no pensamento sistêmico criando soluções que aumentem a resiliência das cidades e ofereçam benefícios diretos à população. Trata-se de um projeto que é referência em inovação e justiça socioambiental, ao transformar um espaço historicamente degradado em um polo de regeneração ecológica, encontro comunitário e valorização cultural. O Caminho Niemeyer foi concebido como um eixo cultural e paisagístico na Cidade de Niterói, incluindo o Teatro Popular, Museu de Arte Contemporânea, entre outros.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas pelo formulário que será disponibilizado em breve.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Conferência de abertura com Kongjian Yu (Universidade de Pequim – China) com mediação de Renato Anelli

Em breve mais informações.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas pelo formulário que será disponibilizado em breve.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Descubra o design verde da China na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo! Obras do laureado com o Prêmio Pritzker Liu Jiakun em destaque. Os primeiros 100 participantes irão ganhar broche + lembrança!

Como um dos grandes destaques, a China Architecture Exhibition (Exposição de Arquitetura da China) apresentará “Sharing·Intergrowth·Commensality: Designing for an Overheated Planet” (Compartilhamento·Crescimento Conjunto·Comensalidade: Projetando para um Planeta Superaquecido).

Esta exposição reúne os principais arquitetos e projetos emblemáticos da China que exploram o design verde, de baixo carbono, ecológico e socialmente responsável, incluindo obras do laureado com o Prêmio Pritzker Liu Jiakun, exibindo trabalhos como o Pavilhão Principal da Exposição de Horticultura de Jiangsu, as Reformas do Distrito de Chongli para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, a Pista de Big Air de Shougang, a Academia de Arte de Taoxichuan em Jingdezhen e o Museu de Arte de Qintai.

Muitos renomados arquitetos chineses estarão presentes pessoalmente para compartilhar seus trabalhos.

Através dessas obras e iniciativas, a Exposição de Arquitetura da China não apenas mostra conquistas arquitetônicas excepcionais, mas também comunica a resposta da China à crise climática, promovendo o intercâmbio cultural e a colaboração global.

Nesta sessão, vamos explorar dois projetos que demonstram a importância da reabilitação e inovação em contextos distintos. O primeiro projeto, realizado em pastagens de montanha na Suíça, apresenta uma abordagem única para a preservação do patrimônio cultural e paisagístico. Através da reabilitação de ruínas de fazendas abandonadas, o projeto busca proteger a paisagem e restaurar a identidade do lugar. Com uma abordagem colaborativa e voluntária, o projeto envolveu a comunidade local e resultou em uma solução criativa e eficaz para a preservação do patrimônio. Sceru e Giumello é um exemplo de como a arquitetura pode ser usada para preservar a memória e a identidade de um lugar. A reabilitação das ruínas não apenas protege a paisagem, mas também oferece uma oportunidade para refletir sobre a história e a cultura da região.

O segundo projeto, desenvolvido em Portugal, destaca uma operação de habitação básica participada que combina eficiência energética e envolvimento comunitário. O projeto foi desenhado com e para a comunidade que vivia em condições deficitárias e resultou na construção de 79 moradias com grande eficiência energética. Com um custo de cerca de 50 mil euros por moradia, o projeto oferece uma solução sustentável e inovadora para a habitação social básica. O projeto é um exemplo de como a parceria entre o setor público e privado pode resultar em soluções eficazes para problemas complexos. A participação da comunidade e a priorização da eficiência energética são fundamentais para a sustentabilidade do projeto.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas pelo formulário que será disponibilizado em breve.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Mini-oficinas de Biomateriais
Pensadas como espaços de reflexão e experimentação, as oficinas de biomateriais introduzem os conceitos de circularidade e regeneração por meio de práticas coletivas que transformam resíduos orgânicos do cotidiano em novas materialidades. Mais do que explorar aspectos técnicos e tangíveis, a proposta evidencia que o campo dos Biomateriais demanda posicionamento político e responsabilidade socioambiental com territórios e biomas, ao mesmo tempo em que valoriza confluências entre vidas humanas e mais-que-humanas.

Laboratório de Biodesign | Circularidade e Biomateriais I IED São Paulo
É um espaço de fomento da criatividade, colaboração e inovação, que conecta ensino, pesquisa e extensão com reconhecimento nacional e internacional. Mais do que desenvolver materiais, o Laboratório de Biodesign | Biomateriais e Circularidade propõe que sejam repensadas as próprias bases tangíveis do design, ampliando suas fronteiras epistemológicas e cultivando futuros inclusivos e regenerativos.

Coordenação
Arquiteta e Urbanista, com mestrado em Design pela Universidade de São Paulo, Graziela Nivoloni atua na interseção entre educação, natureza e negócios conectando inteligência coletiva e pensamento sistêmico para criar confluências entre ensino, empresas e organizações. No IED, lidera o Laboratório de Biodesign | Circularidade e Biomateriais, integra o conselho acadêmico do Centro de Inovação, Design e Negócios (CR+IED) e coordena a graduação em Design de Produto e Serviço e os cursos em parceria com a Casa Vogue.

Vagas: 20 em cada oficina

Tempo de duração: 30 minutos

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

As inscrições estarão abertas até o inicio da Mini oficina, no local, desde que haja vagas disponíveis.

A seleção será feita por ordem de inscrição. Haverá reserva de ao menos 2 vagas afirmativas por turma.

Programação confirmada

19/setembro – sexta-feira – 15h

19/setembro- sexta-feira – 17h

23/setembro – terça-feira – 15h

23/setembro – terça-feira – 17h

25/setembro – quinta-feira – 15h

25/setembro – quinta-feira – 17h

30/setembro – terça-feira – 15h

30/setembro – terça-feira – 17h

2/outubro – quinta-feira – 15h

2/outubro – quinta-feira – 17h

7/outubro – terça-feira – 15h

7/outubro- terça-feira – 17h

9/outubro – quinta-feira – 15h

9/outubro – quinta-feira – 17h

14/outubro – terça-feira – 15h

14/outubro – terça-feira – 17h

16/outubro – quinta-feira – 15h

16/outubro – quinta-feira – 17h

Mini-oficinas de Biomateriais
Pensadas como espaços de reflexão e experimentação, as oficinas de biomateriais introduzem os conceitos de circularidade e regeneração por meio de práticas coletivas que transformam resíduos orgânicos do cotidiano em novas materialidades. Mais do que explorar aspectos técnicos e tangíveis, a proposta evidencia que o campo dos Biomateriais demanda posicionamento político e responsabilidade socioambiental com territórios e biomas, ao mesmo tempo em que valoriza confluências entre vidas humanas e mais-que-humanas.

Laboratório de Biodesign | Circularidade e Biomateriais I IED São Paulo
É um espaço de fomento da criatividade, colaboração e inovação, que conecta ensino, pesquisa e extensão com reconhecimento nacional e internacional. Mais do que desenvolver materiais, o Laboratório de Biodesign | Biomateriais e Circularidade propõe que sejam repensadas as próprias bases tangíveis do design, ampliando suas fronteiras epistemológicas e cultivando futuros inclusivos e regenerativos.

Coordenação
Arquiteta e Urbanista, com mestrado em Design pela Universidade de São Paulo, Graziela Nivoloni atua na interseção entre educação, natureza e negócios conectando inteligência coletiva e pensamento sistêmico para criar confluências entre ensino, empresas e organizações. No IED, lidera o Laboratório de Biodesign | Circularidade e Biomateriais, integra o conselho acadêmico do Centro de Inovação, Design e Negócios (CR+IED) e coordena a graduação em Design de Produto e Serviço e os cursos em parceria com a Casa Vogue.

Vagas: 20 em cada oficina

Tempo de duração: 30 minutos

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

As inscrições estarão abertas até o inicio da Mini oficina, no local, desde que haja vagas disponíveis.

A seleção será feita por ordem de inscrição. Haverá reserva de ao menos 2 vagas afirmativas por turma.

Programação confirmada

19/setembro – sexta-feira – 15h

19/setembro- sexta-feira – 17h

23/setembro – terça-feira – 15h

23/setembro – terça-feira – 17h

25/setembro – quinta-feira – 15h

25/setembro – quinta-feira – 17h

30/setembro – terça-feira – 15h

30/setembro – terça-feira – 17h

2/outubro – quinta-feira – 15h

2/outubro – quinta-feira – 17h

7/outubro – terça-feira – 15h

7/outubro- terça-feira – 17h

9/outubro – quinta-feira – 15h

9/outubro – quinta-feira – 17h

14/outubro – terça-feira – 15h

14/outubro – terça-feira – 17h

16/outubro – quinta-feira – 15h

16/outubro – quinta-feira – 17h

Ateliescola Acaia é um projeto socioeducativo na Vila Leopoldina que oferece a 250 crianças e jovens, principalmente das comunidades de baixa renda do entorno da Ceagesp, educação gratuita em tempo integral, assistência à saúde e formação para a cidadania. Os alunos podem frequentar desde a educação infantil até o ensino pré-técnico, beneficiando-se de um ambiente que combina teoria e prática, e valoriza a criatividade e a autonomia.

Todos os dias, por volta das 07h30 e das 16h30, as famílias convergem brevemente no portão da Ateliescola Acaia — um lugar marcado pela alegria e pelo cuidado, mas também pelo asfalto, carros estacionados e calor. Nos últimos anos, São Paulo tem enfrentado ondas de calor intensas, impactando desproporcionalmente as comunidades de baixa renda com acesso limitado a infraestruturas adaptativas. As crianças da Acaia habitam e transitam por esses “extremos” diariamente.

Reagindo ao tema urgente do calor extremo na São Paulo urbana, o projeto reúne alunos, pais e educadores para projetar e construir uma estrutura protótipo temporária no limiar da Ateliescola Acaia. Ele envolve diretamente a experiência vivida dos mais afetados — crianças e cuidadores — para ressignificar e transformar a área de entrada da escola em um espaço compartilhado, sombreado e acolhedor de encontro.

Esta intervenção colaborativa parte do conhecimento vernacular e do urbanismo tático, explorando as relações entre justiça climática, transformação urbana e aprendizado intergeracional. A estrutura resultante testará soluções específicas para o local por meio de estratégias de baixa tecnologia, mas também servirá como uma plataforma para a narrativa comunitária.

Tá lá na rua do Acaia é um projeto iniciado pela marceneira Alice Barkhausen (DE), pela designer e produtora cultural Sofia Costa Pinto (BR), pela arquiteta e construtora Maddalena Pornaro (IT) e pela pesquisadora urbana e educadora Licia Soldavini

Programação

De 8 a 18 de Setembro, das 9h às 16h – Workshop de desenho e construção (apenas para os alunos do Ateliescola Acaia)

19 de setembro, das 16h às 19h – Inauguração no Instituto Acaia com música, conversa e comida (aberta a todos)

16h – Música com Cultura na Calçada por: Hilton Hits  

17h – Apresentação dos resultados e conversa coletiva com Zoy Anastassakis (ESDI/UERJ)

18h – Comes e bebes

Instituto Acaia, R. Dr. Avelino Chaves, 159 – Vila Leopoldina, São Paulo – SP, 05318-040

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  7

O TEMPO QUE LEVA

Ficção, curta-metragem, 15 minutos
Ano: 2013
País: Brasil
Direção: Cíntia Domit Bittar
Produção: Novelo Filmeslia Obleitne

Sinopse

Mesmo com a iminência do fim do mundo, Jamila saiu de casa com um objetivo: consertar seu ventilador.


O SILÊNCIO DAS OSTRAS

Ficção, longa-metragem, 120 minutos
Ano: 2024
País: Brasil
Direção: Marcos Pimentel
Produção: Tempero Filmes

Sinopse

A vida de uma menina que nasceu em uma vila de operários de uma mina e tem
que aprender a lidar com as sucessivas perdas que a vida lhe reservou. Depois de perder todos os seus mundos, Kaylane insiste em sobreviver e resistir. Um filme sobre crescer, sobreviver e sonhar em meio à poeira, à lama e ao silêncio.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  6

THE INSTITUTE OF WEATHER MODIFICATION

Documentário, curta-metragem, 11 minutos
Ano: 2022
País: Áustria, Latvia
Direção: Helvijs Savickis e Julia Obleitne
Produção: Helvijs Savickis e  Julia Obleitne

Sinopse

O sistema hídrico de Los Angeles está entre as infraestruturas maiores e mais controversas do mundo. Seguindo sua trajetória — desde os aquedutos e reservatórios até as estações de tratamento com luz ultravioleta, fontes termais, lagos e estações de semeadura de nuvens —, o filme revela as geografias e infraestruturas ocultas que sustentam a cidade. Ao explorar a modificação climática como parte dessa rede, ele revela como a intervenção humana no clima está profundamente entrelaçada com o controle e a sobrevivência da água em uma metrópole no deserto.


A QUEDA DO CÉU

Documentário, longa-metragem, 108 minutos
Ano: 2024
País: Brasil
Direção: Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha
Produção: Aruac Filmes

Sinopse

A partir do poderoso testemunho do xamã e líder Yanomami Davi Kopenawa, o filme “A Queda do Céu” acompanha o importante ritual, Reahu, que mobiliza a comunidade de Watorikɨ num esforço coletivo para segurar o céu. O filme faz uma contundente crítica xamânica sobre aqueles chamados por Davi de povo da mercadoria, assim como sobre o garimpo ilegal e a mistura mortal de epidemias trazidas por forasteiros que os Yanomami chamam de epidemias “xawara”, e traz em primeiro plano a beleza da cosmologia Yanomami, dos espíritos xapiri e sua força geopolítica que nos convida a sonhar longe.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  5

RECIFE FRIO

Ficção, curta-metragem, 24 minutos
Ano: 2009
País: Brasil
Direção: Kleber Mendonça Filho
Produção: Cinemascópio Filmes/ Vitrine Filmes

Sinopse

Na tropical cidade de Recife, as temperaturas caem drasticamente e seus habitantes precisam se adaptar. Este ‘mockumentary’ torna-se gradualmente crítico, olhando para o clima, o desenvolvimento urbano e a interação social de todos os ângulos. No fim das contas, um raio de sol atravessa as nuvens?


RUA DO PESCADOR nº6

Documentário, longa-metragem, 70 minutos
Ano: 2025
País: Brasil
Direção: Bárbara Paz
Produção: Lança Filmes

Sinopse

À medida que as águas das enchentes no Rio Grande do Sul vão baixando, as memórias de muitas vidas emergem, trazendo a certeza de que, a partir de agora, nada mais será o mesmo. Uma pequena equipe de técnicos do audiovisual gaúcho, alguns dos quais também foram afetados pela tragédia e ainda estão sem um lar para retornar, saíram em busca de histórias. Em busca de memórias ‘após o fim’.
Chegaram à Rua dos Pescadores no 6 e encontraram uma comunidade ribeirinha
fortemente impactada pelas enchentes. Esta comunidade, agora buscando reafirmar sua essência, seu pertencimento e amor por esta ilha, agora está coberta de areia.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  4

HEYARI

Ficção, curta-metragem, 20 minutos
Ano: 2025
País: Brasil
Direção: Daniel Velasco Leão
Produção: Punktu Filmes e Filmes Feito Faca

Sinopse

Heyari (em yanomami “espalhar fumaça para fazer adoecer colocando feitiço no fogo”)
narra o colapso climático em um conjunto habitacional, com a participação de moradores
no elenco e na produção. Anciãs solitárias morrem em decorrência do calor. O
ex-garimpeiro Viktor tem sua casa tomada pelo mar e retorna ao apartamento que fora de
sua mãe. Joana, uma devota negacionista, se recusa a fugir com seu filho para a serra.
Juntos, Viktor e Joana se veem cada vez mais sozinhos em um mundo ameaçador, sem
eletricidade, comunicação e alimentos. Joana se transforma no que teme: uma invasora de
apartamentos, questionando sua fé, enquanto aguarda o retorno de seu filho.


RUA DO PESCADOR nº6

Documentário, longa-metragem, 70 minutos
Ano: 2025
País: Brasil
Direção: Bárbara Paz
Produção: Lança Filmes

Sinopse

À medida que as águas das enchentes no Rio Grande do Sul vão baixando, as memórias de muitas vidas emergem, trazendo a certeza de que, a partir de agora, nada mais será o mesmo. Uma pequena equipe de técnicos do audiovisual gaúcho, alguns dos quais também foram afetados pela tragédia e ainda estão sem um lar para retornar, saíram em busca de histórias. Em busca de memórias ‘após o fim’.
Chegaram à Rua dos Pescadores no 6 e encontraram uma comunidade ribeirinha
fortemente impactada pelas enchentes. Esta comunidade, agora buscando reafirmar sua essência, seu pertencimento e amor por esta ilha, agora está coberta de areia.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  3

CORES QUEIMAM

Documentário, curta-metragem, 9,38 minutos
Ano: 2024
País: Brasil
Direção: Felippy Damian
Produção: Latitude Filmes e Filmes Feito Faca

Sinopse

Todos os anos o Pantanal queima. Esta é uma história com muitos protagonistas, como o próprio bioma e os homens que nele vivem. Mas um se destaca: o fogo. Do início ao fim dos tempos, a história do homem não pode ser contada sem ele.


A QUEDA DO CÉU

Documentário, longa-metragem, 108 minutos
Ano: 2024
País: Brasil
Direção: Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha
Produção: Aruac Filmes

Sinopse

A partir do poderoso testemunho do xamã e líder Yanomami Davi Kopenawa, o filme “A Queda do Céu” acompanha o importante ritual, Reahu, que mobiliza a comunidade de Watorikɨ num esforço coletivo para segurar o céu. O filme faz uma contundente crítica xamânica sobre aqueles chamados por Davi de povo da mercadoria, assim como sobre o garimpo ilegal e a mistura mortal de epidemias trazidas por forasteiros que os Yanomami chamam de epidemias “xawara”, e traz em primeiro plano a beleza da cosmologia Yanomami, dos espíritos xapiri e sua força geopolítica que nos convida a sonhar longe.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  2

INTERIOR DA TERRA 

Documentário, curta-metragem, 18 minutos
Ano: 2022
País: Brasil, França
Direção: Bianca Dacosta
Produção: Bianca Dacosta

Sinopse

Como uma investigação desde o céu até às profundezas da floresta, interior da terra é uma viagem que conduz através dos estratos até o interior do solo, revelando camadas de história enterradas e apagadas. O filme demonstra questões políticas profundas através de um relato histórico e atual da destruição da floresta amazónica e do seu povo de origem, contado através da história do povo Mura.


TOPO

Documentário, longa-metragem, 83 minutos
Ano: 2024
País: Brasil
Direção: Eugenio Puppo
Produção: Heco Produções

Sinopse

O sistema hídrico de Los Angeles está entre as infraestruturas maiores e mais controversas do mundo. Seguindo sua trajetória — desde os aquedutos e reservatórios até as estações de tratamento com luz ultravioleta, fontes termais, lagos e estações de semeadura de nuvens —, o filme revela as geografias e infraestruturas ocultas que sustentam a cidade. Ao explorar a modificação climática como parte dessa rede, ele revela como a intervenção humana no clima está profundamente entrelaçada com o controle e a sobrevivência da água em uma metrópole no deserto.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  1

QUEBRANTE

Documentário, curta-metragem, 23 minutos
Ano: 2024
País: Brasil
Direção: Janaina Wagner
Produção: Janaina Wagner

Sinopse

Um contra-feitiço, QUEBRANTE percorre as ruínas da Rodovia Transamazônica BR-230 e sua fantasmagoria, retratando suas pedras e seus fantasmas. Situado na pequena cidade de Rurópolis (PA) – a primeira a ser construída na Rodovia para servir de base aos trabalhadores que a construíram – QUEBRANTE acompanha Dona Erismar, conhecida na região como “A Mulher das Cavernas”. Professora aposentada do Ensino Fundamental, Dona Erismar foi a responsável pela descoberta das cavernas da região: entrava nos buracos escuros e desconhecidos até seus fins, apenas com uma vela nas mãos e um isqueiro amarrado na calça – caso a chama se apagasse. Uma conversa entre as pedras e a lua, QUEBRANTE é livremente inspirado no projeto de Robert Smithson, THE TRULY UNDERGROUND CINEMA (1971) e no filme THE VERY EYE OF THE NIGHT (1958) de Maya Deren.


IRACEMA: UMA TRANSA AMAZÔNICA

Documentário/ ficção, longa-metragem, 90 minutos
Ano: 1974
País: Brasil
Direção: Jorge Bodanzky, Orlando Senna
Produção: Stopfilm

Sinopse

Em 1970, um motorista de caminhão, sulista, em Belém do Pará, durante as festas do Círio de Nazaré, conhece Iracema, uma jovem índia prostituída. Dá-lhe uma carona, deixando-a num lugarejo no meio da estrada. A viagem, como todo o filme, serve como pretexto para que sejam mostrados problemas da região – desmatamento, más condições de trabalho e saúde, venda de camponeses em confronto com a fantasiosa propaganda institucional.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

A comunidade Guarani Mbyá preserva sua espiritualidade e língua na menor terra indígena do Brasil, cercada pela megalópole de São Paulo. Em 1500, durante a invasão portuguesa, os Guarani habitavam vastos territórios desde o litoral brasileiro até o Paraguai. Suas prósperas aldeias prosperavam com a agricultura e a pecuária. Ao longo dos séculos, eles foram desalojados, escravizados e catequizados, contribuindo para a ascensão de São Paulo como centro comercial. Hoje, essa comunidade representa um microcosmo da crise climática global. Em meio a 22 milhões de pessoas, eles protegem um dos últimos remanescentes de floresta tropical da região, incluindo o Pico do Jaraguá, com 400 hectares. Apesar de estarem restritos a apenas 1,8 hectares de território reconhecido, eles mantêm práticas agrícolas ancestrais e protegem a biodiversidade, resistindo à degradação ambiental. Em comparação, as terras indígenas no Brasil perderam apenas 1% da vegetação nativa em 30 anos, contra 20,6% em áreas privadas. 

No centro de sua prática espiritual está o cachimbo Petynguá, feito da árvore araucária, ameaçada de extinção, conectando o passado, o presente e o futuro. Essa fumaça sagrada, que se eleva da interseção entre a floresta e a expansão urbana, simboliza sua ancestralidade ininterrupta e um apelo para repensar o impacto ambiental da vida urbana. 

Nhemboaty é o resultado de 5 anos de encontros entre o fotógrafo Rafael Vilela e os moradores da Terra Indígena Jaraguá. A exposição acontece dentro da Aldeia Pindomirim, uma experiência imersiva no Nhanderekó, o modo de vida Guarani. Durante uma tarde, os visitantes poderão experimentar a comida tradicional desse povo, caminhar pelo território, escutar suas palavras e seus cantos, visitar espaços sagrados e expositivos. A atividade acontece em parceria com a Bienal de Arquitetura de Sao Paulo e a Agência Autônoma e trará também uma mostra de curtas do projeto Imagining the Forest, com filmes de Nadeem Alkarimi, Qadir Jhatial e Sadqain Riaz (Bienal de Karachi, Paquistão), e Eelyn Lee (Richmond Arts & Ideas Festival, Reino Unido). 

Essa pesquisa teve o importante apoio e financiamento de Catchlight, National Geographic Society e British Council.

Por se tratar de um território sagrado, a experiencia na aldeia terá entrada limitada a um número de 40 pessoas. 
Está atividade é fechada para participantes convidados.

O primeiro simpósio do re:arc institute em São Paulo propõe uma experiência de investigação sobre valores, práticas e modos de pensar que expressam e cuidam das interconexões de toda a vida, a partir do conceito de arquiteturas do bem-estar planetário.

Ao longo de dois dias, em três atos, o encontro reunirá artistas, pesquisadores e agentes culturais para compartilhar saberes por meio de palestras, apresentações, performances e rodas de conversa. As pessoas convidadas trazem experiências ligadas à coletividade, ecologia, território, design e arquitetura, oferecendo perspectivas que dialogam com a história do espaço e suas interseções entre performance e imaginação revolucionária.

O programa percorrerá práticas espaciais a partir das lentes da reparação e do envolvimento, além de propor uma reorientação da temporalidade com que percebemos e criamos o ambiente construído. As presenças e perspectivas dos participantes entram em diálogo profundo com o espaço, potencializando suas interseções entre performance e imaginação revolucionária.

19 Setembro
17:00-23:00

ATO I: Reparação

Em Diálogo com a Terra

Ailton Krenak & Paulo Tavares

Teat(r)o de Mutirão: Ação Coral: ritos de possessão e transformação

Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona

Reflexões sobre Arquitetura da Reparação

Ana Flávia Magalhães Pinto & Paulo Tavares

20 Setembro
10:00-14:00
ATO II: Enraizamento

Espacialidade e Tempo Espiral: Fala de Abertura

Leda Maria Martins

Temporalidades e Práticas Espaciais: Mesa Redonda

Leda Maria Martins, Mãe Celina de Xangô, Rose Afefé e Maya Quilolo

Moderada por Gabriela de Matos e Audrey Carolini, do Instituto Cambará

20 Setembro
16:00-20:00
ATO III: Envolvimento

Amaro Freitas Y’Y

Envolvimentos: Mesa Redonda

Tainá de Paula, Jerá Guarani e Maria Alice Pereira da Silva

Moderada por Marcella Arruda

Perspectivas sobre Prática

Sem Muros, Palmares Laboratório-Ação, RUÍNA Arquitetura e Grupo ][ Fresta

Empoderamento: Fala de Encerramento

Joice Berth

Mais informações e inscrições no site www.arquiteturasdobemestarplanetario.com

A proposta da oficina “Ensaio para o Depois” consiste na atividade de reutilização crítica e criativa de material descartado em obras e montagens cenográficas e de elementos trazidos pelos participantes. Será a primeira ação presencial da SuB, uma comunidade de arquitet@s de distintas regiões do Brasil, que se reúnem periodicamente para conversar sobre o campo ampliado da arquitetura, artes e prática profissional. Os membros dessa comunidade vivenciam nesses encontros a possibilidade de diálogo entre distintos profissionais fora do ambiente estritamente acadêmico. Esse é um resultado de uma iniciativa de arquitet@s que após concluírem doutorado, perceberam a lacuna que havia no diálogo entre os profissionais da área acadêmica e os que trabalham na prática da profissão e em outros campos da arquitetura.

O objetivo geral da proposta não é apenas ensaiar construções em cenários extremos e reutilizar o que já existe, mas, sobretudo, criar em comunidade. A Oficina poderá oferecer aos visitantes da Bienal de São Paulo a oportunidade de conhecer outras pessoas, não só opinando em palestras ou rodas de conversa, mas também levando para casa aquilo que constroem coletivamente. De modo similar, a Comunidade SuB vem promovendo, nos últimos meses, encontros de conversas, pautados em eixos temáticos atuais e urgentes, com profissionais de diferentes áreas dentro da arquitetura, muitos dos quais atuam no campo ampliado entre arte e arquitetura.

Assim, nessa ocasião, por meio da manipulação dos objetos descartados, esperamos que a oficina conduza os participantes por uma experiência sensorial, reflexiva, construtiva e colaborativa, ativando imaginários sobre como habitar os mundos que virão. Ao fim, teremos ensaiado criativamente, diante da precariedade e da escassez, como transformar usos e significados dos objetos disponibilizados a fim de recriar a noção de indivíduo/comunidade. Tendo como plano de fundo a emergência climática e social, ensaiaremos os limites e as possibilidades de projetar no improviso e no desconforto, indagando as implicações de um corpo coletivo nas construções do Depois. Ao experimentar em grupo formas mínimas construídas, os participantes ativam senso de cooperação, capacidade fundamental para reconstruir a ideia de comunidade em tempos de crise. O Depois que se ensaia aqui é baseado na emergência, e um convite a imaginações coletivas e a futuros possíveis, construídos em comum.

Vagas: 25 em cada dia

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da Oficina, no local, desde que haja vagas disponíveis.

É possível se inscrever para os dois dias de Oficina.

Primeiro Tempo (duração: 45 minutos)
Domingo 28 de Setembro, 11h

De uma certa maneira podemos dizer que a evolução da cidade de São Paulo está fortemente ligada ao uso que foi feito das várzeas de seus rios, de local para jogar futebol, a local de saneamento, a áreas habitadas, com avenidas do fundo vale e zonas ocupadas. Alguns bairros de São Paulo e da periferias são totalmente construídos na várzea e por isso é fundamental falar sobre o que significa habitar e ocupar essas áreas, ainda mais em tempos de mudanças climáticas.
O futebol da várzea, agora conhecido como futebol amador, era inicialmente praticado na várzea. Terras onde os rios se expandem quando carregam muita água. Jogar futebol numa várzea significava ter uma relação temporal com a água. Você só podia jogar quando não tinha muita água.

Estamos acostumados a fazer uma distinção entre áreas onde há sempre água, como rios, lagos, e áreas onde não vemos água, e então colocamos casas para morar. O homem tentou tornar essa distinção entre água e terra, fixa e permanente. Desenhando-a em mapas e colocando muros ao redor de rios, represas, para que a água não saia do espaço que o homem decidiu que é dela, para que a agua não invada o espaço que o homem habita. Mas vemos constantemente que a água escapa, não pode ser contida.

Esta oficina é um convite a conversar sobre como você quer coexistir com a água na cidade de São Paulo, jogando futebol de várzea.

Usaremos apenas uma metade do campo, um so’ gol. Sem goleiro.
Os participantes começam em círculo e com o passar do tempo, com o jogo, se espalham pelo campo. No início a bola está no centro do círculo. Quem quer começar a falar, a dar a sua opinião, vai e pega a bola. Quem concorda e quer continuar a fala pede a bola e se alguém quiser dizer algo diferente ou contrário, a rouba o intercepta o passe.
Pode ser que durante esse processo duas ou mais equipes -grupos de pessoas com ideias semelhantes- se formem naturalmente.
Marcar um gol, nesse processo, torna-se uma forma de marcar um ponto-chave na discussão para quem fala (ou seu grupo).

Vagas: Mínimo 10 participantes – máximo 22 participantes

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo e-mail: alessio.mazzaro@polito.it

Enviar: Nome e telefone de contato

Todos são bem vindos a participar.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

Inscrições até 26 de setembro

A oficina será gravada (audio e video).

Desenvolvimento do projeto: Reino Unido

Fachada Respiratória Entrelaçada reimagina a arquitetura como um organismo vivo e adaptativo. Concebido como um sistema autorregulador, ele responde passivamente ao calor, à umidade e à chuva, aproveitando as propriedades higroscópicas da madeira. Sem eletricidade ou componentes mecânicos, seus elementos entrelaçados expandem e contraem com as mudanças atmosféricas, abrindo para ventilar, fechando para proteger e negociando continuamente com o clima circundante.

Em vez de depender de complexidade tecnológica ou controle artificial, o projeto recorre à inteligência intrínseca dos materiais naturais. Inspirada pelas técnicas tradicionais de cestaria, a fachada transforma a capacidade higroscópica inata da madeira em um tecido responsivo. Cada ponto funciona como um poro, apertando ou afrouxando com as mudanças ambientais, criando uma trama viva que respira com seu contexto.

Ao longo da bienal, a instalação permanecerá em movimento. Mudanças sutis na temperatura, umidade e até mesmo a presença de visitantes ativarão a fachada, transformando-a em uma performance lenta de coexistência com as forças naturais.

Em um momento de extremos climáticos e urgência ecológica, a Fachada Respiratória Entrelaçada oferece uma visão alternativa para o ambiente construído. Em vez de sistemas selados e isolados dependentes de infraestruturas intensivas em energia, ela imagina edifícios como membranas porosas — sensíveis, adaptativas e vivas. Esta abordagem bioinspirada propõe uma mudança radical em como projetamos e habitamos o espaço: uma arquitetura que não impõe controle, mas que ouve, sente e evolui em ressonância com os ritmos de seu ambiente.

Agradecimentos:
A Fachada Respiratória Entrelaçada foi desenvolvida por meio do projeto de pesquisa RESPIRE: Passive, Responsive, Variable Porosity Building Skins, financiado por uma bolsa de pesquisa do Leverhulme Trust. Agradecimentos especiais a Natalia Pynirtzi por sua contribuição para este trabalho; e a Oliver Perry e Nathan Hudson pelo suporte técnico. O projeto foi realizado em parceria com o Hub for Biotechnology in the Built Environment (HBBE, www.bbe.ac.uk), financiado pelo fundo Expanding Excellence in England (E3) da Research England.

Desenvolvimento do projeto: Brasil e França

A união de experiências e técnicas construtivas pelo mundo está deixando as casas de terra cada vez mais econômicas, sustentáveis e belas!

São técnicas e pesquisas espalhadas por todo o mundo. Aqui temos um pouco da França, que com o Craterre/ENSAG, possui uma pós dedicada exclusivamente a arquitetura e construção com terra. Um pouco de outras partes do mundo, inclusive da África, nosso continente irmão, de onde vieram várias técnicas que se mesclaram com outras tantas já utilizadas pelos povos originários do Brasil.

As obras nacionais contemporâneas aqui expostas mostram um pouco da versatilidade do uso da terra. O MST que mobiliza mutirões para a construção de edificações em terra nos assentamentos. E algumas residências que ajudam a romper alguns paradigmas ainda presentes no Brasil. A casa pode ser de alto padrão ou sem padrão algum, apenas apropriadas ao seu contexto. Enfim, a terra está em todo lugar, sendo utilizada nos mais diversos formatos.

Nosso semicírculo expositivo tem a materialidade por dentro, num arco maior que 180 graus, porque no planeta mais da metade das casas é feita de terra.
Nos unimos aqui para difundir ao máximo esse conhecimento. Não existe uma grande indústria interessada no tema, logo, não existe publicidade. A terra quase sempre é gratuita. Está debaixo dos nossos pés. Ainda somos poucos, mas estamos muito seguros do que estamos fazendo. Além da casa ficar mais saudável, estamos emitindo muito menos CO2 durante e depois da construção. Nós, arquitetos e construtores, somos extremamente responsáveis pela degradação do planeta. A construção civil é uma das maiores responsáveis pela emissão de CO2 do planeta. Cabe a nós decidirmos o material construtivo que mais se adeque à necessidade urgente de mudarmos esse cenário.

CRAterre
A associação CRAterre tem uma longa experiência no acompanhamento técnico de projetos de construção com terra crua e projetos habitacionais para o maior número possível de pessoas, em diferentes contextos

NAP PLAC – Nucleo de Apoio a Pesquisa: Produção e Linguagem do Ambiente Construido / FAU USP

Argus Caruso Arquitetura
É um estúdio especializado em Arquitetura e Construção de Terra. Dirigido pelo Arq. Argus Caruso

Laboraterra Arquitetura
É um estúdio especializado em Arquitetura e Construção de Terra. Dirigido pelos Arq. Alain Briatte e Arq. Luciano Bottino.

Esta exposição foi realizada com apoio do Instituto Francês na ocasião da Saison França – Brasil

Comunidades Indígenas apresentam seus territórios ancestrais em primeira pessoa. Narram situações em que a TERRA é intencionalmente colocada em TRAMA. O barro no entremeado de taquara construindo paredes e definindo espaços; a geografia na urdidura das cartografias constituindo argumentos e delineando divisas; o verbo na tessitura das narrativas engendrando estratégias e traçando rumos. O conjunto de mapas produzidos crítica, coletiva e colaborativamente reúne enredos de Territórios Indígenas e tocam diferentes etnias, perspectivas, biomas e formas de agenciamento vivenciadas no Estado do Paraná e em suas vizinhanças.

Em busca de alternativa às experiências de documentação coloniais, que ao longo dos séculos forjaram – e seguem forjando – um universo originário exotizado e anacrônico, TERRA EM TRAMA ensaia a autorrepresentação específica na abordagem de um dos temas cruciais da luta Indígena: Territórios em disputa. São descritos na precisão acadêmica e anotados na precisão ancestral, de forma a constituir auto-retratos cartográficos. Os mapas discorrem sobre a presença e as relações entre Comunidades e seus Territórios implementando procedimentos das tradições oral e material Indígenas de sobreposição de camadas, aproveitamento inventivo e diversidade de expressões.
As pranchas anotadas apoiam-se em estrutura expositiva que, de forma similar, toma forma a partir da interação com os saberes tradicionais de construtores indígenas, sendo suporte para a transmissão de conhecimentos diversos pela prática construtiva. Traz em si o argumento de que estruturas expositivas, espaços livres, edifícios, cidades, florestas são fundamentalmente políticos e ferramentas cruciais para adiarmos tantos fins de tantos mundos.

Estúdio Fronteira – projeto de extensão universitária coordenado pela arquiteta e professora Marina Oba dentro do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPR. Tem como objetivo o desenvolvimento de registros e orientações engajados com modos de produção de espaço não hegemônicos. Contempla o desenvolvimento de levantamentos técnicos e diagnósticos de conjuntos arquitetônicos e recortes urbanos e rurais, com ênfase nas apropriações e manifestações humanas, bem como a composição de orientações de manejo e de estruturação territorial.

+Retomada Kaingang de Kógunh Jãmã, Parque do Mate (Campo Largo), Retomada Kaingang de Rán Krī Tupē Jamã, Cristo de Purunã (São Luís do Purunã), Aldeia Urbana de Kakané Porã (Curitiba), Retomada Multiétnica Tekoa Ywy Dju, Território Sagrado (Piraquara), Tekoa Kuaray Haxá (Antonina), Tekoa Tupã Nhe’e Kretã (Morretes), Tekoa Kuaray Guatá Porã, Terra Indígena Cerco Grande (Guaraqueçaba), Tekoa Pindoty e Tekoa Takuaty, Terra Indígena Ilha da Cotinga (Paranaguá), Terra Indígena Rio d’Areia (Inácio Martins), + colaborações independentes.

Este projeto tem o patrocínio da Copel, por meio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura | PROFICE da Secretaria de Estado da Cultura | Governo do Estado do Paraná.

A atividade começará às 8h e será encerrada após o fechamento da estrutura, previsto para 16h.
É possível participar da atividade em qualquer horário durante o seu desenvolvimento.

Local da atividade

Museu das Culturas Indígenas, Rua Dona Germaine Burchard, 451 – Água Branca, São Paulo

Inscrições

Não é necessário realizar inscrição para participar da atividade.

Para receber um certificado de participação é necessário preencher o formulário até dia 12.09 (8h de atividades formativas, pela UFPR).

O workshop “A Arquitetura de Oscar Niemeyer no Parque Ibirapuera e o Desafio Climático” convida os participantes a refletirem sobre a relação entre modernismo, cidade e sustentabilidade.

O ponto de partida será o conjunto arquitetônico do Parque Ibirapuera, marco de celebração do modernismo brasileiro, onde Niemeyer propôs espaços fluídos, leves e abertos à convivência. Mais de meio século depois, esses mesmos edifícios e sua inserção no parque se tornam campo fértil para uma questão atual: de que maneira a arquitetura pode responder às exigências de conforto ambiental e às transformações impostas pelas mudanças climáticas?

O objetivo do curso é desenvolver a observação crítica por meio do desenho, explorando como elementos arquitetônicos — como a monumentalidade das curvas, o uso do concreto, a relação entre espaços cobertos e abertos — dialogam com fatores ambientais como insolação, sombreamento, ventilação e drenagem. A proposta combina momentos teóricos, que apresentam a história do Parque Ibirapuera e seu impacto no planejamento urbano de São Paulo, com atividades práticas de desenho de observação no próprio espaço do parque.

As práticas artísticas serão voltadas ao aprendizado e ao aprimoramento de técnicas como traços, proporção, perspectiva e estudo da luz, incentivando cada participante a registrar percepções próprias e a traduzir em desenho a experiência de observar a arquitetura em contexto climático. No final do curso haverá uma exposição dos trabalhos desenvolvidos.

O workshop é conduzido pelo professor arquiteto Leopoldo Schettino, italiano, formado pela Facoltà di Architettura da Università degli Studi di Napoli Federico II e Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP. Sua atuação inclui sua contratação da prefeitura de Pompei (Nápoles), no desenvolvimento do plano diretor da cidade e em projetos de requalificação de áreas livres — como praças e jardins —, experiência que consolidou sua reflexão sobre a relação entre espaço urbano, paisagem e qualidade de vida.

A experiência internacional também se estende a encontros e workshops na Itália, em Portugal e na Espanha, orientados por arquitetos de renome como Álvaro Siza, Aires Mateus e João Nunes, que ampliam constantemente sua visão crítica e projetual. No Brasil, seu percurso se conecta a colaborações com importantes escritórios, entre eles Oscar Niemeyer Arquiteto, Isay Weinfeld e Pascali Semerdjian Arquitetos. Especialista em técnicas de desenho tradicionais e digitais, Leopoldo Schettino articula prática de projeto e ensino, oferecendo um olhar sensível, crítico e pragmático sobre a arquitetura e seu papel nos desafios contemporâneos.

Vagas: 15

Gratuito


Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até 30 de setembro de 2025.


“Imaginando Arquiteturas para um Mundo Quente” é uma oficina prática de 20 horas que convida participantes a explorar os potenciais especulativos da inteligência artificial aplicada à imaginação urbana em tempos de emergência climática. Utilizando o software ComfyUI (Stable Diffusion), os participantes aprenderão a manipular imagens urbanas para projetar intervenções visuais que respondam criticamente a cenários de risco, injustiça e colapso, mas também imaginem futuros sustentáveis, regenerativos e desejáveis.

A oficina busca ampliar o leque imaginativo dos participantes ao propor a criação de composições visuais tanto utópicas quanto distópicas, articulando narrativas visuais que reflitam sobre a crise climática de forma crítica e criativa. A IA é aqui entendida como ferramenta de mediação estética e política, capaz de tensionar a relação entre representação e ação no contexto urbano.

Dividida em cinco módulos — introdução, duas sessões de produção, finalização e exposição —, a oficina combina teoria, prática e criação coletiva. O produto final será uma exposição pública no espaço da Bienal, composta por imagens projetadas . A proposta se alinha aos eixos curatoriais da 14ª BIAsp ao abordar justiça climática, adaptação urbana e reflorestamento simbólico das cidades.

Aberta a estudantes, arquitetos, urbanistas, artistas e demais interessados, a atividade contará com até 20 participantes, selecionados a partir de uma carta de intenção e portfólio. Cada participante deverá trazer seu próprio notebook com capacidade para rodar o ComfyUI ou utilizar um serviço em nuvem (como RunPod). A oficina fornecerá tutoriais de instalação e orientação prévia. A infraestrutura de internet, mesas, cadeiras e datashow será provida pela Bienal.

A oficina é gratuita, mediante inscrição e processo seletivo

O produto final será uma instalação coletiva aberta ao público no espaço da Bienal.

Vagas: 10

Gratuito

Sobre os proponentes:

Victor Sardenberg é arquiteto e pesquisador, com atuação voltada à experimentação em projeto arquitetônico, especialmente nas áreas de estética computacional, fabricação robótica e inteligência artificial. Em sua tese de doutorado na Leibniz Universität Hannover (Alemanha), desenvolveu um framework computacional para a predição de preferências estéticas utilizando redes neurais artificiais. Atualmente é pesquisador de pós-doutorado na Universidade Presbiteriana Mackenzie e docente na Detmolder Schule für Gestaltung (Alemanha).

Camila Zyngier é arquiteta e urbanista, professora da UFMG e pesquisadora nas áreas de planejamento urbano, geotecnologias e metodologias participativas. Seu trabalho combina prática acadêmica e crítica criativa, explorando temas como visualização urbana e inteligência artificial no urbanismo.

Marcella Carone é arquiteta, designer computacional e professora. Mestre pela AA (MSc EmTech) e graduada pelo Mackenzie, tem mais de uma década de experiência em projetos de múltiplas escalas. Atua com viabilidade, design algorítmico, IA, otimização e fabricação digital. É diretora criativa da M3C1, escritório que investiga as interseções entre arquitetura, urbanismo, design e tecnologia, e leciona na pós-graduação da Universidade Mackenzie, além de ministrar workshops sobre IA e design computacional.

Estrutura

Módulo 1: Introdução e Contextualização (15/9 – 19:30 às 22:00 – Online) Apresentação da 14ª BIAsp e seu tema Exemplos de imagens e intervenções com IA Instalação e introdução ao ComfyUI

Módulo 2: Produção I – Intervenções Desejáveis (19/9 – 14:00 às 19:00 – Presencial) Representar riscos e injustiças climáticas (distopias, colapsos, resistências)

Módulo 3: Produção II – Cenários de Advertência (20/9 – 14:00 às 19:00 – Presencial) Reimaginar a cidade com foco em soluções positivas (utopias climáticas)

Módulo 4: Finalização das Imagens e Impressão (21/9 – 14:00 às 19:00 – Presencial) Curadoria das imagens produzidas Preparação dos arquivos para impressão/exposição

Módulo 5: Exposição dos Resultados Instalação coletiva no espaço da BIAsp (projeção e/ou impressões) Conversa aberta com o público e participantes Organização do Produto final: exposição das imagens geradas, impressas ou projetadas em parede. A oficina termina com um momento expositivo aberto ao público.

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo e-mail: vsardenberg@gmail.com

A seleção será feita após análise do material enviado na inscrição.

Documentos a serem enviados no ato da inscrição:

  • Nome completo
  • E-mail e telefone de contato
  • Cidade de residência
  • Carta de intenção (com aproximadamente 3 parágrafos)
  • Até 3 imagens de trabalhos anteriores que ajudem a demonstrar o perfil criativo e/ou técnico da pessoa candidata (podem ser incluídas no PDF ou enviadas separadamente)

Critérios de seleção:

  • Os participantes serão selecionados com base na carta de intenção e nos exemplos de trabalho enviados, considerando:
  • Clareza e profundidade do interesse pela temática da oficina
  • Qualidade e coerência das imagens apresentadas
  • Diversidade de perfis e áreas de atuação entre os selecionados

Prazo para inscrição:

  • As inscrições estarão abertas até 13 de setembro de 2025.
  • O resultado será divulgado por e-mail até 14 de setembro de 2025.

Outras informações:

  • Os participantes devem trazer seus próprios notebooks com capacidade para rodar o ComfyUI, ou trazer um laptop mais simples arcar com custos de uso de um serviço em nuvem (como o RunPod, aprox. 10 USD).
  • Um tutorial com instruções de instalação e preparo será enviado previamente aos selecionados.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

TEMPO é uma prática de arquitetura multidisciplinar que busca a constante materialização do intangível em realidade, sediada em São Paulo e dirigida pelos arquitetos Luiz Sakata (Bauru, 1995 – FAU-USP/FAUP-Porto) e Augusto Longarine (Jundiaí, 1995 – FAU-USP/Politecnico di Milano).

RIBASMARÇAL é uma prática de arquitetura e urbanismo sediada em São Paulo e Baixada Santista. Orientada pela síntese entre o “saber” e o “fazer”, busca a coordenar todas as etapa do processo arquitetônico. Sob a direção do arquiteto Marcelo Ribas Marçal (Santos, 1997 – Universidade Presbiteriana Mackenzie), o escritório atua em diferentes escalas e contextos.

O Refúgio Biológico Bela Vista, em Foz do Iguaçu, é reconhecido como um Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) e integra o corredor de biodiversidade do Rio Paraná, interligando importantes áreas de preservação como os Parques Nacionais do Iguaçu e de Ilha Grande. Fundado em 1984, atua no abrigo dos animais silvestres resgatados nas áreas do reservatório, no reflorestamento das matas ciliares e no protocolo de criação de animais silvestres, especialmente de espécies chave ameaçadas de extinção. O Refúgio abre-se à visitação pública tendo como foco a demonstração de ações de conservação da biodiversidade, desenvolvimento sustentável e promoção do conhecimento científico, recebendo anualmente cerca de 30 mil visitantes. A proposta de requalificação do Refúgio é fruto de um Concurso Público Nacional promovido pela Itaipu Binacional e realizado pelo IAB-PR, cujo projeto vale-se de estratégias de intervenção mínima, ressignificação de espaços e singeleza formal para a reorganização dos fluxos turísticos e operacionais do complexo, permitindo a ampliação de seu potencial de visitação e do bem estar dos animais.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Entre 2021 e 2023, uma equipe multidisciplinar liderada por arquitetos paisagistas elaborou três projetos de parques para a Zona Norte carioca: Parque Inhaúma (47.000 m²), Parque Costa Barros (28.350 m²) e Parque Pavuna (14.434 m²), este último construído e inaugurado em 2024. Situados em bairros marcados por baixos índices de desenvolvimento social, os projetos compartilham programas, conceitos e desafios orçamentários similares, concebidos em diálogo com as demandas da gestão municipal e lideranças comunitárias para se tornarem equipamentos públicos verdes e abertos, ancorando áreas de convivência, lazer e aprendizado.

No Parque Carioca Pavuna, uma escultura de 22 metros de altura evoca as raízes do manguezal, de onde jorram jatos d’água durante o dia e feixes de luz à noite. Adjacentes à área molhada, superfícies de areia reinterpretam os usos da paisagem litorânea, já tão querida pelos cariocas. No Parque Inhaúma, às margens do Rio Timbó, extensos jardins drenantes auxiliam na detenção e infiltração das águas para mitigar alagamentos em eventos climáticos extremos. No Parque Costa Barros, o programa esportivo se expande para espaços residuais do entorno imediato, transformando em borda porosa uma fronteira que hoje é intransponível.

Através dos pilares contemporâneos da Arquitetura da Paisagem, o equilíbrio entre preexistências abióticas, atenção à camada vegetal e programa versátil conferem aos três parques projetados uma identidade única. O resultado se alinha aos princípios da justiça climática ao promover a ampliação da oferta de espaços livres de qualidade, atuando na regeneração ambiental e resiliência urbana de territórios cariocas historicamente negligenciados pelo poder público.

Desenvolvimento do projeto: Brasil

Este painel apresenta um recorte do projeto internacional TF/TK – Traduzindo Ferro / Transformando Conhecimentos em Arquitetura, Projeto e Trabalho, iniciativa Brasil–Reino Unido dedicada a criar e consolidar o campo dos Estudos de Produção. Inspirado pelo pensamento crítico do arquiteto Sérgio Ferro, o projeto investiga as relações entre concepção e execução na arquitetura, questionando a separação histórica entre projeto e canteiro de obras e valorizando o trabalho e os saberes construtivos.

A mostra reúne três eixos principais: a trajetória do TF/TK e sua contribuição para a difusão internacional das ideias de Ferro; uma breve introdução das duas primeiras casas experimentais realizadas por ele no início dos anos 1960, que exploraram novas soluções construtivas e formas de produção no canteiro; e o modelo reduzido da Casa Bernardo Issler, produzido em 2025 no IAU-USP como prática pedagógica ligada aos Estudos de Produção.

No caso do modelo, o aspecto pedagógico ganha destaque: não foi concebido como simples representação formal da casa, mas como um instrumento de investigação e aprendizado coletivo. Ao reconstruir em escala reduzida a lógica construtiva original da Casa Bernardo Issler, os participantes foram levados a discutir as questões políticas envolvidas, as escolhas técnicas e materiais. Cada gesto de montagem se converteu em reflexão sobre projeto e trabalho, reaproximando a prática do ensino ao canteiro de obras.

Mais do que uma síntese formal, o modelo reduzido aqui exposto se transforma em um artefato pedagógico: um dispositivo de aprendizagem e de crítica, que convida a repensar a formação do arquiteto a partir do processo de construção. Incorporado como instrumento de uma pedagogia da produção, materializa conceitos, articula saberes, estimula o diálogo e aponta para outras possibilidades de ensino — menos hierárquicas, mais cooperativas e mais próximas da realidade material do fazer arquitetônico.

Agradecemos imensamente Sérgio Ferro e família e, Bernardo Issler e família pelos acervos disponibilizados; aos participantes das oficinas e cursos de difusão; aos técnicos do IAU-USP; e às instituições de apoio às pesquisas.

Implantação do projeto: Brasil, Suíça
Desenvolvimento do projeto: Brasil, Suíça

A poucos quilômetros da confluência do Rio Negro e do Amazonas, Manaus foi fundada em 1669 e permaneceu por muito tempo uma pequena cidade no meio da floresta amazônica até que, no final do século XIX, recebeu um impulso extraordinário graças à hevea brasiliensis, ou seringueira. O papel indispensável que a borracha assumiu na Revolução Industrial, a ponto de ganhar o apelido de “ouro branco”, transformou subitamente este local remoto na próspera e populosa “Paris dos Trópicos”, uma das primeiras cidades brasileiras a receber eletricidade e sede do famoso teatro Amazonas, cuja construção condensou a melhor artesania e a excelência manufatureira do Velho Mundo. Hoje, tendo superado a febre da borracha, Manaus ainda é um importante centro financeiro e cultural do Brasil, com o maior porto fluvial do sistema hidrográfico amazônico e um ativo porto pesqueiro. Esta economia florescente, que também se beneficia de uma próspera indústria do turismo, tem sido ameaçada pela terrível seca que recentemente assolou a região amazônica, além dos duros fenômenos de desmatamento e incêndios.

A WISH partiu para investigar o delicado equilíbrio desta “ilha” urbana no meio da Amazônia e refletir – através do projeto de habitação coletiva – sobre as possibilidades de continuar a habitar este ecossistema extraordinário à luz de uma renovada sensibilidade ambiental. Graças à excepcional contribuição do Nama (Núcleo Arquitetura Moderna na Amazônia), que há anos se dedica a compreender como as exigências arquitetônicas contemporâneas podem ser inseridas no complexo e delicado equilíbrio amazônico, quinze locais de projeto foram identificados – um para cada aluno – ajudando-nos a compreender e tocar nos pontos temáticos de viver na floresta tropical: exploramos técnicas construtivas locais, compreendemos o papel da sombra e da conexão com o solo na realidade amazônica, refletimos sobre a continuidade entre interior e exterior em relação às condições climáticas específicas deste lugar, trabalhamos na necessária “dutilidade” dos objetos arquitetônicos que têm de lidar com uma excursão sazonal do nível de água do Rio Negro que pode chegar a catorze metros.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A busca por terrenos disponíveis no emaranhado das cidades só faz revelar uma dinâmica que parece estar chegando a seu limite, seja em termos urbanos, seja em termos sociais, seja em termos econômicos. Não é mais possível expandir vias para carros, não é mais viável estender a malha e a infraestrutura urbana para além do que já há, não é mais aceitável gastar horas do dia se locomovendo. A irracionalidade do traçado dos lotes e a ausência de uso em áreas tão densas parece um absurdo, mas pode também ser uma oportunidade.

Assim, os antigos estacionamentos, de construções muito precárias, quase provisórias, tornam-se espaços possíveis. Estariam os estacionamentos perdendo força? Estariam cedendo espaços ao habitar na cidade? Ainda não é possível afirmar, mas talvez estejamos vivendo este momento de transição, de que novos valores de cidade estejam sendo construídos e materializados. Um novo imaginário de vida urbana que possa ser vislumbrado.

Perante a esse contexto, pequenas ações que podem parecer inexpressivas quando olhadas dentro da escala do território, exercem um grande impacto quando vistas do ponto de vista do bairro e do edifício. Ao tomar simbólica e fisicamente o lugar de um antigo estacionamento de veículos, o Edifício Bem Viver General Jardim 415, construído na área central de São Paulo, desfruta de uma condição urbana já constituída, bem como potencializa os aspectos positivos de uma vida no centro de uma grande metrópole, combinando usos diversos com habitação, atrelados a uma infraestrutura existente.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O projeto Território-parque parte do enorme desafio de revigorar e criar soluções urbanas, arquitetônicas e paisagísticas para que a comunidade de Córrego do Feijão – principal impactada pelo rompimento da barragem em janeiro de 2019 – tenha condições de permanência e reconexão com o lugar de sua origem e história.
A expressão Território-parque anuncia o propósito de articular o espaço urbano à paisagem em que está inserido, de modo a fortalecer a relação das pessoas com a natureza. A estratégia de projeto se orienta por um vínculo socioambiental presente em cada solução adotada, com origem na valorização da água como elemento central para a vida neste território, e ênfase na universalização do saneamento básico que incorpore alternativas de abastecimento de água, implementação de coleta e tratamento integral de esgoto e destinação adequada dos resíduos sólidos.
Por um lado, as propostas apresentadas buscam atender aos valores, às expectativas e propósitos comunicados pela comunidade, cuja escuta se deu a partir de uma série de encontros promovidos pelo Instituto Kairós, que conduziu a integração socioambiental das ações planejadas. Adicionalmente, e com o intuito de ampliar e reconhecer essas ideias a partir de uma visão territorial sistêmica, o projeto contou com a reflexão de uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de áreas como arquitetura, urbanismo, sustentabilidade ambiental, biologia, saneamento, paisagismo, design, iluminação e comunicação e diversas especialidades da engenharia.
O projeto Território-parque é composto por quatro grandes áreas contíguas e integradas – área Central, Campo de Futebol, Parque Ecológico e área Simbólica -, que guardam suas particularidades e serão apresentadas de forma independente, conforme o planejamento de sua execução sequencial.
Os programas de arquitetura e paisagismo do Território-parque têm como base conceitual o uso e a exposição dos recursos hídricos por meio de corpos d’água, piscinas e canais de condução e irrigação.
A presença de água será constante nas diferentes áreas de intervenção. Elementos arquitetônicos e paisagísticos servirão como estruturas funcionais, aumentando o teor de umidade no ar do vilarejo e a disponibilidade de água para irrigação de jardins, usos recreativos e produtivos, contribuindo para o aumento da cobertura verde e a redução da emissão de partículas.
A água torna-se, ainda, um elemento primordial na ressignificação de Córrego do Feijão, ao constituir novos conjuntos paisagísticos e simbólicos.
O projeto Território-parque propõe a implementação de redes de coleta e tratamento de efluentes para toda a comunidade. As propostas para o saneamento apresentam soluções ambientalmente eficientes de baixo custo de implantação e de operação – exemplo das nascentes construídas e dos jardins filtrantes -, considerando atributos locais de topografia e valores paisagísticos, contribuindo para a saúde da população e para a preservação do meio ambiente.
A reconstrução dos espaços de moradia e convívio na comunidade, enquanto reparação integral, compõe a ressignificação do Córrego do Feijão, de forma complementar e integrada ao escopo da MACh Arquitetos. Novos usos ou aqueles usos existentes que precisaram ser realocados ou transformados (a exemplo do campo de futebol e da área simbólica), absorveram novos significados na reconstrução de vínculos sociais, culturais, econômicos, territoriais e simbólicos.
Junto à implantação do Projeto Território-parque estão em curso ações de fortalecimento das capacidades locais para a gestão dos novos equipamentos comunitários e fomento de pequenos empreendimentos econômicos, em um pensamento de Economia em Rede, assim como a destinação de imóveis para moradia social e usos complementares a economia local e a regularização fundiária de todo núcleo urbano do Córrego do Feijão.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

o território santa tereza corresponde a uma zona urbana predominantemente residencial com densidades variadas que se caracteriza pela topografia acidentada.

parte de seu território se destaca por uma vista privilegiada para o guaíba, o delta do jacuí e para a cidade, especialmente para a orla, o parque marinha do brasil e o centro histórico de porto alegre.

uma condição única de aproximação com a água e com a beleza natural da região.
como ocorre em inúmeras metrópoles, a topografia configura um limite natural para a expansão da ocupação urbana intensiva da cidade consolidada. no caso do morro santa tereza, a comunidade se desenvolveu em áreas de interface entre cidade formal e informal, apresentando setores com ocupações territoriais precárias e vulneráveis.

a fragilidade social e o desequilíbrio urbano, que atualmente marcam o território, demandam intervenções capazes de olhar para este contexto e buscar elementos de valorização do existente.

desta forma, como ponto principal do projeto está uma busca em atribuir visibilidade às comunidades, e revelar estes espaços públicos para o restante da cidade posicionado as pequenas intervenções de forma sutil, mas de modo que possam ser identificadas à distância, desde a orla do guaíba.

esforços no sentido de diminuir distâncias e transformar o formal e informal em uma só cidade.

essa premissa se traduz em uma estratégia de projeto: uma oportunidade de construir elementos marcantes e permanentes, afirmando uma identidade comum a esta rede de espaços públicos.

as áreas públicas e comunitárias definidas se destacam pelo potencial transformador da paisagem e enfatizam a importância dos espaços de centralidade e encontro.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Cultivar Cidades é uma narrativa especulativa amazônica que faz da imaginação uma ferramenta para projetar cidades, territórios e futuros. Concebida inicialmente como livro, a obra se apresenta agora em um painel expositivo. Essa composição materializa uma travessia pela bacia amazônica e convida o público a refletir sobre arquitetura e urbanismo a partir de um universo ficcional.

Acompanhamos o diário de Tawa, uma jovem ribeirinha do Rio Negro que, ao longo de quinze dias, percorre o rio Amazonas entre Manaós (atual Manaus) e Mairi (atual Belém). No mapa de sua viagem é possível ler trechos de seu diário, visitar cidades flutuantes, territórios regenerados e arquiteturas anfíbias que emergem após um colapso ambiental em 2030. Neste painel, o texto ocupa o centro: os trechos ficcionais aparecem destacados em branco, enquanto o texto em preto oferece a contextualização.

Este projeto nasce do desejo de construir cidades a partir de uma perspectiva espaço-temporal distinta dos modelos atuais. Embora a Amazônia abrigue a maior floresta tropical do mundo e 20% da água doce do planeta, 76% de seus 28 milhões de habitantes vivem em áreas urbanas com o menor acesso per capita à água potável do país. Essa contradição entre abundância e pobreza resulta de modelos urbanos exógenos alheios à realidade e saberes locais. Afinal, só preservamos aquilo que conhecemos, só construímos aquilo com o qual sonhamos.

É nesse ponto que entra a ficção como ferramenta arquitetônica. Ao construir o óbvio, a ficção abre um campo de ensaio para projetar futuros que escapam aos limites do presente. Propomos olhar para os saberes tradicionais da Amazônia como espelhos que nos permitem repensar nossa forma de existir, transformando o fim em recomeço.

Em vez de anunciar o esgotamento, apresenta-se aqui uma narrativa histórico-utópica em que a cidade ribeirinha e indígena assume o papel de protagonista, traçando caminhos que possibilitam conceber futuros diversos. Esse universo nos reconecta ao conhecimento ancestral enraizado nas múltiplas territorialidades amazônicas, convocando-o para a regeneração dos territórios e a construção de futuros coletivos.

Essa utopia nasce de um arcabouço teórico que articula pesquisas recentes sobre a Amazônia, entre elas as de Eduardo Góes Neves e as de Violeta Loureiro sobre a história da ocupação da região. Dialoga com a ecologia crítica de Danowski e Viveiros de Castro e com a obra de Ailton Krenak e Antonio Bispo, que resgatam cosmologias indígenas e quilombolas como chaves de futuro. Inspira-se também no pensamento ch’ixi de Silvia Rivera Cusicanqui, que ajuda a compreender coexistências e tensões em mundos plurais.

São igualmente narrativas que escutamos em conversas com pescadores, cozinheiras, amigos e parentes ao longo de viagens e cotidianidades. Nelas, a utopia não aparece como abstração distante, mas como prática concreta de imaginação e resistência, em que nós, amazônidas, assumimos a responsabilidade de pensar e projetar nosso futuro.
Esse projeto é desenvolvido pelo Lab Igarité, estúdio de investigação e criação situado entre arquitetura, arte e urbanismo.O Lab é uma iniciativa de Natalia e Isabella, arquitetas e pesquisadoras amazônicas. Com trajetórias entre Manaus e Belém, pensamos a cidade a partir das águas, margens e saberes locais. Buscamos cultivar narrativas urbanas e propor uma arquitetura investigativa, em que palavra e imaginação se tornam ferramentas para revelar camadas invisíveis, construir memórias compartilhadas e inventar modos mais sensíveis e justos de habitar.

Implantação do projeto: México
Desenvolvimento do projeto: México

TEMIS ergue-se como um círculo de terra e tempo, o primeiro edifício autoportante de impressão 3D em terra na América Latina. Construído na Cidade do México com uma CRANE WASP, sua forma circular nasce do movimento de um braço robótico que, em 360 graus, desenha um espaço social habitável e, ao mesmo tempo, um pavilhão experimental de encontro e reflexão coletiva. Sua fachada paramétrica leva a terra ao limite: linhas que se expandem além do perímetro base, criando um movimento que responde à luz e projeta sombras em constante transformação. Cada quadrante do edifício oferece uma experiência distinta, revelando o diálogo entre tecnologia digital e matéria ancestral.

No interior, a geometria converte-se em ritmo; os muros contrafortes, sólidos e esculturais, sustentam não apenas a volumetria, mas também a confiança diante da memória sísmica da cidade. Sobre este anel terroso repousa a coroa de madeira laminada, um círculo preciso que encerra o gesto construtivo, unindo calor e estabilidade. Ali, onde se encontram terra e madeira, tradição e futuro, revela-se a essência de TEMIS: uma arquitetura que não impõe, mas acompanha.

A fachada paramétrica de TEMIS é também um campo de experimentação. Sua formação surge de módulos e ondas que se interferem entre si, gerando padrões e frequências únicas que se revelam visualmente em cada trecho do edifício. Não se restringe ao círculo base: expande-se, projeta-se para fora e cria um ritmo ondulante, como se a matéria tivesse sido esculpida pela passagem do vento. Cada quadrante oferece uma experiência distinta. As linhas se estendem, se dobram, se curvam, produzindo um movimento que nunca é igual ao percorrer o edifício. A luz acompanha esse gesto: em certos momentos acentua as sombras profundas e, em outros, suaviza os muros até fazê-los vibrar com o entorno. Mais que uma fronteira, a fachada torna-se uma expressão cinética: um muro em permanente transformação, que guia o olhar e converte o percurso numa sequência de perspectivas sempre renovadas.

O desenvolvimento da mistura foi um dos maiores desafios do projeto. O material precisava alcançar um estado intermediário entre viscoso e plástico: suficientemente fluido para ser extrudado pela impressora, mas estável para sustentar o peso das camadas subsequentes. A formulação definitiva utilizou uma granulometria fina-média, incorporando fibras pequenas e areias para melhorar a graduação. Trabalhou-se com uma terra local arenosa, com argilas e siltes, que ofereceu a coesão necessária, sempre controlando o percentual de água: o excesso poderia comprometer a resistência e aumentar a retração.

Na fase inicial, foram testadas misturas com cal hidráulica, o que permitiu compreender o comportamento de um material estabilizado. Porém, a impressão final de TEMIS foi realizada apenas com terra, areias, fibras e redutores de água, sem adição de cimentantes. Antes da construção, elaboraram-se diversas amostras submetidas a ensaios de compressão em laboratório, alcançando uma resistência de 31 kg/cm², um valor notável para terra estabilizada. Esses ensaios possibilitaram ajustar proporções, controlar retrações e alcançar o equilíbrio entre plasticidade e resistência. A mistura final foi validada por engenheiros civis mediante modelos e simulações sísmicas, confirmando um comportamento estrutural confiável. Seu desempenho está diretamente ligado ao design geométrico e paramétrico de TEMIS, em que os muros curvos e contrafortes colaboram com o material para consolidar a estabilidade do conjunto.

Mais que um ponto de chegada, este processo representa um começo. TEMIS inaugura um caminho experimental em que cada avanço abre a possibilidade de melhorar resistências e desempenhos. A experiência demonstra que a construção com terra impressa em 3D não é um futuro hipotético, mas sim uma resposta presente e necessária diante dos desafios ambientais e sociais do nosso tempo.

Desenvolvimento do projeto: Colômbia, Brasil, EUA

As tecnologias emergentes têm o potencial de perturbar a natureza humana, a vida social e o mundo natural a um nível fundamental. Como “tecnologias profundas” a essência da natureza se reconfigura para fins humanos. O tríptico desta exposição apresenta interrogações fundamentais sobre a tecnologia profunda associada à invenção material, culturas materiais e substituição material como produto de agendas socioeconômicas, políticas e arquitetônicas modernistas globais interligadas no Trapézio Amazônico, onde convergem Brasil, Colômbia e Peru. Os desenhos em torno da palma tecida tradicional nativa da região, obtida ao longo de séculos, indicam as culturas materiais herdadas e os complexos processos sociotecnológicos que ocorreram desde meados do século XX no Trapézio Amazônico. Essas transformações substanciais na cultura material ao longo dos últimos cem anos não podem ser entendidas como um fenômeno isolado que levou a uma perda radical da cultura material da palha de palmeira por meio de soberanias materiais estrategicamente impostas. Em princípio, a democratização da impressão 3D de palmeiras nativas pode abrir caminhos para a recuperação da cultura material. O tríptico desta exibição aborda essa perspectiva discutindo produções materiais, perspectivas de valor e escalabilidade. O trabalho apresentado foi desenvolvido pela Dra. Maria Paz Gutierrez, Professora da Universidade da Califórnia, Berkeley, através de pesquisas materiais, tipológicas, e etnográficas com seis comunidades indígenas. A pesquisa da palmeira foi acompanhada com colaborações com o artista plástico Donald Gensler. A exibição apresenta a culminação desta pesquisa articulando interrogações sobre o futuro papel de inovações tecnológicas na construção desta região.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Um dos grandes impactos da crise ambiental é a extinção de espécies animais. Trabalhar para manter e preservar a fauna, em especial a que está ameaçada, é um dos principais desafios que se colocam na atualidade se quisermos seguir coexistindo com a natureza. É nesse sentido que se visualiza a relevância da atuação da ONG Aquasis – Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos – por agir na preservação de espécies animais do nordeste brasileiro ameaçadas de extinção, com foco na biodiversidade do Ceará.

Em atividade há mais de 30 anos, a ONG possui uma sede localizada na praia de Picos, em Icapuí, no litoral leste cearense. Em 2020, a partir da demanda da instituição por espaços para visitação e divulgação do conhecimento sobre a conservação ambiental na região, começamos a trabalhar no projeto do Centro de Visitantes Banco dos Cajuais. Com orçamento e cronograma limitados, em meio à pandemia da COVID-19, o desafio de pensar esse projeto acabou sendo algo que até hoje faz parte da nossa prática. Até agora, já foram construídos dois blocos: o primeiro (2020-2021) destinado a exposições, um pavilhão mais fechado; o segundo (2023-2024), mais aberto, para reunir grupos maiores e dar suporte de infraestrutura de banheiro para o complexo. Além dos blocos, os fluxos internos do terreno e o muro de acesso também foram repensados no projeto.

Outras estruturas para o conjunto ainda estão em desenvolvimento e com possibilidade de execução futura. Ou seja, este foi, e tem sido, um projeto pensado ao longo do tempo, e mais do que apresentar os espaços que vêm sendo projetados e construídos desde então, propomos apresentar esse projeto em três tempos.

O primeiro tempo – construção – parte da sua leitura por etapas. Assim, para além de uma composição de elementos isolados, o projeto é pensado como um sistema que, em suas fases, possui uma lógica pavilhonar composta de nichos que se adequam e adaptam às especificidades de cada momento e programa. O segundo tempo é o da luz, da qual tiramos partido como elemento compositivo: seja pela inversão entre os volumes brancos e claros que escondem pequenas aberturas durante o dia que somem à noite, dando lugar a pequenos feixes de luz artificial, seja pela posição estratégica de aberturas como o vazio quadrado no segundo edifício do conjunto, que permite a entrada de uma luz que marca a passagem do dia no espaço interno, ou mesmo nas empenas brancas que servem de anteparo para a sombra irregular da vegetação do entorno. Por fim, considerar o tempo na arquitetura é considerar sua dimensão de uso e apropriação. Assim, os espaços criados são imbuídos de amplitude e indeterminação, permitindo que as mais diversas atividades aconteçam. Acompanhar as apropriações desses espaços e aprender com elas faz com que o projeto adquira um caráter de incompletude, não finalizado na entrega da obra, mas continuando a existir e resistir, potencializando seus usos e apropriações, inclusive as mais imprevistas e improváveis.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O documentário Carpinteiros da Amazônia é fruto de uma pesquisa da Guá Arquitetura, dedicada a registrar e valorizar a carpintaria ribeirinha, um ofício ancestral que moldou por séculos a forma de morar das comunidades amazônicas.

A obra percorre ilhas e margens de rios, como Murutucu, Combu, Acará e do Marajó, revelando que a carpintaria não é apenas uma técnica construtiva, mas também uma manifestação cultural que expressa modos de vida, memórias familiares e vínculos profundos com a floresta e os rios.

O filme registra a forma de construir o habitar amazônico que carregam a marca singular de seus mestres, artesãos que transformam madeira em abrigo e identidade.
A narrativa é conduzida a partir das histórias de Mestres como Josa, Edson, Oseas, Edinaldo e Valdiley, que representam diferentes trajetórias dentro do ofício, seus pontos de vista se representam em traços autorais que se destacam entre si, como um traço de artista. Ao mesmo tempo, o documentário não evita os desafios que ameaçam essa herança: a substituição da madeira pela alvenaria, a exploração predatória das florestas, a ausência de políticas públicas de valorização e, sobretudo, o desinteresse crescente das novas gerações em seguir o ofício.

Mais do que uma obra de registro, o filme se coloca como um manifesto de resistência. Ele busca sensibilizar para a importância de manter viva uma prática que sintetiza conhecimentos técnicos e culturais, e que traduz uma relação equilibrada entre sociedade e natureza. O documentário mostra como os mestres compartilham saberes e reforçam a dimensão social da carpintaria, fortalecendo a autoestima e a relevância das comunidades.

O filme, portanto, não se limita a registrar o passado de uma tradição. Ele anuncia possibilidades de futuro. Ao dar visibilidade a mestres carpinteiros que continuam a construir com madeira e ao mostrar casas que se tornam referência estética para a comunidade local.
Carpinteiros da Amazônia é, assim, um manifesto pela floresta em pé, pela transmissão dos saberes e pela permanência de uma arquitetura profundamente humana, nascida do encontro entre rio, madeira e comunidades ribeirinhas.

Implantação do projeto: Espanha
Desenvolvimento do projeto: Espanha

A DAT Alierta está prestes a se tornar o novo distrito tecnológico de Aragão. Ocupando um território de 80 hectares na extremidade norte de Zaragoza, ele é concebido como um local onde a cidade e a natureza se interseccionam. Zaragoza é uma cidade rica em água, definida pelo Rio Ebro, o mais volumoso da Espanha. A bacia hidrográfica do rio traça um curso d’água através do território de leste a oeste: o canal de irrigação El Rabal ou Juslibol. Este elemento hídrico atua como o catalisador para três eixos estruturantes principais dentro do projeto.

Primeiro, o perímetro do canal define uma encosta voltada para o sul, que se beneficia da ampla luz solar no inverno, enquanto seu entorno fluvial e naturalizado proporciona frescor no verão e reduz a área coberta por superfícies duras. Essa configuração favorece o surgimento de um microclima e incorpora intencionalmente a biodiversidade como um agente transformador nos novos modelos urbanos referenciados em toda a região.

Em segundo lugar, a presença do canal, sua preservação e sua valorização sustentam a continuidade do curso d’água e a restauração do ciclo hidrológico, contribuindo para a renovação dos ecossistemas ribeirinhos tanto dentro quanto ao redor do local. Essa abordagem posiciona a DAT Alierta como uma evolução contemporânea da tipologia de parque tecnológico, adotando um modelo de urbanismo que não apenas respeita o patrimônio natural local, mas busca alcançar uma maior integração entre os sistemas construídos e ecológicos.

Finalmente, metade da área designada já foi construída e está em uso, enquanto a outra metade constitui, nos termos de Clément, uma forma de ‘terceira paisagem’, moldada por um planejamento urbano anterior que não levou em conta o curso d’água. Assim, o projeto avança com uma estratégia proativa de reutilização adaptativa, integrando o patrimônio hídrico do local e transformando um esquema urbano obsoleto e homogeneizante em uma cidade mais verde e resiliente, definida por infraestrutura azul e verde.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A Maloca Útero Tupinambá é uma arquitetura viva, simbiótica e metamórfica. Sua forma consiste em um espaço central para o fogo, estruturado em apoio duplo radial, com duas “saias” trançadas lateralmente que ligam a cobertura ao chão, constituindo jardins internos que configuram espaços íntimos e externos que marcam seus acessos. Construída em parceria entre o Floresta Cidade – projeto de extensão, ensino e pesquisa da FAU UFRJ – e o Levanta Zabelê, Centro de Pesquisa e Inovação Ancestral dos Tupinambá de Olivença, no Sul da Bahia. O Zabelê é uma universidade indígena, protagonizada por mulheres, e tem como princípio a troca de saberes, a reconexão com a mãe Terra e a descolonização dos territórios.

Feita com o outro – humano ou não –, foi construída por muitas mãos, encantos, desenhos, rezas, magias, medidas, histórias e esforços. Uma arquitetura participativa que provoca metamorfose em quem a faz, desfazendo atitudes coloniais de projeto. Durante a construção, habitamos coletivamente, compartilhamos a mesma comida, banhamos nas mesmas águas e dividimos o mesmo território, em uma atitude de convívio transversal, algo quase impossível nas cidades. Essa experiência criou um afeto coletivo entre o grupo e o território, provocando uma profunda conexão com a natureza e um respeito mútuo, honrando os diferentes seres que habitam conosco e a troca de saberes entre todos os seres vivos.

A relação simbiótica com a paisagem se manifesta não apenas na continuidade visual entre os pilares e as árvores existentes, mas também na invenção de materiais. Movidos por um desejo de criação interespecífica, experimentamos, em parceria, a produção de telhas de micélio com as palhas de coqueiro do território. Improvisamos um laboratório de inovação ancestral e criamos tecidos a partir dessas palhas, que nutrimos juntamente com as raízes de fungos (micélio) em um ambiente escuro e úmido. À medida que o fungo coloniza a palha, produz um material impermeabilizante, testável como telha – reforçando a palha existente – ou como forro, inovando o acabamento. Os testes ainda não foram concluídos.

A Malaca Útero Tupinambá é um edifício-entidade que nasce, surpreende e acontece. Uma arquitetura viva que ganha autonomia no processo e nos surpreende com as histórias que surgem. A maloca abriga nossas energias em suas pilastras, as metamorfoses de cada um de nós no fogo do seu centro – que mais parece um coração pulsando – e aponta possíveis caminhos para o projeto contemporâneo no Brasil. Estamos aprendendo com os povos indígenas a desenhar e construir uma morada cósmica, inclusive com o aldeamento de salas na FAU UFRJ.

A arquitetura dessa morada cósmica pode ser sentida nesta maloca/cobertura/saia/processo que, ao contrário de isolar nossa experiência de habitar das galáxias, a conecta, prolongando o céu em um chão de estrelas repleto de experiências afetivas.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Tempo Arquitetos é uma prática de arquitetura multidisciplinar que busca a constante materialização do intangível em realidade , sediada em São Paulo e dirigida pelos arquitetos Luiz Sakata (Bauru, 1995 – FAU-USP/FAUP-Porto) e Augusto Longarine (Jundiaí, 1995 – FAU-USP/Politecnico di Milano). Acumulam juntos desde 2020 projetos premiados nacional e internacionalmente.

O novo Boulevard São Judas Tadeu, implantado em trecho linear de 106,5 metros da Alameda dos Guaiós, em São Paulo, Brasil, nasce do interesse coletivo de requalificação dos espaços públicos estratégicos entre o Santuário São Judas e o Instituto Meninos de São Judas – relevantes equipamentos de atração de público da zona sul da capital. Historicamente, tal trecho da Alameda constituiu-se como fachada de fundos das instituições religiosas lindeiras, com funcionalidade restritamente logística e uso intensivo como estacionamento. Portanto, pretendeu-se, como foco de requalificação desta área, a conexão do Santuário São Judas Tadeu à Capela São José, através da criação de espaços de transição e permanência de pedestres, dotados de acessibilidade universal, novos canteiros vegetados e mobiliário urbano. O desenho do novo Boulevard parte da manipulação da topografia original da Alameda dos Guaiós para a criação de três platôs programáticos – superior, intermediário e inferior – com previsão de arquibancadas, espaços para feiras, esplanada para missas campais, jardins de chuva para recomposição do microclima local, e a conexão com a galeria existente de serviços -loja, café, sanitários – que conecta a Avenida Jabaquara ao novo Boulevard.

Implantação do projeto: Índia
Desenvolvimento do projeto: Índia, Holanda

Cidade de 1.000 Tanques, Chennai – Estratégia urbana holística para combater enchentes, secas e poluição através de estratégias azuis-verdes.

Chennai corre o risco de ficar sem água na próxima década, considerando o aumento projetado da população e a depleção do lençol freático. O projeto Cidade de 1.000 Tanques, parte do programa Water as Leverage for Resilient Cities Asia, identifica as inter-relações entre as causas subjacentes de enchentes, escassez hídrica e poluição em Chennai e oferece uma solução holística para estes três problemas. Está desenvolvendo um Modelo de Balanço Hídrico em toda a cidade através da coleta de água da chuva, tratamento de águas residuais e poluição de escoamento com Soluções Baseadas na Natureza (SBN) descentralizadas, e pela recarga de ambos no aquífero subterrâneo. Isso evitará secas induzidas pelas mudanças climáticas através do aumento das reservas de águas subterrâneas e impedirá a intrusão salina decorrente da elevação do nível do mar.

Simultaneamente, mitigará riscos associados a enchentes de alta frequência, bem como à poluição por esgoto. Este projeto pretende resolver problemas do lado da oferta criando capacidades de retenção e fornecimento de água de 200-250 MLD (Milhões de Litros por Dia) nas duas primeiras fases (ante uma demanda urbana atual de 1.580 MLD).

O Piloto de Balanço Hídrico da Cidade de 1.000 Tanques na Little Flower Convent School for the Blind and Deaf é um projeto demonstrativo com capacidade transformadora que vislumbra uma Chennai abundante em água. Utilizando SBN, o projeto reparou a infraestrutura danificada, coleta água da chuva e trata águas residuais localmente para recarregar o aquífero, garantindo assim segurança hídrica local e resiliência climática para o Convento Little Flower, uma escola com 500 alunos com deficiências visuais e auditivas.

Este projeto demonstrativo replicável e escalável investiga os processos e etapas necessários para alcançar a mudança requerida e visa engajar departamentos governamentais, grupos de residentes, empresas e instituições; permitindo assim implementação em nível distrital, municipal e urbano.

O projeto é financiado pelo Governo da Holanda e cofinanciado pelo Goethe Institut e pelo Wipro Grants Program. Cidade de 1.000 Tanques é a primeira aliança colaborativa pela água de Chennai, liderada pela OOZE architects & urbanists com Madras Terrace, IIT Madras, Care Earth Trust, Eco Village International, Atma Water, IRCDUC, Uravugal Social Welfare Trust, Paperman Foundation, Rain Center, TU-Delft, HKV e outros.

A OOZE architects & urbanists foi fundada em 2003 por Eva Pfannes e Sylvain Hartenberg em Roterdã. São profissionais apaixonados que adoram trabalhar em ambientes complexos e em rápido desenvolvimento com clientes do setor público e cultural, focados nos benefícios para a sociedade e o meio natural. A OOZE especializa-se em pensamento sistêmico estratégico e holístico em escala urbana e de bairro, bem como no desenvolvimento de conceitos bancáveis que mitigam e adaptam-se aos impactos das mudanças climáticas.

www.ooze.eu.com
www.cityof1000tanks.org

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A Arena de Handebol, também conhecida como Arena do Futuro, foi resultado de uma concorrência pública que tinha como premissa o desafio de transformar um dos edifícios dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro em quatro escolas municipais após o evento. A proposta vencedora, desenvolvida pelo consórcio Rio Projetos 2016, um grupo multidisciplinar de escritórios de arquitetura e engenharia – composto pelas empresas Lopes Santos & Ferreira Gomes Arquitetos, Oficina de Arquitetos, MBM Serviços de Engenharia e DW Engenharia – buscava estar em consonância com as premissas pré-definidas, buscando flexibilidade, mutabilidade e adaptabilidade, reforçando em sua solução, a consciência de seu compromisso futuro.

O projeto para a Arena Olímpica e Escolas Municipais se estabelece a partir de cinco metas principais: (1) Organização Metodológica Construtiva; (2) Definição dos Sistemas Estruturais Principais; (3) Planejamento e Definição dos Materiais, (4) Componentes e Conteúdo de ambos os edifícios; e por fim, (5) Processo de Reuso e Destino (Descarte).

O formato para jogos abrigou 12.000 espectadores com área total construída de 32.240m². Já os edifícios escolares, fruto do desmonte e reaproveitamento de elementos construtivos da Arena, ocupam cada um 6500m² e atualmente acolhem perto de 500 alunos do ensino fundamental municipal.

Apesar do planejamento realizado, entre 2017 e 2021, a Arena não foi desmontada conforme o previsto, nem seus componentes foram armazenados de maneira adequada devido às prioridades no planejamento do Município. No entanto, a partir de 2022, o legado olímpico ganhou novamente prioridade, e ao menos, 25% dos componentes totais da Arena Olímpica foram reutilizados na construção das quatro Escolas Municipais. Além disso, outros 50% foram recondicionados para reciclagem e reutilização em diversas áreas e instituições da cidade do Rio de Janeiro, como arquibancadas, cadeiras e componentes das grandes estruturas de aço. Outros 25% foram descartados.

Ainda que desenvolvido a partir de um projeto-modelo, cada uma das escolas teve sua implantação ajustada de acordo com as especificidades de cada sítio. Três destas escolas (GET José Mauro de Vasconcelos em Bangu, GET Emiliano Galdino em Santa Cruz e GET Nelcy Noronha em Campo Grande) foram implantadas em substituição a escolas municipais já existentes (escolas transitórias de argamassa armada projetadas pelo arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, na década de 1980, sendo o GET Mestre Diego Braga em Rio das Pedras, a única escola completamente nova.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A Galeria Yayoi Kusama abriga duas instalações da artista no Inhotim: “I am here but nothing” e “Aftermath of obliteration of eternity”. As obras são conhecidas por atrair uma grande quantidade de pessoas que, inevitavelmente, formam longas filas de espera. Dessa maneira, o projeto de arquitetura deve responder não só ao abrigo das obras de arte, mas à criação de um espaço protegido para o tempo de espera e para a preparação do público à experiência única proporcionada pelas instalações.
A solução proposta para a cobertura de sombreamento segue um princípio de utilização mínima de elementos estruturais, com uma sucessão de cabos de aço dispostos paralelamente, conectando o ponto mais alto próximo à crista do talude de corte do terreno ao ponto mais baixo, na extremidade oposta do platô. Essas linhas, com uma curvatura sutil, reconstroem metaforicamente o perfil original do terreno, na forma mais natural possível. O projeto procura reconhecer o terreno, que sofreu intervenção prévia para criação do platô e também os taludes que o envolvem, ajustando-se à topografia dada. A cobertura tensionada visa a ativar a espacialidade gerada pelo corte.
Em composição com uma tela metálica flexível é criada uma ampla superfície de suporte para o crescimento de uma vegetação trepadeira, a espécie Congea tomentosa, exótica e introduzida no Brasil na década de 60 por Burle Marx. A escolha desta planta deve-se a uma série de fatores: sua densidade, que favorece o sombreamento e certa retenção de água de chuvas; a ótima adaptação ao clima brasileiro, sem demandar cuidados especiais; e por seus evidentes atributos estéticos. A congeia atribuirá a noção de tempo e de transformação contínua ao projeto, alternando a coloração de sua inflorescência em tons de branco, rosa, lilás e cinza.
Sob a cobertura, o espaço abre-se horizontalmente para o jardim, por um lado, e eleva-se na direção da galeria, cujo desenho é definido por um plano vertical de chapas de aço patinável que atravessa toda a extensão entre os taludes laterais. Dessa maneira, a arquitetura não se caracteriza como um volume solto, mas sim como uma intervenção topográfica diretamente relacionada à configuração do terreno.
Ao longo das filas, cujo percurso é definido pelos diferentes materiais do piso – brita fina e lajotas de concreto – são criados pequenos largos com bancos de madeira, como um convite à permanência daqueles que visitam a galeria ou que estão apenas desfrutando da ambiência e da vista.
Visto por cima, como uma intervenção de cor na paisagem, o projeto conecta dois momentos da vegetação existente – a mata espontânea e o jardim planejado – e parece ocultar um mundo mágico a ser descoberto pelos visitantes do parque.

Implantação do projeto: Suíça
Desenvolvimento do projeto: Suíça, Brasil, Nicarágua

O Pavilhão Protótipo TRC LC3, construído por estudantes e pesquisadores da EPFL Fribourg, em colaboração com a FAUFBA, desde 2019, serve como prova de conceito para uma extensa pesquisa sobre o potencial estrutural, espacial, tectônico e social do TRC.

O desenvolvimento do Pavilhão Protótipo TRC LC3 investiga e adapta elementos estruturais selecionados desenvolvidos por João da Gama Filgueiras Lima (1932-2014) em ferro-cimento para concreto reforçado com têxtil (TRC) combinado com LC3 (Cimento de Calcário e Argila Calcinada) desde 2022. Esta fusão do conhecimento industrial brasileiro com pesquisas contemporâneas sobre reforço de fibras não corrosivas serve como conceito fundamental para o projeto, fabricação de moldes e fundição de novos elementos esbeltos em concreto reforçado com têxtil, formando a base conceitual do Pavilhão Protótipo TRC LC3. A construção do pavilhão é modular e projetada para fácil desmontagem, visando principalmente testar e demonstrar técnicas de construção inovadoras e sustentáveis.

O Pavilhão TRC LC3 é um passo inicial em direção a sistemas tectônicos adaptáveis, uma abordagem de construção modular que passará por mais desenvolvimentos nos próximos anos, levando a uma nova técnica de construção leve. Esta pesquisa prevê várias explorações e aplicações da construção TRC/LC3 em uma escala mais ampla.

O potencial completo do TRC LC3 como tecnologia para sustentabilidade social será avaliado por meio da análise de seus impactos estruturais, espaciais e sociais como sistema construtivo resiliente no contexto latino-americano, especialmente em áreas com vulnerabilidade social. Esta iniciativa capacitará comunidades locais a participar ativa e autonomamente na construção de suas próprias habitações sociais e instalações comunitárias, usando recursos locais e métodos de produção inovadores, sempre que julgarem necessário.

Consequentemente, o Pavilhão TRC LC3 serve como mensageiro para promover o TRC e o LC3 como materiais leves social e ambientalmente sustentáveis, transmitindo a ideia de industrialização viável tanto na América Central quanto na América Latina, adequada para aplicações em habitação social, desenvolvimento urbano e programas de reciclagem.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O plano urbano do Sistema de Parques Lineares do Rio Piracicaba, desenvolvido durante a revisão do Plano Diretor da cidade, busca estabelecer uma estratégia de intervenções — urbanas, ambientais, de mobilidade e turísticas — de caráter integrador e com elementos recorrentes, potencializando a conexão já consolidada entre a cidade e suas águas, respeitando sua ecologia, história e cultura, além de viabilizar um resultado de conjunto territorial coeso.
Com a implementação de um Plano Diretor para a orla do Rio Piracicaba, propõe-se um sistema de calçadas, ciclovias, transporte público e fluvial, articulando o conjunto de áreas verdes e de lazer existentes ou projetadas, além de um conjunto de diretrizes estratégicas como:
– Inserção de usos públicos (lazer, decks, esportes);
– Implantação de infraestrutura de apoio (sanitários, alimentação);
– Requalificação de equipamentos de grande porte (Engenho, Aquário, Teatro, Fábrica Boyes, Museus);
– Ativação de frentes comerciais (junto ao Lar dos Velhinhos e na Nova Av. Renato Wagner) e em de áreas com potencial para parcerias com a iniciativa privada.

Integram este conjunto, o Parque do Trabalhador, com nova articulação ao Parque João Herrmann Neto; a Rua do Porto, com calçadas generosas, restaurantes e vista desimpedida para as águas; o consolidado Beira-Rio; além das áreas da antiga Fábrica Boyes, do Museu da Água e, após a Ponte do Mirante, de dois novos parques: o Parque Renato Wagner e, na margem oposta do rio, uma área de futura incorporação, atualmente pertencente à Companhia City. A partir desse ponto, desenha-se uma integração entre os espaços públicos tradicionais e de reconhecido valor histórico: o Parque do Mirante, o Parque do Engenho Central e o Parque do Bosque. Propõe-se ainda a construção de uma terceira passarela de pedestres sobre o rio, desconectada do tráfego de veículos, garantindo a fluidez entre as duas margens.

Ao incorporar mais espaço de fruição junto à Av. Renato Wagner — via de baixa demanda, até então esquecida — foi possível, a partir do redesenho do viário e da retirada das espécies invasoras que obstruíam a relação com as águas, ativar um novo núcleo de lazer da cidade e promover a articulação com o campus da ESALQ–USP.
No escopo deste plano, foi também desenvolvido o projeto de requalificação, ainda não implementada, do Parque do Trabalhador, com perfil voltado prioritariamente às práticas esportivas, em contraste com outras áreas do sistema que possuem usos predominantes distintos:
Parque João Herrmann Neto, de caráter recreativo, voltado a caminhadas e corridas;
Trecho Beira-Rio e Rua do Porto, voltado ao turismo gastronômico e contato direto com o rio;
Parque do Engenho Central, com grandes equipamentos e festas tradicionais;
Parque do Mirante, com ênfase na contemplação da principal queda d’água do rio;
Segmento da Nova Av. Renato Wagner voltado à preservação da paisagem natural e lazer em meio à mata, aproximando entre cidade e natureza.

Implantação do projeto: México
Desenvolvimento do projeto: México

A urbanização representa um dos desafios mais significativos das próximas décadas, especialmente nos países em desenvolvimento, onde o crescimento descontrolado e a expansão insustentável ameaçam tanto o bem-estar social quanto o equilíbrio ambiental. O México, como um país latino-americano em desenvolvimento, enfrenta múltiplos desafios decorrentes desses processos, incluindo desigualdade social, insegurança e expansão urbana que frequentemente assume a forma de dispersão territorial e assentamentos vulneráveis.
Chiapas está entre as entidades mais desiguais, porém mais biodiversas, do país.
Sua capital, Tuxtla Gutiérrez, localiza-se em uma bacia montanhosa no sul do México, caracterizada por um clima tropical subúmido e um entorno natural único, delimitado pelo Rio Grijalva e pelo imponente Canyon do Sumidero. Apesar de sua beleza natural e importância como capital do estado, Tuxtla enfrenta graves desafios urbanos. O crescimento rápido e desorganizado, combinado com uma topografia complexa e persistentes lacunas sociais, deslocou comunidades vulneráveis para áreas com infraestrutura e oportunidades limitadas, intensificando a necessidade de um planejamento urbano mais inclusivo, resiliente e sustentável.
O Programa de Melhoramento Urbano (PMU) Tuxtla compreende um conjunto de estratégias concretas desenvolvidas por meio de uma série de projetos de várias escalas para contribuir com a reabilitação de bairros marginalizados. As intervenções, localizadas em diferentes partes da cidade, vão desde o centro de Tuxtla até a periferia, com o objetivo de regenerar o tecido social por meio de infraestrutura e equipamentos urbanos que promovam a conectividade e o desenvolvimento de ambientes seguros.
O projeto baseia-se na coleta de dados com o apoio da participação cidadã, bem como em breves pesquisas com diversos grupos locais convocados pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Territorial e Urbano (SEDATU) para examinar a insegurança, a violência de gênero, a criminalidade e as necessidades de cada localidade.
Assim, desenvolvemos cinco projetos — a Praça e Jardim 5 de Mayo, a Praça Principal, o Parque e Centro Comunitário El Aguaje, o Mercado 22 de Novembro e o Complexo Esportivo Patria Nueva — com o objetivo de melhorar as condições de vida nos bairros mais vulneráveis de Tuxtla por meio da reconexão social.

O Campus EUREF em Berlim é um “laboratório real para a transição energética” (autodescrição), um distrito empresarial que atualmente oferece cerca de 7.000 empregos. Está localizado diretamente na estação de S-Bahn de Schöneberg e não muito longe do entroncamento rodoviário de mesmo nome.

O desenvolvimento adicional da infraestrutura de transporte na área ao redor do Campus EUREF tem sido objeto de acalorado debate político por décadas. Com sua existência e a política de preferir soluções de mobilidade sustentável, o Campus EUREF desempenhou um papel decisivo para garantir que a autoestrada federal não fosse estendida por quilômetros adicionais para o norte. Ao mesmo tempo, as empresas locais receberam incentivos para eletrificar suas frotas de carros por meio da promoção decisiva da eletromobilidade no campus – quase 100% de todas as vagas de estacionamento nas garagens subterrâneas são capazes de carregar veículos. Simultaneamente, os preços elevados tornaram o estacionamento pouco atraente para os funcionários, independentemente de possuírem veículos elétricos ou motores de combustão.

O ponto decisivo para este desenvolvimento sustentável foi a consultoria científica do Research Campus Mobility2Grid (M2G) interdisciplinar, liderado pela TU Berlin (Universidade Técnica de Berlim) e pelo Berlin Social Science Center (WZB), juntamente com parceiros industriais como Siemens e Schneider Electric.

O proprietário da área, a EUREF AG, seguiu não apenas o conceito de mobilidade proposto pelo M2G, mas também instalou um microgrid com facilidades de carga bidirecional para carros elétricos, scooters e bicicletas, conforme proposto pelo M2G em 2014. A eletrificação de todas as vagas de estacionamento, ofertas de compartilhamento (sharing) e micromobilidade baseada em elétricos são os pilares do conceito. Menos de 10% das 7.000 pessoas que atualmente trabalham no campus se deslocam de carro para o trabalho.

Combinado com a produção de energia sustentável on-site, o Campus EUREF oferece um exemplo excepcional de setor coupling (acoplamento setorial) entre a transição dos transportes e da energia. Além disso, no Campus EUREF, apenas edifícios energeticamente eficientes são construídos, e grande parte do tecido antigo é reutilizado e renovado de forma climaticamente neutra. O design de interiores do antigo gasômetro é o exemplo emblemático.

Muitas empresas, especialmente jovens, e instituições de pesquisa dos campos de energia, proteção ambiental e mobilidade, que desenvolvem soluções ecologicamente e economicamente sustentáveis, estabeleceram-se aqui desde o início do desenvolvimento do local em 2008. O Campus EUREF já cumpria as metas de proteção climática de CO2 do governo alemão para 2045 desde 2014. Este amplamente visível antigo símbolo da era dos combustíveis fósseis é agora um marco da conversão sustentável de antigos locais industriais.

Isso permite tirar conclusões sobre a integração urbanística de novos ou existentes distritos (empresariais) em seu ambiente: a política de transportes e o planejamento urbano devem estar mais intimamente interligados; em vez de novos distritos em greenfields (áreas virgens), novos assentamentos devem ser precedidos por infraestruturas de transporte sustentáveis e não, como ainda é comum, sucedidos por elas.

Implantação do projeto: Chile
Desenvolvimento do projeto: Chile

A expansão urbana sem regulação efetiva e a crescente pressão sobre os ecossistemas costeiros intensificaram a fragmentação ecológica, a perda de biodiversidade e o aumento do risco socioambiental em várias cidades chilenas. Em resposta, a Lei 21.202 (2020) que estabelece a proteção legal das áreas úmidas urbanas surge como oportunidade para redefinir a relação cidade–natureza, tanto pelo desenho territorial quanto por uma governança integrada e multinível. O desafio central, contudo, está em traduzir marcos normativos, conhecimento científico e demandas sociais em políticas públicas espacialmente coerentes e aplicáveis. O caso do Sistema de Áreas Úmidas Rocuant–Andalién, na região metropolitana de Concepción, evidencia tais conflitos socioecológicos e a fragmentação institucional que limita seu enfrentamento.
No âmbito do Projeto GEF Áreas Úmidas Costeiras, do Ministério do Meio Ambiente e do PNUMA, este estudo propõe desenvolver um plano de ordenamento territorial e desenho urbano que integre conservação ecológica com necessidades urbanas, sociais e de governança. A proposta fundamenta-se em três eixos: (i) articular diagnósticos ambientais prévios com análise urbano–espacial do sistema; (ii) priorizar áreas de restauração como infraestrutura ecológica projetiva e interface cidade–natureza; (iii) empregar o desenho como ferramenta de mediação intersetorial entre Estado, comunidades, academia e setor privado.
A metodologia combina revisão documental, trabalho de campo, análise cartográfica projetiva e oficinas participativas com múltiplos atores institucionais e da sociedade civil. Como resultado, propõe-se a criação de um Sistema de Áreas de Borda (SAB), dispositivo territorial que estrutura decisões sobre restauração, proteção contra riscos e gestão do uso do solo, facilitando a coordenação entre escalas de planejamento e níveis de governo.
O produto final é um Plano Diretor de Ordenamento Territorial e Desenho Urbano que reconhece as áreas úmidas como infraestrutura ecológica crítica e, ao mesmo tempo, como catalisador de um modelo emergente de governança territorial. As visões construídas para quatro setores emblemáticos abordam conflitos urbano–ambientais específicos e oferecem soluções que combinam infraestrutura verde, espaço público e habitação adaptada ao contexto ecológico. Mais do que desenho (entendido como meio e não fim), o plano se consolida como um instrumento experimental de articulação institucional, capaz de mobilizar projetos, recursos e acordos entre múltiplos atores, fortalecendo uma governança mais resiliente em territórios urbanos marcados pela crise climática e ecológica. Como evidência prática, apresenta-se um inventário sistemático e detalhado das iniciativas, projetos e financiamentos derivados do plano diretor.

Implantação do projeto: Paquistão
Desenvolvimento do projeto: Paquistão, Gâmbia, Reino Unido

SHAPES é um projeto de pesquisa multianual que avalia a eficácia de adaptações estruturais para calor extremo no Paquistão, implementado em locais urbanos e rurais em Karachi e na província de Sindh.
O Paquistão enfrenta desafios significativos relacionados às mudanças climáticas, incluindo o aumento das temperaturas médias e ondas de calor mais frequentes e intensas, num contexto de rápida urbanização. Essas tendências já se traduzem em impactos na saúde: maiores taxas de doenças relacionadas ao calor (exaustão pelo calor e insolação), desidratação e estresse renal; exacerbações de doenças cardiovasculares e respiratórias, juntamente com prejuízos ao sono e à saúde mental. Mulheres grávidas, bebês, idosos e pessoas com condições crônicas enfrentam o maior risco, com o calor extremo vinculado a resultados adversos na gravidez.
Em assentamentos urbanos densos, tipologias comuns de construção oferecem sombreamento ou ventilação cruzada limitados, enquanto armazenam calor durante a noite. Em áreas rurais, estruturas de telado finas e serviços esparsos intensificam os picos diurnos e interrompem a recuperação. O fornecimento intermitente de energia e água, moradias superlotadas e a poluição do ar amplificam a exposição e limitam o acesso ao resfriamento eficaz.
O SHAPES concentra-se na eficácia potencial de várias medidas de baixo custo e alto impacto em escala de construção, incluindo sombreamento leve e de origem local (estruturas de bambu com tecido), argamassas à base de cal, tintas solar-refletivas, revestimentos de edificações, ventilação adicional, estruturas de sombra, plantio seletivo onde viável, e pequenas instalações de energia solar fotovoltaica para manter ventiladores e iluminação essenciais durante apagões da rede elétrica. Essas intervenções são entregues como parte de uma ação comunitária mais ampla liderada pela comunidade.
Essas intervenções estão sendo avaliadas como parte de dois ensaios controlados randomizados por clusters (um urbano, um rural) liderados pela Universidade Aga Khan em colaboração com a London School of Hygiene & Tropical Medicine e a Bartlett School of Architecture, UCL. Os ensaios avaliam a eficácia clínica com um desfecho primário de doença relacionada ao calor, e desfechos secundários, incluindo temperatura interna e conforto térmico, exposição pessoal e fisiologia, uso de serviços e resultados de saúde materna.
A pesquisa e coleta de dados incluem o uso de termografia por drone e medições de edificações baseadas em LiDAR, juntamente com modelagem térmica paramétrica e pesquisas rápidas de adequação domiciliar usando imagens, vídeo e questionários. Uma plataforma de dados personalizada foi desenvolvida para organizar e analisar informações de pesquisa de alto volume para habitações informais, apoiando propostas específicas para cada local e edificação que podem ser implantadas a baixo custo e permitindo a tomada de decisão liderada pela comunidade sobre onde e como instalar as intervenções. Medir em escalas de moradia e bairro possibilita identificar padrões locais de ilhas de calor e avaliar abordagens em escala de bairro para reduzir o acúmulo de calor urbano.
Joseph Augustin — Designer ambiental e arquiteto; Research Fellow Sênior e Lecturer, The Bartlett, UCL. Diretor fundador da Heat Island (Londres).
Christopher Burman — Tecnólogo urbano e pesquisador; Research Fellow Sênior e Lecturer, The Bartlett, UCL; Co-fundador da Heat Island (Londres)
Em colaboração com: Z.A. Bhutta; J.K. Das (Universidade Aga Khan); A. Bonell; A. Haines; S. Cousens (LSHTM)

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A Casa Saracura faz parte de um conjunto de sobrados geminados construídos na década de 1940 no bairro do Bexiga, São Paulo. Em resistência à atual especulação imobiliária no bairro, a renovação do sobrado busca preservar a memória mantendo a fachada original e a configuração do pátio existente. Como partido de projeto, a estrutura original da casa é revelada, assim como, o muro de arrimo histórico, caraterístico da topografia existente do bairro, aparece como elemento visível a partir de diversos ambientes da casa.
O córrego Saracura, normalmente invisível aos olhos, passa bem atrás do terreno deixando o muro de arrimo constantemente úmido. Diante desta singular condição, a fonte entra como o principal elemento simbólico do projeto, evocando a memória do bairro. Um tanque e um caminho d’água foram propostos, captando as águas do Saracura, e trazendo as águas para dentro do pátio, à vista de todos.
Localizado em uma área central da cidade de São Paulo, os limites do Bexiga são imprecisos, mas podemos compreendê-lo como parte do distrito da Bela Vista, entre a Av. Paulista até a Praça da Bandeira (centro velho), e as avenidas 9 de Julho e 23 de Maio. Com a topografia acidentada, o Bexiga apresenta diversos cursos d´água canalizados, invisíveis aos olhos.
A nossa proposta para a 14ª Bienal de Arquitetura de São Paulo busca compreender o território do Bexiga a partir de seus aspectos físicos e geográficos. O ponto de partida é um vídeo em díptico: de um lado, a fonte é exibida continuamente; de outro, imagens da ocupação urbana sobre os córregos Saracura e Saracura Pequeno. Esses cursos d’água permanecem invisíveis, embora resquícios de sua existência se revelem na topografia, nos afloramentos, na vegetação e no desenho urbano.

Marina Canhadas (São Paulo, 1985), mestre pela FAUUSP, com especialização em “Geografia, Cidade e Arquitetura” pela Escola da Cidade, arquiteta e urbanista pela FAU Mackenzie, é fundadora do [entre escalas] e professora na Escola da Cidade e FAU Mackenzie.

Pedro Kok (São Paulo, 1984), arquiteto pela FAUUSP, é fotógrafo e videógrafo de arquitetura, estruturas urbanas e cidades.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Em breve

Implantação do projeto: Suíça
Desenvolvimento do projeto: Suíça

“Öpfelchüechli” (“Anéis de Maçã Fritos”) é um filme-ensaio de David Menzi que explora a transformação de terras agrícolas suíças em expansão suburbana e a paralela erosão da memória cultural. Central para o filme é a lembrança de um prato da cozinha de sua avó, intimamente ligado às macieiras que outrora rodeavam a casa da família em Volketswil, um subúrbio de Zurique. Como Menzi recorda, “Sempre que sinto o aroma do prato, tenho memórias muito vívidas de colher as maçãs nas terras agrícolas”. Através dessas memórias sensoriais, o filme conecta notas pessoais com questões mais amplas de mudança ambiental e cultural.
Usando imagens aéreas sobrepostas, filmagens encontradas no arquivo familiar e sequências que capturam a paisagem atual, Öpfelchüechli traça como a terra foi transformada em um aglomerado suburbano genérico de postos de gasolina, estacionamentos e desenvolvimentos industriais. O filme cria uma justaposição de diferentes mídias contemplativas que permitem aos espectadores perceber tanto as mudanças na paisagem quanto na memória cultural.
Öpfelchüechli funciona não apenas como uma metáfora para os traços de uma paisagem desaparecida, mas também como uma reflexão sobre o desaparecimento da biodiversidade causado pela expansão urbana. O filme convida o público a refletir sobre sua própria herança e os ambientes que habitam.
O filme foi inspirado e elaborado a partir de conversas sobre “Comida Urbana” com Günther Vogt na ETH Zürich em 2022.
David Menzi (ele/dele, n. 1992) passou um ano colaborando com profissionais além do campo da arquitetura em busca de ambições pós-disciplinares. Ele completou seus estudos de arquitetura em Zurique, Suíça, e Ahmedabad, Índia. Através de sua prática, encontros, Menzi explora questões de construção de lugar, construção narrativa, processos colaborativos e muito mais.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Precisamos nos reflorestar. Não há separação entre natureza e pessoas. Só existe natureza. A ecologia abrange tudo: humanos, animais, árvores, rios, peixes, chuva, vento e sol. A floresta é o todo, visível e invisível, um vasto organismo inteligente. Neste momento, os genes que compartilhamos com as árvores falam conosco, e podemos sentir sua grandeza. Trata-se de sentir a vida nos outros — em uma montanha, em um pássaro — e se envolver. A presença de outros seres não apenas compõem a paisagem, mas transforma tudo. Ou você ouve a voz de todos os seres que compartilham o planeta, ou declara guerra contra a vida.
A comunidade de Tumbira, antes dependente da extração ilegal de madeira, desmatava a floresta para sobreviver, em um ciclo de subsistência sem evolução. Com programas educacionais e o apoio da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em 2008, compreenderam que a floresta em pé era mais valiosa. Migraram para o ecoturismo e o turismo comunitário, atraindo visitantes do mundo todo. Essa transição trouxe progresso social: construção de escolas, casas, restaurante, sistema de energia solar e Wi-Fi. A FAS apoiou com conscientização, capacitação e investimentos em infraestrutura, fortalecendo a comunidade e seu vínculo com a floresta.
A pergunta que norteia o projeto é: “Como pensar uma arquitetura feita da floresta, para a floresta, que seja parte da floresta?” A resposta veio de dois conceitos fundamentais: o “ninho”, associado à proteção, acolhimento, tranquilidade e família; e o “caminho”, que simboliza a vivência coletiva, as trilhas e a integração humana com o ambiente.
Esses conceitos se traduziram em uma análise profunda do lugar, das pessoas e da cultura local, observando a interação entre vegetação e água nos igapós, os reflexos aquáticos, os labirintos das ilhas e os ninhos de japiins (Cacicus cela). A forma oval e a materialidade resultam dessa leitura, propondo uma inserção sensível e poética no ambiente. Galhos que recobrem as estruturas criam sombreamento natural em uma região de altas temperaturas, ultrapassando frequentemente os 30 °C.
Ao fim de sua vida útil, esses elementos podem retornar ao solo como matéria orgânica, reintegrando-se ao ciclo natural. O projeto também valoriza resíduos de madeira do manejo florestal em pequena escala, antes sem valor comercial, transformando-os em produtos que se alinham aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 1, 8, 12 e 13): erradicação da pobreza, trabalho decente e crescimento econômico, consumo e produção responsáveis, e ação climática.
Assim, a arquitetura proposta não apenas abriga, mas participa do ecossistema, refletindo a vida que pulsa na floresta e reforçando o papel humano como parte indissociável dela.

Implantação do projeto: Venezuela
Desenvolvimento do projeto: Venezuela

Diante do impacto humano que se evidencia e territorializa em grande parte das nossas sociedades, e que gerou a condição de emergência climática global, o projeto explora imaginários de transição, propondo cenários de habitabilidade que reconhecem a interdependência radical entre espécies e entidades; articulando práticas espaciais e narrativas climáticas para propor futuros resistentes e reparadores, por meio de ecossistemas mestiços, em territórios degradados pelo extrativismo, principalmente mineiro, na Orinoquia-Amazônia venezuelana.

A investigação gera, com base nas contradições do nosso presente, ecossistemas mestiços: modelos espaciais e climáticos híbridos que articulam formas ancestrais de habitar com estratégias de design especulativo e ecologia crítica. Através desta noção, coloca-se em tensão a fragmentação própria do extrativismo e propõem-se modos de ocupação territorial que promovem a coexistência de comunidades, espécies e materiais diversos, fomentando assim relações de cuidado e regeneração em paisagens degradadas.

No contexto planetário e suas diferentes crises, o projeto destaca a necessidade de compreender a dimensão cultural dessa situação e contribuir para superar as limitações da imaginação diante do presente e do futuro, por meio de ecotopias.

Ficha técnica:
Maximillian Nowotka.
Gabriel Visconti Stopello.
Michelle Isoldi Campinho (colaboradora).
Maria Betina Rincón (colaboradora)
Jennifer Carmona (colaboradora).

Contribuições de:
Ana María Durán Calisto, Carlos Segura, EcoCiencia (Fundação Ambiental), Emiliano Teran Mantovani (sociólogo), Helena Carpio (jornalista ambiental), Instituto del Bien Común (associação civil ambiental), Luis Felipe Gottopo (antropólogo), Luisa D’Angelo (bióloga), Nelifred Maurera Graterol (geógrafo), Ricardo Avella (arquiteto), SOSOrinoco (grupo de defesa), Wataniba (grupo socioambiental).

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

No Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, o programa Mais Favela, Menos Lixo demonstra que transformações podem nascer do esforço coletivo. Criado em 2022 diante da demanda da comunidade por melhorias no manejo do lixo, o projeto vem se edificando com a força de moradores, estudantes da Escola de Arquitetura da UFMG e parceiros locais, como o Projeto Itamar, a Igreja Metodista, a Cerâmica Santana e o Roots Ativa. A iniciativa articula saberes populares e técnicos para enfrentar o manejo precário dos resíduos sólidos. A iniciativa afirma a favela como potência, território de invenção, autonomia e liderança
As ações são desenvolvidas a partir de disciplinas de extensão que conectam os estudantes à realidade local. Com mais de 50 projetos realizados, as frentes de atuação incluem a criação de mobiliários urbanos, estratégias de divulgação, manejo de entulho e agricultura urbana. Uma das soluções mais notáveis é a instalação de mais de 800 ganchos personalizados para suspender os sacos de lixo até a coleta, uma medida que protege rios e matas da poluição e do assoreamento.
O projeto também requalifica espaços com hortas e pomares, promove compostagem e o reaproveitamento de materiais. Outras intervenções incluem a criação de jogos educativos sobre a gestão de resíduos da construção civil e a pintura do “Mapão do Serrão”, um mural informativo na Escola Municipal Professor Edson Pisani. Além, para fortalecer as relações comunitárias, são realizadas oficinas de cerâmica e sessões de cinema em locais antes utilizados para descarte de lixo e entulho.
O projeto já ultrapassou as fronteiras do bairro, levando suas práticas e experiências a eventos no Brasil e no exterior, consolidando-se como referência em autogestão comunitária e sustentabilidade. Com seis prêmios nacionais e internacionais, acumula reconhecimentos que reforçam sua relevância. Entre eles, o segundo lugar no Prêmio de Boas Práticas Urbanas do CAU-MG. Uma conquista de impacto para a comunidade e para a Escola Municipal Professor Edson Pisani, parceira central da iniciativa, foi sua contribuição para que a escola fosse eleita a melhor do mundo pelo voto popular e uma das três melhores na categoria Colaboração com a Comunidade pela T4 Education. Premiações, reportagens e apresentações acadêmicas, do Jornal Nacional a conferências no México, Copenhague e Montevidéu, ampliam a visibilidade das ações e evidenciam suas contribuições para o campo da arquitetura e do urbanismo e para o enfrentamento da crise do lixo. Agora, o projeto chega à Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, reafirmando que a cidade do futuro se constrói a partir da força das comunidades que a habitam.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Localizado na praia de Itapororoca, em Trancoso, Bahia, o projeto resgata elementos característicos das casas coloniais brasileiras onde grandes beirais e varandas que circundam a construção são espaços de transição, sombra e convívio. Essa lógica espacial também é encontrada em Brasília, onde os palácios governamentais, alguns de seus edifícios mais importantes, possuem generosas coberturas que estruturam a relação entre edifício e paisagem.

A Casa Itapororoca une essas características em uma construção rápida e leve com 80% de construção seca e com o mínimo possível de extração vegetal. Foi utilizada uma modulação ortogonal de 360cm x 360cm que define a “grelha” do sistema estrutural de madeira laminada colada (MLC) de Pinus. A modulação estrutural, por sua vez, orienta a compartimentação dos espaços internos. A Casa Itapororoca propõe um exercício de inserção cuidadosa em território costeiro sensível, cuja ocupação é regulamentada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Implantado em um terreno com declive de 3 metros e a 30 metros de distância de uma falésia, o projeto aproveita sua condição topográfica para articular o programa da casa em uma construção semienterrada, integrando-a ao perfil natural do lote. Dessa forma, a partir da cota de acesso a construção se apresenta com um único pavimento, enquanto na face voltada para o mar, ela revela seus dois níveis.

Tanto as áreas sociais quanto os dormitórios da casa são voltados para o sol nascente e a vista para o mar da Bahia, garantindo insolação adequada e ventilação natural constante.

Implantação do projeto: India
Desenvolvimento do projeto: India

Reconstruindo a Resiliência contra Enchentes: Saraswati Vidyalaya, Kelthan

A Saraswati Vidyalaya é uma escola governamental rural extremamente econômica, situada às margens do rio Tansa, que educa 180 alunos do 8º ao 10º ano na aldeia tribal de Kelthan, em Palghar, Maharashtra. Sofrendo com a fúria da natureza, a escola ficou parcialmente submersa nas enchentes de 2019, o que causou danos irreparáveis à sua infraestrutura, tornando-a perigosa para alunos e professores ocuparem o local.
A jornada de Reconstrução da Resiliência começou em 2020, quando os arquitetos, junto com uma ONG local, decidiram intervir por meio de um processo participativo com professores e alunos da escola. Propôs-se que a escola fosse construída em duas fases, garantindo as aulas regulares durante a construção e, ao mesmo tempo, facilitando a captação de recursos.
A escola redesenhada, planejada com extrema sensibilidade ao clima e ao contexto regional, incorpora estratégias solares passivas. Proposta no canto nordeste do terreno de 1 acre (cerca de 4.000 m²), a forma construída ajuda a maximizar o campo de jogos da escola. A escola é elevada sobre palafitas para oferecer a menor resistência possível às águas das enchentes. O primeiro andar da Fase 1 possui três salas de aula bem iluminadas e cross-ventiladas com telhado de iluminação zenital (North-light), junto com uma sala dos professores, um vestiário feminino e banheiros. Essas salas de aula avistam a colina Mandakini e os campos de arroz exuberantes, um deleite visual para os alunos. A cozinha comunitária fica no térreo, servindo refeições diárias aos alunos. O plano térreo elevado tece um espaço social multifuncional, hospedando atividades escolares, reuniões comunitárias, postos médicos e campanhas de conscientização.
Uma paleta de materiais de origem local ajudou a alcançar um custo de construção inacreditável de Rs. 1200 por pé quadrado (aproximadamente US$ 13.5 por pé quadrado), garantindo uma baixa pegada de carbono para a construção. Com uma estrutura de concreto, o corpo desta escola sustentável é construído com tijolos vermelhos cozidos localmente, assentados em ligação Rat-trap (que cria uma câmara de ar dentro da parede). Isso reduz a quantidade de tijolos, ao mesmo tempo que fornece isolamento térmico para as salas de aula. Jalis (treliças) de tijolo em locais estratégicos atuam como filtros visuais e também garantem a flow de brisa. A técnica de laje Filler-Slab foi usada no térreo, na qual discos de barro artesanais locais são inseridos em um padrão de teto livre, reduzindo a quantidade de concreto enquanto adiciona estética vernacular. O piso de pedra indiana reciclada, usando pedras de descarte obtidas gratuitamente de fornecedores locais, foi usado para assentar o térreo, em um padrão inspirado no meandro do rio Tansa. Painéis isolantes puff no telhado garantem que as salas de aula permaneçam termicamente confortáveis durante todo o ano. Painéis solares montados no telhado tornam a escola com balanço energético zero (net-zero), autossuficiente em suas necessidades de energia. A fachada da escola, imaginada como uma interface biofílica, tem vasos verdes como um elemento de design importante, mantidos pelos alunos da escola. O espaço aberto ao redor foi parcialmente usado pelos alunos para cultivar vegetais sazonais, usados nas refeições diárias. Os alunos, junto com seus pais agricultores, contribuíram para a construção através do shramdaan (doação de trabalho), com treinamento prático em técnicas alternativas ministrado pelos arquitetos, agregando habilidades aos locais.
A Saraswati Vidyalaya tornou-se agora um exemplo de como as escolas rurais podem ser repensadas e construídas de forma sensível, econômica e ainda assim esteticamente bela. A Fase 1 gerou um imenso impacto social, com um aumento no número de matrículas, encorajando os pais tribais em situação de vulnerabilidade a exercerem seu direito à educação. Um esforço para elevar e capacitar o local, através do local e com o local.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A Arquitetura na Periferia atua desde 2013 com assessoria técnica junto a mulheres em comunidades periféricas, a partir de um método baseado no compartilhamento de saberes, na cooperação e no fortalecimento da autonomia. Reconhecendo o protagonismo das mulheres em seus territórios, a iniciativa contribui para que o planejamento e a produção do espaço sejam instrumentos de enfrentamento às desigualdades urbanas e aos efeitos da crise climática, cada vez mais intensos nas periferias. Em 2023, o projeto AnP BIO surgiu com o objetivo de aplicar os princípios norteadores da assessoria técnica da AnP na recuperação de espaços comunitários, utilizando técnicas de baixo impacto ambiental e soluções baseadas na natureza.
O projeto que compõe a exposição foi realizado no Centro Cultural da Ocupação Paulo Freire, em Belo Horizonte. A experiência reuniu mulheres em um ciclo formativo que articulou rodas de conversa e estudos sobre culturas construtivas não colonialistas de povos latino-americanos, africanos e indígenas, oficinas de cocriação, visitas de campo, oficinas mão na massa e mutirões abertos à comunidade. O grupo projetou coletivamente as melhorias necessárias e executou as intervenções com terra, bambu e reaproveitamento de materiais. Entre as transformações, destacam-se: reboco e pintura de terra na fachada, piso de terra nas salas, forro de bambu, banco de taipa de pilão na área de convivência externa, a reutilização de cerâmicas para o revestimento do banheiro e a construção de um telhado verde. As participantes também incorporaram os Adinkras às paredes, resgatando esses símbolos, originários da África Ocidental, como gesto de afirmação de identidades e resistência.
Mais do que a recuperação física do espaço, a experiência ressignificou o território e ampliou o imaginário coletivo sobre o que significa construir a partir da natureza e dos recursos disponíveis. Ao devolver às mulheres o poder de criar seus próprios espaços, o projeto gera uma rede de transmissão de saberes que se expande para além do canteiro, influenciando práticas cotidianas e futuros possíveis para a comunidade.
A arquitetura realizada com materiais naturais e técnicas milenares em territórios urbanos periféricos traz desafios importantes. Enfrentar o estigma que associa o uso da terra à precariedade e adaptar essas práticas a áreas densas, com lotes reduzidos e construções pré-existentes, exige inventividade. O método proposto pela AnP BIO, aberto e construído junto às moradoras, permite que esses limites se transformem em criatividade e experimentação coletiva, revelando o caráter transformador da prática.
Ao conectar arquitetura e ecologia política, a experiência mostra que transformar o espaço é também um ato de resistência e afirmação de direitos. A reforma do Centro Cultural Paulo Freire tornou o espaço mais acolhedor e resiliente e, sobretudo, apontou caminhos para enfrentar a emergência climática a partir da autogestão, do cuidado e da força coletiva das mulheres.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Conexão Água é um curta-documentário que parte da presença invisível do córrego Água Preta, soterrado sob camadas de concreto em São Paulo, para revelar como a água insiste em criar conexões – territoriais, ambientais e humanas – mesmo em contextos de apagamento. O filme atravessa diferentes cenas em que a água se torna protagonista: a nascente que resiste e alimenta um lago comunitário; a aula realizada numa viela, em que estudantes se deparam com um rio que corre oculto sob seus pés; a realidade cotidiana de moradores em situação de rua que, privados de teto, estão também privados de torneira.

Entre São Paulo e Buenos Aires, entre a escassez e a abundância, o documentário revela como a água expõe desigualdades, mas também abre possibilidades de encontro, cuidado e imaginação coletiva. A câmera acompanha experiências artísticas e ambientais do coletivo (se)cura humana, que desde 2015 atua em São Paulo com performances, instalações e intervenções urbanas voltadas para a visibilidade das águas soterradas, a criação de espaços comunitários e a reivindicação do direito à cidade e à natureza. Obras como Lago da Travessa, Torneira da Travessa e Parque Aquático Móvel estão presentes na Ocupação (se)cura, um território vivo na Travessa Roque Adóglio, bairro da Vila Anglo Brasileira, onde o filme ganha grande parte de sua força poética e política.

Conexão Água propõe uma fabulação crítica: e se reconhecêssemos rios e águas como sujeitos de direitos, capazes de reorganizar a vida coletiva e o desenho urbano? Nesse sentido, o curta documenta práticas comunitárias e se insere como gesto de arte-ativismo, tensionando as fronteiras entre cinema, performance, urbanismo e pedagogia ambiental.

Autores
Flavio Barollo é videoartista, performer e cofundador do coletivo (se)cura humana. Em sua filmografia estão as obras Cidades Utópicas em um Futuro Ancestral (2025); Conexão Água (2024), selecionado no Festival Suncine Barcelona; P.A.R.E.L.H.A – Um olhar sobre a realidade (2024); Deserto SP (2023); Vou contar uma história que nem sei como comece (2021); Liberdade Liberdade (2021); Tá Tudo Treta e a Poesia Rege (2020); Meu corpo, Minha Fronteira (2020); Brasil de Tijolo (2015); (se)cura humana, o filme (2015); Loberia (2015); Véio (2010), vencedor do Júri Popular no Festival de Cascavel; e O Sangue pelos Filhos (2009).

Wellington Tibério é músico, educador, geógrafo e cofundador do coletivo (se)cura humana. Doutorando na FFLCH-USP, atua como professor na rede escolar e em projetos comunitários, articulando práticas de ensino, arte e ecologia urbana. No (se)cura humana, desenvolve aulas-performance em territórios atravessados pela água, integrando conhecimento científico, saberes locais e experiência artística e ativista. É autor do ensaio ÁGUA E URBANISMO: AÇÕES ARTÍSTICAS PARA UMA CIDADE (IM)POSSÍVEL, publicado na revista Redobra da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Localizado no litoral de São Paulo, o estudo foi encomendado por um cliente que mantém um pequeno estaleiro na região, dedicado à reforma de barcos de pesca em madeira. A demanda era por uma cobertura ventilada capaz de abrigar pranchas de surfe e canoas fora de uso, ferramentas de paisagismo e servir, eventualmente, como espaço de apoio para encontros e reuniões informais.

O desenho se apoia no conhecimento técnico e na mão de obra local, que se encarrega não apenas da montagem da cobertura, mas da própria concepção e execução das peças em madeira. Boa parte do material utilizado é proveniente do estoque de madeira de reuso do próprio estaleiro, com destaque para elementos que já trazem consigo marcas de cortes anteriores, tempo e maresia.

A estrutura é formada por pórticos treliçados em madeira serrada, montados com técnicas similares às empregadas em cascos de embarcação. Estes pórticos se apoiam sobre sapatas de concreto, que em alguns pontos emergem do solo para garantir a estabilidade do conjunto. As treliças avançam para sustentar telhas metálicas galvanizadas, dispostas com espaçamento regular que permite a entrada de luz natural e favorece a ventilação cruzada, ao mesmo tempo em que assegura proteção contra chuvas.

O acabamento das peças é feito com óleo natural pigmentado, aplicado em camadas finas com pano e pincel, um método artesanal que contribui para a preservação da madeira em ambientes úmidos e salinos, sem criar barreiras impermeáveis ou comprometer a leitura de sua textura original.

A implantação respeita o piso já existente no terreno, reorganizando sua ocupação sem descaracterizá-lo. O projeto se articula como desdobramento direto da rotina de trabalho do contratante e sua família, integrando o conhecimento da carpintaria naval ao campo da arquitetura. Ao estabelecer essa ponte, a construção revela a potência de soluções simples e bem executadas, enraizadas no “saber-fazer” local e nas especificidades do território em que se insere.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O Projeto para a fazenda Terra Nostra previa definir a localização da casa sede, assim como os edifícios de apoio para atividades de uma pequena produção de queijos em um terreno montanhoso. A 1530m de altitude, ao lado do Parque Nacional da Serra da Bocaina, a amplitude do horizonte e imensa.

Corre no limite do terreno, o rio Paraitinga, ainda cristalino, logo depois de nascer. Esse rio vai em direção a São Paulo e logo se junta ao Paraibuna, quando então passa a se chamar Paraíba do Sul. Acontece que na cidade de Guararema esse rio inverte sua rota e gira para o norte, uma espécie de caminho de volta: o Vale do Paraíba, que separa as cadeias montanhosas da Bocaina e da Mantiqueira e vai ao encontro do Rio de Janeiro.

Desse terreno se observa toda essa geografia, todo o vale e, ao fundo, a próxima montanha, a Mantiqueira. Diante dessa vastidão, decidimos nos ater a uma paisagem específica do lugar, onde acreditamos fazer sentido a construção de uma casa. No meio do capinzal inclinado há uma única arvore, nascida sobre uma rocha, que baliza o desenho da casa.

Pensou-se uma estrutura leve, elevada delicadamente sobre o solo, permitindo que o terreno mantenha seu curso natural e preservando uma leitura contínua do vale. Construída em madeira laminada colada (MLC), a estrutura se conecta ao terreno por meio de uma passarela estreita, posicionada precisamente ao lado da árvore e sua pedra. A presença material da árvore e da rocha introduz uma escala humana à imensidão da paisagem. É por meio desse contraste que o lugar se forma.

A estrutura é de geometria arqueada, referindo-se à esse elemento marcante da paisagem e às curvas de nível naturais do terreno, mas, também, torna-se uma forma inteligente para resistir aos esforços horizontais dos ventos na altitude com o mínimo de consumo de madeira e travamentos metálicos. A paisagem dá forma ao projeto e sua forma é sua estrutura.

Menos madeira significa, também, menos material para ser deslocado até o terreno de difícil acesso: toda a estrutura foi produzida em ambiente controlado de fábrica em colaboração com João Pini e equipe da ITA Engenharia em Madeira, que foram responsáveis pelo projeto estrutural, fabricação e subsequente montagem no local por uma equipe de carpinteiros especializados.

Procuramos captar a essência do lugar de implantação, ao mesmo tempo que introduzimos um evento de alta engenharia em madeira na paisagem rural. Como objeto visto à distância, qualifica-se como uma obra que testa os potenciais espaciais e construtivos da pré-fabricação em estruturas de madeira. Vista de perto, a casa ancora-se em uma pedra existente com o mínimo de interferência no terreno e reconhece na arquitetura local dos casebres de telhas cerâmica e madeira sua linguagem.

Desenvolvimento do projeto: Turquia

O título “Design for Disaster” é emprestado de um vídeo sobre os incêndios de Los Angeles. Já na década de 1960, incêndios florestais moldavam a cidade – então entendidos como exceções. Hoje o cenário se repete com regularidade alarmante. O desastre não mais aparece como interrupção, mas como um padrão cíclico inscrito na vida urbana. “Design for Disaster” aborda este duplo horizonte: a história da catástrofe e da reconstrução por um lado, e a questão da arquitetura em um estado permanente de emergência por outro.

Os terremotos de 2020 e 2023 na Turquia e na Síria revelaram um paradoxo. Milhões perderam suas casas – ainda assim, apenas após três anos é que abrigos de alumínio apareceram em escala. Ao mesmo tempo, distritos de arranha-céus surgiram em velocidade recorde – não para sobreviventes, mas como projetos imobiliários especulativos. O desastre assim se torna um motor do capital.

O modelo 1:20 apresentado na Bienal reflete esta contradição. Leves, resistentes ao fogo e a terremotos, estas casas prometem soluções rápidas, mas na prática permanecem tardias, temporárias e precárias. Paul Virilio chamou isso de política do acidente: “Com cada invenção, inventamos também seu acidente”. O abrigo é tanto um espaço de proteção quanto um símbolo de fragilidade – uma estrutura assombrada pela própria catástrofe que busca resistir.

A percepção de Virilio ressoa com a tese de Giorgio Agamben de que o estado de exceção tornou-se a regra. Na Turquia, isso é visível no deslocamento tardio: abrigos são fornecidos apenas quando a provisionalidade em si se torna permanente. A filosofia cultural de emergência de Peter Sloterdijk descreve sociedades como sistemas imunológicos vulneráveis. A arquitetura torna-se um aparato imunológico – mas a imunidade é distribuída de forma desigual: torres surgem, sobreviventes permanecem em campos. A teoria relacional do espaço de Martina Löw enfatiza que o espaço nunca é neutro, mas socialmente produzido. Estas casas não são abrigos neutros, mas cristalizações de geografias de crise.

Da Anatólia a Los Angeles, o padrão se repete: reconstrução acelerada aqui, socorro tardio ali. O desastre não é mais excepcional, mas – como escreveu Virilio – a face oculta do progresso.

“Design for Disaster” encena esta ambivalência. O modelo esquelético não é uma solução, mas uma questão: a resiliência pode ser projetada – ou estamos meramente construindo monumentos para o acidente?

Implantação do projeto: China
Desenvolvimento do projeto: China

“Uma revolução que não produz um novo espaço não realizou todo o seu potencial.” — Henri Lefebvre

O século XXI revelou os limites estruturais da urbanização impulsionada pelo crescimento. A expansão industrial e o desenvolvimento contínuo trouxeram degradação ambiental, escassez de habitação e desigualdade crescente. Esses desafios são sistêmicos, não temporários.

Future Urban Landscapes é um estúdio de design que examina essas condições através da lente da região periurbana de Wenzhou, China. As descobertas destacam como esses territórios — onde fábricas, armazéns, dormitórios e habitações informais se interseccionam — são simultaneamente altamente produtivos e socialmente segregados do ambiente local. Trabalhadores migrantes, parte da População Flutuante da China de 380 milhões, sustentam a indústria, mas permanecem excluídos de várias formas de habitação formal, serviços e vida cívica, conforme mediado pelo sistema Hukou.

O trabalho é central para essa condição. Ele estrutura tanto a economia local quanto as múltiplas comunidades que cuidam dessas paisagens. A periferia torna visível essa fissura, entre migrante e local, cidadão rural e urbano, onde habitações superlotadas e infraestrutura precária coexistem dentro de uma atividade econômica vital.

À medida que a migração continua a se intensificar nessas regiões nas próximas décadas, essas periferias de chegada só crescerão em importância. Esta exposição convida a uma reconsideração de seu papel — não como zonas negligenciadas de produção, mas como potenciais centros por direito próprio. Locais que podem ser projetados para inclusão, resiliência e novas formas de vida coletiva no futuro urbano da China.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil, Suíça

Mãe Luiza ocupa um lugar único na cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte, por sua localização geográfica e pelo lugar político e social que ocupa sua comunidade. Bairro criado por um processo de autoconstrução e densamente habitado, é ocupado em sua maioria por casas de alvenaria, organizadas por uma estrutura urbana bem definida: um eixo norte-sul forma a espinha dorsal do bairro pelas ruas João XXIII e Sabino Gentili; ruelas transversais cruzam o eixo principal e se encontram com um sistema viário paralelo, organizado pelas ruas Guanabara e Camaragibe. Ao final desta encontra-se o Farol de Mãe Luiza e o ginásio poliesportivo Arena do Morro, inaugurado em 2014.

O edifício é símbolo da realização de um projeto de desenvolvimento elaborado pela comunidade ao longo de sua trajetória por inclusão social e melhoria de suas condições espaciais, e estruturado nos anos 1980 com a chegada do padre italiano Sabino Gentili, que funda o Centro Socio Pastoral Nossa Senhora da Conceição [CSPSNC], entidade civil de caráter filantrópico, espaço de discussão da comunidade para responder aos muitos desafios que enfrentavam. Uma rede de apoiadores se forma em torno do CSPSNC, desenvolvendo atividades de educação e assistência a jovens e idosos.

Arquitetonicamente, é um edifício emblemático. Constituído de poucos elementos, configura-se como uma imensa cobertura branca, sustentada por pórticos que se apoiam sobre o solo único pavimentado. Um terceiro elemento completa o conjunto: uma envoltória sinuosa que se desenrola entre os outros, fazendo além da mediação entre eles, aquela entre o interior e exterior. Os elementos vazados de concreto que a compõem, mais do que um elemento construtivo, representam sua identidade; configuram os fechamentos internos e externos do projeto, e pode ser considerado a aplicação mais completa da forma herzogdemeuroniana de trabalhar.

Primeira obra de Herzog & de Meuron no Brasil, traz dois conceitos fundamentais na produção do escritório: a experimentação material por meio de ensaios com modelos e protótipos como parte do desenvolvimento do projeto, e a transformação de elementos construtivos tradicionais por meio de operações que, além de alterarem sua aparência física, sua forma de uso e aplicação, introduzem novos métodos de produção.

Ao longo dos anos tornou-se um centro comunitário que extrapola as atividades educativas e esportivas, abrigando os principais eventos coletivos, culturais e sociais do bairro, como lugar de debates e celebrações. A dimensão política da existência e trajetória de Mãe Luiza é notável em sua prática comunitária de participação e gestão popular. O alcance e a expansão de suas ações aponta um caminho possível para outras comunidades e representa um novo paradigma não só para o trabalho arquitetônico em áreas de vulnerabilidade urbana, social e ambiental, mas também para formas de gestão compartilhada, em prol da igualdade, inclusão e por formas de desenvolvimento urbano mais justos e inclusivos.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Em 2014, a nova diretoria do MASP deu início a uma série de intervenções com o objetivo de adequar as instalações ao aumento do número de visitantes e recuperar os princípios fundamentais da arquitetura do edifício sede. Um dos principais desafios foi adaptar o edifício às normas de segurança contra incêndio, respeitando sua materialidade e valor histórico.

A solução adotada garante uma rota de fuga protegida contra fogo e fumaça por até 120 minutos, atendendo às exigências do Corpo de Bombeiros. O projeto incluiu a compartimentação da escada entre o térreo e o segundo pavimento, por meio de um sistema de esquadrias de aço e vidro resistentes ao fogo; a separação entre o primeiro e o segundo pavimentos por uma aba vertical que impede a propagação de fumaça e chamas; a reversão do sistema de ar-condicionado para funcionar como exaustão de fumaça; e a abertura de caixilhos do tipo tombar nas duas fachadas principais para permitir a entrada de ar externo.

As ações de restauro da estrutura de concreto dos pórticos externos e da laje de cobertura do vão livre aprofundaram a discussão sobre o restauro do concreto aparente no edifício sede, iniciada anteriormente com a intervenção nas fachadas para a instalação dos módulos de tombar. Todas essas intervenções tiveram como premissa a preservação das características originais do concreto histórico — textura, cor e paginação das formas — e foram precedidas por testes que validaram as soluções adotadas. No caso dos pórticos, também foram realizados ensaios laboratoriais para avaliar a durabilidade e o nível de proteção conferido à estrutura de concreto com a aplicação da pintura.

O projeto arquitetônico da reforma e ampliação do novo edifício e de sua conexão subterrânea com o da sede do MASP, propôs a demolição parcial da estrutura existente e a construção de nova estrutura sob a Avenida Paulista, permitindo a integração funcional plena do conjunto, tanto técnica como de público. A construção aumentou a área do museu em mais de 7mil m², com andares de galerias, salas de aula, reserva técnica, laboratório de restauro, restaurante, loja e áreas de eventos, ampliando as atividades realizadas hoje e a capacidade de recepção de visitantes.

O edifício é um prisma retangular regular com o térreo transparente, de acesso público. Uma pele em metal perfurado unifica as fachadas e permite o controle de iluminação e temperatura exigido para a exibição de obras de arte. Os sistemas de climatização, iluminação e segurança empregam as mais avançadas tecnologias disponíveis para museus. Os materiais utilizados : concreto aparente, aço, vidro e pedra, e os sistemas industrializados, permitem a configuração de espaços adequados aos padrões museológicos contemporâneos e fazem referência às características do MASP, garantindo a integração do conjunto.

O acesso dos visitantes é possível tanto pela Rua Professor Otávio Mendes – onde estão localizados a bilheteria e a loja do museu – quanto pela Avenida Paulista, onde o público terá acesso aos serviços de um restaurante/café. O primeiro andar conta com uma área multifuncional para receber exposições e eventos, e um terraço com vista para o Edifício Lina Bo Bardi. Os espaços dedicados a exposições ocupam 5 andares com pé-direito de 5 metros. São áreas flexíveis, que podem ser adaptadas a cada projeto expositivo.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A Escola no Morro da Providência é o nome dado à escola localizada no primeiro morro de moradia informal do Brasil e surge como expansão da Casa Amarela, importante centro educacional e agente comunitário local. O projeto se dá pela relação entre dois espaços: A Escola + A Oficina-Escola. A primeira surge com o objetivo de ampliar as atividades educacionais e culturais já existentes na Casa Amarela com pedagogia e prática de reconhecimento da cultura afro-brasileira. O segundo, permite a experimentação construtiva a partir da produção do btc (bloco de terra compactada), possibilitando maior isolamento térmico, incluindo a assistência de moradores nesta produção, além de fundamental reconexão com a terra, após anos de extrativismo da pedreira local que destruiu grande parte do Morro.

A construção de 400m2 se dá em quatro níveis para múltiplas atividades educativas. No acesso ao térreo inferior, há um salão multiuso para atividades como dança afro e capoeira. No térreo, uma praça controlada e acessível ao público permite abertura para a rua ao mesmo tempo que se conecta ao prédio onde é possível acessar a sala dos educadores e dos kekerês (em yorubá, crianças de 3 a 7 anos de idade). A proposta privilegiou as áreas de serviço nas extremidades enquanto que as salas, divididas pelo centro do espaço, podem se expandir, permitindo a flexibilidade do encontro em grupo. No segundo nível, compartilham a mesma sala os erês (em yorubá, crianças de 8 a 13 anos de idade) e os somodês (em yorubá, jovens de 14 a 21 anos de idade) dividindo espaço com a sala das mulheres independentes da providência (MIP – grupo de mulheres que fazem parte do curso técnico promovido pela escola). Todos os espaços são flexíveis e possuem banheiro e depósito para materiais doados, conectados por uma varanda em todos os níveis. O acesso vertical se dá por uma escadaria circular que faz a ponte entre a praça, as salas e o terraço onde é possível contemplar o panorama da cidade. A construção da estrutura em concreto foi uma decisão pela similaridade com o que se faz no entorno, empregando trabalhadores locais e permitindo que os recursos fossem investidos nos próprios moradores do Morro. As paredes de bloco de terra, no entanto, foram escolhidas de forma a exercitar uma outra prática de construção – ainda desconhecida no entorno – mas que possui impacto pela possibilidade de introduzir uma forma construtiva menos extrativista e poluente. Foi a partir desta experimentação que foi possível empregar desenhos em alguns dos módulos, possibilitando um outro corpo à arquitetura por meio de narrativas que evocam o simbolismo de plantas locais e ervas medicinais através de impressões na terra.

A arquitetura, por meio de um sistema construtivo acessível, que permite a autoconstrução, a economia circular local e a autonomia de construtores e moradores, surge para restabelecer uma relação com o morro, a favela e seus residentes ao unir o território coletivo da escola com a plasticidade da terra.

E se a vegetação proliferasse em nossas cidades, transformando-as em verdadeiras florestas ricas em flora? Quais seriam os ecossistemas urbanos resultantes? The Green Dip, um projeto de pesquisa em andamento conduzido por The Why Factory na Universidade de Tecnologia de Delft, é um manifesto visual que especula sobre soluções de esverdeamento para cidades e imagina estratégias arquitetônicas para incorporar vegetação em edifícios.

O Green Dip envisions uma floresta urbana mundial — de Pequim a Singapura, Dubai, Moscou, Kinshasa, Paris, Nova York ou São Paulo. Ele sugere um banco de dados de espécies de plantas para designers incorporarem facilmente em seus edifícios e sonha com um software para auxiliar nesse processo.

O Green Dip adota uma perspectiva global, entendendo que diferentes climas proporcionam ambientes específicos para espécies nativas prosperarem. Ele apresenta um método para calcular benefícios ambientais e estimar os impactos planetários do esverdeamento em nossas cidades.

Em meio à emergência climática, The Green Dip é um manifesto para reintroduzir a natureza em nossos lares e transformar nossa relação com o meio ambiente. Ele demonstra que a agricultura, a silvicultura e a produção orgânica podem catalisar abordagens alternativas à urbanização.

O Green Dip é a primeira parte de uma trilogia de publicações focada na integração da natureza e da cidade. Será sucedido por BiodiverCity, que examinará a integração da fauna no ambiente construído, e Biotopia, dedicado a projetar inteiramente com a natureza.

Assim como todas as outras publicações anteriores de The Why Factory, The Green Dip é feito de trabalho estudantil — não científico. Este livro é o resultado de especulação de design com fins educacionais.

Estamos ficando sem tempo. Independentemente das preposições que escolhermos, é hora de projetar com, para e como a natureza.

Sobre os autores

Winy Maas
Winy Maas é o Diretor de The Why Factory e Sócio Fundador e Arquiteto Principal da MVRDV. Ele recebeu aclamação internacional por sua ampla gama de projetos de planejamento urbano e construção, em todas as tipologias e escalas. Na The Why Factory da TU Delft,
Maas desafia os limites dos padrões estabelecidos para produzir soluções que reimaginam como vivemos, trabalhamos e nos divertimos. Além de seu dedicado papel de liderança na MVRDV e professorado na TU Delft e em outros lugares, Maas é amplamente publicado, está ativamente engajado no avanço da profissão de design e integra inúmeros conselhos e júris.

“Eu defendo cidades mais densas, mais verdes, mais atraentes e habitáveis, com uma abordagem de design que se concentra em ideias inovadoras e sustentáveis ​​definidas pelo usuário para o ambiente construído, independentemente da tipologia ou escala.” – Maas

Javier Arpa Fernández
Javier Arpa Fernández é professor, pesquisador, autor e curador de arquitetura e urbanismo. Tendo concluído um Mestrado em Ciências em Arquitetura na Universidade de Tecnologia de Delft, Javier é especializado na disseminação da prática de arquitetura e urbanismo. Javier foi o Coordenador de Pesquisa e Educação de The Why Factory e o Curador de Programas Públicos da Faculdade de Arquitetura da TU Delft. Javier dá palestras públicas e participa de colóquios em todo o mundo. Javier foi professor na University of Pennsylvania, Crítico de Design na Harvard GSD, Professor Adjunto na Columbia GSAPP, Professor Visitante na ENSA-Belleville e na ENSA-Versailles. Foi Editor Adjunto da Domus Magazine e Editor Sênior do grupo de pesquisa a+t. É coautor da série “Density”, “Hybrids”, “Civilities”, “In Common” e “Strategy” da a+t, e do volume “The Public Chance”.
Foi curador da exposição Paris Habitat, sobre um século de habitação social em Paris, realizada em 2015 no Pavillon de l’Arsenal em Paris, e autor da monografia “Paris Habitat: One Hundred Years of City, One Hundred Years of Life”.

Adrien Ravon
Adrien Ravon é arquiteto e acadêmico. Em setembro de 2011, ele se juntou à The Why Factory na Faculdade de Arquitetura e Ambiente Construído da TU Delft. Ele participou de projetos de pesquisa e educação, foi responsável pela produção de ferramentas de design digital e colaborou ativamente na disseminação pública de ideias sobre a cidade do futuro. Ele coescreveu as publicações da Future Cities Series de The Why Factory: Barba, Life in a Fully Adaptable Environment (2015), Copy Paste, the Badass Copy Guide (2017), PoroCity, Opening up Solidity (2018), Le Grand Puzzle, Manifesta 13 Marseille (2020), (w)Ego, Dream Homes in Density (2022).
Colaborou com inúmeras instituições internacionais, incluindo ETH (Zurique), KTH (Estocolmo), GSAPP (Nova York), IAAC (Barcelona), Centre Pompidou (Paris), Dutch Design Week (Eindhoven), Manifesta 13 (Marselha) e Mori Art Museum (Tóquio).
Adrien trabalhou como arquiteto e consultor para empresas na Argentina, França e Holanda.

Implantação do projeto: Espanha
Desenvolvimento do projeto: Espanha

Perante o avanço das alterações climáticas, as comunidades costeiras enfrentam uma encruzilhada: proteger o litoral de forma proativa tornou-se essencial para garantir vidas, património e ecossistemas. As soluções tradicionais, como diques ou quebra-mares, embora eficazes, implicam fortes impactos ambientais e sociais, restringindo usos comunitários e alterando a paisagem. Torna-se, assim, necessário explorar alternativas mais sustentáveis e integradas.

É neste quadro que surge o LIFE COSTAdapta, nas Canárias, território profundamente ligado ao mar. O projeto propõe soluções brandas e progressivas, menos agressivas que as defesas rígidas, reforçando mecanismos naturais de autoproteção costeira. Inspirado na imunoterapia médica, defende-se uma “imunoterapia costeira”: trabalhar com a natureza e potenciar a sua resiliência.

A proposta central é a criação de charcos de maré artificiais, recifes em betão ecológico com geometrias adaptativas, que funcionam como barreira contra a subida do nível do mar e como espaço social. Reduzem a energia das ondas, limitam a erosão e oferecem habitat a espécies marinhas. Com diferentes profundidades, permitem o banho, a educação ambiental e a investigação científica.

A equipa multidisciplinar prevê a construção de um protótipo em escala real na costa norte de Gran Canaria, em San Felipe, onde habitações estão em risco devido ao avanço do mar. O processo incluiu análises ambientais, estudos paisagísticos e participação cidadã, envolvendo moradores e surfistas para assegurar que a intervenção respeite os usos locais e a dinâmica das ondas.

O projeto valoriza também o papel cultural dos charcos de maré, presentes historicamente como pesqueiras, salinas e espaços de lazer. Hoje são símbolos de identidade coletiva e demonstram como pequenas intervenções podem coexistir em harmonia com a natureza. Ao reinterpretá-los, o LIFE COSTAdapta amplia a função da arquitetura para um ativismo ambiental e social.

Em síntese, o projeto procura provar que intervenções suaves podem ser eficazes e sustentáveis, criando um ecossistema híbrido que é ao mesmo tempo barreira, habitat, paisagem e espaço comunitário. Assim, contribui para um litoral resiliente, preparado para enfrentar os efeitos da crise climática.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Arquipélagos do Rio Mar investiga as mudanças ambientais na bacia do Rio Amazonas, no Brasil, com foco na documentação e análise dos arquipélagos fluviais ameaçados a desaperacer devido às alterações climáticas. A pesquisa busca compreender as dinâmicas dessas ilhas, olhando para seus processos e condições específicas como elementos fluidos em meio à floresta tropical. O trabalho organiza uma narrativa gráfica dividida em três escalas de análise, registrando suas transformações desde a dimensão regional até à local, a partir de dois estudos de caso extremos. Estes evidenciam a complexa relação entre os assentamentos humanos e as paisagens do Rio Amazonas, fundamentais como fonte de alimentação, transporte e subsistência.

A primeira abordagem propõe uma análise da “escala territorial”, localizando os arquipélagos no conjunto da paisagem amazônica por meio de mapas, relatórios e notícias. A segunda oferece uma leitura da “escala local”, abordando dois casos: o Arquipélago de Anavilhanas, ameaçado pela seca, e o de Marajó, sob risco de inundação pela elevação do nível do mar, através de cartografias aproximadas e um trabalho de campo. Por fim, a terceira abordagem apresenta a “escala empírica”, revelando as adaptações desenvolvidas por comunidades locais e documentando as indicações físicas das mudanças climáticas por meio de desenhos analíticos, imagens e entrevistas.

O resultado é a organização de um atlas de transformação, criando registros visuais e representações que evidenciam a interdependência entre comunidades e paisagens locais — e como suas dimensões sociopolíticas serão afetadas pelas mudanças climáticas. Dessa forma, tais cenários introduzem uma reflexão sobre a urgência da conservação e adaptação de estruturas sociais enraizadas nesses territórios, trazendo à tona noções de justiça climática, preservação e transição ecológica, e compreendendo esses elementos remanescentes na paisagem como vestígios de uma nova condição socio-climática extrema.

Esse trabalho foi possível através do financiamento da bolsa de pesquisa Penny White Research Fund pelo departamento de Landscape Architecture da Harvard Graduate School of Design.

Implantação do projeto: Argentina
Desenvolvimento do projeto: Argentina

MEMÓRIA
“Toda operação deve estar subordinada à finalidade de reintegrar e conservar o valor expressivo da obra, já que a tentativa de alcançá-lo é a libertação de sua verdadeira forma. Restauração como processo crítico e restauração como ato criativo estão, portanto, unidas por uma relação dialética, na qual a primeira define as condições que a outra deve adotar como suas premissas íntimas e próprias, e onde a ação crítica realiza a compreensão arquitetônica, que a ação criadora é chamada a prosseguir e integrar.” *
* Il restauro architettonico. R. Bonelli (1963)

O edifício data dos anos de 1920 e 1921, e representa um claro exemplo da arquitetura industrial da época e do modelo de desenvolvimento econômico e produtivo da região. Está localizado na zona portuária da cidade de Santa Fe, Argentina, uma área que atualmente representa o setor de maior crescimento e desenvolvimento da cidade, devido à obsolescência das infraestruturas ferroviárias e portuárias.

O projeto de requalificação parte da concepção do antigo moinho como um espaço sobre o qual se intervém de forma equilibrada, valorizando o edifício original e abrigando os novos usos programáticos destinados à atividade acadêmica das escolas que compõem o Liceu Municipal.

Assumindo a marca que define a métrica estrutural do edifício, a intervenção é concebida como uma sucessão de espaços flexíveis que se sobrepõem e avançam sobre o espaço da nave central, de acordo com as necessidades de cada área, gerando bandejas com pé-direito duplo, triplo e quádruplo, que potencializam a espacialidade existente, mantendo ao mesmo tempo a matriz da tipologia original.

A intervenção envolve a recuperação das alvenarias da envoltória, a restauração dos fechamentos externos e da estrutura metálica original, assumindo as marcas herdadas do passado, destacando a relação entre o antigo e o novo e evidenciando tanto o valor material quanto imaterial das coisas.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Localizado na Costa do Cacau, o Modular Bahia está inserido entre o rio e o mar, em meio a um coqueiral, próximo a uma importante reserva de mata tropical. A casa utiliza o Sistema Modular 5.5, que foi projetado tendo como principal foco atender às questões climáticas das regiões tropicais úmidas.

Diante das mudanças climáticas e do impacto da construção civil na emissão de carbono, o sistema foi desenvolvido para unir as vantagens de um produto industrializado ao uso de matéria-prima renovável. O sistema utiliza o glulam feito com madeira de reflorestamento, que é montado no local – o método de construção mais sustentável para edifícios de pequeno e médio porte.

A madeira tem excelente desempenho térmico, permitindo a sua utilização tanto em altas como em baixas temperaturas. O Modular 5.5 utiliza beirais grandes que protegem os ambientes tanto do sol e das chuvas fortes e tem um caixilho superior (entre as paredes e o telhado) muito eficiente para ventilação cruzada permanente. O sistema modular baseia-se em módulos para quartos, salas, cozinha, estúdio, lavanderia e varandas, que podem ser combinados em inúmeras configurações.

Destacam-se quatro pontos essenciais deste sistema:

1. módulos adaptáveis a diferentes situações topográficas, condições climáticas e condições de acesso e vista em cada local.
2. controle sobre prazos e custos: o modular não é um projeto de construção, é uma montagem;
3. minimização da produção de resíduos no local;
4. otimização de sistemas com a possibilidade de utilizar painéis solares, armazenamento de água de chuva para reutilização e tratamento de esgoto através de um biodigestor doméstico.

A casa se organiza em três pavilhões interligados por um deck de madeira. Dois deles são independentes, com quartos, sala de estar e cozinha; o terceiro é social, com uma grande cozinha, varanda e sala de estar. Os pavilhões independentes e elevados do solo se integram na vegetação e paisagens locais, conferindo ao complexo uma presença delicada, mantendo a aparência original do terreno.

O projeto também utiliza as varandas como espaços de estar sombreados. Os beirais largos da fachada frontal têm uma projeção de quase dois metros, o que garante aberturas amplas para os ambientes com luz solar controlada, além de otimizar a ventilação natural e permitir vistas para o exterior.

Construções anexas, como lavanderia e reservatório de água, adotam elementos da arquitetura tradicional com cores locais e paredes de tijolos perfurados, que proporcionam ventilação e sombreamento.

UNA barbara e valentim é um estúdio de arquitetura com sede em São Paulo, que nasceu da associação de Fernanda Barbara e Fabio Valentim em 2019. O estúdio dedica sua ação à arquitetura a projetos de escalas e programas diversos, como forma de valorização dos ambientes naturais e urbanos, assim como a qualificação dos espaços públicos e privados, desenhados para uma vida melhor, coletiva ou individual.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Margeado pela varanda pública do Edifício Copan — uma calçada suspensa no Centro Histórico de São Paulo —, o projeto da Nova Sede do Greenpeace Brasil se apresenta como uma vitrine da instituição para a maior cidade da América Latina.

A mudança para o centro de São Paulo — em um edifício histórico e simbólico — reflete a postura sustentável da organização. O novo endereço aproveita a abundância de infraestrutura urbana presente no centro ligada à mobilidade urbana e à acessibilidade de serviços. Tais atitudes colaboram para economia de recursos e melhor aproveitamento de tempo e energia daqueles envolvidos no ecossistema do Greenpeace.

Sua inserção privilegiada se alia à arquitetura para convidar os habitantes da metrópole ao usufruto de um espaço amplamente acessível, de materialidade peculiar e de relevância cultural ímpar. Mobiliários convidativos permitem uma apropriação ampla do avarandado, que se estende como continuidade da calçada. A partir dele, o programa é graduado em escala de privacidade: da Warehouse às salas Multiuso e Curinga até o Escritório Coletivo. Seus acessos e funcionamentos são independentes em relação ao restante do programa, podendo se abrir ao público sempre que necessário.

Os amplos ambientes, permeados por divisórias móveis — como cortinas e portas de correr — possibilitam múltiplas apropriações pela fácil reconfiguração. Essa flexibilidade permite a adaptação para usos ainda não previstos, aumentando, com isso, a vida útil do espaço. A organização dos fluxos em torno de um eixo infraestrutural central confere maior liberdade de apropriação, flexibilizando a integração entre ambientes de trabalho e reduzindo conflitos provocados por atividades simultâneas divergentes.

O espaço valoriza a história arquitetônica do local. Durante a obra, revelou-se uma imponente claraboia, até então ocultada pelo forro e tamponada por concreto. Os desenhos originais de Niemeyer confirmavam sua concepção, destinada a iluminar o ponto mais profundo do espaço, desprovido de janelas. Sua reabertura inundou o escritório de luz natural e orientou a disposição das mesas coletivas. Assim, a valorização histórica se harmoniza às demandas atuais, evidenciando uma arquitetura conscientemente silenciosa, voltada a intervenções infraestruturais que garantem a robustez para uma ocupação longeva e ambientalmente responsável.

A concepção do projeto foi conduzida por dois escritórios parceiros. O guaja.cc é um estúdio criativo interdisciplinar, originado de um dos primeiros espaços coworking do Brasil, que acumula mais de uma década de experiência em projeto, implementação, branding e gestão de espaços corporativos, culturais e A&B. A Facury é um escritório multidisciplinar que atua em duas frentes autônomas e complementares: arquitetura e gestão de processos. A partir da combinação dessas expertises, desenvolve projetos que alinham sensibilidade e rigor técnico, atentos à realidade do canteiro e às demandas dos clientes.

Os Envolvimentos promoveram uma abertura de diálogo com movimentos sociais e territórios diversos, convergindo na exposição da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontece de 18 de setembro a 19 de outubro, na OCA, no Parque Ibirapuera. Arquitetos e lideranças das aldeias, dos terreiros, das ribeiras e das periferias investigaram juntos arquiteturas para habitar um mundo quente em debates que aprofundaram as ideias centrais da exposição.

Foram convidados para dialogar atores envolvidos em projetos realizados em diversas territorialidades e contextos que elaboram questões como o convívio com as águas e inundações, a salvaguarda do patrimônio, a proteção e o manejo sustentável da floresta, a agricultura urbana, os mecanismos de viabilização de modos de vida de baixo impacto ambiental e o reconhecimento da natureza como sujeito de direitos. São modos de habitar, construir, perceber, participar e transformar o território.

4º Envolvimento – Agir no pós-desastre

O quarto encontro discute a preservação de memórias e patrimônios no pós-desastre, valorizando também o reconhecimento espiritual. Reflete sobre como ações humanas geram desastres e aprofundam desigualdades.

Convidados:

Comunal
Cidade do México, México

Fundado por Mariana Ordóñez Grajales e Jesica Amescua Carrera, Comunal concebe a arquitetura como um processo social colaborativo, vivo, aberto e em constante evolução, com os moradores como o centro das decisões. Em comunidades atingidas por terremotos, furacões e inundações, o escritório vem facilitando e acompanhando processos sociais de reconstrução, não apenas de moradias, mas também de cadeias produtivas locais e vínculos comunitários.

Ewésh Yawalapiti Waurá
Associação Terra Indígena Xingu
Território Indígena do Xingu, MT, Brasil

Advogado graduado pela UFMT e diretor executivo da Associação Terra Indígena Xingu (ATIX). A ATIX atua na defesa dos direitos indígenas, proteção do território e valorização das culturas tradicionais do Xingu. Ewésh, junto ao povo Waujá, vem atuando na defesa da gruta de Kamukuwaká, território sagrado dos povos alto-xinguanos e patrimônio do Iphan que sofreu depredações e recebeu uma réplica, atualmente instalada dentro da aldeia Ulupuwene.

Luis Octavio de Faria e Silva
Frente Ilê Odé Ibualamo
São Paulo, SP, Brasil

Professor adjunto de arquitetura e urbanismo na Universidade São Judas Tadeu e pesquisador do Instituto Anima, com doutorado e mestrado pela FAUUSP. Atua em temas como urbanismo, habitação e arquitetura ecológica. Em 2022, denunciou a demolição do terreiro de candomblé Ilê Asé Odé Ibualamo, em Carapicuíba, realizada sem diálogo com a comunidade, para a canalização do Córrego do Cadaval.

Os Envolvimentos promoveram uma abertura de diálogo com movimentos sociais e territórios diversos, convergindo na exposição da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontece de 18 de setembro a 19 de outubro, na OCA, no Parque Ibirapuera. Arquitetos e lideranças das aldeias, dos terreiros, das ribeiras e das periferias investigaram juntos arquiteturas para habitar um mundo quente em debates que aprofundaram as ideias centrais da exposição.

Foram convidados para dialogar atores envolvidos em projetos realizados em diversas territorialidades e contextos que elaboram questões como o convívio com as águas e inundações, a salvaguarda do patrimônio, a proteção e o manejo sustentável da floresta, a agricultura urbana, os mecanismos de viabilização de modos de vida de baixo impacto ambiental e o reconhecimento da natureza como sujeito de direitos. São modos de habitar, construir, perceber, participar e transformar o território.

3º Envolvimento – Adaptar

O terceiro encontro discute o uso de biomateriais e resíduos para fortalecer a autonomia e o saber local. Também aborda a capacitação comunitária e a influência dos contextos rurais e urbanos nas práticas de construção.

Convidados:

Leticia Grappi
Salvador, BA, Brasil

Arquiteta pela UFBA, busca trabalhar com projetos e obras de baixo impacto ambiental. Arquiteta responsável pela construção de uma escola e biblioteca no Assentamento João Amazonas, em Ilhéus (BA). Compôs a coordenação do Congresso TerraBrasil 2024, foi conselheira da Rede TerraBrasil de 2022 a 2024, revisora técnica do livro Manual de Construção com Terra, do Gernot Minke, co-criadora do mapadaterra.org e criadora do grupo Mulheres na Bioconstrução.

Ruína Arquitetura
São Paulo, SP, Brasil

Ruína Arquitetura é um estúdio premiado com sede em São Paulo, Brasil, que se destacou pelo foco no contexto local e no baixo impacto ambiental. Ao longo de sua trajetória, desenvolveu projetos arquitetônicos para diferentes escalas e demandas, além de laboratórios de pesquisa e atividades educativas centrados no reúso de materiais e resíduos de construção. Em 2024, o escritório encerrou suas atividades, dando origem a duas iniciativas independentes: Anonima Arquitetura e Julia Peres.co.

José Fernando Gómez
Natura Futura
Babahoyo, Equador

Arquiteto formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Guayaquil. Fundador do Natura Futura Arquitectura, que desenvolve projetos com foco social e uso de materiais e técnicas locais. Entre eles, destaca-se o desenvolvimento de estruturas flutuantes em áreas inundáveis, de hortas a moradias, unindo saberes tradicionais e inovação para fortalecer comunidades rurais e periféricas frente às mudanças climáticas.

Os Envolvimentos promoveram uma abertura de diálogo com movimentos sociais e territórios diversos, convergindo na exposição da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontece de 18 de setembro a 19 de outubro, na OCA, no Parque Ibirapuera. Arquitetos e lideranças das aldeias, dos terreiros, das ribeiras e das periferias investigaram juntos arquiteturas para habitar um mundo quente em debates que aprofundaram as ideias centrais da exposição.

Foram convidados para dialogar atores envolvidos em projetos realizados em diversas territorialidades e contextos que elaboram questões como o convívio com as águas e inundações, a salvaguarda do patrimônio, a proteção e o manejo sustentável da floresta, a agricultura urbana, os mecanismos de viabilização de modos de vida de baixo impacto ambiental e o reconhecimento da natureza como sujeito de direitos. São modos de habitar, construir, perceber, participar e transformar o território.

2º Envolvimento – Mitigar

O segundo encontro foca na mitigação e na valorização dos modos indígenas de habitar, ligados ao conhecimento local e à paisagem. Também destaca o mapeamento de saberes e a promoção de encontros e cursos interculturais.

Casa Floresta
São Paulo, SP, Brasil

A Associação Casa Floresta é um núcleo de consultoria e pesquisa em projetos de arquitetura, urbanismo, arte e design gráfico, que envolve uma rede de saberes indígenas e contemporâneos com o objetivo de fortalecer culturas tradicionais e revitalizar territórios onde a arquitetura e a floresta convivem em equilíbrio. Além do Manual da Arquitetura Kamayurá, a Casa Floresta realizou suporte técnico para o Manual da Arquitetura Yudja (Aldeia Tuba Tuba – T.I.X., Mato Grosso) e em parceria com a Plataforma Arquitetura e Biosfera da Escola da Cidade (SP) o Manual da Arquitetura Guarani (T.I.Tenondé Porã).

Ana Maria Gutierrez
Fundación Organizmo
Cundinamarca, Colômbia

Fundadora da Fundación Organizmo, que promove o intercâmbio de saberes e a experimentação voltada à regeneração social, cultural e ecológica. Pioneira na Colômbia em construção de baixo impacto e tecnologias alternativas, atua com educação, restauração ecológica e valorização da interculturalidade. Seus projetos fortalecem a identidade cultural, o tecido social e o bem-estar de comunidades rurais.

Sem Muros
São Paulo, SP, Brasil

Rede de arquitetos que busca se fortalecer por meio de projetos arquitetônicos e pedagógicos, disseminando e expandindo o acesso a tecnologias – sociais e construtivas – que promovam o reconhecimento dos recursos disponíveis e seu potencial para a criação e cuidado de espaços. A arquitetura é entendida não como um objeto, mas como um processo. Defendem uma arquitetura integrada social, ambiental, cultural e economicamente.

Os Envolvimentos promoveram uma abertura de diálogo com movimentos sociais e territórios diversos, convergindo na exposição da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontece de 18 de setembro a 19 de outubro, na OCA, no Parque Ibirapuera. Arquitetos e lideranças das aldeias, dos terreiros, das ribeiras e das periferias investigaram juntos arquiteturas para habitar um mundo quente em debates que aprofundaram as ideias centrais da exposição.

Foram convidados para dialogar atores envolvidos em projetos realizados em diversas territorialidades e contextos que elaboram questões como o convívio com as águas e inundações, a salvaguarda do patrimônio, a proteção e o manejo sustentável da floresta, a agricultura urbana, os mecanismos de viabilização de modos de vida de baixo impacto ambiental e o reconhecimento da natureza como sujeito de direitos. São modos de habitar, construir, perceber, participar e transformar o território.

1º Envolvimento – Decretar Emergência

Este primeiro encontro discute a atuação de arquitetos na emergência e na adaptação a desastres, antes e depois de ocorrerem. Aborda a convivência com o risco e a preparação comunitária, além da atuação em escalas urbanas e territoriais.

Convidados:

Joice Paixão
Associação Gris Espaço Solidário
Recife, PE, Brasil

Cientista social, pesquisadora, educadora social, mediadora de conflitos, terapeuta comunitária, Coordenadora da Articulação Recife de Luta, operativa da Rede nacional por Adaptação Antirracista e coordenadora territorial da Rede de Governança para enfrentamento ao racismos ambiental. Co-fundadora e atual presidenta da Associação Gris Espaço Solidário, que oferece apoio psicossocial a crianças e famílias em vulnerabilidade no bairro da Várzea, em Recife.

Maria Alice Pereira da Silva
Morro da Pedra de Oxossi
Salvador, BA, Brasil

Advogada, mestre e doutora em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA, é sócia do Instituto dos Advogados da Bahia e consultora da OMPI. CEO da PX Assessoria, atua na integração de saberes tradicionais e justiça socioambiental. Ativista e guardiã da Pedra de Xangô. Atua na defesa do Morro da Pedra de Oxossi, local sagrado em Maraú (BA) com importância histórica, cultural, religiosa e ambiental em risco de ser transformado em pedreira.

Fernanda Accioly
Instituto Pólis
São Paulo, SP, Brasil

Arquiteta e urbanista formada pela FAUUSP, com mestrado, doutorado e pós-doutorado em Habitat e Planejamento Urbano e Regional. Tem ampla experiência na gestão pública municipal e federal. Foi Secretária Executiva do Instituto Pólis, organização da sociedade civil que elaborou, em parceria com a comunidade local, o Plano Comunitário de Defesa Civil e Adaptação à Crise Climática da comunidade caiçara de Ponta Negra (RJ).

Os Envolvimentos promoveram uma abertura de diálogo com movimentos sociais e territórios diversos, convergindo na exposição da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontece de 18 de setembro a 19 de outubro, na OCA, no Parque Ibirapuera. Arquitetos e lideranças das aldeias, dos terreiros, das ribeiras e das periferias investigaram juntos arquiteturas para habitar um mundo quente em debates que aprofundaram as ideias centrais da exposição.

Foram convidados para dialogar atores envolvidos em projetos realizados em diversas territorialidades e contextos que elaboram questões como o convívio com as águas e inundações, a salvaguarda do patrimônio, a proteção e o manejo sustentável da floresta, a agricultura urbana, os mecanismos de viabilização de modos de vida de baixo impacto ambiental e o reconhecimento da natureza como sujeito de direitos. São modos de habitar, construir, perceber, participar e transformar o território.

Convidados:

Jean Ferreira
Belém, PA

De Belém do Pará, do bairro do Jurunas. É co-fundador do Gueto Hub e da COP das Baixadas, co-curador de programas públicos da 2ª Bienal das Amazônias e ativista pelo acesso à cultura, memória e ao debate climático para as periferias.

Jerá Guarani
São Paulo, SP

Jera Guarani, liderança da aldeia Kalipety, na TI Tenonde Porã, no extremo Sul de São Paulo. Formada em Pedagogia, atua como Agente Ambiental, promovendo a recuperação de sementes tradicionais, de áreas degradadas e de florestas na terra indígena.

Mãe Carmem de Oxalá
Guaíba, RS

Mãe Carmen de Oxalá, ialorixá gaúcha. É vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul e compõe a Executiva da Comissão Nacional de Pontos de Cultura – CNPDC. É atuante no combate à intolerância religiosa e formada em Psicologia.

Marcele Oliveira
Rio de Janeiro, RJ

Produtora, comunicadora e ativista climática, integrou a Agenda Realengo 2030 e é diretora executiva do Perifalab. Pesquisa Justiça Climática e Racismo Ambiental vinculado às pautas de ocupação dos espaços públicos e direito à cidade, com o foco em cultura e clima.

Implantação do projeto: Portugal
Desenvolvimento do projeto: Portugal

A proposta para substituir os blocos de habitação coletiva do Bairro D. Leonor (1951/1953) representa um ponto de viragem na forma de pensar e projetar habitação coletiva na cidade do Porto. A habitação é essencialmente «abrigar» enquanto possibilidade de função, mas não pode descuidar a sua dimensão de “obra” comunicacional aberta e universal. É preciso focar a arquitetura como uso e função e ao mesmo tempo compreender a sua representação gramatical enquanto conotação e topologia.

A construção do Novo Bairro D. Leonor (2015-2019) foi também uma oportunidade para aprofundar e validar metodologias participativas implementadas durante a operação de reabilitação na Ilha da Bela Vista(2013-2017).

Moradores, arquitetos e cientistas sociais numa estratégia de convergência colaborativa e apoiados num promotor decidido e estimulado foram a fórmula eficaz para levar esta operação a bom porto. Relembramos que a operação nasce de um concurso público para uma parceria público/privada para a construção de um bairro municipal em cedência de direitos de construção em terreno sobrante para uma das partes. É neste contexto particular que se organiza a operação no antigo Bairro D. Leonor. A equipa organizada em torno da comunidade e do promotor garantiram o direito ao lugar e a uma habitação digna para cada uma das famílias que resistiam contra a vontade política que lhes impunha um realojamento associado à deslocação.

Com esta nova operação foi possível garantir a todos os moradores e famílias o direito a uma habitação digna no mesmo lugar e na mesma comunidade. Foi possível desenhar as habitações tendo em conta as carências das famílias e as suas expectativas.

O modelo proposto contraria os modelos tipo morfológicos e os processos higienistas e burocráticos de realojamento, baseados em inquéritos e regulamentos racionais e burocráticos, aplicados pelas entidades públicas nos sectores da habitação. A única exceção está relacionada com as operações SAAL durante o processo revolucionário em curso nos anos de 1974 e 1975.

O programa desenvolvido e implementado foi amplamente discutido com a comunidade e com o promotor tendo em conta um programa mínimo de habitações definidas em regulamento pela entidade municipal. A natureza flexível do programa permitiu uma grande liberdade de concepção e de desenho colaborativo com esta comunidade. Daí resultou um novo bairro com um território ligante ao espaço da rua, com relações verticais e horizontais de grande interação visual e social. Os moradores foram alojados nas casas para si desenhadas e atribuídas em processo participativo, as infraestruturas públicas estão ao serviço da colectividade e da cidade, jardins, passeios, zonas de estacionamento livre, logradoiros abertos e bondosos para os moradores da rua. Com esta solução arquitetónica e urbana evitamos a segregação, a dualidade entre os de dentro e os de fora, a gentrificação negativa ou positiva.

Rodrigues, Fernando Matos; Fontes, António Cerejeira; Fontes, André Cerejeira – Revista “Supernova nº 3” – Bairro Dona Leonor Comunidade com Projeto Participante, pg. 49-51, Abril 2024

Implantação do projeto: Alemanha
Desenvolvimento do projeto: Alemanha

Firmitas, Utilitas e Venustas em Nossos Tempos
POR PHILIPP VON MATT, ARQUITETO

Firmitas:
É presunçoso, em um lugar como este, que testemunhou tanta destruição, obstrução e devastação, sonhar com o antigo credo vitruviano de Firmitas (solidez), Utilitas (utilidade) e Venustas (beleza), ou seja, exatamente o oposto do que aconteceu com esta cidade?

Com isso em mente, sonhamos com uma casa que servisse como um lugar natural para a arte e a vida e sua experiência simbiótica, muito no espírito de “O Museu de Arte com que Eu Sonho”, de Remy Zaugg. Os sonhos são mais fortes do que a destruição porque sobrevivem na memória vivida. Portanto, neste lugar, estamos manifestando uma casa para os nossos sonhos, um sonho vivido e um lugar para preservar os nossos sonhos.

Localizado no Muro de Berlim, na antiga Zona Leste, no ponto de tensão entre Oeste e Leste, encontramos um terreno no meio da vida. Cercado por edifícios pré-fabricados com moradores que pertenciam à cadre da RDA, Kreuzberg do outro lado do antigo muro com uma população majoritariamente turca, e bem entre duas casas ocupadas com residentes que se autodenominam antifascistas autônomos, nós, a artista Leiko Ikemura e eu, decidimos construir uma casa de artista.

A localização pedia um edifício resiliente e robusto que não apenas resistisse ao ambiente, mas também o desafiasse. Integrado a esse tecido social, concretizamos nosso universo em convivência com uma ampla variedade de círculos culturais que podem ser encontrados diariamente no supermercado próximo. Cadres políticos da Alemanha Oriental com boné de capitão em seus carrinhos de compras dividem o espaço com punks com cortes de cabelo moicano, e mulheres islâmicas de hijab e homens barbados convivem em uma diversidade populacional multicamadas.

É a base para as nossas atividades mundialmente e oferece inspiração, contemplação e segurança na agitada cidade de Berlim.

Utilitas
Oikonomos, a “regra da casa”, é o que agora chamamos de sustentabilidade, ou seja, implementar o que é economicamente necessário de forma ecologicamente correta. Nossa referência era alcançar isso não apenas dentro do reino do possível, mas de uma forma que inspirasse outros.

Para evitar custos e esforços desproporcionais, decidimos não construir um porão no lençol freático. A massa do edifício, feita de materiais de construção minerais e tijolo, é barata, durável, reciclável e armazena energia.

A temperatura ambiente é mantida aquecida no inverno por influências naturais, como a radiação solar, ou seja, energia solar passiva, e pelo uso ativo do sol por meio de coletores no telhado para aquecimento e apoio à água quente. No verão, o prédio se resfria pela massa de pedra da construção e fornece condições ideais para trabalhar em silêncio nos salões frescos.

Venustas
Todos os materiais utilizados são deixados em seu estado natural, permitindo que o material converse com o espaço e com as pessoas dentro dele. Madeira de lariço da Sibéria é usada nas janelas e molduras, preenchendo a atmosfera com calor.

Gesso, ou superfícies de reboco não tratadas, dão caráter aos cômodos, enquanto pisos e tetos de concreto criam uma sensação arcaica de espaço. Os visitantes são recepcionados em um salão de pedra acima do qual uma escada espiral de pedra se eleva elasticamente para cima.

O encontro entre o observador e a alma arquitetônica da casa cria a Venustas, a percepção da beleza, na mente e na memória.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

EDIFÍCIO COMO CONEXÃO – ESTRUTURA DE MADEIRA COMO EXPRESSÃO ARQUITETÔNICA

Atualmente, o IAU está instalado em uma edificação construída em 2008, constituída por dois edifícios. O primeiro, composto por três pavimentos, abriga as funções administrativas e as salas de pesquisa e de professores, além dos espaços de apoio (chamaremos de Bloco Administrativo); e um outro edifício térreo, que hoje abriga os 5 ateliês pedagógicos. Há ainda uma cobertura em estrutura metálica que conecta os dois edifícios, conhecida pelo apelido “postão”.

O projeto de Reforma e Ampliação prevê um conjunto de intervenções parciais nos edifícios existentes e a construção de uma nova edificação (Bloco Didático), que abrigará os ateliês de projeto, salas de aula, auditório e espaços de apoio.

No processo de elaboração do projeto, não esteve alheio a nós o fato de estarmos projetando espaços para uma Escola de Arquitetura. Assim, as escolhas projetuais, o desenvolvimento dos sistemas estruturais, a escolha dos materiais e de seu comportamento técnico fazem parte do discurso arquitetônico e estão expostos a fim de apresentar ao aluno uma experiência viva da construção. Sendo assim, vislumbra-se que o próprio edifício seja suporte para conceitos trabalhados nas salas de aula e nos ateliês. Ao longo do processo, foram realizadas apresentações aos alunos, professores e funcionários do IAU, e o debate com a comunidade também foi fonte de dados para as escolhas aqui presentes.

Para contemplar o programa do IAU, o conjunto passa a ter três edificações independentes, conectadas por passarelas e escadas. A ideia é que os edifícios existentes e a nova construção, embora formalmente e esteticamente distintos, formem um conjunto integrado e único, no qual os espaços entre eles ganham também programa e significado, como áreas de jardim, convivência ou contemplação.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

(RE)PROGRAMAR E (RE)CONSTRUIR AS TRAVESSIAS SOBRE OS RIOS DE SÃO PAULO

O projeto da Passarela Erika Sallum teve início a partir de uma proposta apresentada em 2014, atendendo ao chamamento da Prefeitura de São Paulo no âmbito do Perímetro Urbano Arco Tietê. Optamos por estudar as transposições urbanas sobre os rios e identificamos uma desigualdade marcante entre as margens, tanto social, econômica, quanto culturalmente. Essa situação é agravada pela escassez de pontes bem localizadas que priorizam veículos privados e negligenciam pedestres e ciclistas. Na época, das 62 travessias sobre os rios Pinheiros e Tietê, nenhuma era exclusiva para mobilidade ativa – um cenário preocupante em uma cidade onde um terço da população se desloca a pé.

Nossa proposta foi escolhida, dando origem à primeira ciclopassarela de São Paulo, conectando os bairros densos e populares de Butantã e Pinheiros. Desde o início, buscamos que as cabeceiras da ponte atuassem como elementos ativadores do espaço público, conectando transporte coletivo, calçadas e ciclovias. Priorizamos acessos seguros e confortáveis que incentivassem o uso cotidiano da travessia. A passarela foi concebida como um passeio amplo, agradável e contemplativo, oferecendo vistas privilegiadas da cidade, das montanhas e do Pico do Jaraguá.

A estrutura conta com um acesso central que se liga diretamente à ciclovia da Marginal Pinheiros, ampliando seu uso nos fins de semana e para atividades de lazer. Por estar em uma região de tráfego intenso, a montagem utilizou elementos pré-fabricados: uma treliça metálica principal e um tablado de concreto. Os arranques foram moldados in loco sobre os canteiros, enquanto os trechos sobre o rio e as avenidas foram divididos em nove partes metálicas, içadas durante a noite e posicionadas com precisão sobre pilares de concreto.

A rápida apropriação da passarela pela população demonstra o potencial transformador de infraestruturas urbanas bem planejadas. Mais do que uma travessia, ela se tornou um símbolo da importância do investimento público na mobilidade ativa e na qualificação dos espaços urbanos, promovendo modos de transporte mais sustentáveis e o fortalecimento da vida coletiva nas cidades.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil, Itália

A obra é o resultado de um percurso projetual fortemente compartilhado entre clientes e arquitetos, destinado a criar um organismo arquitetônico capaz de encarnar o carisma franciscano, fundado na oração e na acolhida, e ao mesmo tempo responder aos desafios impostos pelo clima tropical de Salvador. O projeto nasce das regras que marcam a vida monástica — oração, trabalho, partilha — e relê a tipologia conventual clássica, tradicionalmente introvertida e organizada em torno de um único claustro, fragmentando o edificado e articulando o conjunto em cinco pátios verdes. Assim, cada edifício estabelece uma relação direta com o espaço aberto, aproveitando a ventilação natural gerada pelo vento que sopra constantemente do oceano.

Os corpos edificados, autônomos e funcionalmente distintos, são reunidos sob grandes coberturas que exercem uma dupla função simbólica e bioclimática. Elevadas em relação aos invólucros, favorecem o escoamento do ar quente e contribuem para o conforto dos ambientes. Brises-soleil, paredes permeáveis e painéis pivotantes abríveis permitem ventilação cruzada, reduzindo a necessidade de sistemas mecânicos de resfriamento.

A tectônica do material torna-se elemento central do projeto. As tramas de madeira se declinam ora como estrutura portante, ora como fechamento ou elemento bioclimático, conferindo caráter unitário ao conjunto e, ao mesmo tempo, diferenciando os edifícios. A madeira filtra, protege e estrutura o espaço, alternando transparências e opacidades conforme a função e a posição.

Cada edifício preserva uma identidade própria dentro de um organismo unitário. A igreja é concebida como uma grande treliça tridimensional que gera, na parede de fundo, uma cruz natural: símbolo e fulcro do espaço litúrgico. O refeitório, permeável e flexível, abre-se à comunidade e pode acolher também eventos coletivos. A biblioteca, suspensa sobre pilares de madeira e revestida em policarbonato translúcido, transforma-se à noite em uma lanterna luminosa. Os alojamentos, executados em concreto armado pré-fabricado e circundados por um exoesqueleto de madeira, abrigam as celas e garantem sombreamento e ventilação cruzada.

Todo o conjunto combina sobriedade construtiva, estratégias passivas e soluções low-tech com tecnologias contemporâneas, como painéis fotovoltaicos e reaproveitamento das águas pluviais, alcançando um elevado grau de autonomia energética. O resultado é uma arquitetura resiliente, enraizada no contexto, que não persegue a inovação como um fim em si, mas se alimenta de saberes sedimentados capazes de responder ao clima, aos recursos e aos ritmos da comunidade. Uma arquitetura que olha para o vernáculo, não para imitá-lo, mas para compreender sua lógica profunda e projetá-la no presente com escolhas projetuais conscientes.

Mixtura

Mixtura é um estúdio de arquitetura com sede em Roma, fundado pelos arquitetos Maria Grazia Prencipe e Cesare Querci. O estúdio explora o espaço contemporâneo em suas dimensões formais, sociais e estéticas, adotando uma abordagem baseada na compreensão das especificidades dos contextos em que atua.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Construído em 1988 para abrigar as atividades do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFBA (PPG-AU), o Módulo Iansã da Faculdade de Arquitetura da UFBA (FAUFBA) seguiu o modelo das escolas de dois pavimentos em argamassa armada projetadas pelo arquiteto João Filgueiras Lima, Lelé, para Salvador, no âmbito da Fábrica de Equipamentos Comunitários (FAEC).

Além da característica estrutura de vigas e pilares em argamassa armada, possui esquadrias especiais e outros valores singulares.

No início da década de 2010, apresentou dificuldades mais agudas para realização de sua manutenção, ampliação e reforma, devido ao sistema construtivo fora da linha de produção, sofrendo um gradual esvaziamento.

Ações de manutenção e pesquisa sobre o edifício foram realizadas desde 2019, juto ao reconhecimento das fôrmas originais da FAEC realizado junto à DESAL, processo que contou com a mobilização do corpo técnico da FAUFBA e da Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura da UFBA (SUMAI) e da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG/UFBA).

Junto às ações de manutenção, foram realizadas atividades de diagnóstico de danos e patologias, bem como estudo dos sistemas construtivos, através de projetos de pesquisa de professores e estudantes (grupos FABER e Projeto, Cidade e Memória).

O projeto objetivou a transformação do Módulo Iansã no Laboratório de Construção e Canteiro Experimental da Faculdade de Arquitetura da UFBA, espaço de experimentação com caráter multiusuário para atendimento das demandas da graduação e da pós-graduação.

Sua reutilização previu adaptações para instalação da marcenaria e serralheria da Escola, sendo viabilizado pela retomada da fabricação das peças em argamassa armada do sistema de cobertura do edifício pela DESAL, a partir da recuperação das fôrmas metálicas originais, encontradas após esforço conjunto de sua equipe técnica e de docentes da FAUFBA.

A intervenção substituiu vigas de cobertura, telhas e “sheds”, recuperando a capacidade de drenagem de águas pluviais do edifício, além de melhorar o fluxo de ar e ventilação através do aumento do número de “sheds” e remoção de divisórias. Outras intervenções espaciais e construtivas foram realizadas, visando recuperar elementos de argamassa armada com problemas, modernizar instalações em geral, bem como rearticular os espaços antes subdivididos em salas capazes de abrigar as atividades didáticas de experimentação construtiva.

A expectativa para o futuro é de que o laboratório de construção e canteiro experimental possam contribuir para o fortalecimento do ensino no campo da construção dentro do novo curso de arquitetura e urbanismo, sendo uma ponte para as interações extensionistas da FAUFBA e servindo como exemplo de recuperação e conservação da obra de João Filgueiras Lima, Lelé.

Projeto: Faculdade de Arquitetura da UFBA e SUMAI/UFBA
Novas peças em argamassa armada: DESAL – Salvador
Construção: PC Melhor
imagens 01 e 02- Paula Mussi, 03 – Sergio Ekerman

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O Edifício Jorge Machado Moreira (JMM), projetado em 1957 e inaugurado em 1961 como sede da então Faculdade Nacional de Arquitetura, constitui um dos exemplares mais relevantes da arquitetura moderna brasileira, tendo sido premiado na IV Bienal Internacional de São Paulo no mesmo ano. Ao longo de sua história, o edifício passou por diversas transformações decorrentes das ocupações sucessivas e da falta de manutenção adequada, o que comprometeu tanto sua integridade arquitetônica quanto seu desempenho funcional. O incêndio de 2016, ocorrido no oitavo pavimento, intensificou esse processo de degradação, provocando danos estruturais e o isolamento de áreas significativas do prédio.

Diante desse quadro, a recuperação do JMM tem se dado de forma lenta e gradual, marcada por iniciativas que aliam resistência institucional e soluções de baixo custo. Um exemplo é a reocupação do 8º andar pela Escola de Belas Artes, após a interdição do ateliê Pamplonão, em ação colaborativa com a FAU. A proposta, entendida como projeto-piloto, baseia-se na reutilização de materiais existentes, na reversibilidade das intervenções e na busca por reforma de baixo custo.

Em abril de 2022, foi iniciado o processo de reforma do salão localizado no bloco B do edifício. O espaço, que ao longo de sua trajetória servira como sala de cerimônias e como sede do Museu Dom João VI, encontrava-se fechado há quase duas décadas, até ser destinado a receber a Biblioteca Integrada EBA–FAU–IPPUR, em consonância com o programa original de Jorge Machado Moreira, nunca integralmente executado.

A primeira vistoria evidenciou o estado de ruína, mas, ainda assim, a clareza setorial, a planta aberta e a modulação estrutural do projeto original sustentaram a decisão de reconvertê-lo em biblioteca. A intervenção, conduzida em contexto de severa restrição orçamentária, adotou critérios de austeridade, mantendo elementos existentes sempre que possível e reinterpretando outros em materiais mais acessíveis, como o uso de granitina no piso e policarbonato alveolar no forro.

O resultado preserva a simplicidade compositiva e o caráter moderno do salão, agora equipado para receber acervo, consulta e estudo. Em julho de 2024, pela primeira vez desde a inauguração do JMM, entrou em operação no local uma biblioteca plena, abrigando uma das maiores coleções da América Latina em Arquitetura, Urbanismo, Artes Plásticas e Design.

As ações recentes integram o Projeto FAU, que trata o próprio edifício como campo de investigação e prática, articulando conservação patrimonial, sustentabilidade e ensino. Nesse contexto, o Laboratório de Reuso, matéria do ciclo avançado da FAU UFRJ, desempenha o papel de explorar o reaproveitamento de materiais, a desmontagem e a adaptação de componentes como exercício pedagógico, dialogando com o Projeto FAU. Assim, o JMM não apenas recupera sua função institucional, mas se reafirma como instrumento didático, laboratório de arquitetura moderna e espaço de experimentação em sustentabilidade.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Como em uma coleção, em que objetos são selecionados e conservados, os fragmentos de uma construção existente – concreto, aço, alumínio, vidro – são preservados e reagregados. A forma ordenada é dissolvida para ser reelaborada a partir de seus escombros. Neste rearranjo, as frações de matérias colecionadas saltam daquilo que antes era apenas opacidade, tornando-se centelhas reveladas pela luz – por seus reflexos e por suas aberturas.

A coleção de fragmentos é acumulada em placas de concreto branco, e delimitam o jardim como um microcosmo. Dentro dele, um invólucro suspenso dos mesmos fragmentos conformam um lugar outro, onde encontram abrigo os espaços para escritório, galeria e suíte.

Uma escada, um pilar de madeira e uma obra de arte constituem os apoios da estrutura que suspende o invólucro em meio ao jardim. Lajes e vigas de madeira e aço conformam os pisos e funcionam como suporte para os elementos da fachada. O equilíbrio do conjunto é dado por um jogo preciso de pesos e trações irregularmente distribuídos. Sobre ele, dois planos horizontais conformam um pequeno pavilhão, que atravessa o limite virtual entre o novo e o existente.

Formas orgânicas dialogam com o caráter amorfo da luz, constituindo volumes diáfanos, que perfuram os pisos e organizam o espaço interno da nova proposta.

Transparentes e atmosféricos, esses corpos de luz trazem para dentro a presença do exterior, com todo o espectro oscilante de seus tons. De modo singular, parecem desorientar a percepção de interior e exterior, confundindo construído e não construído, e tornando latente a experiência de habitar um jardim. Um contraponto essencial para a casa ao lado – uma reforma de Ruy Ohtake dos anos 2000.

Implantação do projeto: Áustria
Desenvolvimento do projeto: Áustria

»O ambiente da Freie Mitte, com as relações extraordinárias entre pessoas, animais e plantas nesta área, assemelhava-se ao que acontece numa floresta, onde o respeito e a liberdade estão num equilíbrio delicado, e onde se cumprimentam as pessoas que se cruzam, mesmo sem conhecê-las.«

2012-2025
Durante os últimos 20 anos, o processo de sucessão natural transformou gradualmente os 30 hectares de terreno baldio da antiga estação de carga de »Nordbahnhof« numa sedutora paisagem pós-industrial, uma wilderness urbana com uma flora e fauna fascinantes, mesmo no centro da cidade. Com o tempo, as pessoas apaixonaram-se por essa fantástica »alteridade«, apropriando-se dela como seu espaço público não oficial — uma maravilhosa lacuna na cidade.

Em 2012, a cidade lançou um concurso internacional para preencher essa lacuna com meio milhão de metros quadrados de novos edifícios, principalmente habitações. A nossa proposta vencedora »descobre« a Freie Mitte, empurrando toda a massa construída para o perímetro da área, protegendo a wilderness, permitindo que ela continue a crescer e revitalizando o que já existe: um habitat público desafiador, com amplas oportunidades para pessoas, animais e plantas.

Nos anos seguintes ao concurso, a Freie Mitte funcionou como um espaço público projetivo para usos intermédios, um terreno de teste cru para novos formatos de cultura pública. A »Nordbahnhalle«, um antigo armazém industrial, tornou-se um centro sociocultural que acolhe exposições locais e internacionais, workshops, locais de trabalho e programas diversificados para residentes e visitantes. Em paralelo, uma grande equipa de promotores, responsáveis municipais, arquitetos, arquitetos paisagistas e ecologistas trabalhou no desenho dos edifícios em torno da Freie Mitte e na própria Freie Mitte.

Em 2021, os políticos da cidade inauguraram ceremonialmente a primeira parte da Freie Mitte. Após 20 anos de experimentação com recursos existentes no local, a Freie Mitte permite o regresso surpreendente do espaço público como uma promessa real, tal como originalmente idealizado pelos pioneiros do bairro. Pela primeira vez em Viena, um espaço como a Freie Mitte — com a sua ecologia transumana, o seu aspeto selvagem e a sua escala provocadora — é reconhecido como um espaço público urbano aceitável e até desejável.

À frente do seu tempo, a ideia original da Freie Mitte revelou-se cumprir os requisitos de um desenho urbano resiliente ao clima, promovendo o direito à alteridade na cidade. As realidades duras do nosso tempo transformam a alteridade da Freie Mitte num valor potencial, uma resposta possível a uma crise profunda. O facto de se lutar por uma forma mais humilde de interagir com a natureza — mesmo numa escala muito maior — ser ainda uma exceção, comprova a necessidade de projetos ambiciosos e visionários que abram caminho no desenvolvimento dos nossos futuros bairros e ambientes urbanos.

Plano de Desenvolvimento Urbano »Freie Mitte, Vielseitiger Rand«
Planeamento Urbano: StudioVlayStreeruwitz, Viena
Arquitetura Paisagista: Agence Ter, Paris/ Karlsruhe
Planeamento de Tráfego: Traffix, Viena
Cliente: Cidade de Viena, ÖBB-Immobilien (Agência Imobiliária dos Caminhos de Ferro Austríacos)

Desenho da Paisagem/ Implementação da Freie Mitte
Agence Ter em parceria com Land in Sicht

Projetos de Investigação »Mischung: Possible!« e »Mischung: Nordbahnhof«
Financiados por Klima+Energiefonds Österreich, em cooperação com TU Wien, Institut für Wohnbau (Christian Peer, Peter Fattinger) / Institut für Soziologie (Silvia Forlati), DI Andrea Mann, StudioVlayStreeruwitz, Architekturzentrum Wien, morgenjungs, Erste gemeinnützige Wohnungsgesellschaft

Fotografia da Freie Mitte
Davide Curatola Soprana

Desenhos Mágicos
Marta de las Heras Martinez

Design Gráfico da Revista
Beton.studio

Agradecimentos a todos os que nos forneceram informações valiosas, fontes e material, especialmente: Thomas Proksch, land in sicht, Agence Ter, Peter Rippl, Martin Riesing, Mara Reinsberger, Mirjam Mieschendahl, Angelika Fitz / AzW, Alexandra Madreiter / MA 21, IG Lebenswerter Nordbahnhof, GB*Stadtteilmanagment Nordbahnhof, Nordbahnhofviertel Service, Team Nordbahnhalle e todas as pessoas que fazem parte da Freie Mitte.

Implantação do projeto: Paraguai
Desenvolvimento do projeto: Paraguai

“Ser original consiste em voltar à origem.” Antonio Gaudí
Memória Técnica – Descritiva
O trecho em questão representa um caso singular na cidade de Assunção, devido à interseção gerada entre duas situações que atualmente favorecem a apropriação democrática do espaço público:

Alto fluxo de pedestres – Há grande circulação de pessoas a pé, pois a quadra abriga comércios e serviços que permanecem abertos durante grande parte do dia, todos os dias.
Presença de ciclovia – Localiza-se uma das vias troncais da rede de ciclovias da AMA (Área Metropolitana de Assunção).
A partir dessa condição, estabelecem-se critérios para o desenho de espaços públicos neste ponto da cidade, visando servir de referência para casos similares. Esses critérios abrangem conceitos viários, ambientais e de infraestrutura, para melhorar o espaço público em benefício de todos os usuários.
Considerando que a rua em questão conta com aprovação municipal para uso “exclusivo para trânsito de pedestres e ciclistas” (Res. 948/2023), o objetivo é atender às seguintes funções:

Integrar a ciclovia ao espaço para pedestres.
Mitigar a presença de águas pluviais.
Melhorar a qualidade ambiental com vegetação.
Garantir acessibilidade universal.
Garantir acesso a veículos de emergência.
Para alcançar esses objetivos, descrevem-se os elementos que compõem o espaço público: plataforma única, trecho/redutor de velocidade da ciclovia e sistema de infraestrutura verde urbana.

Plataforma Única
O objetivo principal é devolver às pessoas o espaço público, priorizando o pedestre para que exerça seus direitos de forma digna, inclusiva e segura.

Define-se um único nível contínuo e integrado de calçada e pista, unificando as esquinas com rampas de inclinação mínima de 20%. Essa superfície permite a passagem de veículos de emergência, pois não há obstáculos fixos que a impeçam.

A rua, que normalmente dedica 65% de sua largura ao tráfego de veículos e apenas 35% ao pedestre, passa a ser quase totalmente destinada ao uso das pessoas, incorporando:

Superfície podotátil (guias e alertas) e rampas de acessibilidade.
Sinalização informativa e de precaução nas esquinas.
Grelhas lineares para drenagem pluvial, substituindo sarjetas.
Espaços para uso dos frentistas.
Jardins drenantes para vegetação e controle de águas pluviais.
Berços para árvores.
Parquinhos infantis.
Bancos.
Lixeiras.
Estacionamento para bicicletas.
Estação de água.
Iluminação pública.
Reserva-se 12% para o traçado da ciclovia, cuja implantação se justifica a seguir.
Redutor de velocidade da ciclovia
Pela alta circulação e caráter de “praça” ou “jardim urbano” da quadra, os ciclistas devem reduzir a velocidade de cerca de 20 km/h para no máximo 10 km/h, podendo descer da bicicleta quando necessário.

Neste trecho da rua Alberto de Souza, a ciclovia muda de lado na pista: desde a rua Cruz del Chaco para o Oeste, fica no lado Norte; a partir da rua Defensores del Chaco, no lado Sul. Para reduzir a velocidade e suavizar a transição, propõe-se um traçado sinuoso, com sinalização prévia, que induz o ciclista a pedalar com cautela e disfarça a mudança de lado.

Essa sinuosidade rompe a direcionalidade e transforma o local em um “passagem natural”, onde a pressa cede espaço ao descanso, sem impedir a travessia.

Infraestrutura Verde Urbana – SUDS ASU1
(Sistemas Urbanos de Drenagem Sustentável)
Além de devolver o espaço ao pedestre, como propõe a “plataforma única”, busca-se devolver ao solo sua capacidade de harmonia com as pessoas. As estratégias incluem:

Redução da temperatura ambiente por meio da diminuição de superfícies asfaltadas ou cimentadas e aumento de áreas verdes ou menos reflexivas.
Superfícies altamente permeáveis, permitindo infiltração de água e desenvolvimento da vegetação.
Implantação de jardins drenantes distribuídos ao longo da quadra, cada um com cerca de 10 m², mediante remoção do asfalto e escavação de 1,50 m, preenchida com material pétreo para infiltração controlada, protegida por manta drenante e paredes cribadas (tipo poço de infiltração).

Implantação do projeto: México
Desenvolvimento do projeto: México

Dentro do Campus da Universidade Anáhuac Mayab, como parte do crescimento e atualização educacional e tecnológica, são criados o Laboratório de Inovação e a ampliação do prédio de salas de aula da Escola de Arquitetura e Design.

Esses espaços são criados como extensão da Divisão de Engenharia e Design, integrando-se às salas de aula existentes, que se transformarão em salas mais abertas e dinâmicas.

A extensão do Laboratório de Inovação é planejada paralelamente ao prédio existente, gerando uma nova fachada que dá continuidade ao percurso existente marcado pelas passarelas dos prédios do campus.

O projeto de ampliação segue esse mesmo princípio de prédios lineares orientados corretamente, onde se busca captar a luz uniforme do norte e bloquear e proteger-se da insolação do sul.

Um grande espaço gera e articula esta extensão. A extensão é este novo espaço aberto e amplo. Um espaço onde as atividades comuns e de estudo são realizadas livremente. Um sistema de co-work, co-study, co-learn, onde o espaço flui de maneira livre, as atividades se entrelaçam, as ações no espaço são sugeridas. São ações no espaço, que podem ser previstas, mas também podem ser propostas, ou permitir outras para produzir atividades diversas e inclusive diferentes exposições, eventos, celebrações. Um espaço dinâmico, inovador.

Este grande espaço é resolvido por meio do manejo da luz. Uma série de peças pré-fabricadas permitem a passagem da luz e geram uma escala e um tratamento rítmico ascendente. Assume a escala do prédio existente e se desdobra em direção ao jardim de acesso. Um gesto de continuidade com os prédios existentes do Campus, todas alusões à arquitetura pré-colombiana.

Na Ampliação da Escola de Arquitetura, é projetada sobre o prédio existente de dois pisos, criando o terceiro piso para as oficinas abertas e gerando um novo envoltório para todo o prédio existente que gera e articula, ao longo de todo o envoltório que termina em uma grande treliça inclinada para o oeste. É um espaço onde as atividades comuns e de estudo são realizadas livremente, onde o espaço flui, permitindo atividades diversas.

Atualmente, o conceito de salas de aula mudou, e mais ainda no que se refere ao ensino do design, com maior participação e interação de alunos, professores e consultores.

O grande espaço é resolvido por meio de consoles inclinados atravessados por quebra-sóis que permitem a passagem da luz e bloqueiam a passagem do sol. Redefine a escala do prédio existente e o envolve, gerando o terceiro piso, aberto, livre, flexível. Um espaço contínuo com multiplicidade de usos, desde oficinas de desenho até espaços de exposição.

O tratamento formal é uma resposta à linguagem que vem sendo gerada durante 40 anos nos prédios do Campus.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Em breve

Implantação do projeto: Alemanha
Desenvolvimento do projeto: Alemanha

Edifício de Escritórios ATREEUM – Um oásis de trabalho no distrito de Ostend, em Frankfurt
O edifício de escritórios Atreeum, na Hanauer Landstrasse, em Frankfurt, está localizado em uma área comercial histórica com um adensamento em quarteirão perimetral típico de edifícios de tijolos aparentes. O objetivo é que o novo edifício de escritórios surja de seu entorno, integrando-se contextualmente e, ao mesmo tempo, criando um ambiente de trabalho sustentável e futuro-proof por meio de uma nova estrutura que integra a natureza ao espaço de vida e trabalho.

As diferentes alturas existentes dos edifícios do entorno são incorporadas por meio de alturas escalonadas diferenciadas. Isso confere à estrutura escultural um desenvolvimento de altura em degraus que cria pontos urbanos altos nos cantos e, simultaneamente, permite uma iluminação otimizada dos pátios. Estes pátios são conectados ao espaço urbano por grandes passagens de dois pavimentos.

A pele externa do Atreeum consiste em uma fachada de clinker com uma estrutura de aberturas minimalista que envolve e protege o edifício. No interior, o volume dissolve-se em camadas horizontais. A fachada é envidraçada e inúmeras varandas e terraços são orientados para os espaços verdes internos, permitindo o uso dessas áreas paisagísticas ajardinadas.

Neste sentido, estes pátios verdes internos, varandas e terraços formam o coração significativo do edifício. Os terraços oferecem áreas especiais de recreação com pavilhões e espaços de trabalho rodeados por vegetação.

A natureza como material de construção transforma mesmo um projeto de construção cotidiano (neste caso, um edifício de escritórios) em um local primariamente industrial e comercial em um oásis verde onde as pessoas podem trabalhar. O Atreeum mescla um cenário urbano denso com uma interpretação inovadora de tipologias tradicionais.

A emocionante tensão entre o envelope protetor compacto e o mundo verde interior, que traz à mente associações com as casas de átrio da Roma Antiga e os riads marroquinos, liga crucialmente os dois polos da civilização e do meio ambiente.

Os pátios verdes, varandas e terraços criam um microclima ambiente otimizado no interior do edifício e oferecem um grande potencial para a retenção e armazenamento de água. Ao mesmo tempo, esta estrutura espacial proporciona inúmeras oportunidades para encontros sociais e novos mundos de trabalho.
Desta forma, este edifício pode fazer uma contribuição para a arquitetura sustentável. O resultado é um oásis de trabalho verde em um contexto urbano.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O Programa Mananciais é uma política pública de urbanização integrada voltada às áreas de mananciais de São Paulo, com foco nas bacias hidrográficas da Guarapiranga e Billings. Sua origem remonta à década de 1990, quando foi criado o Programa Guarapiranga, um marco pioneiro de intervenção socioambiental na cidade. Ao longo de três décadas, a iniciativa evoluiu para abarcar novos territórios e metodologias, consolidando-se como referência na conciliação entre urbanização e preservação ambiental.

Idealizado por Elisabete França, arquiteta e urbanista reconhecida por sua atuação em políticas habitacionais e de requalificação urbana, o Programa ganhou, em 2021, uma nova estrutura institucional com a criação da Secretaria Executiva do Programa Mananciais. Elisabete foi a primeira secretária executiva (2021–2024), liderando a retomada da Fase 3 e estruturando a atuação integrada entre diferentes áreas da Prefeitura. A partir de 2024, a gestão passou a ser conduzida por Maria Teresa Fedeli, que mantém a estratégia de atuação intersetorial e reforça a dimensão social e comunitária do Programa.

A Secretaria Executiva conta com uma equipe multidisciplinar, majoritariamente composta por mulheres jovens, que atuam diretamente no planejamento, na coordenação e no acompanhamento das obras. Essa composição imprime ao Programa uma perspectiva inovadora, sensível às questões de gênero, inclusão social e equidade territorial.

A estratégia da Fase 3 combina obras de saneamento, drenagem, contenção, pavimentação e habitação, com ações sociais, culturais e ambientais que fortalecem a resiliência urbana e a justiça climática. Um dos diferenciais é a adoção de Soluções Baseadas na Natureza como jardins de chuva, biovaletas, lagoas de retenção e parques fluviais, que integram drenagem urbana e preservação ambiental ao desenho da cidade.

O Programa também promove a implantação de equipamentos públicos – Unidades Básicas de Saúde, Centros de Educação Infantil, Espaços TEIA, bibliotecas, áreas esportivas e culturais –, articulando parcerias intersetoriais com diferentes secretarias. Essas estruturas funcionam como âncoras sociais, aproximando serviços essenciais da população e fortalecendo vínculos comunitários.

A participação social é eixo estruturante: oficinas, escutas, plantios coletivos e atividades culturais aproximam moradores do processo de transformação urbana, estimulando o pertencimento e a corresponsabilidade pelo território. Experiências emblemáticas, como a urbanização do Jardim da União, demonstram como o conjunto das intervenções pode promover dignidade, integração e novas oportunidades para comunidades historicamente vulnerabilizadas.

Mais do que obras, a Fase 3 representa um pacto urbano e ambiental que reconhece a interdependência entre cidade e natureza. Ao promover intervenções integradas e sustentáveis, o Programa reforça que a urbanização de qualidade é também uma estratégia de proteção dos mananciais, de redução das desigualdades e de fortalecimento da resiliência climática.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Este projeto foi desenvolvido para as Amélias da Amazônia. Essa comunidade trabalha com a extração de andiroba e especiarias amazônicas, e está localizada na Floresta Nacional do Tapajós – FLONA, no estado do Pará, e recebeu esse nome com o intuito de ressignificar “as mulheres Amélias”, que no século passado era nome dado as mulheres que se dedicavam exclusivamente a cuidar do lar. Desta forma, as Amélias da Amazônia representam o empreendedorismo e protagonismo das mulheres amazônidas. Desenvolvido em parceria pelos arquitetos Tales e Taís kamel, do escritório Kamel Arquitetura e o arquiteto Matheus Vieira. Ele está localizado na Floresta Nacional do Tapajós, no coração da Amazônia e une arquitetura contemporânea, sustentabilidade e inovação, criando um laboratório em harmonia com a floresta. A ideia partiu de um projeto de arquitetura contemporânea amazônica, onde utilizamos como material norteador a madeira, de fácil acesso na região e onde poderíamos trabalhar com mão de obra e métodos construtivos tradicionais da floresta traduzindo uma arquitetura vernacular com construção de baixo carbono, adaptada ao clima local, quente e úmido da Amazônia. Por meio do uso de elementos de sombreamento, ricos em detalhes característicos da arquitetura local, o projeto ressalta a importância do conhecimento dos povos tradicionais. O projeto fortalece as comunidades locais, promovendo desenvolvimento uma bioeconomia sustentável, enaltecendo a riqueza da arquitetura amazônica contemporânea, em harmonia e respeito a natureza. A floresta resiste, a floresta pulsa, a floresta vive.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Formado em 2008, o Grupo ][ Fresta é formado por quatro arquitetos e uma socióloga [Anita Freire, Carolina Sacconi, Luan Carone ,Otávio Sasseron e Tais Freire], atuando em projetos arquitetônicos e socioculturais. O produto final é a arquitetura e, para esta materializar- se, há sempre um trabalho interdisciplinar de investigação e envolvimento por meio de processos participativos com a comunidade local para qual o projeto será destinado. Assim como nos projetos desenvolvidos para as comunidades de Heliópolis (SP), do Rio Pequeno (SP), dos povos Guarani e Tupi da TI Tenondé Porã (SP), da TI Tupiniquim Guarani (ES), das comunidades pesqueiras da RESEX Canavieiras (BA), de Novo Airão (AM) ou de Marujá, Ilha do Cardoso (SP), o Grupo Fresta busca um novo olhar sobre o existente, busca canalizar a potencialidade de seu contexto para então concretizar na arquitetura aquela matéria-prima inicial: a identidade de seu lugar e de seus habitantes, e assim revelar e formalizar sua cultura em edificações.

Os projetos na Terra Indígena Tupiniquim Guarani, no município de Aracruz, ao norte do estado do Espírito Santo, foram elaborados a partir de um trabalho de consultoria técnica e projetos de arquitetura, elaborado no âmbito de um Plano Básico Ambiental.
A partir de processos participativos realizados em sete aldeias indígenas, três da etnia Tupiniquim e quatro da etnia Guarani Mbya, compactuou-se como seriam os programas para o desenvolvimento dos projetos de arquitetura. Buscou-se, nesse momento, uma melhor compreensão da arquitetura e da cultura de cada comunidade, buscando compreender em campo, as formas de habitar, os usos, as necessidades e o contexto social e ambiental como um todo.

Desta forma, a partir da realização das oficinas participativas, foram elaborados quatro projetos para o povo Guarani: alojamentos na aldeia Piraqueaçu, uma cozinha comunitária na aldeia Olho D’Água, um centro comunitário na aldeia Três Palmeiras, uma farmácia natural na aldeia Boa Esperança, e quatro projetos para o povo Tupiniquim: uma cozinha industrial na aldeia Areal, uma cozinha industrial na aldeia Irajá e, por fim, uma casa de mulheres e um galpão agrícola na aldeia Pau Brasil. Importante ressaltar que nestes projetos, os materiais, os usos, as necessidades e eventualmente as formas e distribuições espaciais foram discutidas e decididas pelos próprios indígenas.

O objetivo buscado com os projetos foi propor construções que atendessem aos usos propostos e respeitassem a cultura de cada comunidade. O uso de técnicas e materiais tradicionais, assim como o baixo custo das construções e da manutenção dos edifícios foram também preocupação constante do desenvolvimento dos projetos. Todas as construções adotaram sistemas construtivos sustentáveis de baixo impacto ambiental e tiveram como premissa a utilização de sistemas ecológicos de tratamento de esgoto (círculo de bananeira para águas cinzas e bacias de evapotranspiração para águas negras).

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O Distrito de Inovação Itaqui é um empreendimento que alia inovação, educação e empreendedorismo à preservação ambiental. Diferente de um distrito urbano tradicional, o projeto se ancora na natureza exuberante da região: rios, matas e fauna são protagonistas, mais que cenário. Cerca de 90% da área total será preservada, criando um espaço em que a paisagem natural não apenas molda o ambiente, mas também fundamenta a ética do ensino, da pesquisa e dos negócios.

Implantado nas franjas do terreno, o conjunto arquitetônico foi pensado para minimizar impactos e permitir a regeneração da mata nativa. Essa estratégia garante ao mesmo tempo integração com o entorno urbano e acesso funcional às cidades vizinhas, sem comprometer a área de preservação. A circulação entre os blocos se dá por vias externas, reduzindo a pressão sobre os ecossistemas internos.

O programa do distrito se organiza em três grandes eixos: Núcleo Acadêmico e Negócios, voltado à formação acadêmica, pesquisa e moradia estudantil; Núcleo de Hospitalidade, com espaços de formação, hospedagem e convívio; e Núcleo Liderança e Negócios, dedicado ao empreendedorismo, inovação tecnológica e incubação de novas empresas. Além desses núcleos, o projeto contempla áreas comuns de apoio, como biblioteca, laboratórios, restaurantes e espaços de convivência.

As edificações foram concebidas respeitando a topografia e adotando soluções sustentáveis. Os volumes são implantados de forma horizontal, aproveitando clareiras existentes e evitando construções verticalizadas complexas. Terraços, beirais e áreas abertas garantem conforto térmico, integração com a paisagem e espaços de socialização. As moradias, distribuídas de forma estratégica, se relacionam diretamente com a mata, criando uma experiência imersiva para estudantes, pesquisadores e empreendedores.

A mobilidade entre blocos privilegia modos sustentáveis e de baixo impacto: ciclovias, passarelas sombreadas, patinetes elétricos e , além de percursos adaptados à declividade. Essa infraestrutura garante acessibilidade, segurança e eficiência no deslocamento cotidiano.

Mais do que um espaço físico, o Itaqui se propõe a ser um modelo de futuro. O masterplan reflete um compromisso ético com a inclusão social e a responsabilidade ambiental, promovendo um ambiente onde inovação, educação e sustentabilidade caminham juntas. O distrito nasce como um polo capaz de gerar conhecimento, lideranças e soluções para desafios contemporâneos, plantando a semente de um mundo mais integrado entre natureza, sociedade e tecnologia.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O Nova Eldorado nasce em um território singular, situado em área de banhado entre as bacias hidrográficas do Baixo Jacuí e do Lago Guaíba, no ponto de transição entre os biomas Pampa e Mata Atlântica. O terreno, de relevo plano e histórico de rizicultura, exige soluções inteligentes para drenagem e manejo das águas pluviais. Nesse contexto, a gestão hídrica se torna elemento estruturador, orientando diretrizes de desenvolvimento e ocupação.

Mais que um empreendimento urbano, trata-se de um bairro planejado com foco em sustentabilidade, qualidade de vida e integração entre cidade e natureza. Por meio de soluções baseadas na natureza, infraestrutura, comunidades e ciclos naturais são conectados de forma a valorizar o ecossistema local e potencializar sua resiliência.

O projeto urbanístico, desenvolvido pela Area Urbanismo, e as soluções urbanas de drenagem, elaboradas pela Geasa Engenharia, traduzem essa visão em um plano integrado, no qual o projeto de paisagismo e desenho urbano, assinado pela PLANTAR, desempenha papel central: organiza espaços públicos, costura áreas verdes e corredores ecológicos, transforma a água em protagonista e cria ambientes que incentivam mobilidade ativa, uso coletivo e convivência.

O grande parque central, implantado às margens dos lagos de amortecimento no coração do bairro, alia função ambiental à valorização da paisagem natural, tornando-se eixo estruturador de fluxos, atividades e encontros. Com programas que animam o cotidiano — feiras, eventos comunitários, espaços esportivos e áreas de convivência —, o parque se consolida como ponto de encontro e pulsação urbana do Nova Eldorado, promovendo bem-estar, interação social e contato com a natureza.

As villas, dispostas perpendicularmente ao parque, estabelecem transições suaves na paisagem, abrigam usos específicos e reforçam a presença da urbanidade. Suas paletas cromáticas, inspiradas na floração local, e o mobiliário urbano contribuem para criar marcos afetivos, fortalecendo o vínculo entre moradores e território.

Empreendimento da ABC & Embralot, o Nova Eldorado conta com a concepção de paisagismo e desenho urbano da PLANTAR, estúdio especializado em projetar e qualificar territórios, atuando na intersecção entre paisagem, cidade, arquitetura e design. Fundada em 2016 pelos arquitetos Luciana Pitombo e Felipe Stracci, a PLANTAR alia percepção sensível, visão multidisciplinar e rigor técnico para articular agentes, sistemas e saberes, propondo soluções que fortalecem relações, qualificam espaços e transformam realidades.

Com expertise em múltiplas escalas — do mobiliário e jardins a bairros, parques e áreas urbanas complexas — o estúdio oferece entrega full service para áreas externas, incluindo estudos de viabilidade, planos de negócios e gestão operacional, com domínio de ponta a ponta, da consultoria e estruturação à implantação e operação.

Seu propósito é criar lugares que conectem pessoas à natureza, aos outros e a si mesmas, gerando valor social, ambiental, econômico e cultural. Em todo o território nacional, a PLANTAR já estruturou mais de 60 projetos de concessões e PPPs para parques e ativos de uso público, além de empreendimentos privados em diversas tipologias e segmentos, sempre com foco em sustentabilidade, inovação e conexão entre natureza e urbanidade.

Implantação do projeto: China
Desenvolvimento do projeto: China

A urbanização acelerada é, sem dúvida, uma espada de dois gumes. Embora traga dividendos econômicos e demográficos, o ritmo excessivo de desenvolvimento espacial e crescimento populacional tem levado a graves carências de terra. O aumento da população sobrecarregou a infraestrutura pública e os sistemas de apoio, criando desequilíbrios significativos. Questões como escassez de energia e água, juntamente com uma capacidade ambiental sobrecarregada, impactam diretamente a qualidade de vida pública e o futuro sustentável da cidade.

Esta exposição apresenta 5 projetos de design representativos e orientados por pesquisa da NODE Architecture & Urbanism ao longo dos últimos anos em Shenzhen. O objetivo é fornecer uma visão abrangente da prática criativa “não típica” da NODE na renovação urbana e na publicização da infraestrutura, enfatizando a exploração ontológica da arquitetura. Além disso, a exposição inclui um projeto de pesquisa do Greater Bay Area Innovation Design Lab intitulado “Água e Urbanização: O Caso de Shenzhen”, que aborda questões relacionadas a terra, infraestrutura hídrica e a interconexão de espaços públicos. Este projeto oferece tanto uma reflexão sistemática sobre ambientes hídricos em escalas regional e urbana quanto perspectivas de design para futuras soluções de crises relacionadas.

Doreen Heng LIU, Fundadora e principal da NODE Architecture & Urbanism (NODE), Arquitetura Chartered pelo Royal Institute of British Architects (RIBA); Doutora em Design pela Universidade de Harvard; Membro da Sociedade de Arquitetura da China. LIU e seu estúdio NODE estão sediados em Shenzhen e Hong Kong, realizando práticas diversificadas de arquitetura e design urbano na PRD e em uma região mais ampla há anos. Desde setembro de 2020, foi nomeada Professora Catedrática na Escola de Arquitetura e Planejamento Urbano da Universidade de Shenzhen e Diretora do Greater Bay Area Innovation Design Lab.

A NODE Architecture & Urbanism foi estabelecida em 2004. Como um dos escritórios independentes de arquitetura mais influentes do sul da China, tem recebido ampla atenção no país e no exterior. Com foco no espaço urbano e na vida pública, insistindo na pesquisa e prática ontológica, perseguindo a inovação com base em um pragmatismo rigoroso, explorando a lógica própria dos conceitos arquitetônicos em relação à abertura e compatibilidade. Por meio da interação e estímulo interdisciplinares, o estúdio mantém sua natureza prospectiva e experimental na prática de design arquitetônico.

A Shenzhen University The Greater Bay Area Innovation Design Lab foi oficialmente estabelecida em 2021. Fundada por Doreen Heng Liu, o laboratório é um pioneiro em pesquisa e design na atual GBA e na urbanização global. Por meio de métodos de pesquisa orientados ao design e abordagem interdisciplinar, combinando ensino, exposição, publicação, conferências acadêmicas, prática de design experimental e pesquisa & desenvolvimento, o GBA Lab dedica-se à integração transversal e à exploração de soluções inovadoras centradas no ser humano para problemas espaciais urbanos e rurais contemporâneos.

Equipe do Projeto: NODE Architecture & Urbanism
1 Eclusa do Rio Yong-chong: Doreen Heng Liu, Jiebin Huang, Youzhi Wang
2 Paisagem KU: Memórias no Terreno: Doreen Heng Liu, Yijuan Wu, Liu Yang, Zanning Huang, Zhang Shihan, Xu Jingyue, Ruan Yiling, Ni Xiaoyi, Peng Ziqi (Estagiário)
3 Base de Cultura da Água de Lótus de Shenzhen: Doreen Heng Liu, Jiebin Huang, Zanning Huang, Liu Yang, Xu Jingyue, Lin Xiaohong, Huang Junhao, Yang Jiahui, Xu Zhibo, Lu Qingsong, Zhou Yupeng
Estagiários: Lu Weimin, Zeng Shuya, Wang Manzhi, Tang Yueyu, Li Xin, Tian Haoyuan
4 Ponte Pedestre da Escola Secundária de Pingshan: Doreen Heng Liu, Jiebin Huang, Yijuan Wu, Zhang Shihan
5 Terraço de Pingshan: Doreen Heng Liu, Jiebin Huang, Zhang Shihan, Lian Chen, Lu Qingsong, Chang Xueshi (Estagiário)

Equipe de Pesquisa: GBA Lab – The Greater Bay Area Innovation Design Lab, Shenzhen University
Diretora: Doreen Heng Liu
Si Liu, Yu Yan, Haoyang Wu
Equipe de Pesquisa e Cenários: Fanrui Cheng, Weixin Chen, Junhao Zhang, Juncheng Zou, Yongkang Peng

Implantação do projeto: México
Desenvolvimento do projeto: México

O projeto consiste em um grande telhado em dente de serra que abriga uma quadra, ginásio e serviços coletivos, tornando-se a peça central do complexo esportivo. Do lado de fora, uma série de campos de futebol e quadras de basquete, além de uma pista de atletismo, skatepark e parquinhos, criam uma infraestrutura de qualidade que permite aos residentes expandir suas oportunidades e, assim, reduzir o deslocamento. O edifício consiste em duas partes: uma cobertura metálica leve que permite a entrada de luz e ar natural, e um piso térreo com escadas de concreto, passarelas e paredes de tijolos que abrigam serviços coletivos. Projetado sob as considerações de um clima extremo em uma área desértica, cria espaços abertos que, além de permitir iluminação e ventilação naturais em todas as áreas, proporcionam um local seguro para os usuários realizarem diversas atividades físicas. O uso de materiais simples enfatiza a baixa manutenção e alta durabilidade, gerando ao mesmo tempo várias texturas e dando um senso de identidade. O edifício permanece aberto em todos os momentos e incentiva várias formas de conectar instalações esportivas, zonas de lazer circundantes e serviços comunitários. Como parte do Programa de Melhoria Urbana do Governo Federal (SEDATU), juntamente com os outros seis projetos que Fernanda construiu nas cidades fronteiriças de Sonora, este projeto fortalece o senso de pertencimento entre os habitantes. As paredes de tijolos aparentes e os materiais expostos estabelecem um diálogo entre a arquitetura e a paisagem, deixando à comunidade local um terreno fértil para um projeto em andamento, aberto à contínua transformação e à participação coletiva.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A Pedra de Xangô, formação rochosa com 27 m de diâmetro e 15 m de altura localizada na periferia de Salvador, Bahia/Brasil, possui um forte caráter mítico e histórico. Segundo relatos orais, negros escravizados, ao fugirem, passavam por sua fenda e desapareciam. Símbolo de resistência reconhecido como “Altar de Xangô”, a pedra é um monumento sagrado para religiões de matriz africana e foi tombada pelo município em 2017, após mobilização social. Inserida numa área de proteção ambiental, constitui-se num elemento central da APA Assis Valente e originou a criação do Parque da Pedra de Xangô, com 4,46 ha, primeiro do Brasil a receber o nome de um Orixá.

Elaborado em 2018 pela FFA Arquitetura e Urbanismo para Fundação Mário Leal Ferreira (Prefeitura Municipal de Salvador), através de um processo participativo envolvendo órgãos públicos, comunidades e terreiros do entorno, o projeto reafirma o simbolismo cultural e religioso do local, integrando natureza e espaço construído. Entre as ameaças identificadas estavam o impacto da Av. Assis Valente e a pressão de ocupação sobre a mata. Como resposta, propôs-se um desvio viário, criando uma zona de amortecimento e uma bacia de retenção associada às lendas locais, além de uma via de monitoramento ambiental para proteção da vegetação.

O partido urbanístico foi estruturado em três camadas: vivência (caminhos e espaços de convergência da cultura afro-brasileira), memória (suporte à memória afro, integrando pedra, água e vegetação) e intimidade (trilhas estreitas na mata, para experiências mais recolhidas). O programa incluiu um edifício de apoio com auditório, espaço para memorial das nações do candomblé e espaços administrativos e de manutenção, sendo articulado por uma parede de taipa de pilão que resgata técnicas tradicionais.

A implantação respeitou a topografia, ocupando área previamente desmatada, e fomentou uma simbiose entre o edificado e ambiente natural. O edifício apresenta cobertura verde ajardinada, ventilação cruzada, aproveitamento de água da chuva e energia solar. Os materiais utilizados — terra estabilizada, tijolo ecológico, madeira, pedra natural e aço corten — asseguram baixo impacto ambiental e alto desempenho termoacústico. O paisagismo destacou espécies sagradas, reforçando a integração com a natureza e o caráter religioso do parque.

Para a realização do projeto, em especial pela adoção de técnicas de bioconstrução numa obra pública, foi fundamental o apoio das equipes dirigente e técnica da Fundação Mário Leal Ferreira e uma consultoria especializada acadêmica. A intensa participação das comunidades de matriz africana garantiu a expressão do simbolismo da pedra, da terra crua e da vegetação enquanto moldura primordial. Inaugurado em maio de 2022, o Parque da Pedra de Xangô configura-se, assim, como um espaço emblemático de resistência cultural e integração ambiental, contribuindo para o enfrentamento das mudanças climáticas e para o fortalecimento da identidade afro-brasileira em Salvador.

Implantação do projeto: EUA
Desenvolvimento do projeto: EUA

“Wasted No More” é uma residência desértica autossustentável em Pioneertown, Califórnia, que prioriza a recuperação de resíduos da construção através do uso de Blocos “Resíduo” — comumente conhecidos como bin blocks ou blocos de concreto de contenção. Estes blocos de 1,8 x 0,6 x 0,6 m são formados a partir do excesso da construção convencional, utilizando concreto que sobra nos caminhões após a concretagem para outras edificações. Esta abordagem oferece um protótipo economicamente viável e ecologicamente consciente que encontra valor duradouro nos remanescentes negligenciados da construção. A massa térmica dos blocos massivos amortece os extremos de temperatura do deserto, enquanto a orientação e a forma escalonada da edificação mitigam naturalmente o ganho de calor solar, convidando a iluminação natural e a ventilação cruzada. Alimentada por energia solar e extraindo água de um poço existente, “Wasted No More” minimiza sua pegada ambiental na paisagem do deserto alto da Califórnia.

O projeto é fruto da parceria entre os premiados escritórios de arquitetura e pesquisa Mutuo e There There, ambos sediados em Los Angeles. A colaboração nasceu da paixão compartilhada por projetos feitos a partir de resíduos. Numa visita a uma usina de reciclagem, os estúdios descobriram os Blocos “Resíduo”, que se tornaram a base para uma arquitetura de reaproveitamento, buscando dar novo significado a materiais e métodos negligenciados.

Mutuo, premiado escritório de design e pesquisa em Los Angeles, foi fundado em 2014 pelos imigrantes Fernanda Oppermann e Jose Herrasti. Desde o início, ambos exploram o extraordinário no uso de materiais e métodos ordinários e buscam criar impacto significativo através da arquitetura. Para ampliar o alcance do Mutuo, suas pesquisas desenvolvem sistemas de construção “affordable-by-design” (acessível por design) que visam simplificar o processo de construção com soluções mais rápidas e econômicas para habitação. Seu design é enraizado em ouvir as histórias das pessoas, buscando colaborações com comunidades que, como eles, navegam por identidades de “aqui” e “lá” todos os dias.

There There é um premiado escritório de arquitetura fundado em Los Angeles em 2022, que desafia ideias convencionais através de design e pesquisa. Adotando uma abordagem radical de “tabula-NON-rasa”, o estúdio desenterra camadas de informação físicas e intangíveis, presentes e passadas, que dão significado aos lugares. Seu trabalho experimental inclui projetos na Califórnia, México e Europa, além de propostas de desenho urbano reconhecidas. Todos os seus projetos têm o objetivo de criar experiências significativas e materializar imaginários alternativos.

Implantação do projeto: Argentina
Desenvolvimento do projeto: Argentina

vbrügg é a firma do arquiteto Valentín Brügger, nascido em Córdoba e graduado na FAUD-UNC. É um espaço pessoal de produção, experimentação, aprendizagem e comunicação arquitetônica e artística, onde trabalha de forma individual ou coletiva.

A Casa Lelis está localizada em Los Reartes, uma comunidade nas montanhas de Córdoba, Argentina, onde a arquitetura tradicional é caracterizada por paredes de pedra e telhados leves feitos de gravetos e chapas metálicas. Nesse contexto, o projeto respeita a tecnologia local e sintetiza sua materialidade em elementos de concreto e brancos. Em um terreno de 10 x 30, a casa de 8 x 12 é organizada em faixas longitudinais que definem as áreas do térreo: serviço, sala de estar e galeria, sobre as quais os quartos no andar superior são sobrepostos perpendicularmente.

Ao sul, encontra-se o módulo de serviço construído em concreto ciclópico e de escala contida. Ele possui pedras na fachada que continuam em direção ao interior nas áreas quentes, em frente à cozinha, no centro da lareira e na parte de trás da churrasqueira. Este volume sólido tem duas perfurações irregulares e facetadas, como se fossem grandes pedras extraídas. Uma na parte posterior, que cria uma pequena varanda em direção ao jardim e a outra é um espelho que reflete uma porção da paisagem montanhosa na composição da fachada e permite observar o movimento da cidade a partir da cozinha.

Na escada, o concreto transborda em direção à sala de estar com seus primeiros degraus, que emergem do chão e se elevam como uma leve estrutura de chapa metálica branca dobrada a qual flutua entre as paredes de concreto. Ao norte, estão os outros dois módulos destinados a espaços sociais, de tecnologia tectônica e industrial, e de unidade material através do acabamento branco.

A estrutura é composta por uma armação metálica disposta a cada quatro metros, proporcionando sustentação ao telhado. Este, por sua vez, é construído com gravetos redondos, revestido internamente com tábuas de madeira e externamente com chapas metálicas onduladas. Essa leveza permite que o espaço interior flua, integrando a sala de estar com a galeria. O andar superior tem vista tanto para o pátio quanto para a sala de jantar.

Por fim, a casa é envolta por um sistema de fechamentos móveis que cria e qualifica um espaço intermediário. As diversas configurações de abertura regulam a entrada de luz, definindo a atmosfera interna. Assim, o envoltório se torna mutável, sensível ao ambiente e ao uso. Como se trata de uma casa para finais de semana, ela permanece fechada na maior parte do tempo, ressaltando sua síntese formal.
Detalhes como a maçaneta da entrada composta por quatro pedras de Micosa Branca, um degrau de pedra do campo suspenso na varanda, as mudanças intencionais de escala e uma linha envidraçada ao longo da casa, que separa o branco da base de concreto, visam reforçar a evidente dualidade entre solidez e leveza da obra.

Com uma abertura cuidadosamente direcionada para a paisagem montanhosa, a casa se integra harmoniosamente ao ambiente. Além disso, a sobreposição de diferentes técnicas construtivas reforça o diálogo entre o essencial, o duradouro e o etéreo.

Implantação do projeto: Itália
Desenvolvimento do projeto: Itália, França

A sede do ISTAT é um projeto fundamentado em escolhas éticas, estratégicas, econômicas e funcionais, com foco na eficiência do espaço e dos recursos. Ao otimizar o projeto, reduz os custos de construção em aproximadamente 6,5 milhões de euros em comparação com o orçamento do concurso, assegurando, no entanto, alto desempenho, longa durabilidade e uma imagem institucional representativa. O edifício é um volume em forma de L de 38.000 m² projetado para acomodar 2.000 usuários, inserido em um parque público de 8.100 m² que inclui um espelho d’água e percursos esportivos. O travertino local, aplicado como brise-soleil nas fachadas sul, leste e oeste e como revestimento ventilado ao norte, dialoga com a luz natural e evoca a memória coletiva de Roma. A planta otimizada do edifício minimiza a área útil e os custos, permitindo o reinvestimento das economias em medidas avançadas de eficiência energética e ambiental, incluindo envoltórias ventiladas, vidros fotocrômicos e fotovoltaicos, átrios bioclimáticos, sistemas de captação de água da chuva e coberturas verdes. Os interiores são flexíveis, cheios de luz natural e promovem o bem-estar organizacional, oferecendo vistas desimpedidas para a vegetação e numerosas áreas comuns. Átrios e varandas ajardinadas criam espaços convidativos de break-out, melhorando o conforto térmico e a qualidade do ar interior. Além da excelência funcional, o projeto contribui para a cidade com uma generosa paisagem: um bosque público de pinheiros-marítimos implantado em um terreno suavemente ondulado, fresco e abrigado, proporcionando um valor ambiental e social duradouro para o contexto urbano.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Em breve

Implantação do projeto: Brasil, Bolívia
Desenvolvimento do projeto: Brasil, Bolívia

Forest Gens é um projeto de cartografia crítica que revela a extensão das transformações antropogênicas na Amazônia. Utilizando técnicas avançadas de mapeamento no contexto amazônico, o projeto torna visíveis as múltiplas camadas que compõem a região. Desde a pegada das sociedades atuais até manipulações territoriais que datam de séculos atrás, o mapeamento apresenta a Amazônia como uma paisagem complexa e moldada pelo ser humano, e não como uma floresta homogênea e intocada.

O trabalho retrata o território amazônico em múltiplas escalas, destacando como a interação entre a geografia e as intervenções humanas — passadas e presentes — permite desenvolver hipóteses sobre a ocupação da região. O foco em dados recentes obtidos por imagens de sensoriamento remoto na região de Cotoca, na Bolívia, revela vestígios arqueológicos de antigas formas de urbanismo tropical de baixa densidade. Da mesma forma, um sistema de sítios interconectados de terras pretas de índio — resíduos orgânicos da ocupação humana usados para estimar o tamanho e a duração dos assentamentos antigos — sugere uma manipulação prolongada do ambiente amazônico por sociedades humanas.

Em conjunto, essas visualizações contribuem para ampliar a consciência sobre os rastros que nossas formas de nos relacionar com essa paisagem deixaram ao longo da história, alterando profundamente os limites entre natureza e sociedade nesse ambiente. Espera-se que o trabalho contribua para o crescente debate sobre como nossas sociedades podem reinventar a relação entre urbanização e preservação da natureza, e imaginar futuros radicalmente novos — e menos antropocêntricos — para a Amazônia.

Autoria
Concepção: POLES | Political Ecology of Space
Colaboração: AO | Architects Office
Equipe:
Gabriel Kozlowski (Direção)
Miguel Darcy
Carol Passos
Thiago Engers
Chiara Scotoni
Pesquisa Arqueológica na Bolívia (Direção):
Heiko Prümers
Carla Jaimes Betancourt

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Habitar a Paisagem – Um sistema modular para construção de baixo impacto em ambientes remotos

Contexto e Conceito
A Cabana Zero é o protótipo de uma série de 11 abrigos concebidos para um retiro espiritual inspirado nas tradições indígenas da Amazônia peruana. A proposta busca simplicidade, baixo impacto e uma conexão direta entre espaço construído e natureza. Localizada na região serrana do Rio de Janeiro, articula um espaço interno compacto e um banheiro seco, ambos revestidos em madeira natural, destinados ao recolhimento individual. Em contraste, a varanda em madeira escurecida enquadra a paisagem e intensifica a imersão na mata.

Projeto e Construção
A estrutura apoia-se em seis pilares de madeira de 10×10 cm, remetendo à esbeltez dos troncos vizinhos. Vigas longitudinais e transversais, espaçadas a cada 1,20 m, definem o módulo cúbico de 2,40 m do espaço interno. Parte significativa da madeira foi reaproveitada de uma construção pré-existente no terreno, reduzindo impacto ambiental e conectando o projeto à história local. O fechamento possui isolamento em fibra de PET, e uma cobertura secundária cria uma camada de ar que reduz a carga térmica. Elevada do solo, a estrutura utiliza conexões metálicas aparafusadas e sapatas de concreto, facilitando a montagem, a desmontagem e a mínima interferência no terreno.

Autonomia e Ecologia
A cabana opera off-grid: não possui eletricidade; os resíduos são tratados por banheiros compostáveis e as águas cinzas por círculos de bananeiras, enriquecendo o solo. A ausência de espelhos e vidros reforça a proposta contemplativa e a desconexão buscada durante o retiro.

Sistema e Impacto
Como primeiro exemplar de um sistema replicável, o projeto foi concebido para áreas de difícil acesso, permitindo transporte e montagem por equipes reduzidas, sem maquinário pesado. Essa abordagem possibilitou a execução de outras 11 unidades em áreas de acesso mais difícil no mesmo terreno, validando a adaptabilidade do sistema a diferentes condições logísticas e geográficas.

Implantação do projeto: Itália, Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

No âmbito da 14ª Bienal de Arquitetura, cujo tema central é “Extremos”, o Studio Arthur Casas, em colaboração com o Instituto Arthur Casas de Arquitetura e Inovação (IACAI), apresenta uma linha do tempo que sistematiza projetos arquitetônicos e urbanísticos concebidos para abordar os desafios impostos pelas mudanças climáticas em diferentes escalas.

Os projetos selecionados para a mostra abrangem uma diversidade de contextos geográficos e climáticos, desde intervenções em ambientes urbanos densos, como o Edifício Ícaro, em Curitiba, até iniciativas na Amazônia Legal, como o Centro de Intercâmbio Moitará, localizado no Parque Indígena do Xingu, e o MuCA em Belterra (PA). Essas obras exemplificam uma abordagem arquitetônica que prioriza a integração com as especificidades bioclimáticas e culturais de cada localidade, promovendo soluções que articulam inovação tecnológica e responsabilidade ambiental.

A partir da pesquisa de sua própria prática o Studio Arthur Casas e o IACAI selecionaram os seguintes projetos:

-Pavilhão do Brasil (Milão, Itália, 2014-2015; Nápoles, Itália, 2025-2027);
-MuCA – Vila Administrativa (Belterra, Pará, 2018-2028);
-Edifício Ícaro (Curitiba, Paraná, 2014-2019)
-Centro de Intercâmbio Moitará (Parque do Xingu, 2024-2026)

A linha do tempo delineada na exposição evidencia a consolidação do pensamento sustentável na prática do Studio Arthur Casas ao longo das últimas duas décadas. Esse percurso culminou na criação do IACAI, uma instituição sem fins lucrativos dedicada à pesquisa em tecnologias e inovações orientadas para a sustentabilidade e industrialização no campo da construção civil. O instituto busca identificar e abordar lacunas no desenvolvimento de práticas construtivas, examinando os impactos potenciais de tais avanços no enfrentamento das questões ambientais que afetam o Brasil.

Por meio da Bienal, o Studio Arthur Casas e o IACAI reafirmam seu compromisso com uma arquitetura que transcende a funcionalidade estética, posicionando-se como agente de transformação socioambiental. A mostra na Bienal oferece uma oportunidade para debater e inspirar novas abordagens que integrem inovação, sustentabilidade e responsabilidade climática, contribuindo para o avanço do discurso teórico e prático no campo da arquitetura.

Fique atento, três atividades acontecem antes da abertura da Bienal:

13/09 – atividade associada | oficina Terra em trama (foto ao lado);
15/09 – oficina Imaginando arquiteturas para um mundo quente – módulo 1 (inscrições até 13/09);
17/09 – dois filmes da 1ª sessão da Mostra Cinema, arquitetura e sociedade: Registros de um mundo quente.

(A programação ainda está em processo de inclusão no site; em breve ela estará completa)